tag:blogger.com,1999:blog-58528535533107407912024-03-13T11:29:10.393-07:00TUPI POPLuiz Pagano - Tupi POPLuiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-22501717301572279922023-05-25T10:40:00.020-07:002023-06-12T05:42:25.397-07:00Cauim Sugestão de Processos de Introdução e Aculturação para uma Bebida Milenar Brasileira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;"><div style="text-align: left;"><div><div><br class="Apple-interchange-newline" /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvvlOXu6tp4j2CEPTBX1H3lHfsVMcOgnWN9mGB-Jp7eRhIdUJw9uLCctnqW_qtIevKe0Bbjp8KqPnQFZompy1J8INKMRKYA0K64Y1Jm0tfpcU3tadcFIUT_XSrALuObmXizK0N2ee7gI94QpUF4NZQJxlIkJhfmrdDX_GhaYLdQ0G-3L2CEgql59Ak/s4032/fermentac%CC%A7a%CC%83o%20de%20Cauim.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvvlOXu6tp4j2CEPTBX1H3lHfsVMcOgnWN9mGB-Jp7eRhIdUJw9uLCctnqW_qtIevKe0Bbjp8KqPnQFZompy1J8INKMRKYA0K64Y1Jm0tfpcU3tadcFIUT_XSrALuObmXizK0N2ee7gI94QpUF4NZQJxlIkJhfmrdDX_GhaYLdQ0G-3L2CEgql59Ak/w640-h480/fermentac%CC%A7a%CC%83o%20de%20Cauim.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Fonte alegoria o mascar mandioca para quebrar o amido em açúcares - Tupi antigo Aîpi o- su'u su'u I nomu - Luiz Pagano Tupi Pop</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Este artigo explora o processo de introdução no mercado e aculturação da categroia de bebidas denomiada 'Cauim', uma bebida milenar. O estudo sugere idéias generalizadas sobre o que pode e o que não pode funcionar, para uma segura introdução de categoria. </div><div><br /></div><div>Aqui eu não vou falar das minhas estratégias especificas, a idéia é oferecer um ‘road map’ para quem queira seguir os meus passos com a sua própria estratégia. O estudo também investiga as motivações para reviver e promover o Cauim como uma bebida comercialmente disponível para o público em geral. A importância do mercado é examinada, destacando oportunidades para Cauim na indústria de bebidas. Além disso, é apresentada uma análise abrangente de cases de sucessos e fracassos, extraindo lições valiosas para a introdução do Cauim. </div><div><br /></div><div>Os capítulos subsequentes enfocam as estratégias de marketing, abrangendo a identificação do público-alvo, o posicionamento do produto, a comunicação, a distribuição e o preço. Aborda-se o envolvimento das comunidades indígenas, detentoras de saberes ancestrais do consumo ritualístico do Cauim, enfatizando a importância da preservação e colaboração cultural. O trabalho também discute a importância da sustentabilidade e da responsabilidade social na produção do Cauim, considerando o impacto ambiental e o reinvestimento na cultura indígena. Ao estudar esses aspectos, esta pesquisa visa fornecer um roteiro para introduzir e aculturar o Cauim com sucesso, garantindo seu reconhecimento como uma bebida culturalmente significativa no mercado brasileiro.</div><div><p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm4pqFtsYWATnv6Ks_GxpmLeVNQZfwS8Fj0DbMC82dgijgr8fYDeMrnCms6TWHRqoE_tpjxtYLbxSawjok5zVOg1Dxo1PIfRISOQvaxl_gfHwz7FXz7CpWkvBYkB_uPRj43MkHDvM29LIDcq8Uu-ICjv2FLVJPddEj_6pD6ccwXYeAYRihANzm-mxswQ/s586/Policarpo%20Caramuru%20Paraguac%CC%A7u.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="586" data-original-width="431" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm4pqFtsYWATnv6Ks_GxpmLeVNQZfwS8Fj0DbMC82dgijgr8fYDeMrnCms6TWHRqoE_tpjxtYLbxSawjok5zVOg1Dxo1PIfRISOQvaxl_gfHwz7FXz7CpWkvBYkB_uPRj43MkHDvM29LIDcq8Uu-ICjv2FLVJPddEj_6pD6ccwXYeAYRihANzm-mxswQ/w470-h640/Policarpo%20Caramuru%20Paraguac%CC%A7u.jpg" width="470" /></a></p></div></div><div><div><b>Introdução</b></div><div><br /></div><div>Produzir o Cauim é um trabalho essencialmente brasileiro e essencialmente Tupi. Trata-se muito mais do resgate das nossas raízes do que da elaboração da bebida alcoólica em si, este trabalho reflete uma viagem de fascínio pelo Brasil e por ser brasileiro, desde muito jovem fui cativado pela riqueza cultural e histórica deste extraordinário país, desde quando ouvia histórias do Pará, Amazonas e Mato Grosso contadas pelo meu tios-avós, a cada ano que passava procurava enriquecer ainda mais meu compêndio de aspectos brasileiros com novidades que mais me encantaram.</div><div><br /></div><div>Como artista plástico, criei um estilo de arte pessoal que chamo de Tupi-Pop (que ilustra esse post), no qual procuro potencializar nossos elementos com paixão nacional, parecida com a que os japoneses cultivam em sua própria história, más foi através da literatura, principalmente das obras de Lima Barreto, que encontrei uma conexão profunda com a identidade brasileira. "Triste Fim de Policarpo Quaresma" teve um impacto marcante em mim a ponto de criar uma história em quadrinhos intitulada "Os Heróis da Bruzundanga" com personagens criados a partir de suas obras.</div><div><br /></div><div>Lembro-me que me envolvi tanto com o personagem de Quaresma que queria o Tupi como língua nacional, a ponto de despertar em meu coração a percepção de que nós também deveríamos ter uma bebida que nos representasse tão poderosamente quanto o saquê no Japão ou a tequila no México. E assim Cauim acabou sendo a essência que eu procurava.</div><div><br /></div><div>É importante destacar que, com todo respeito e amor que eu tenho pelo produto, a cachaça faz um pouco desse papel, principlamente por conta da Caiirinha, drink essencialmente brasileiro que o grande amigo, o Mestre Derivan se empenhou tanto em colocar como drink brasileiro da IBA ao lado do Rabo de Galo.</div><div><br /></div><div>Mas ainda assim a cachaça não tem o potencial de representar o Brasil com tanta autenticidade quanto o Cauim, posto que outras bebidas feitas de cana-de-açúcar estão presentes ao redor do mundo, matéria prima que nem mesmo é das Américas, o Cauim feito da brasileiríssima mandioca, pelos mais antigos ancestrais nossos cumpre perfeitamente esse papel</div><div><br /></div><div>Trabalho há mais de 30 anos com a introdução de produtos no mercado, muitos destes bebidas, aprendi com a escola francesa de marketing de bebidas que um prato harmonizado com a bebida é uma forma de introjetar a cultura de uma determinada região geográfica, daí a importância das Denominações de Origem.</div><div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoK5RmOHQ4FbEqDscfVPuEAxUrnRQWNGbCNdVylNj0TQS4LLk-GFVWQClNC4oWy1XeRvEpDUMtvSpaZ4ig_3Zidui4WeNYV35DS4hX3MoupUmOdvmJez7v6eNHB_ijYiKL5KtnCWmrBF6bAROiB0J_GvX0RsCmtLMNftW8gS-Wt2HkBQICSQK82yPAHQ/s559/20%20Tiakau%20Cauineiro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="559" data-original-width="388" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoK5RmOHQ4FbEqDscfVPuEAxUrnRQWNGbCNdVylNj0TQS4LLk-GFVWQClNC4oWy1XeRvEpDUMtvSpaZ4ig_3Zidui4WeNYV35DS4hX3MoupUmOdvmJez7v6eNHB_ijYiKL5KtnCWmrBF6bAROiB0J_GvX0RsCmtLMNftW8gS-Wt2HkBQICSQK82yPAHQ/w444-h640/20%20Tiakau%20Cauineiro.jpg" width="444" /></a></div></div><div><br /></div><div>Sinto uma imensa gratidão por poder contribuir para a valorização da nossa história e cultura através do Cauim. Percebi que há um imenso potencial em nossas tradições e que muitas vezes são subestimadas ou até mesmo esquecidas - decidi então que é hora de mudar isso.</div><div><br /></div><div>O Brasil é uma nação de histórias emocionantes e fascinantes, mas nem sempre recebem a atenção que merecem, um bom exemplo é que tivemos nossa própria "corrida do ouro" com expedições de bandeiras ainda mais ousadas que as americanas de Jack London, que mereciam terem sido contadas com o mesmo entusiasmo e emoção, mas infelizmente pouquíssimos escritores deram voz aos nossos heróis para relatar os inimagináveis dramas e aventuras extraordinários.</div><div><br /></div><div>Este projeto em minhas mãos é fruto da minha paixão pelo Brasil, da minha crença na força da cultura e na importância de celebrar a nossa história, é em ultima avaliação uma viagem emocionante que nos levará a descobrir a essência do nosso povo ancestral, a nossa identidade e sua ligação com o passado.</div><div><br /></div><div>Espero que, ao ler estas páginas, você também se envolva nesse amor ao Brasil e à nossa cultura, e me ajude a fazer essa bebida pegar, que você se inspire a valorizar e celebrar tudo o que somos e que, juntos, possamos fortalecer os laços que nos unem como nação.</div><div><div><br /></div><div><table class="table table-hover" style="background-color: white; border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; color: #333333; font-family: Ubuntu, "Open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><caption style="background-color: #410000; box-sizing: border-box; color: #f0f0f0; font-size: 16px; padding-bottom: 8px; padding-left: 23px; padding-top: 8px; text-align: left;">AVISOS IMPORTANTES</caption><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;"><tr style="box-sizing: border-box;"><th style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; font-weight: lighter; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">1º <br /><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #202124; font-size: 16px; text-align: left;"><br /><br /></span>2º <br /> </th><th style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; font-weight: lighter; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><span style="font-size: medium;">Respeito aos nossos ancestrais</span><br /><br />O Cauim é o nome genérico dado à bebida fermentada de mandioca, que não deve ser confundido de forma nenhuma com a cauinágem, ritual ancestral da cultura material brasileira, pré colombiana, celebrado ainda hoje em varias aldeias, cuja dinâmica varia de etnia para etnia e merecem todo nosso amor, admiração e respeito. Jamais devemos reduzir esse ritual de tamanha importância e relevância a uma mera bebida de uso recreacional.<br /><br /><br /><span style="font-size: medium;">Respeito à bebida</span><br /><br />Ainda considerando o 1º ponto acima, dentro do meu propósito de resgate cultural da aldeia do Inhapuambuçu da vila de São Paulo de Piratininga, do Tupi Antigo e do Cauim, sugiro fortemente que leve em conta todo o aspecto religioso e cultural envolvido no preparo da bebida, usando nomes em Tupi Antigo para os processos e tendo o devido respeito pelas evocações da deusa Mani, tal como sugerido por diversos indígenas de diversas etnias, que me auxiliaram no desenvolvimento da bebida e desse DOBUROKU (processo resumido).<br /><br /></th></tr></tbody></table></div></div><div><b><br /></b></div><div><b>Parte 1 - A importância da nova categoria de bebidas alcólicas ‘O Cauim’</b></div><div><br /></div><div>A introdução de uma nova categoria de bebidas, como o CAUIM, no mercado brasileiro e mundial pode trazer uma série de benefícios significativos. Esses benefícios abrangem aspectos culturais, econômicos, sociais e ambientais, entre outros. A seguir, vamos explorar esses benefícios em detalhes:</div><div><br /></div><div>1.1.1 - Diversidade Cultural: A introdução do CAUIM no mercado contribui para a diversidade cultural, promovendo a preservação e valorização de tradições ancestrais. O CAUIM é uma bebida tradicionalmente consumida por várias culturas indígenas do Brasil, e sua entrada no mercado amplia a oferta de bebidas, proporcionando aos consumidores uma experiência única e enriquecedora;</div><div><br /></div><div>1.1.2 - Valorização do Patrimônio Cultural: Ao introduzir o CAUIM no mercado, valoriza-se o patrimônio cultural das comunidades indígenas que produzem e consomem essa bebida há séculos. Isso contribui para o reconhecimento e respeito pela cultura indígena, ajudando a preservar suas tradições e conhecimentos transmitidos de geração em geração;</div><div><br /></div><div>1.1.3 - Estímulo à Economia Local: A introdução do CAUIM no mercado impulsiona a economia local, beneficiando as comunidades indígenas produtoras da bebida. A produção e comercialização do CAUIM podem criar oportunidades de emprego e renda para essas comunidades, gerando um impacto econômico positivo e sustentável</div><div><br /></div><div>Um bom exemplo é a possível substituição do uso do sagu no método Japonês:</div><div><br /></div><div><div>Um dos pontos propostos neste artigo é o efeito 'Wiki', em que, quando um processo é apresentado ao grande público, a inovação cresce exponencialmente conforme o número de leitores que tentam refazer os experimentos, um bom exemplo do que pode ser melhorado é o uso da matéria prima do Método Japonês (Pagano).</div><div><br /></div><div>Quando estava no processo de desenvolvimento do Método Japonês, percebi na época que a mandioca poderia ser um substituto ideal para o amido, lipídio, protídio, bem como outras substâncias que tornam o arroz um substrato quimicamente perfeito para o koji, porém minhas experiências com mandioca em natura, bem como sua fécula, não mostraram resultados satisfatórios pois o koji não só requer similiridades quimicas, más tambem morfologicas específicas - a forma e a textura do arroz influenciam diretamente no crescimento do Koji. </div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_ybb8RmvPzgvrfyuGWg8_VxJ4Q7Z-GIR0qgaDVlDzt-w3_DHhYpd6jV5CAoJ65gV-idudxPQvnumbNYVWuUkV6JYwY_TDyWwjWs3ZMO8KO5urlaBTyu8IIITib1Q9078fCTotejjhFf75XQwEhgLh-uQXeAu3UvrM5eG5_zoEDTUNKkE8h_htMtX9/s1200/sagu%CC%81%20itaitinga%20beiju%20por%20Farinha%20dagua%20de%20Braganc%CC%A7a.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: xx-small;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_ybb8RmvPzgvrfyuGWg8_VxJ4Q7Z-GIR0qgaDVlDzt-w3_DHhYpd6jV5CAoJ65gV-idudxPQvnumbNYVWuUkV6JYwY_TDyWwjWs3ZMO8KO5urlaBTyu8IIITib1Q9078fCTotejjhFf75XQwEhgLh-uQXeAu3UvrM5eG5_zoEDTUNKkE8h_htMtX9/w640-h426/sagu%CC%81%20itaitinga%20beiju%20por%20Farinha%20dagua%20de%20Braganc%CC%A7a.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Substituir as pérolas de mandioca (sagú / itaitinga beiju) por Farinha de Bragança, no Estado do Pará pode gerar enormes beneficios qualitativos ao Cauim, bem como um enorme potencial comercial de valorização da bebida produzida naquela região</span></td></tr></tbody></table><br /><div>Ao perceber isso em nossas experiências, utilisei pérolas de mandioca (sagú / itaitinga beiju) como um substituto mais adequado para o arroz e funcionou bem, más reconheço agora que, se alguém, de alguma outra etnia/comunidade que optante for do Estado do Pará, poderá substituir o sagu pela farinha de água de Bragança, principalmente se o produtor se esforçar, no processo de sua produção, de tentar obter propriedades físicas semelhantes às do arroz ao produzir a farinha. </div><div><br /></div><div>Este seria um importante passo para a Cauim, tanto na criação de propriedades sensoriais mais avançadas quanto no aumento de seu apelo comercial, já que em maio de 2021 a Farinha de Bragança de Caeté recebeu o título de Indicação Geográfica do INPI, o que gera um enorme potencial comercial de valorização do Cauim produzido naquela região, aumentando enormemente o sucesso no processo de aculturação do Cauim, perante um público mais sofisticado;</div></div><div><br /></div><div>1.1.4 - Turismo Cultural: A presença do CAUIM no mercado pode atrair turistas interessados em vivenciar a cultura indígena e provar essa bebida tradicional. Isso impulsiona o turismo cultural, promovendo visitas a comunidades indígenas, turismo sustentável e valorização de destinos turísticos menos explorados.</div><div><br /></div><div>1.1.5 - Inovação e Diferenciação: A introdução do CAUIM como uma nova categoria de bebidas traz inovação e diferenciação ao mercado. Isso proporciona aos consumidores uma opção única e autêntica, diferenciando-se das bebidas convencionais e oferecendo uma experiência sensorial distinta;</div><div><br /></div><div>1.1.6 - Responsabilidade Ambiental: O CAUIM, quando produzido de forma tradicional, geralmente utiliza ingredientes naturais e processos sustentáveis. Isso pode contribuir para uma abordagem mais responsável em relação ao meio ambiente, incentivando práticas de produção sustentáveis e o uso de ingredientes orgânicos;</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTkXDerLpDBz5NaEoyBiKlOhF5QAt8DGPrHw7T0GW1xICTpUKMQHanBdfIWJ1PiFi4jtNwUs4na_itJxZli4nSpd9LE_YAKZJXXdqYdsbDaiLY_DWXLiUWquvr8gtK5oYXl74orAYFpZPpsVr2rTH1t2PfbNPT4gBOimGXrf2qLm7Gbn65UqogPUIzrQ/s640/Guiadores%20a%20Cavalo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTkXDerLpDBz5NaEoyBiKlOhF5QAt8DGPrHw7T0GW1xICTpUKMQHanBdfIWJ1PiFi4jtNwUs4na_itJxZli4nSpd9LE_YAKZJXXdqYdsbDaiLY_DWXLiUWquvr8gtK5oYXl74orAYFpZPpsVr2rTH1t2PfbNPT4gBOimGXrf2qLm7Gbn65UqogPUIzrQ/w640-h480/Guiadores%20a%20Cavalo.jpg" width="640" /></a></div><div><br /></div><div>1.1.7 - Intercâmbio Cultural: A introdução do CAUIM no mercado brasileiro e mundial promove o intercâmbio cultural, permitindo que pessoas de diferentes origens e nacionalidades conheçam e apreciem essa bebida tradicional. Isso fortalece os laços entre culturas, estimula o diálogo intercultural e promove uma maior compreensão e respeito pela diversidade;</div><div><b><br /></b></div><div><b>Parte 2 - A arte para produzir e introduzir o Cauim com sucesso</b></div><div><br /></div><div>Embora este texto trate principalmente de estratégias genéricas e eu tenha afirmado que não abordaria experiências individuais, abro aqui um parêntese para falar sobre meus direcionadores artísticos, posto que, do ponto de vista artístico, o criativo precisa ser bombardeado de referências para criar algo robusto. A interação com essas referências e como o criativo as utiliza são fundamentais para alcançar resultados criativos. Com base nisso, gostaria de compartilhar um pouco dos meus motivadores e referências pessoais, que serviram como base para a minha criação.</div><div><br /></div><div>Quanto à produção de Cauim, eu fazia o que todo mundo que quer produzir Cauim faz, eu cozinhava a mandioca e mastigava, usando mnha própria amilase salivar, como se faz nas aldeias. Depois disso explorei algumas possibilidades que não resultaram em sucesso até que entendi as semelhanças com o saquê e pesquisei o koji e com isso criei o método japonês.</div><div><br /></div><div>Minha maior inspiração para o desenvolvimento do método Japonês para se produzir Cauim foi George Washington Carver. </div><div><br /></div><div>George Washington Carver (Diamond, Missouri, 1864 ou 1865 - Tuskegee, Alabama, 5 de Janeiro de 1943) nasceu durante a época da escravidão, sofreu demais, porem nunca se deixou diminuir por isso. Foi um botânico, inventor, cientista, pintor e agrônomo (auto didata) norte-americano que trabalhou na extensão agrícola do sul dos Estados Unidos da América.</div><div><br /></div><div>Ele ensinou técnicas agrícolas para a auto-suficiência dos antigos escravos e ficou conhecido por sugerir centenas de usos para o amendoim. Dentre suas multiplas contribuições, criou o 'Indigo' azul que usamos nas calsas Jeans e pigmentos de diversas outras plantas. tinha como objetivo aumentar a prosperidade do indivíduo através da agricultura.</div><div><br /></div><div>A soja e o amendoim foram objeto de grandes e pioneiras pesquisas de Carver, que até hoje são a base da indústria alimentícia americana e mundial. Foi pioneiro da aplicação de substâncias oriundas da agricultura para a indústria química, a quimurgia, bem como nas pesquisas da soja transformada em plástico, utilizadas por Henry Ford na indústria automotiva. Sua história e contribuições me influenciaram profundamente na busca por uma abordagem científica minuciosa, inovadora sem deixar de lado a sensibilidade humana atrelada ao lado espiritual do objeto de estudo. </div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAzg2pewimdF3UHn9LJbsEOFh5t-nNus2gjbll4692wkgwHk_6sEV00e0TfBLXKYHabXyV7tnb44dzOE3MAUnic9lR_zzcThDmMZedFtYRDw7w5SbgKCH5XxLqxkBpmzD94OpG0s1MFz9qwTZaVZyTvRxjcyMwIAdlom5KlKnil3xLz9BYEsKdqk7Y/s500/George%20Washington%20Carver.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="426" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAzg2pewimdF3UHn9LJbsEOFh5t-nNus2gjbll4692wkgwHk_6sEV00e0TfBLXKYHabXyV7tnb44dzOE3MAUnic9lR_zzcThDmMZedFtYRDw7w5SbgKCH5XxLqxkBpmzD94OpG0s1MFz9qwTZaVZyTvRxjcyMwIAdlom5KlKnil3xLz9BYEsKdqk7Y/w546-h640/George%20Washington%20Carver.jpg" width="546" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">O Doutor George Washington Carver foi um cientista, educador e inventor americano - Foto cortesia do National Archives and Records Administration. “I love to think of nature as an unlimited broadcasting station, through which God speaks to us every hour, if we will only tune in.” (“Adoro pensar na natureza como uma estação de transmissão ilimitada, por meio da qual Deus fala conosco a cada hora, se apenas sintonizarmos com ele.”). Com esta fala, o Dr. Carver demonstra como devemos proceder nossos esforços para a criação do Cauim, aliando as descobertas do conhecimento científico em perfeita harmonia com toda a espiritualidade envolvida no Cauim e na Cauinagem.</span></td></tr></tbody></table><div><br />Carver, assim como eu, compartilhava um desejo ardente de seguir sua paixão, a pintura. Ele tinha o hábito de acordar antes de todos, por volta das 4:00 da manhã, e percorrer os campos, acreditando que conseguia estabelecer uma conexão com Deus durante esses momentos. </div><div><br /></div><div>Seu <b>hiper interesse</b> pelo amendoim e algodão, bem como seus estudos detalhados através de observação cuidadosa e experimentação meticulosa, resultou na criação de uma ampla variedade de produtos. </div><div><br /></div><div>Essa dedicação e perseverança de Carver foram um exemplo poderoso para mim enquanto eu buscava desenvolver meu próprio método para a produção de Cauim.</div><div><br /></div><div>No que diz respeito aos meus motivadores históricos pessoais, um elemento de autenticidade que impulsiona na minha proposta de trazer a cultura indígena para as pessoas de hoje, é minha herança histórica brasileira. Minha avó, Dona Zuzú, Emília Correia de Moraes, nasceu e foi criada no triângulo histórico de São Paulo, no casarão da Rua da Glória número 4, região que remonta ao antigo povoado de Inhapuambuçu, lar dos icônicos Morubixaba Tibiriçá, Padre Anchieta e Manoel de Nóbrega. Imagino que em algum momento, Tibiriçá convidou João Ramalho para uma cauinagem para celebrar e cultuar o espírito do Anhangá, no Vale do Anhangabaú. </div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie1mMYXx9yVfW7ACG4NQlSltkIG8BAFM5Y9xc2_m2B4YbKYyx6huFEoTYwh8KqBHhL4UezpW7sog929bJnNhzsku8NO1qWXEW3HsUfdHxdyv4cWWBxzd6zJlGSvTmfSFYKx4mAJk4O4TyU7bkbTa2ZoVKqExj8IiinFrKu0IaM6LQ4I9ieIphhQvDDgg/s1440/Luiz%20Pagano%20e%20Vo%CC%81%20Zuzu.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1416" data-original-width="1440" height="630" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie1mMYXx9yVfW7ACG4NQlSltkIG8BAFM5Y9xc2_m2B4YbKYyx6huFEoTYwh8KqBHhL4UezpW7sog929bJnNhzsku8NO1qWXEW3HsUfdHxdyv4cWWBxzd6zJlGSvTmfSFYKx4mAJk4O4TyU7bkbTa2ZoVKqExj8IiinFrKu0IaM6LQ4I9ieIphhQvDDgg/w640-h630/Luiz%20Pagano%20e%20Vo%CC%81%20Zuzu.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Luiz Pagano com Vó Zuzu (Emilia Francisca Correa de Moraes Pagano), que nasceu na Rua da Gloria n. 4, dentro do Traingulo Historico, descendente dos mais antigos habitantes de São Paulo de Piratininga (possivelmente de Tibiriçá), na casa de Dom Duarte Leopoldo n. 43, onde os tios-avós contaram histórias sobre o Brasil e os antepassados do Pará, Amazonas e Mato Grosso.</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Esses elementos históricos e culturais ganham vida na minha proposta de aculturação do Cauim e na expressão artística do Tupi pop. Junto com o fato de que o "Correa" em meu sobrenome remonta a Diogo Álvares Correa, o Caramuru que, ao se casar com Catarina Paraguaçú em 30 de julho de 1524, celebrou a primeira união de amor, Adão e Eva formadores de todo o povo brasileiro.</div><div><br /></div><div>Esses pontos de autenticidade me conectam profundamente com as raízes indígenas e me inspiram a compartilhar essa herança cultural com as pessoas hoje.</div><div><br /></div><div>Essa ligação ancestral com a região e com as figuras históricas que a habitaram fortalece minha determinação em promover o Cauim como bebida genuinamente brasileira e símbolo da rica cultura indígena. Esses elementos históricos são parte integrante da história do Brasil e da minha história. Dessa forma é minha missão trazê-los à tona, valorizando e divulgando esse patrimônio cultural para as presentes e futuras gerações.</div><div><br /></div><div>Ao reconhecer a importância dessas referências históricas e vê-las como fontes de autenticidade, sinto-me ainda mais motivado a levar a cultura indígena aos povos de hoje, por meio do Cauim e da expressão artística do Tupi pop. É uma forma de honrar o passado, preservando nossa identidade cultural e criando um legado duradouro que celebra a riqueza e a autenticidade da cultura indígena brasileira.</div><div><br /></div><div>Compreendo perfeitamente que o trabalho de aculturação do Cauim vai além dos limites do meu tempo de vida, reconheço que a criação dessa nova categoria é uma jornada difícil e longa, que precisa ser continuada e levada adiante por outras gerações após mim. Nesse sentido, a arte desempenha um papel crucial, pois é capaz de transmitir a essência do Cauim e do Tupi pop de maneira impactante e imediata.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div>Através da arte, pode-se capturar a imaginação das pessoas, despertar sua curiosidade e engajá-las em um diálogo sobre a cultura indígena brasileira e a importância do Cauim. A arte tem o poder de comunicar além das palavras, transmitindo emoções, histórias e idéias de forma visualmente atraente e emocionalmente envolvente.</div><div><br /></div><div>Ao utilizar a arte como veículo de expressão, podemos alcançar diferentes públicos, despertando seu interesse e envolvimento com o Cauim. É por meio da arte que podemos estabelecer uma conexão inicial com as pessoas, despertando nelas a curiosidade e o desejo de explorar mais profundamente essa bebida milenar e a cultura indígena que a envolve. A arte tem a capacidade de transcender as barreiras do tempo, preservando e transmitindo a essência do Cauim ao longo das gerações. Através das criações artísticas, podemos contar histórias, transmitir conhecimento e preservar a memória cultural, garantindo que o legado do Cauim seja perpetuado para as futuras gerações.</div><div><br /></div><div>Portanto, reconheço que o trabalho de aculturação do Cauim deve ser levado adiante por outras gerações, e a arte desempenha um papel fundamental nesse processo. É por meio da expressão artística que podemos comunicar de maneira impactante a essência do Cauim, despertando o interesse e a conexão das pessoas com essa bebida ancestral e com a rica cultura indígena que a envolve.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_08sWc1ARt8_CHCFnEMUMPKRAHo1iKqzxKiaHoUYRuF78cKgwz72lVQ1BWhgbELEb4Yr3LBexYUiJH5hsTt8c3e3XtRzO2EbOVzAKqFHaHtt1BftEORiX63W5jcmDS8tL1RInXCFtGxo5aiLR39j5wpjdGu-Cy3B_vXATsYMNKlcmT1d74CMXwp2UCg/s5315/Kunhanbebe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3986" data-original-width="5315" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_08sWc1ARt8_CHCFnEMUMPKRAHo1iKqzxKiaHoUYRuF78cKgwz72lVQ1BWhgbELEb4Yr3LBexYUiJH5hsTt8c3e3XtRzO2EbOVzAKqFHaHtt1BftEORiX63W5jcmDS8tL1RInXCFtGxo5aiLR39j5wpjdGu-Cy3B_vXATsYMNKlcmT1d74CMXwp2UCg/w640-h480/Kunhanbebe.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Kunhãnbebe - Arte Tupi Pop de Luiz Pgano, Sala de Autoridades da Base Aérea de Brasilia</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><b>Parte 3 - A ciência para introduzir o Cauim com sucesso</b></div><div><br /></div><div><div><b>Parte 3.1 A Ciência do Marketing</b> - Minha escola de aculturação é a francesa, os profissionais de marketing cultural franceses são reconhecidos como os melhores quando se trata de associar bebidas, como vinhos e cognacs, a alimentos e promover a aculturação por meio de elaborado storytelling, com grande habilidade de encantar os consumidores após experiências gastronômicas e etílicas, em ambiente cuidadosamente criado, no qual cada detalhe corrobora par aum grande impacto mental. Um exemplo notável é o caso dos vinhos de champanhe, que eram considerados até mesmo intragáveis em comparação com seus concorrentes de Bordeaux e Borgonha, más com a súbita apreciação pela sensação de borbulhas (o "prisse de mousse") por parte dos consumidores ingleses, Dom Pérignon e Dom Ruinard, que perceberam o potencial de mercado no século XVII, aprimoraram o processo de produção e criaram todo o marketing em torno do champanhe.</div><div><br /></div><div>Como tive a oportunidade de trabalhar com franceses na Veuve Clicquot e na Pernod Ricard por mais de 10 anos, adoto métodos de aculturação de produtos francêses e inspiro-me em provocar experiências extraordinárias com o produto, visando criar um incrivel<i> imprint</i> na mente do consumidor.</div></div><div><br /></div><div><b>Más antes de mais nada, o que 'Aculturação'?</b></div><div><br /></div><div>A aculturação é um fenômeno que ocorre quando diferentes culturas entram em contato direto uma com a outra, resultando em mudanças nos padrões culturais originais de ambas. Existem várias definições, como a que propõe Redfield. (1936):</div><div><br /></div><div>"... aqueles fenômenos que resultam quando grupos de indivíduos com culturas diferentes entram em contato direto, com mudanças subsequentes nos padrões de cultura originais..." (p. 149).</div><div><br /></div><div>Em seu seminário de verão em 1954, o Conselho de Pesquisa Social propôs a seguinte definição:</div><div><br /></div><div>"... mudança cultural que é iniciada pela conjunção de dois ou mais sistemas culturais autônomos..." (SSRC 1954, p. 974)</div><div><br /></div><div>No contexto do marketing, a aculturação pode ser vista como um poderoso recurso de apresentação e posterior aceitação de novos produtos e serviços, levando em consideração as influências culturais e adaptando-os às necessidades e preferências dos consumidores, tal como denotam Kroeber e Kluckhan (1952):</div><div><br /></div><div>"...achamos que a cultura é um produto; é histórico; inclui ideias, padrões e valores; é seletivo; é aprendido; é baseado em símbolos; e é uma abstração do comportamento e dos produtos." Todas as culturas são, em grande parte, compostas de maneiras abertas e padronizadas de se comportar, sentir e reagir. Mas as culturas também incluem um conjunto característico de promessas não declaradas e categorias que variam muito entre as sociedades (p. 157).</div><div><br /></div><div>Esta citação reflete as crenças de que a cultura é aprendida e compartilhada com outras pessoas, e influencia não apenas como uma pessoa se comporta, mas também como espera que a outra se comporte. A melhor maneira de compreender a cultura e de explicar o funcionamento da cultura e como vem mudando ao longo dos anos. Por exemplo, muitos antropólogos agora preferem o termo "decretado" (em vez de aprendido), que reconhece que as pessoas não apenas aceitam passivamente a cultura, mas a criam ativamente (cf. Keesing 1974; Swidler 1986).</div><div><br /></div><div>Swidler (1986) em sua análise penetrante vê a cultura como moldando um repertório ou um "kit de ferramentas" de hábitos, habilidades e estilos a partir dos quais as pessoas constroem "estratégias de ação" (p. 273). Para agir propositalmente, o indivíduo precisa de conhecimento procedimental e contextual, ou seja, conhecimento específico de domínio que permita a "racionalidade contextual" (março, 1978, p. 592), além de regras e procedimentos para exibir "racionalidade procedimental" (Simon 1978, p. . 8). A aquisição de um repertório de hábitos e habilidades, conforme proposto por Swidler (1986), reflete a crença de que o conhecimento relevante para exibir um comportamento intencionalmente racional pode ser aprendido ou executado em um contexto específico, e que esse conhecimento pode ser (mais ou menos) limitado pelo contexto.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh-35jzs2hicAIHlTBI7lp092c80UvYq_dj173uV2tObKZk8I7hr5-sAAIMFMtpESqWAj9aLwncJgB8gifEORUZYsysjcMPfliwx_oRUBwxd66COY8zQaHviR6C0rKuPcPn0lVg_sGh3BTnr1LMeQz81n6A8PiKKTsGwC7mshCdgFdd_C3KPaYZxBgqg/s5315/Moc%CC%A7ambique.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3986" data-original-width="5315" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh-35jzs2hicAIHlTBI7lp092c80UvYq_dj173uV2tObKZk8I7hr5-sAAIMFMtpESqWAj9aLwncJgB8gifEORUZYsysjcMPfliwx_oRUBwxd66COY8zQaHviR6C0rKuPcPn0lVg_sGh3BTnr1LMeQz81n6A8PiKKTsGwC7mshCdgFdd_C3KPaYZxBgqg/w640-h480/Moc%CC%A7ambique.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Moçambique - Arte Tupi Pop de Luiz Pagano - Sala de Autoridades da Base Aérea de Brasília </span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>O Cauim é uma bebida alcoólica obtida pela sacarificação e co-fermentação simultâneas da mandioca, que era e ainda é produzida de forma ritualística por várias culturas indígenas brasileiras. Nesse sentido, seu significado cultural e histórico é de extrema importância, e resgatá-los para o grande público, deve ser feito por meio de uma perfeita abordagem de aculturação, essencial para sua melhor readequação.</div><div><br /></div><div>Um aspecto crucial da aculturação é compreender os elementos culturais originais de cada uma das etnias e adaptá-los de forma respeitosa e autêntica. Dentre as mais de 300 etnias presentes em todo o território nacional, é natural que algumas delas optem pela comercialização do Cauim, reconhecendo a possibilidade desta bebida com base na tradicional local, funcionar como forma de difusão étnica, trazendo benefícios significativos para a aldeia ou comunidade . No entanto, é igualmente importante reconhecer que haverá quem considere uma profanidade que a sua bebida ritual ancestral se torne um objeto de consumo para o público em geral. Neste contexto, é fundamental estabelecer o conceito de aldeias/comunidades "optantes" e "não optantes", respeitando a autonomia de cada comunidade em relação ao Projeto Cauim e garantindo a preservação da sacralidade e autenticidade das suas tradições.</div><div><br /></div><div>Sei que desempenho um papel crucial na introdução do Cauim, meu conhecimento sobre a cultura indígena brasileira e minha experiência trabalhando com produtores franceses de bebidas alcoólicas proporcionam uma base sólida para a adaptação do Cauim ao contexto contemporâneo. Sua visão de resgate cultural e valorização das tradições indígenas é um guia importante para o desenvolvimento e promoção do produto.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6d29-_fg1ysrfOwBR4-1N3PkQqXVt0YTjk9NKStps59szmyozkM09ufVFIBKFZSOJzp3HDMmBmS2Ox2NIhWte4JaFin5kIIOZa9XKZMnXCi5Es37PbpsAqSwbiojK1zFv4W18HllW-TEG2Ba7vqvR9Y_9rR1KNosgCRiDEW3gXBB69A6IcoYKkyU6/s4032/fermentac%CC%A7a%CC%83o%20(1).jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6d29-_fg1ysrfOwBR4-1N3PkQqXVt0YTjk9NKStps59szmyozkM09ufVFIBKFZSOJzp3HDMmBmS2Ox2NIhWte4JaFin5kIIOZa9XKZMnXCi5Es37PbpsAqSwbiojK1zFv4W18HllW-TEG2Ba7vqvR9Y_9rR1KNosgCRiDEW3gXBB69A6IcoYKkyU6/w640-h480/fermentac%CC%A7a%CC%83o%20(1).jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Casirirena, barca de fermentação de Caxiri (Cauim) com Tipiti, Tupi antigo Haguino - fermentação <br />Luiz Pagano - Tupi Pop</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>O estudo de referências como a <a href="https://www.acrwebsite.org/">Association for Consumer Research (ACR)</a>, com sua pesquisa sobre aculturação de consumo, oferece insights valiosos sobre os fatores ambientais e culturais que influenciam a aculturação dos consumidores. Essa abordagem científica proporciona uma base teórica sólida para entender as barreiras e incentivos que podem influenciar a adoção do Cauim pelo público contemporâneo.</div><div><br /></div><div><b>Parte 3.2 – Timing de entrada</b></div><div><br /></div><div>Determinar se a introdução de um produto ou serviço está em seu TIMING CORRETO parece ser o maior desafio que o profissional de marketing enfrenta ao introduzir uma inovação.</div><div><br /></div><div>No caso da Xerox e Apple, podemos dizer que a Xerox estava no timing errado, enquanto a Apple estava no timing correto em relação ao desenvolvimento e comercialização de tecnologias inovadoras.</div><div><br /></div><div>A Xerox foi pioneira no desenvolvimento de várias tecnologias revolucionárias, como a interface gráfica do usuário e o mouse, que são elementos fundamentais na forma como interagimos com os computadores hoje em dia. No entanto, a Xerox não foi capaz de capitalizar adequadamente essas inovações, perdendo a oportunidade de se tornar líder no mercado de computadores pessoais.</div><div><br /></div><div>A Xerox não percebeu totalmente o potencial comercial de suas inovações e não conseguiu trazer essas tecnologias para o mercado de forma eficiente. Isso pode ser atribuído a vários fatores, como falta de visão estratégica, cultura corporativa conservadora e ênfase excessiva em seus produtos tradicionais, como copiadoras.</div><div><br /></div><div>Por outro lado, a Apple, fundada por Steve Jobs, teve uma abordagem diferente. Jobs reconheceu o potencial das tecnologias desenvolvidas pela Xerox e teve a visão de transformá-las em produtos comercialmente viáveis. A Apple lançou o Macintosh, o primeiro computador pessoal com interface gráfica do usuário e mouse, e conseguiu atrair um público amplo.</div><div><br /></div><div>A Apple conseguiu encontrar o timing correto ao lançar o Macintosh, aproveitando a demanda crescente por computadores pessoais e a necessidade de uma interface mais amigável. Além disso, a estratégia de marketing da Apple, enfatizando a experiência do usuário e a inovação, também contribuiu para o sucesso da empresa.</div><div><br /></div><div>Portanto, é correto afirmar que a Xerox estava no timing errado, pois não conseguiu capitalizar adequadamente suas inovações, enquanto a Apple estava no timing correto, ao reconhecer o potencial dessas tecnologias e trazê-las para o mercado de forma eficaz. Isso ressalta a importância não apenas de desenvolver inovações, mas também de identificar o momento oportuno para sua comercialização.</div><div><br /></div><div>Embora a Xerox tenha de fato desenvolvido tecnologias inovadoras, como o mouse e a interface gráfica do usuário (GUI), na década de 1970, existem várias razões pelas quais essas tecnologias não tiveram sucesso comercial imediato e por que a Apple, posteriormente, teve sucesso com produtos semelhantes quase 20 anos depois. Aqui estão alguns fatores-chave:</div><div><br /></div><div>3.2.1 - Foco no mercado empresarial: A Xerox, na época, era uma empresa focada principalmente no mercado empresarial e de negócios. Suas inovações, como o Xerox Alto, foram projetadas para atender às necessidades de escritórios e laboratórios de pesquisa. A comercialização dessas tecnologias para uso pessoal não era uma prioridade;</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaAZ5XGNYCSzNyJY_OE_fAJbvjdOkcuD714u-fCO_0tFzaxTDaZCOgkB0BThVwz_w5nIaWX6PVVvvg2O8qx8vVx9kJ7st20K_sYXUpckutJuegEZPPeFLAyeGuZXrsdJHbXim_HG3ucuPI2r96DqSbvmQ501ptyRMYiJa4hnI_u8gpB3w8wVQV6CvR/s2048/sabe%20mbaraka.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1583" data-original-width="2048" height="494" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaAZ5XGNYCSzNyJY_OE_fAJbvjdOkcuD714u-fCO_0tFzaxTDaZCOgkB0BThVwz_w5nIaWX6PVVvvg2O8qx8vVx9kJ7st20K_sYXUpckutJuegEZPPeFLAyeGuZXrsdJHbXim_HG3ucuPI2r96DqSbvmQ501ptyRMYiJa4hnI_u8gpB3w8wVQV6CvR/w640-h494/sabe%20mbaraka.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Sabẽ M'baraká para polvilhar o sabẽ, o koji, na fase do Sabẽ nonga (colocação dos esporos em Tupi Antigo) que atua como substituto da amilase salivar para decompor o amido em açúcares no processo Japonês/ Pagano - Luiz Pagano Tupi Pop. A Maraca tem importância que vai alem da força rítmica, dentro do pensamento mágico e espiritual ancestral de nossas etnias, tal como o corpo humano é embalado pelo som emitido pelo espírito, que habita nossos interiores, as pedrinhas e sementes colocadas dentro da cabaça, emitem o som d</span><span style="font-size: xx-small;">a vida.</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>3.2.2 - Alto custo: Os primeiros computadores pessoais desenvolvidos pela Xerox, como o Xerox Alto, eram caros e fora do alcance financeiro da maioria das pessoas. Isso limitou sua adoção generalizada no mercado consumidor;</div><div><br /></div><div>3.2.3 - Marketing limitado: A Xerox não conseguiu comercializar efetivamente suas inovações para o público em geral. Sua estratégia de marketing e distribuição foi mais voltada para clientes empresariais, o que contribuiu para a falta de conscientização e interesse do consumidor comum;</div><div><br /></div><div>3.2.4 - Falta de visão estratégica: A Xerox, apesar de suas inovações tecnológicas, não conseguiu reconhecer plenamente o potencial comercial dessas tecnologias para uso pessoal. Eles não capitalizaram adequadamente suas próprias criações e não investiram em desenvolver produtos direcionados ao mercado de consumo em larga escala;</div><div><br /></div><div>3.2.5 - Apple e o foco no design e na experiência do usuário: A Apple, por outro lado, quando lançou o Macintosh em 1984, conseguiu combinar as tecnologias desenvolvidas pela Xerox com um design atraente e uma experiência do usuário intuitiva. A empresa teve uma visão estratégica de tornar a tecnologia acessível e fácil de usar para o público em geral. Além disso, a Apple investiu fortemente em marketing e branding, construindo uma imagem forte e atraindo os consumidores.</div><div><br /></div><div>Esses fatores, combinados com uma série de outras circunstâncias, levaram ao sucesso da Apple no mercado de computadores pessoais e à adoção generalizada de tecnologias como o mouse e a GUI. É importante lembrar que o sucesso no mercado depende de uma combinação complexa de fatores, incluindo não apenas a tecnologia em si, mas também a estratégia de marketing, o preço, o design e a experiência do usuário.</div><div><br /></div><div><b>Parte 3.4 – Fatores de Aceitação & Regeição Inesperados</b></div><div><br /></div><div>A comparação entre as categorias de bebidas RTD e Energy Drinks revela um contraste interessante em relação ao desempenho no mercado. Enquanto a Sub Zero, apesar das altas expectativas e do respaldo da famosa marca Foster's, enfrentou dificuldades e não obteve sucesso, o Red Bull prosperou mesmo com expectativas iniciais não tão elevadas.</div><div><br /></div><div>Um dos fatores determinantes para o fracasso da Sub Zero foi o sabor desagradável do produto, que não conquistou a preferência dos consumidores. Por mais que a marca tenha investido em um branding sólido e realizado festas de lançamento impactantes, o sabor enjoativo se tornou um obstáculo significativo para a sua aceitação no mercado.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6k8VhdLhpVvNGGRLevRqttneb_qlsTn-TRtAkthadRfpRvI5K8vJWARy-ziRmN7NtWC8mjc81N67IdGaFXQJq5Sgr9GHKlGUjtDI74QTUG3URAsyT5eIIBsT-SjD_jY_cputy6w3hEjy0VSHmyiaubVQPemGFBGDo3sN5NV50n0SUR7buEFw7z1LL/s900/Sub%20Zero%20chegou%20antes%20da%20hora%20c.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="898" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6k8VhdLhpVvNGGRLevRqttneb_qlsTn-TRtAkthadRfpRvI5K8vJWARy-ziRmN7NtWC8mjc81N67IdGaFXQJq5Sgr9GHKlGUjtDI74QTUG3URAsyT5eIIBsT-SjD_jY_cputy6w3hEjy0VSHmyiaubVQPemGFBGDo3sN5NV50n0SUR7buEFw7z1LL/w638-h640/Sub%20Zero%20chegou%20antes%20da%20hora%20c.jpg" width="638" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Com graduação alcoólica de 5.5 ABV, era uma cerveja crystal, sem lúpulo, com extrato de lima-limão ( Citrus/Lime) fabricada pela Australiana Foster’s e representada no Brasil pela Madasa, empresa na qual Luiz Pagano foi gerente do segmento de On Premise, como dito anteriormente, no ano de 1999, nesse mesmo ano a Smirnoff lançava como concorrente a Smirnoff Mule, com vodka, ginger ale com sabor lima/limão, que acabou não chegando fortemente ao Brasil - ambas foram flops...</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Além disso, a entrada prematura no mercado das bebidas alcoólicas RTD também desempenhou um papel negativo. O mercado ainda não estava preparado para esse tipo de produto, e foi somente anos depois, com o lançamento bem-sucedido da Smirnoff Ice, que a categoria se popularizou.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhduABrm-Y7lOeI6Su_LGE8rLwKoW7w1luuh-Jg45VxkKePi_M88ZVzuAGwKn8qVQ-4KqwMBqpOZs5mAmY1GhxveNtNBV-VPRuPmkC5mCfpe373isvPZhZtIcq8OsVw0-tih37Hr_fkHN4RcXXM6eHCD-rGL2ixnib8r90nm3pPf_iMMfMDgwZn7c85/s1080/Luiz%20Pagano%20red%20bull.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhduABrm-Y7lOeI6Su_LGE8rLwKoW7w1luuh-Jg45VxkKePi_M88ZVzuAGwKn8qVQ-4KqwMBqpOZs5mAmY1GhxveNtNBV-VPRuPmkC5mCfpe373isvPZhZtIcq8OsVw0-tih37Hr_fkHN4RcXXM6eHCD-rGL2ixnib8r90nm3pPf_iMMfMDgwZn7c85/w640-h640/Luiz%20Pagano%20red%20bull.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Luiz Pagano foi o primeiro gerente On Premise da Red Bull no Brasil, ainda importado pela Madasa, que tambem introduzia o pioneiro RTD Sub Zero, bebida alcoólica de 5,5%ABV , percursora da Smirnoff Ice e de todas as outras bebidas da categoria 'Ice', produzida pela cerveja australiana Foster</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Por outro lado, o Red Bull obteve sucesso mesmo com expectativas iniciais modestas. O mercado rapidamente absorveu a categoria de bebidas energéticas, e o produto se destacou pela sua proposta inovadora. A marca identificou uma demanda não atendida pelos consumidores por uma bebida que fornecesse energia e foco, e soube se posicionar como líder nesse segmento. A aceitação do Red Bull superou as expectativas, impulsionada pela sua eficácia e pela habilidade de se conectar com o público-alvo de forma impactante e diferenciada.</div><div><br /></div><div>Essa comparação entre a Sub Zero e o Red Bull evidencia que, mesmo com altas expectativas e uma marca consolidada, um produto pode falhar no mercado se não atender às preferências dos consumidores, como ocorreu com a Sub Zero devido ao sabor enjoativo. Por outro lado, mesmo com expectativas modestas, um produto inovador e que identifica uma demanda não atendida pode alcançar o sucesso, como demonstrado pelo Red Bull. A compreensão do mercado e das preferências dos consumidores, aliada a uma estratégia de branding e posicionamento eficazes, são cruciais para o êxito de um produto no mercado.</div><div><br /></div><div><b>Parte 4 – ‘DOs & DON’Ts’</b></div><div><br /></div><div>Promover e popularizar a categoria de bebidas Cauim no Brasil requer uma estratégia abrangente de marketing e conscientização. Aqui estão algumas sugestões para ajudar a impulsionar o sucesso do Cauim:</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWm1xNeAutvGfevyfjphqbwLK-sbAUGDxENYY9luz-svhEwqIoldctvQJYgUcmaJYmIisHAtbTKevs9l8r08hzA1toiFwRsi7JXCHe3q55Gb31rB1vxckXDf33RXJTYvATe14Okr0xLhMau9vQKIyXP1g_2DmqSNIp8-H4XdvvQA6ig-uNMA6JAlWRKg/s5315/Tibiric%CC%A7a%CC%81%2013%201%20(1).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5315" data-original-width="3986" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWm1xNeAutvGfevyfjphqbwLK-sbAUGDxENYY9luz-svhEwqIoldctvQJYgUcmaJYmIisHAtbTKevs9l8r08hzA1toiFwRsi7JXCHe3q55Gb31rB1vxckXDf33RXJTYvATe14Okr0xLhMau9vQKIyXP1g_2DmqSNIp8-H4XdvvQA6ig-uNMA6JAlWRKg/w480-h640/Tibiric%CC%A7a%CC%81%2013%201%20(1).jpg" width="480" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><b>Parte 4.1 - O que Fazer:</b></div><div><br /></div><div>4.1.1 - Educação e divulgação: É fundamental educar o público sobre o Cauim, sua história, seu processo de produção e seus aspectos culturais. Organize eventos, palestras, workshops ou degustações para apresentar o Cauim às pessoas, destacando sua autenticidade e valor cultural;</div><div><br /></div><div>4.1.2 - Parcerias estratégicas: Busque colaborações com chefs, bares, restaurantes e eventos gastronômicos para promover o Cauim como uma opção de bebida. Crie combinações e harmonizações com pratos típicos brasileiros ou faça parcerias com marcas e influenciadores que possam ajudar a ampliar a visibilidade do Cauim;</div><div><br /></div><div>4.1.3 - Presença online: Invista em uma presença online forte, criando um site ou plataforma dedicada ao Cauim. Compartilhe conteúdo informativo, receitas, histórias e depoimentos sobre o Cauim. Utilize as redes sociais para engajar o público, compartilhando fotos, vídeos e experiências relacionadas à bebida;</div><div><br /></div><div>4.1.4 - Festivais e eventos culturais: Participe de festivais e eventos culturais relacionados à gastronomia, cervejas artesanais ou bebidas tradicionais. Essas ocasiões são oportunidades para alcançar um público diversificado e despertar o interesse pelo Cauim;</div><div><br /></div><div>4.1.5 - Colaboração com produtores locais: Estabeleça parcerias com produtores locais de mandioca e outros ingredientes utilizados na produção do Cauim. Essa colaboração pode fortalecer a cadeia de suprimentos, promover práticas sustentáveis e ressaltar a origem e qualidade dos ingredientes.</div><div><br /></div><div>4.1.6 - Desenvolvimento de produtos e embalagens atrativas: Crie novas variações ou versões modernas do Cauim para atrair diferentes segmentos de consumidores. Invista em embalagens atraentes e com informações claras sobre o produto, destacando sua autenticidade e conexão com a cultura brasileira.</div><div><br /></div><div>4.1.7 - Parcerias institucionais e apoio governamental: Busque apoio de instituições culturais, órgãos governamentais e entidades relacionadas ao setor de alimentos e bebidas. O reconhecimento e o apoio dessas instituições podem agregar credibilidade ao Cauim e abrir portas para oportunidades de promoção.</div><div><br /></div><div>4.1.8 - Campanhas de marketing criativas: Crie campanhas de marketing criativas e impactantes para chamar a atenção do público. Utilize mídias tradicionais e digitais, como anúncios em revistas, rádio, televisão e plataformas online relevantes, para divulgar o Cauim.</div><div><br /></div><div>4.1.9 - Participação em concursos e premiações: Inscreva o Cauim em concursos e premiações de bebidas ou produtos tradicionais. Essas competições podem fornecer reconhecimento e validação externa, aumentando a visibilidade e a credibilidade do Cauim.</div><div><br /></div><div>4.1.10 - Identidade de marca forte: Desenvolva uma identidade de marca sólida para o Cauim, com um nome, logotipo e design atraentes e memoráveis.</div><div><br /></div><div><b>4.2 – O que não fazer:</b></div><div><br /></div><div>No processo de introdução e aculturação do Cauim, é importante evitar certos erros que podem prejudicar sua aceitação e sucesso no mercado. Alguns erros que podem ser antecipados são:</div><div><br /></div><div>4.2.1 - Subestimar a pesquisa de mercado: É fundamental realizar uma pesquisa abrangente e detalhada sobre o mercado-alvo antes de introduzir o Cauim. Isso inclui compreender as preferências dos consumidores, identificar concorrentes e avaliar a viabilidade do produto. Ignorar essa etapa pode levar a uma falta de compreensão do mercado e resultar em estratégias inadequadas;</div><div><br /></div><div>4.2.2 - Falta de adaptação cultural: A introdução do Cauim requer sensibilidade cultural e respeito às tradições indígenas. É essencial entender os rituais, símbolos e significados associados à bebida e garantir que sua introdução seja feita de forma autêntica e respeitosa. Não adaptar o produto ou sua comunicação ao contexto cultural pode levar à rejeição ou falta de interesse por parte dos consumidores;</div><div><br /></div><div>4.2.3 - Considerar a concorrência como concorrência: É saudável para a categoria que existam varias marcas concorrentes, cada qual com sua particularidade e sabor. A introdução de uma nova categoria de bebidas no mercado implica na aceitação e crescimento dessa categoria como um todo, não apenas das marcas individuais e isoladas. </div><div><br /></div><div>Um erro comum que ocorre na introdução de bebidas, como ocorreu com algumas marcas de bebdias energéticas no passado, é o comportamento competitivo prematuro das empresas. Durante a fase inicial da ciração de uma nova categoria de bebidas, as marcas devem se unir para promover o crescimento e a aceitação como um todo, a concorrência entre as marcas deve começar somente quando a categoria estiver madura. </div><div><br /></div><div>Para ilustrar essa idéia, podemos imaginar como um consumidor que visita uma casa medieval pela primeira vez e deseja experimentar o hidromel, uma bebida até então é desconhecida para ele. Se essa casa tiver exclusividade com apenas uma marca de hidromel e o cliente não gostar dessa marca em particular, é possível que nunca mais deseje experimentar outra marca de hidromel novamente e acabe optando por outras categorias de bebidas, como cerveja ou whisky. </div><div><br /></div><div>No entanto, se essa casa oferecer diferentes marcas de hidromel, mesmo que você não goste das marcas A, B ou C, existe uma grande probabilidade de encontrar uma marca D que lhe agrade. Essa diversidade de marcas dentro da categoria proporciona uma chance maior de sucesso para a categoria como um todo. Portanto, é fundamental que as marcas atuem de forma colaborativa e cooperativa durante a fase de introdução, para garantir o crescimento e a aceitação do mercado;</div><div><br /></div><div>4.2.4 - Não estabelecer parcerias estratégicas: O sucesso da introdução do Cauim pode ser impulsionado por parcerias estratégicas com influenciadores, empresas locais, organizações culturais ou outros atores relevantes. Não buscar colaborações e parcerias adequadas pode limitar o alcance e a visibilidade do produto;</div><div><br /></div><div>4.2.5 - Ignorar os canais de distribuição adequados: A escolha dos canais de distribuição adequados é crucial para alcançar o público-alvo e garantir que o Cauim esteja disponível nos locais certos. Ignorar ou não adaptar os canais de distribuição de acordo com as características do mercado pode dificultar o acesso do produto aos consumidores;</div><div><br /></div><div>4.2.6 - Não investir em marketing e educação do consumidor: O Cauim é uma bebida única e pode ser desconhecida para muitos consumidores. Não investir em estratégias de marketing adequadas, incluindo campanhas de conscientização, educação do consumidor e promoção do produto, pode resultar em baixa demanda e falta de compreensão sobre as características e benefícios do Cauim;</div><div><br /></div><div>4.2.7 - Não considerar a regulamentação e conformidade: É fundamental compreender as regulamentações e requisitos legais relacionados à introdução de um novo produto no mercado, incluindo questões de rotulagem, registro e segurança alimentar. Não considerar essas questões pode resultar em problemas legais e dificuldades na comercialização do Cauim;</div><div><br /></div><div>4.2.8 - Evitar esses erros e antecipar os desafios pode contribuir para o sucesso da introdução e aculturação do Cauim, permitindo que ele se torne uma categoria de bebida valorizada e apreciada no mercado brasileiro e mundial.</div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgni6DP4wIAK_QPIMAfzjbbaG6jmxzB9HzY4KYTTveC0stcImrz_ZZDlsEXiG5GcF3kPu6oEsEwNCf9iVRcgyy0DkC4ovYxxQDbl2p61C28ttTRAFBUPUVfsmDjANhbskGRXq5ga9tl06Id8T7RnUH2zay1SE_IlVKAymAAJTPgo3-FGcBolP-JpL0K0g/s640/pt.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgni6DP4wIAK_QPIMAfzjbbaG6jmxzB9HzY4KYTTveC0stcImrz_ZZDlsEXiG5GcF3kPu6oEsEwNCf9iVRcgyy0DkC4ovYxxQDbl2p61C28ttTRAFBUPUVfsmDjANhbskGRXq5ga9tl06Id8T7RnUH2zay1SE_IlVKAymAAJTPgo3-FGcBolP-JpL0K0g/w640-h480/pt.jpg" width="640" /></a></div><b><br /></b></div><div><b>5 – Conclusão</b></div><div><br /></div><div>Em conclusão, este breve manual sobre a introdução e aculturação do Cauim como bebida comercial no Brasil dá os direcionamentos básicos aprendidos nos últimos anos de introdução de várias bebidas alcoólicas no mercado, representa uma contribuição significativa para a história do Brasil. </div><div><br /></div><div>Assim como o desenvolvimento do sake no Japão há mais de 2000 anos e a criação da champanhe por Dom Perrignon e Dom Ruinard no século XVIII, a introdução do Cauim tem o potencial de transformar a imagem do Brasil no cenário etílico mundial. </div><div><br /></div><div>Essas inovações históricas demonstram como o surgimento de uma nova bebida pode ter um impacto duradouro na cultura, na economia e na imagem de um país. Ao reconhecer a importância do Cauim como uma bebida ancestral e autenticamente brasileira, estamos fortalecendo nossa identidade cultural e ampliando as fronteiras da apreciação e reconhecimento internacional. </div><div><br /></div><div>Portanto, este manual se torna um documento de extrema importância histórica, assim como o sake no Japão e a champanhe na região de Champagne, França, alteraram para sempre a forma como o mundo enxerga essas culturas.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><b>Referências</b></div><div><br /></div><div>Achrol, R.S., Reve, T. and Stern, L.W. (1983), "The Environment of Marketing Channel Dyads: A Framework for Comparative Analysis," Journal of Marketing, Vol. 47 (Fall) 55-67.</div><div><br /></div><div>Arndt, J. (1976), "Reflections on Research in Consumer Behavior," in B.B. Anderson (ed.), Advances in Consumer Research III, Chicago, Association for Consumer Research, 213-221.</div><div><br /></div><div>Asch, S.E. 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(1983), "Child Care Practices in Japan and in the U.S.," Young Children, Vol. 38 (May) 13-24.</div><div><br /></div><div>SSRC (1954), "Acculturation: An Exploratory Formulation," American Anthropologist, Vol. 56, 973-1002.</div><div><br /></div><div>USA Today (1988), "Futjitsu Vice President Bridges Cultural Gap," USA Today, July 15, 2B.</div><div><br /></div><div>Veblen, T. (1989), The Theory of the Leisure Class, New York, Random House.</div><div><br /></div><div>Wallendorf, M. and Arnould, E.J. (1988), "`My Favorite Things': A Cross-Cultural Inquiry into Object Attachment, Possessiveness, and Social Linkage," Journal of Consumer Research, Vol. 4, No. 4 (March) 531-547.</div><div><br /></div><div>Yankelovich, Skelly and White, Inc. (1981), Spanish USA, Report prepared for the SIN National Spanish Television Network.</div><div><br /></div><div>Zaltman, G. LeMasters, K. and Heffring, M. 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(1983), Consumer Behavior, John Wiley and Sons (2nd ed.).</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div></div></div></div>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-57704806663764174052022-11-02T09:43:00.019-07:002022-11-18T15:06:59.234-08:00Monumento às Bandeiras como inspiraçào Tupi Pop de Luiz Pagano<div style="text-align: left;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvIHQFgwVZ0Gug2qTyFqEwPPdbgV6hxkW0deQyBiIPbMNrEEus1WZdUsYX8G53pFdgcodxhuL4GYYy5ZSyQFezoNgwC1BNP8IugjOV_7H1AmRhx7sIzuXVqonIagZp1RIBrC5AUN32SQBsURrXPOpUvvjEgAqpJvA5QQ1oZwbPKmtzD-_ipaAMj_wp7A/s5315/Guiadores%20a%20Cavalo.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3986" data-original-width="5315" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvIHQFgwVZ0Gug2qTyFqEwPPdbgV6hxkW0deQyBiIPbMNrEEus1WZdUsYX8G53pFdgcodxhuL4GYYy5ZSyQFezoNgwC1BNP8IugjOV_7H1AmRhx7sIzuXVqonIagZp1RIBrC5AUN32SQBsURrXPOpUvvjEgAqpJvA5QQ1oZwbPKmtzD-_ipaAMj_wp7A/w640-h480/Guiadores%20a%20Cavalo.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Figura n.º1 Paes Leme e n.º14 Antonio Pires, os gênios montados nos cavalos Baloubet (cavalo pardo) e Rouet (Branco), que criam a entrada da bandeira</span></td></tr></tbody></table><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Quando pequeno, no final dos anos 1960 começo dos anos 70, ia com minha família ao Parque do Ibirapuera, nosso carro circundava a ilha com aquelas 32 figuras entre entre homens mulheres e crianças e mais dois cavalos, de Brecheret, e eu não tirava os olhos.</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb9SVdUmTnad6JUtw8uoXV1W0O7zVo4kJjbcs4vFp8xHMV4cPx_XcBFoR2I1WadtXAsJCeuMAPxRDh4w58lJdk_e3zRX16pq57-C580hLNiqRpuWVxi0GlaNskzXLIftzwEBTCwfXE40OcVeqxpa8B17JZNtfTOy7DZjuod3eBRS67ZWUpD3XzBTPS8Q/s1700/O%20nome%20dda%20cada%20personagem%20do%20Monumento%20a%CC%80s%20Banderias.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="1700" data-original-width="1700" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb9SVdUmTnad6JUtw8uoXV1W0O7zVo4kJjbcs4vFp8xHMV4cPx_XcBFoR2I1WadtXAsJCeuMAPxRDh4w58lJdk_e3zRX16pq57-C580hLNiqRpuWVxi0GlaNskzXLIftzwEBTCwfXE40OcVeqxpa8B17JZNtfTOy7DZjuod3eBRS67ZWUpD3XzBTPS8Q/w640-h640/O%20nome%20dda%20cada%20personagem%20do%20Monumento%20a%CC%80s%20Banderias.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Nomes de todos no Monumento das Banderias - 1- Paes Leme, 2-Dom Henrique, 3-João Ramalho, 4- Marques de Sade, 5- Anahngera, 6- Lucas Nogueira Garcez, 7-Ricardo Coração dos Outros, 8-Paraguaçu, 9- Apolônia, 10- Caramuru, 11- Policarpo, 12- Gabriel, 13-Tibiriçá, 14- Antonio Pires, 15- Zumbi, 16- Correia, 17- Peró, 18- Bengela, 19- Calava, 20-Tiakau Cauinero, 21-Sumié, 22-Theodoro Baja, 23- Vasco Caído, 24- Borba, 25- Materula Moçambique, 26- Luiz, 27- Monjolo, 28- Aruka Juma, 29- Brecheret, 30- Calava e os cavalos 31- Baloubet (cavalo pardo) e 32- Rouet (Branco)</span></td></tr></tbody></table><br /><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Devo ter perguntado o nome de cada um deles, não me lembro, mas certamente a dúvida existe até os dias de hoje.</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">-Quem eram eles?</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">-O que Faziam??</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOxGkcL5PeFdf7TdKD8fBpz84x9wtanRZskUXae6ZLGbsaCS620gH6SeupRcebWoucsnhOnzzt0juqqOEyiAs_BhVbirmWeY2SrttPLMoPljRCtUYjIQypuYLIhttZTrkOrAmAQjgZr_Gyr0BjBIIwfk5V3I4TYmOZGubswg5eaapcUixpRzZpCPeK5w/s1600/Materula%20Moc%CC%A7ambique.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1229" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOxGkcL5PeFdf7TdKD8fBpz84x9wtanRZskUXae6ZLGbsaCS620gH6SeupRcebWoucsnhOnzzt0juqqOEyiAs_BhVbirmWeY2SrttPLMoPljRCtUYjIQypuYLIhttZTrkOrAmAQjgZr_Gyr0BjBIIwfk5V3I4TYmOZGubswg5eaapcUixpRzZpCPeK5w/w492-h640/Materula%20Moc%CC%A7ambique.jpg" width="492" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Figura <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º </span>25 Materula "Moçambique"</span></td></tr></tbody></table><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">A resposta para essas perguntas, ifelizmente foi para o túmulo, junto com Brecheret (se é que todos eles tinham nomes e atribuições definidas), más com um pouco de imaginação e uma boa olhada no Memorial Descritivo do projeto para o Monumento às Bandeiras publicado no Jornal Correio Paulistano no dia 28 de julho de 1920, podemos recriar suas vidas em detalhes.</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Hy03Zbrixh0/USTThXocQcI/AAAAAAAAF1E/SxOBJv0d-eA/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="492" src="http://4.bp.blogspot.com/-Hy03Zbrixh0/USTThXocQcI/AAAAAAAAF1E/SxOBJv0d-eA/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+1.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Monumento às Bandeiras - No primeiro bloco vem os cavaleiros, no segundo as etnias brasileiras - as estátuas de <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º 4, é</span> Marquês de Sade (parece que está ereto) </span></td></tr></tbody></table><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">“O grupo monumental que é a coluna dorsal do monumento, foi movido de maneira a sugerir uma ‘entrada’. A grande massa processional, guiada pelos ‘Gênios’ – os Paes Lemes, os Antonio Pires, os Borba Gatos – avança para o sertão desconhecido. Os Guiadores, a cavalo – símbolo da força e do comando -, são seres titânicos, dignas expressões viris dos sertanistas de São Paulo.</span></div><div class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://2.bp.blogspot.com/-mJCqB-W5xpI/USQDHN8TMoI/AAAAAAAAFzM/SZrQzvh7dhM/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="538" src="http://2.bp.blogspot.com/-mJCqB-W5xpI/USQDHN8TMoI/AAAAAAAAFzM/SZrQzvh7dhM/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+2.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Monumento às Bandeiras - Nesta seqüência "o indio que puxa", figura <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º </span>12 e o Gabriel ( em homenágem a Gabriel o Pensador com a musica Caximbo da Paz) e o n.º 7 é o Ricardo (Ricardo Coraç˜ao dos POutros, amigo de Policarpo que também leva uma onça)</span></td></tr></tbody></table></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">No centro, uma Vitória espalma as asas que cobrem piedosamente os ‘Sacrificados’, isto é, aqueles sertanistas que tombaram nas ciladas da selva. (..) Saindo da terra pisada pelos bandeirantes, serpeiam em grupos laterais as ‘Insidias’. São de um lado, as ‘Insidias da Ilusão’, mulheres enigmáticas e serpentes, belas como tudo que promete a mente, a simbolizar as Esmeraldas de Paes leme, as Minas de Prata de Roberto Dias, o mundo lendário das Amazonas de Orellana. (...) Do outro lado, as ‘Insidias do Sertão’ exprimem as Lesirias e as Febres, as Emboscadas e as Feras, a Fome e a Morte. </span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBQs3-NNwleKWmMs3Zfpf_PabZXsPh2-bBYUU-_toZ53bG0PxX65MF7lVMEsI3bk1YOFaugB5aQMsEYHUfjoBEKIndd-mB9I0uoSZzDTYAftiOYaoNJzvUOkq23Rk9b9yKgU1w40Bd7Pybkkqh89LIxzIjikdGyW5sbSO-_y8fpcQO6mdLexYjyjZdVw/s1538/Policarpo%20Caramuru%20Paraguac%CC%A7u.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1410" data-original-width="1538" height="586" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBQs3-NNwleKWmMs3Zfpf_PabZXsPh2-bBYUU-_toZ53bG0PxX65MF7lVMEsI3bk1YOFaugB5aQMsEYHUfjoBEKIndd-mB9I0uoSZzDTYAftiOYaoNJzvUOkq23Rk9b9yKgU1w40Bd7Pybkkqh89LIxzIjikdGyW5sbSO-_y8fpcQO6mdLexYjyjZdVw/w640-h586/Policarpo%20Caramuru%20Paraguac%CC%A7u.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face="Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif" style="background-color: white; color: #333333; font-size: x-small;">Figuras de </span><span face="Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: x-small; text-align: left;">n.º 10 Caramuru, 8 Paraguaçu e 9 - Apolônia (filha do casal) e com a caça do Jagauré, o </span><span face="Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif" style="background-color: white; color: #333333; font-size: x-small;">n.º 11 Policarpo, ( em homenágem a Policarpo Quaresma, ele me parece o autentico brasileiro, não dá para se dizer se é indígena, português ou preto - trata-se da mistura de todos nós)</span></td></tr></tbody></table><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Na parte posterior, a Ânfora que conterá a água do Rio Tietê, sagrado pela gloria das ‘monçoes’. Sugeriu-nos essa idéia a conferencia do Sr. Affonso de Taunay”.</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3ChhTj8JnNxzYMJClx9xUf1NT99bwLxukuQXb1FxRjeQ3R44QqUDEnJSlOhGtQoAOOZjTWzFMLAkt1tLylsPM-4L4DoaE0rwF1FOL-ArI2usaXYxlpphzrm0Z-kTKvMpMCysTukiOGmG1AWZnVN6lv-hBwY3t-rWTUnA2t1c4p_RP-m4LolpQM5g48w/s5315/Tibiric%CC%A7a%CC%81%2013%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5315" data-original-width="3986" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3ChhTj8JnNxzYMJClx9xUf1NT99bwLxukuQXb1FxRjeQ3R44QqUDEnJSlOhGtQoAOOZjTWzFMLAkt1tLylsPM-4L4DoaE0rwF1FOL-ArI2usaXYxlpphzrm0Z-kTKvMpMCysTukiOGmG1AWZnVN6lv-hBwY3t-rWTUnA2t1c4p_RP-m4LolpQM5g48w/w480-h640/Tibiric%CC%A7a%CC%81%2013%201.jpg" width="480" /></a></div><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Desses o grande morubixaba do Triangulo Histórico do Inhampuambuçu, Tibiriçá (do Tupi antigo - olhos nas nádegas) que possivelmente tinha olhos pintados nas costas, ou mesmo nas nádegas, pois era conhecido por nunca ser pego de surpresa ou enganado, conduziu a tropa pelos Peabirus de São Paulo de Piratininga.</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://2.bp.blogspot.com/-5H4DQfVl038/USQD8EKZmkI/AAAAAAAAFzU/Kk3dVel2Gmk/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+3.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="610" src="http://2.bp.blogspot.com/-5H4DQfVl038/USQD8EKZmkI/AAAAAAAAFzU/Kk3dVel2Gmk/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+3.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">A figura de numero 13 é o unico que puxa a embarcação - Uma lenda popular diz que o monumento do 'Deixa que eu empurro' ou 'empurra-empurra' nunca sai do lugar posto que as cordas estão frouxas, logo ninguém está fazendo força.</span></td></tr></tbody></table></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Reparem que neste memorial escrito pelo próprio escultor ele menciona ‘Vitorias Aladas’, e também acho que alguém deveria carregar a ânfora, estas não estão presentes no nosso atual monumento.</span></div><div class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Bz1ZVVM5Y3I/USTSCBvCPFI/AAAAAAAAF0o/WMZNVg29j80/s1600/Brecheret+Bandeiras+Escondidos.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="480" src="http://2.bp.blogspot.com/-Bz1ZVVM5Y3I/USTSCBvCPFI/AAAAAAAAF0o/WMZNVg29j80/s640/Brecheret+Bandeiras+Escondidos.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">As figuras escondidas de numero 29 e 30 ( a de numero 29 é o auto-retrato de Victor Brecheret) a<span style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;"> </span>figura <span style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º 3</span> é o João Ramalho</span></td></tr></tbody></table><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Considerada a maior escultura equestre do mundo com seus 50 m de comprimento, 16 m de largura e 10 m de altura, teve seu projeto inicial em 1920, encomendada para a celebração do bicentenário da independência, em 1922.</span></div><div class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://4.bp.blogspot.com/-tSrnLEkR2Pc/USQFpnNOITI/AAAAAAAAFzg/Dg9JwmqPLbQ/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="374" src="http://4.bp.blogspot.com/-tSrnLEkR2Pc/USQFpnNOITI/AAAAAAAAFzg/Dg9JwmqPLbQ/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+4.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="text-align: -webkit-auto;"><span style="font-size: x-small;">A grande massa processional , guiada pelos ‘Gênios’ – os Paes Lemes, <br />os Antonio Pires, os Borba Gatos – avança para o sertão desconhecido.</span></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">O então Presidente do Estado, cargo que equivale hoje ao de governador, manifestou o desejo de realizar um monumento aos bandeirantes. A comissão encarregada de executar o monumento, a ser custeado pela administração pública, foi composta por Monteiro Lobato, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, que escolheram o projeto de Brecheret.</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMZEqUTupVKVrP5jwq5NmYIPnRSsPpdutoc1R6ZKZwjGu9rSae6S7wMmLCQ2PSNrUdPY-yeRV1DtRFuX6uP5AdX1IF3Ct9gOQKuJIIBj512GvOQr2TI_STx3at9s2nBlncvlOirdAgdEwbynTeGnoCoRAEkRobcxCegTxAo99VliY4nfm5f_fmGDR3aw/s3780/pt.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="2835" data-original-width="3780" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMZEqUTupVKVrP5jwq5NmYIPnRSsPpdutoc1R6ZKZwjGu9rSae6S7wMmLCQ2PSNrUdPY-yeRV1DtRFuX6uP5AdX1IF3Ct9gOQKuJIIBj512GvOQr2TI_STx3at9s2nBlncvlOirdAgdEwbynTeGnoCoRAEkRobcxCegTxAo99VliY4nfm5f_fmGDR3aw/w640-h480/pt.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Tal como a NASA é hoje a principal agência para a exploração do cosmos, da Escola de <br />Sagres do Infante de Dom Henrique (figura <span style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º 2) </span>criou e empreendeu as viagens de exploração mundial de 1500</span></td></tr></tbody></table><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Ainda em julho de 1920, o projeto foi apresentado publicamente na Casa Byington, e agradou muito a Washington Luís.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">A colônia portuguesa, nesse meio tempo, queria oferecer um monumento à cidade, também com o tema de bandeirantes, eles apresentaram uma proposta do escultor português Teixeira Lopes.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Menotti Del Picchia detestou a idéia de ter essa obra feita por estrangeiros “...o monumento brasileiro deve ser integralmente brasileiro”, repudiava a idéia de “a alma e a técnica estranhas se fixarem no bronze que imortalizaria as glórias de nossa raça”. Em função do conflito o Presidente do Estado decidiu adiar o projeto e a maquete de Brecheret foi parar na Pinacoteca do Estado.</span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://4.bp.blogspot.com/-H9kzyxZXLPA/USP8_GGIl4I/AAAAAAAAFxc/oYM2QAtoxWc/s1600/maquete+do+monumento+as+bandeiras.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-H9kzyxZXLPA/USP8_GGIl4I/AAAAAAAAFxc/oYM2QAtoxWc/s1600/maquete+do+monumento+as+bandeiras.jpg" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Maquete original do Monumento às Bandeiras de Brecheret com 37 figuras (1920), inclusive as 'Vitorias aladas' - Muita alteração foi feita até sua inauguração em 1953 com apenas 32 figuras.</span></td></tr></tbody></table><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">A retomada da escultura só ocorreu próximo às comemorações do IV Centenário da Cidade. Primeiramente, Brecheret fez a obra na escala de 1x1 m, aumentando-a depois para o tamanho atual. Foi feita uma primeira escultura em gesso em tamanho natural, a partir da qual todas as figuras foram novamente esculpidas, desta vez em pedra Mauá – as pedras eram trazidas da cidade paulista de mesmo nome – por artesãos denominados “canteiros”, que copiavam fielmente o modelo em gesso feito por Brecheret.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">O monumento foi feito em três partes: os batedores a cavalo à frente do grupo, o grupo humano ao centro e a barca ao final.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">O projeto inicial teve diversas alterações e em1949, Brecheret resolveu alterar a base do monumento. Em vez de escadarias, optou por uma base mais simples, com as laterais em plano inclinado, quase vertical. Em 1951, a Oficina Incerpi começou a montar os blocos de granito, já esculpidos, no Ibirapuera, como num grande quebra-cabeças, sendo que o efeito final deveria dar a impressão de um único bloco de rocha, como previa Brecheret. O concreto foi usado no enchimento da canoa, para dar mais rigidez ao conjunto.</span></div><div class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://3.bp.blogspot.com/-llvisSt--xc/USQGCYy0MOI/AAAAAAAAFz4/GMxxYtLQPCQ/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+5.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="628" src="http://3.bp.blogspot.com/-llvisSt--xc/USQGCYy0MOI/AAAAAAAAFz4/GMxxYtLQPCQ/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+5.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="text-align: -webkit-auto;"><span style="font-size: x-small;">o ‘Sacrificado’ figura de numero 23, é o sertanista que tombou nas ciladas da selva.</span></span></td></tr></tbody></table></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">O único personagem histórico identificado (por ele mesmo) é o próprio Victor Brecheret. A quarta figura à direita do monumento, no bloco imediatamente seguinte ao dos cavaleiros, traz a seguinte inscrição no seu ombro direito: “Auto-retrato do escultor Victor Brecheret 02-10-1937”.</span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><br /></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc4TdJ0XW7E2VoJra1ezGHv2l1IHyc7WqaW8KGhjBpegUE4df1pom1J-9WlhqP-F4ZzCr3yiCWGxU332oHFuVgDZpSFogWzPusk45RZqXM-SYc0kfQww0I5XQYH_sn1o-yPc9ttIkd0_mVD2tYMnJQ03QncBpSNnosz4Q9VqxlpXd5-jqys2Wx2V6q4w/s1552/20%20Tiakau%20Cauineiro.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: xx-small;"><img border="0" data-original-height="1356" data-original-width="1552" height="560" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc4TdJ0XW7E2VoJra1ezGHv2l1IHyc7WqaW8KGhjBpegUE4df1pom1J-9WlhqP-F4ZzCr3yiCWGxU332oHFuVgDZpSFogWzPusk45RZqXM-SYc0kfQww0I5XQYH_sn1o-yPc9ttIkd0_mVD2tYMnJQ03QncBpSNnosz4Q9VqxlpXd5-jqys2Wx2V6q4w/w640-h560/20%20Tiakau%20Cauineiro.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial;">Figura </span><span style="background-color: white; color: #4d5156; font-family: Arial; text-align: left;">n.º</span><span style="font-family: Arial;"> 20 - Tiakau Cauineiro</span></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;">Previsto para ser inaugurado em 25 de janeiro de 1954, foi entregue um ano antes. Brecheret estava doente e pediu ao governador Lucas Nogueira Garcez, apressasse a entrega para o dia 25 de janeiro de 1953.</span></div><div class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://2.bp.blogspot.com/-9_YiTtWjQBo/USP_ZrS1X5I/AAAAAAAAFyI/y7qkGvfDLUw/s1600/brecheret+carregador+escondido.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="480" src="http://2.bp.blogspot.com/-9_YiTtWjQBo/USP_ZrS1X5I/AAAAAAAAFyI/y7qkGvfDLUw/s640/brecheret+carregador+escondido.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial;"><span style="font-size: xx-small;">Temendo que as outras 7 figuras estivessem escondidas, procuramos muito e só achamos um escondido (Figura <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º</span> 22) rapaz que carrega o desmaiado, que resolvi chmara de Theodoro Braga, em homenagem ao pintor que fez o quadro de anhanguera Figura <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º 5</span><span><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial;">.</span><!--EndFragment--> </span> </span><span style="font-size: x-small;"> </span></span></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Símbolo da cidade de São Paulo, a obra-prima de Brecheret é praticamente uma síntese de sua trajetória artística. Demorou 33 anos para ser construída e revelou influência de seus estudos anatômicos, que valorizam o corpo humano, no estilo art decó combinado com o luxo do estilo marajoara-indígena.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">As “bandeiras”, tiveram grande importância para a colonização do Estado de São Paulo e do interior do Brasil nos séculos XVI, XVII e XVIII.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Cada uma das figuras tem cerca de 5 m de altura e retrata mistura étnica brasileira, com a presença de bandeirantes brancos, índios e negros escravos, e mamelucos.</span></div><div class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://3.bp.blogspot.com/-oLSgtgiWLY4/USQGlcUyf6I/AAAAAAAAF0A/eEg4T0xPcdA/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+6.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="640" src="http://3.bp.blogspot.com/-oLSgtgiWLY4/USQGlcUyf6I/AAAAAAAAF0A/eEg4T0xPcdA/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+6.jpg" width="584" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Se a Figura <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º</span> 13 é o único que puxa, o primeiro, o qual chamei de Tibiriçá, pois foi com ele que a amizade de indigenas e protugueses começou, a <span style="font-family: Arial;">Figura </span><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º </span> 28 é o ultimo índigena, Aruka Juma, o último homem do povo Juma, um povo que sofreu inúmeros massacres ao longo de sua história, é o único que empurra ( uma refêrencia ao empenho deste bravo homem em preservar a última palavra de seu idioma).</span></td></tr></tbody></table><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Os cavaleiros da escultura estão direcionados para o Pico do Jaraguá, rumo ao interior do Estado dos bandeirantes, sempre à procura de pedras preciosas, mais precisamente esmeraldas. Abaixo deles, na base de pedra da obra há um mapa, em que são mostrados os caminhos dos bandeirantes por todo o Brasil. Ele foi elaborado pelo historiador Afonso d’Escragnolle Taunay (1876-1958), autor de História geral das bandeiras paulistas (1924/50), grandioso levantamento de fatos que auxiliam na compreensão da história do Estado de São Paulo.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Nas laterais do monumento, há inscrições enaltecendo a obra. O poeta, ensaísta e crítico literário Guilherme de Almeida (1890-1969), chamado de “príncipe dos poetas brasileiros”, declarou: “Brandiram achas e empurraram quilhas, vergando a vertical de Tordesilhas”.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Armas antigas semelhantes a um machão (“achas”) é vista na mão de uma das figuras. Empurraram quilhas de embarcações para alcançar pontos cada vez mais longínquos, ultrapassando a barreira imposta pelo Tratado de Tordesilhas firmado entre Portugal e Espanha em 1494, que delimitava a posse das terras na América após a primeira viagem de Colombo.</span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://2.bp.blogspot.com/-k3fQlibve38/USP-pnV5PdI/AAAAAAAAFxw/VDHH-YzjUtM/s1600/Monumento+centro+por+cima.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="480" src="http://2.bp.blogspot.com/-k3fQlibve38/USP-pnV5PdI/AAAAAAAAFxw/VDHH-YzjUtM/s640/Monumento+centro+por+cima.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Aqui vemos as cabeças de Figura <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; text-align: left;">n.º</span> 6 Lucas (ache ele parecido com o governador Lucas Nogueira Garcez), uma curiosidade é que foi adicionado concreto para unir as estatuas feitas de pedra 'Maua'</span></td></tr></tbody></table><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Os bandeirantes, se embrenharam pela mata e chegaram a locais antes não pisados pelo homem branco, fundando cidades e ampliando as fronteiras brasileiras.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">Posteriores negociações entre os rei luso D. João III e os monarcas espanhóis Fernando e Isabel deslocaram a linha inicial e asseguraram a expansão do Brasil para alem da demarcação.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">A outra inscrição na lateral do monumento (“Glória aos heróis que trocaram o nosso destino na geografia do mundo livre./ Sem eles, o Brasil não seria grande como é”) é do historiador, ensaísta e poeta brasileiro Cassiano Ricardo (1895-1974). Modernista, filiado ao Movimento Verde-Amarelo, que, por volta de 1926, defendia um nacionalismo fechado às influências das vanguardas européias.</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">A frase exalta o papel dos bandeirantes na história do Estado e demonstra bem o espírito conservador do grupo, que contava com a participação de Menotti del Picchia, Cândido Mota Filho e Plínio Salgado, defendendo um ideário político de extrema direita, dando origem ao Grupo Anta e, posteriormente, no integralismo, vertente do nazifascismo no Brasil.</span></div><p><br /></p>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-6869322088138413122021-10-31T13:33:00.003-07:002022-11-12T13:43:33.431-08:00Dia do Saci hoje 31 de outubro<p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-9A_mf3SqKAs/YX710lcTw1I/AAAAAAAAPj4/O8nHRrDSORoEvU8UXzpyt_ii2BeOiJPywCLcBGAsYHQ/s2048/saci2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-9A_mf3SqKAs/YX710lcTw1I/AAAAAAAAPj4/O8nHRrDSORoEvU8UXzpyt_ii2BeOiJPywCLcBGAsYHQ/w640-h640/saci2.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Ererobîa-pe Saci Pererê?* “Saci não existe” - não acredite nos Sacis, eles mentem muito - rsrsrsrsrsrsrs *Acreditas em Saci Pererê? - em Tupi Antigo </span></td></tr></tbody></table><p></p><p>Hoje, 31 de outubro é dia do Saci-Pererê, a manifestação máxima da síntese cultural brasileira. Mistrura básica das três culturas essenciais, formadoras do nosso DNA. </p><p>Segundo o estudioso Eduardo Navarro, o nome vem do Tupi Antigo, PEREREK, vervbo para se andar aos pulos - a îuí perereka é o nome de uma rãzoinha, que mais tarde se incorporou à lingua protuguesa como perereca. a seguir a conhugação do verbo:</p><p></p><ul><li>Ixé apererek - eu vou aos pulos;</li><li>Ende erepererek - tu vai aos pulos;</li><li>a'e opererek - ele / ela vai aos pulos;</li><li>Inadé îapererek (nós inclusivo) vamos aos pulos;</li><li>oré orópererek (nós exclusivo) vamos aos opulos;</li><li>pe˜e pepererek - vocês vão aos pulos;</li><li>a'e opererek - ele / nós vamos aos pulos;</li></ul><p></p><p>Além das influências indígenas tardias (não pertencente ao panteão ancestrral nativo brasileir), teve também influência de contos antigos dos escravos africanos. </p><p>Existem algumas diferenças entre a lenda existente nos países vizinhos e a versão que se popularizou no Brasil. Lá fora, o yacy não é negro e, diferentemente do saci brasileiro, que é careca, o yacy possui cabelos loiros e não usa gorro vermelho. Além disso, possuía uma varinha mágica de ouro e utilizava um chapéu de palha.</p><p>Na lenda paraguaia, o yacy atraía crianças, aos montes, por meio de seu assovio, a fim de brincar com elas para, em seguida, fazer-lhes uma maldade, deixando-as surdas, por exemplo. Na Argentina, yacy era conhecido por raptar moças solteiras e engravidá-las. As diferenças existentes entre a lenda brasileira e a estrangeira são as diferentes influências culturais sob a história.</p><p>A história do saci ficou nacionalmente famosa por meio de Monteiro Lobato, um famoso escritor brasileiro do século XX e conhecido por ser o criador do Sítio do pica-pau-amarelo. Em 1917, Lobato fez um inquérito, no jornal O Estado de São Paulo, sobre o saci. A ideia era colher as respostas dos leitores acerca das versões da lenda.a lenda diz ainda que quando o mito migrou para o norte, o personagem recebeu fortes influências africanas dos escravos que foram trazidos para o Brasil, que contavam histórias do Saci para divertir e assustar as crianças. Nesses contos, o Saci passou a ser descrito como um jovem negro com apenas uma perna, porque, de acordo com o mito, ele perdeu a outra em uma luta de capoeira.</p><p>Monteiro Lobato recebeu dezenas de respostas e utilizou-as para compilar um livro sobre esse personagem do folclore brasileiro — o primeiro na história do Brasil. Esse livro chamava-se Sacy-pererê: resultado de um inquérito e foi publicado em 1918, com dois mil exemplares. Anos depois, em 1921, Monteiro Lobato publicou O saci, voltado para o público infantil.</p><p>Vladimir Sacchetta, além de ser um dos autores de "Furacão na Botocúndia", biografia a seis mãos de Monteiro Lobato lançada em 1998, também organizou a enciclopédia Nosso Século, obra de referência inevitável para a memória do século 20.</p><p>"O Dia do Saci foi criado com o propósito de espezinhar, com humor (quem cria uma "Sociedade dos Observadores de Saci" só pode ser bem humorado ou humorista), a absorção da efeméride gringa do Dia das Bruxas, gringa como todas as efemérides. Feito para marcar resistência, vocês vão importar a abóbora e o "travessuras ou gostosuras", mas vão ter que aguentar o duende caipira de uma perna só, cachimbo de barro, mão furada e gorro vermelho.</p><p>A discussão do que é mais antigo, legítimo ou brasileiro, quando sai do bairrismo nacionalista para uma pesquisa em campo aberto, encontra mais perguntas que respostas.</p><p>Vale lembrar que o nacionalismo também é um mito, que a arara e o tatu não fazem a menor ideia do que é Brasil, bem como os tupinambás não sabiam e nem o marinheiro português que trocou com um indígena seu capuz vermelho por um cocar.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGQfqWo-e9Tj1T4BLCTM45ZgZluewaxZoDXcb6sEsBuPkfQc81PXXnJXHyaPIHXm48wZhYhbirol2nIekwpFz3KDnX4SImFRWU6nGzcvjYOmy3dGRsNiALmJZJd-DM845bLl2HrctONS0qKJpYDZ3sEKvD8maozEimv4EdRFstjlDgyYHhHZMLlYjypw/s1440/Luiz%20Pagano%20no%20estu%CC%81dio%20de%20toy%20art.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGQfqWo-e9Tj1T4BLCTM45ZgZluewaxZoDXcb6sEsBuPkfQc81PXXnJXHyaPIHXm48wZhYhbirol2nIekwpFz3KDnX4SImFRWU6nGzcvjYOmy3dGRsNiALmJZJd-DM845bLl2HrctONS0qKJpYDZ3sEKvD8maozEimv4EdRFstjlDgyYHhHZMLlYjypw/w640-h640/Luiz%20Pagano%20no%20estu%CC%81dio%20de%20toy%20art.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Os toy arts indigieas, Tupi Pop e de lendas brasileiras, são feitos por Luiz Pagano e por membros de sua equipe, em seu estúdio - como acontece com as pituras indígenas no mundo real, cada toy é único e tem pinturas individuais, respeitando integralmente os critériuos das pinturas reais de cada etnia. </span></td></tr></tbody></table><p>Saci é também um dos nomes do passarinho da família dos cucos conhecido como Sem Fim pro causa de seu canto triste e repetitivo, além de martim-pererê, martimpererê, matinta-pereira, matintaperera, matitaperê, peixe-frito, peito-ferido, peitica, piriguá, roceiro-planta, seco-fico, sem-fim, sede-sede, tempo-quente, crispim, fenfém, saitica e piririguá. E aí podemos ver como "pererê" transita com facilidade entre pereiras e piriguás.</p><p>O Saci é fumante, e acho que não respeitaria as leis que criaram os fumódromos.</p><p>As mãos furadas, usadas pelo Saci para brincar com a brasa do cachimbo, podem ter sido inspiradas nas chagas de Cristo, os “estigmas”, que dizem ter sido recebidas por vários santos, a começar por São Francisco de Assis. Apropriação por paródia ou inversão como se dá em várias feitiçarias. É difícil pensar em outra referência mais famosa, numa terra tão exposta às imagens cristãs.</p><p>O Saci é um demoninho, e participa das simpatias populares de "amarrar o capeta" com uma cordinha até que o desejo seja realizado. </p><p>Nada na cultura é sem história, sem origem bastarda ou inconveniente, e imutável. O estranho na verdade é a permanência; como certas entidades adquirem forma estável. E a gente briga por elas, como se fossem perder sua pureza original no contato com o que vem de fora. Mas o que é estritamente fora ou dentro na cultura?"</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Fy6nRLyLByQ/YX78sefIKVI/AAAAAAAAPkA/D6gso6yNNx8vC_XW7cqeRlpuYRjFZ2HZQCLcBGAsYHQ/s2048/saci1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-Fy6nRLyLByQ/YX78sefIKVI/AAAAAAAAPkA/D6gso6yNNx8vC_XW7cqeRlpuYRjFZ2HZQCLcBGAsYHQ/w640-h640/saci1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Saci e Cuca se divertem, com Muiraquitãs ao fundo, por Luiz Pagano - Arte tupi-Pop. Desejamos ao povo brasileiro e todos os outros que amam nossa cultura, Tonhemooryb ase kó saci perere 'ara pupe* "um fleiz dia do Saci-Pererê" em Tupi Antigo, nossa língua original.</span></td></tr></tbody></table><br /><p>Aqui vemos o Saci e sua amiga, a cuca, se divertindo a custas das trapalhados dos humanos. Acredita-se que a Lenda da Cuca tenha origem no folclore galego-português baseada na criatura "Coca", que significa "crânio, cabeça". A "Coca" é um fantasma ou um dragão comedor de crianças desobedientes que fica à espreita nos telhados das casas, e as rapta depois de fazerem alguma malcriação.</p><p>Tendo a mistura do Portugês, Indígena e do povo Africano o Saci é o puro embaixador do Brasil que se forma da união dos povos que o completam.</p><p>Dessa forma, desejamos ao povo brasileiro e todos os outros que amam nossa cultura, Tonhemooryb ase kó saci perere 'ara pupe* "um fleiz dia do Saci-Pererê" em Tupi Antigo, nossa língua original.</p><p>*Que a gente se alegre neste dia do Saci Pererê - em Tupi Antigo</p><p>CÂMARA CASCUDO, Luís da. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global, 2012, p. 119.</p>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-74962530408287122272021-08-30T09:41:00.001-07:002021-08-30T09:41:11.910-07:00Cauim Feito em Casa DOBUROKU<p> <a href="https://1.bp.blogspot.com/-e99EEb41894/YRaZnuacrZI/AAAAAAAAPYk/McpftySBcu4rczcNSQKFO3ztP-6-Gg5MgCLcBGAsYHQ/s2048/CAPA%2Bneutro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1156" data-original-width="2048" height="362" src="https://1.bp.blogspot.com/-e99EEb41894/YRaZnuacrZI/AAAAAAAAPYk/McpftySBcu4rczcNSQKFO3ztP-6-Gg5MgCLcBGAsYHQ/w640-h362/CAPA%2Bneutro.jpg" width="640" /></a></p><div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Você que assistiu à série de vídeos no Youtube <a href="https://youtu.be/7oKPU5PvhaE" target="_blank">'Preparo do Cauim Feito em Casa - DOBUROKU'</a>, e suas sequencias <a href="https://youtu.be/tWHlrpPCKIE">Parte 2</a>, e quer saber mais detalhes sobre o processo, esse post traz algumas informações adicionais, tais como medidas e nomes em Tupi dos processos.</div><div><br /></div><div>Trata-se de um trabalho de resgate cultural brasileiro, realizado por Luiz Pagano com base em pesquisas e experimentos realizados em aldeias brasileiras e fabricas de Sake no Japão. O termo 'Doburoku' refere-se ao processo simplificado de produzir sake em casa com simples utensílios de cozinha. No entanto, esse tipo de saquê foi proibido no Japão na era Meiji (1868 e 1912), até os dias de hoje.</div><div><br /></div><div>Depois de mais de 500 anos, o Cauim, fermentação alcoólica da mandioca, a bebida mais antiga do Brasil, foi feito de novo em solos próximos à aldeia de Inhapuambuçu, do Morubixaba Tibiriçá, (+ou- onde hoje é o Pátio do Colégio e Mosteiro São Bento) com processos de produção descritos na ancestral língua brasileira, o Tupi Antigo.</div><div><br /></div><div>------</div><div>"A preparação de Cauym é um trabalho estritamente feminino, sem envolvimento dos homens. Pedaços finos de mandioca são fervidos até ficarem bem cozidos e se deixa esfriar. Então as mulheres e meninas se reúnem ao redor da panela, levam uma porção até a boca, mastigam bem, ensalivam e botam a porção em um segundo pote… nem o alemão, nem o flamengo, nem os soldados, nem o suíço; quer dizer, nenhum desses povos da França, que se dedicam tanto ao beber, vencerá os americanos nesta arte “ - Histoire d’un voyage faict en la terre du Brésil de Jean de Léry</div><div><br /></div><div>Depois de muito tempo, conseguimos, descobrimos que antes de conseguir a fermentação da mandioca, temos que transformar todo seu amido em açucares, essa dificuldade parecia ser uma equação difícil nas mãos de quem tentava fazer a bebida.</div><div><br /></div><div>Nas aldeias indígenas eles resolveram o problema usando amilase salivar - isso mesmo!! eles mastigam e cospem a mandioca num processo denominado 'Produção Ancestral'.</div><div><br /></div><div>Os Japoneses também usavam a amilase salivar para fazer o sake, é sabido que nossos nativos são, em grande parte, povos vindos da Ásia que cruzaram o estreito de Bering, quem sabe essa cultura veio junto?!</div><div><br /></div><div>De qualquer forma, no ano de 689 dC, período Yamato do Japão feudal, o castelo imperial de Nara adotou novas medidas para produção do sake, não se podia mais mastigar o arroz, pois um fungo, o Aspergillus orizae chamado de Koji, resolvia o problema da sacarificação do amido, e com isso, a bebida passou a ser preparada dessa forma para ser consumida por monges e guerreiros.</div><div><br /></div><div><table class="table table-hover" style="background-color: white; border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; color: #333333; font-family: Ubuntu, "Open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><caption style="background-color: #410000; box-sizing: border-box; color: #f0f0f0; font-size: 16px; padding-bottom: 8px; padding-left: 23px; padding-top: 8px; text-align: left;">AVISOS IMPORTANTES</caption><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;"><tr style="box-sizing: border-box;"><th style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; font-weight: lighter; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">1º <br /><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #202124; font-size: 16px; text-align: left;"><br /><br /></span>2º <br /> </th><th style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; font-weight: lighter; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><span style="font-size: medium;">Respeito aos nossos ancestrais</span><br /><br />O Cauim é o nome genérico dado à bebida fermentada de mandioca, que não deve ser confundido de forma nenhuma com a cauinágem, ritual ancestral da cultura material brasileira, pré colombiana, celebrado ainda hoje em varias aldeias, cuja dinâmica varia de etnia para etnia e merecem todo nosso amor, admiração e respeito. Jamais devemos reduzir esse ritual de tamanha importância e relevância a uma mera bebida de uso recreacional.<br /><br /><br /><span style="font-size: medium;">Respeito à bebida</span><br /><br />Ainda considerando o 1º ponto acima, dentro do meu propósito de resgate cultural da aldeia do Inhapuambuçu da vila de São Paulo de Piratininga, do Tupi Antigo e do Cauim, sugiro fortemente que leve em conta todo o aspecto religioso e cultural envolvido no preparo da bebida, usando nomes em Tupi Antigo para os processos e tendo o devido respeito pelas evocações da deusa Mani, tal como sugerido por diversos indígenas de diversas etnias, que me auxiliaram no desenvolvimento da bebida e desse DOBUROKU (processo resumido).<br /><br /></th></tr></tbody></table></div><div>Isso posto, vamos ao Cauim.</div><div><br /></div><div>------</div><div><br /></div><div>Depois de muitos estudos e experimentos, adaptei esse método japonês, tendo como resultado uma bebida festiva genuinamente brasileira, que celebra a união e harmonia de todo o povo brasileiro. </div><div><br /></div><div>Compartilho aqui esses conhecimentos em uma produção simplificada e caseira, conhecida no Japão como DOBUROKU, estimulando outros diletantes e profissionais do mercado de bebidas a desenvolverem seus próprios estilos, a fazerem suas próprias receitas, e com isso, em união que consigamos fazer que o Cauim seja reconhecido na lei (Dec. 6871 de 2009).</div><div><br /></div><div>O desenvolvimento do Cauim, me levou a conhecer, de forma científica e espiritual diversos rincões secretos do Brasil e do mundo. Numa dessas jornadas cheguei a membros do Espiritismo Brasileiro, que em transe me passaram a seguinte mensagem "Que o Nobre Néctar Tupi, o Cauim, a bebida que nos foi legada pelos antigos ancestrais do Brasil, aquela que somente pode ser sorvida pelos valorosos, chegue com o nobre propósito de unir sobre o adjetivo 'Brasileiros' o povo que ama, nasce e vive essa terra. Pedimos ainda ao plano espiritual que o Brasil, possuidor do título de Coração do Mundo e Pátria do Evangelho, sob a ordem do anjo Ismael, conforme descrito por Humberto de Campos (Irmão X) e ditado ao santo homem, Chico Xavier, que o Cauim nasça em meio a homens de diferentes procedências, más iguais na fraternidade e no amor como energia de união e celebração". </div><div><br /></div><div>Amem </div><div><br /></div><div><b>Então vamos ao Processo Japonês, desenvolvido por Pagano, em sua versão simplificado </b></div><div><br /></div><div>Para produzir aproximadamente 1 litro de Cauim, usamos: </div><div>- 500g de sagu, de qualquer marca;</div><div>- 85g de Koji do tipo Moromi Go, para Sake Ginjo;</div><div>- 5g de Levedura 'Premier Cuveé' da Red Star.</div><div><br /></div><div><b>Processo</b></div><div><b><br /></b></div><div><b><br /></b></div><div><b>0 - Fases</b></div><div><br /></div><div><table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MediumGrid31" style="background-color: white; border-collapse: collapse; border: none; color: black; font-family: -webkit-standard; font-size: 14.85px; margin-left: 6pt; margin-right: 6pt;"><tbody><tr><td style="background-color: silver; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Etapa N<sup>o</sup><o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: silver; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Processo<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: silver; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Nome em Tupi Antigo<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: silver; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">Descrição</span></div></td><td style="background-color: silver; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><span style="font-size: 14.6667px;">Horas/Dias</span></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">1<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-JA9moebCGiU/YSzzbqPGc6I/AAAAAAAAPdo/UDtKiW0RaMk51PNo1ty_k-N-ztOP6x2vgCLcBGAsYHQ/s538/001.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="506" data-original-width="538" height="94" src="https://1.bp.blogspot.com/-JA9moebCGiU/YSzzbqPGc6I/AAAAAAAAPdo/UDtKiW0RaMk51PNo1ty_k-N-ztOP6x2vgCLcBGAsYHQ/w100-h94/001.jpg" width="100" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Mbeîu apó<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">"fazer o beiju" preparo das pérolas de mandioca (sagú)<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">0:00'00<o:p></o:p></span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">2<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="MsoNormal"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-JA9moebCGiU/YSzzbqPGc6I/AAAAAAAAPdo/UDtKiW0RaMk51PNo1ty_k-N-ztOP6x2vgCLcBGAsYHQ/s538/001.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="506" data-original-width="538" height="94" src="https://1.bp.blogspot.com/-JA9moebCGiU/YSzzbqPGc6I/AAAAAAAAPdo/UDtKiW0RaMk51PNo1ty_k-N-ztOP6x2vgCLcBGAsYHQ/w100-h94/001.jpg" width="100" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Mbeîu moakyma<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">embeber o beiju, lavagem de 5 ~10 minutos<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">0:05'00<o:p></o:p></span></div></td></tr><tr style="height: 3.35pt;"><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; height: 3.35pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">3<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; height: 3.35pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="MsoNormal"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-JA9moebCGiU/YSzzbqPGc6I/AAAAAAAAPdo/UDtKiW0RaMk51PNo1ty_k-N-ztOP6x2vgCLcBGAsYHQ/s538/001.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="506" data-original-width="538" height="94" src="https://1.bp.blogspot.com/-JA9moebCGiU/YSzzbqPGc6I/AAAAAAAAPdo/UDtKiW0RaMk51PNo1ty_k-N-ztOP6x2vgCLcBGAsYHQ/w100-h94/001.jpg" width="100" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; height: 3.35pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">T-y-pûera mopupu ra–sara</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; height: 3.35pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">ferver a matéria prima, 1 dedo acima de água até o ponto certo</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; height: 3.35pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">0:11'00</span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">4<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="MsoNormal"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-JA9moebCGiU/YSzzbqPGc6I/AAAAAAAAPdo/UDtKiW0RaMk51PNo1ty_k-N-ztOP6x2vgCLcBGAsYHQ/s538/001.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="506" data-original-width="538" height="94" src="https://1.bp.blogspot.com/-JA9moebCGiU/YSzzbqPGc6I/AAAAAAAAPdo/UDtKiW0RaMk51PNo1ty_k-N-ztOP6x2vgCLcBGAsYHQ/w100-h94/001.jpg" width="100" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Mbeîu motimbora<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">cozimento no vapor<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">0:40'00</span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">5<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-uvEBMPGIYUQ/YSz2SxcdaKI/AAAAAAAAPdw/QsbnHh3lYJEVoQl33BK2VoTa7e-FL_IHACLcBGAsYHQ/s532/002.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="506" data-original-width="532" height="97" src="https://1.bp.blogspot.com/-uvEBMPGIYUQ/YSz2SxcdaKI/AAAAAAAAPdw/QsbnHh3lYJEVoQl33BK2VoTa7e-FL_IHACLcBGAsYHQ/w102-h97/002.jpg" width="102" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Sabẽ apó<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">preparo dos esporos (koji ou 's<o:p></o:p></span><span style="font-size: 14.85px;">abẽ' </span><span style="font-size: 14.85px;">em Tupi Antigo)</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">0:00'00</span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">6<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="MsoNormal"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-uvEBMPGIYUQ/YSz2SxcdaKI/AAAAAAAAPdw/QsbnHh3lYJEVoQl33BK2VoTa7e-FL_IHACLcBGAsYHQ/s532/002.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="506" data-original-width="532" height="97" src="https://1.bp.blogspot.com/-uvEBMPGIYUQ/YSz2SxcdaKI/AAAAAAAAPdw/QsbnHh3lYJEVoQl33BK2VoTa7e-FL_IHACLcBGAsYHQ/w102-h97/002.jpg" width="102" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Sabẽ nonga<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">colocação dos esporos - usa-se um Sabẽ M'baraká para povilhar o <o:p></o:p></span><span style="font-size: 14.85px;">s</span><o:p style="font-size: 14.85px;"></o:p><span style="font-size: 14.85px;">abẽ</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">0:04'00</span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">7<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nxe_UuwHmn4/YSz3q6X-mgI/AAAAAAAAPd4/TR6ULRVzfM8I2xNChn-X65Yczw9DlaKJwCLcBGAsYHQ/s643/003.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.6667px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="643" data-original-width="406" height="165" src="https://1.bp.blogspot.com/-nxe_UuwHmn4/YSz3q6X-mgI/AAAAAAAAPd4/TR6ULRVzfM8I2xNChn-X65Yczw9DlaKJwCLcBGAsYHQ/w104-h165/003.jpg" width="104" /></a></div><o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">Sabẽ mbeîu moe’ẽ<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">literalmente (os epsoros tornam o beiju sápido, ou doce) </span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt;">processo de crescimento do <o:p></o:p></span><span style="font-size: 14.85px;">s</span><o:p style="font-size: 14.85px;"></o:p><span style="font-size: 14.85px;">abẽ, segui a indicação de horários e temperaturas conforme o produtor de koji</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">50:00'00</span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt;">8<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-CMmxuJLzEMs/YSz49TuTkPI/AAAAAAAAPeA/8uE8nYYByXQHZc3NY8URGzbZ4W2Ox_D2ACLcBGAsYHQ/s535/004.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="503" data-original-width="535" height="97" src="https://1.bp.blogspot.com/-CMmxuJLzEMs/YSz49TuTkPI/AAAAAAAAPeA/8uE8nYYByXQHZc3NY8URGzbZ4W2Ox_D2ACLcBGAsYHQ/w103-h97/004.jpg" width="103" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">Nygynõama nonga</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt;">colocação da levedura, conforme indicações do fabricante<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">0:02'00</span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt;">9<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="MsoNormal"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-CMmxuJLzEMs/YSz49TuTkPI/AAAAAAAAPeA/8uE8nYYByXQHZc3NY8URGzbZ4W2Ox_D2ACLcBGAsYHQ/s535/004.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="503" data-original-width="535" height="97" src="https://1.bp.blogspot.com/-CMmxuJLzEMs/YSz49TuTkPI/AAAAAAAAPeA/8uE8nYYByXQHZc3NY8URGzbZ4W2Ox_D2ACLcBGAsYHQ/w103-h97/004.jpg" width="103" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">Haguino</span></div><div class="MsoNormal"><br /></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">fermentação multipla paralela</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt;">16 dias<o:p></o:p></span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt;">10<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-VJdxgLo6AmU/YSz6VWY1HwI/AAAAAAAAPeI/eD5bPCiX7YM_32ya7X_29sArM_xGobPKgCLcBGAsYHQ/s642/005.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="642" data-original-width="397" height="167" src="https://1.bp.blogspot.com/-VJdxgLo6AmU/YSz6VWY1HwI/AAAAAAAAPeI/eD5bPCiX7YM_32ya7X_29sArM_xGobPKgCLcBGAsYHQ/w103-h167/005.jpg" width="103" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><div class="MsoNormal" style="font-size: 14.85px;"><span style="font-size: 14.6667px;">Pokuya</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 14.85px;"><span style="font-size: 14.6667px;">(lit. Cauim sujo ou não filtrado)</span></div></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">separa-se o cauim não filtrado do material que decantou-se no fundo</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">0:10'00</span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt;">11<o:p></o:p></span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"><div class="MsoNormal"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-VJdxgLo6AmU/YSz6VWY1HwI/AAAAAAAAPeI/eD5bPCiX7YM_32ya7X_29sArM_xGobPKgCLcBGAsYHQ/s642/005.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 14.85px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="642" data-original-width="397" height="167" src="https://1.bp.blogspot.com/-VJdxgLo6AmU/YSz6VWY1HwI/AAAAAAAAPeI/eD5bPCiX7YM_32ya7X_29sArM_xGobPKgCLcBGAsYHQ/w103-h167/005.jpg" width="103" /></a></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">Mbeîu mogûaba</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.85px;">filtração para separar o Cauim de seu subproduto sólido para finalmente se ter o DOBUROKU</span></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.6667px;">4:00'00</span></div></td></tr><tr><td style="background-color: #d9d9d9; border: solid white; padding: 0cm 5.4pt; width: 47.95pt;" valign="top" width="48"><div class="MsoNormal"><br /></div></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 122.4pt;" valign="top" width="122"></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"></td><td style="background-color: #d9d9d9; border-bottom-color: white; border-right-color: white; border-style: none solid solid none; padding: 0cm 5.4pt; width: 85.15pt;" valign="top" width="85"></td></tr></tbody></table></div><div><b><br /></b></div><div><b><br /></b></div><div><div><b>1 – Mbeîu apó (Preparo da mandioca, ou Beiju) - </b></div><div><b><br /></b></div><div>Em Tupi Mbeîu apó significa "fazer o beiju" o processo tem inicio quando preparamos a mandioca para ser transformada em Cauim, no caso de nosso DOBUROKU simplificamos o processo comprando pérolas de mandioca industrializada, não há mais necessidade de fazer qualquer processo na mandioca, como na imagem, a mulher chamada de Kaûĩ apó sará’ (mulher que prepara o Cauim) esta pilando a mandioca (em Tupi Ungûá pupé o-îo sok);</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-yO_E1J-NdFg/YRMOOerp_mI/AAAAAAAAPVM/mzulONEY9pQ_TQurnvhDJeGDgI-6KE3aQCLcBGAsYHQ/s2000/fase%2B1%2Bcauim.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="537" data-original-width="2000" height="172" src="https://1.bp.blogspot.com/-yO_E1J-NdFg/YRMOOerp_mI/AAAAAAAAPVM/mzulONEY9pQ_TQurnvhDJeGDgI-6KE3aQCLcBGAsYHQ/w640-h172/fase%2B1%2Bcauim.jpg" width="640" /></a></div><br /><div>0 Sagu é lavado por 10 minutos e colocado numa panela, com um dedo de água acima do nível de pérolas, fervido em fogo baixo até ficar com o núcleo branco e bordas semi-transparentes. </div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-hFgJeOgJzH0/YRU91hNl9bI/AAAAAAAAPWc/p0jESsadjfgZ4YxFYIIWA32PO40JxAMqACLcBGAsYHQ/s1275/cauim%2B001.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="713" data-original-width="1275" height="358" src="https://1.bp.blogspot.com/-hFgJeOgJzH0/YRU91hNl9bI/AAAAAAAAPWc/p0jESsadjfgZ4YxFYIIWA32PO40JxAMqACLcBGAsYHQ/w640-h358/cauim%2B001.png" width="640" /></a></div><br /><div><br /></div><div>A seguir, separa-se 1/3 da porção para ser cozida no vapor por 40 minutos, envolto em pano de algodão.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dqiWWfAwcJQ/YRU-ByiIWrI/AAAAAAAAPWg/gyAAntWo7VAeaCEI82T8GlvZBjfv3N1pACLcBGAsYHQ/s1276/cauim%2B002.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="715" data-original-width="1276" height="358" src="https://1.bp.blogspot.com/-dqiWWfAwcJQ/YRU-ByiIWrI/AAAAAAAAPWg/gyAAntWo7VAeaCEI82T8GlvZBjfv3N1pACLcBGAsYHQ/w640-h358/cauim%2B002.png" width="640" /></a></div><div><br /></div><div>Na fase de T-y-pûera mopupu ra–sara do processo tradicional indígena, as fervedoras de caldo, chamadas de Mopupura-sara fervem a mistura</div><div><br /></div><div><br /></div><div><b>2 - Sabẽ apó (Preparo dos esporos) – </b></div><div><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-6uXzcRLHet0/YRMUxOaENuI/AAAAAAAAPVc/xRyVFRA6Er0lZsnfaIukpIewLisjp2OtACLcBGAsYHQ/s2000/fase%2B2%2Bcauim.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="537" data-original-width="2000" height="172" src="https://1.bp.blogspot.com/-6uXzcRLHet0/YRMUxOaENuI/AAAAAAAAPVc/xRyVFRA6Er0lZsnfaIukpIewLisjp2OtACLcBGAsYHQ/w640-h172/fase%2B2%2Bcauim.jpg" width="640" /></a></div><div><br /></div><div>Os esporos que usei nesse experimento foi comprado de uma empresa tradicional, lá em Kyoto, más hoje em dia, você pode pedir pela internet.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-l8uU1UdIE8E/YRU-l8XHibI/AAAAAAAAPWs/V0fF3ysJW8g8lB1MX_fhXsyAVfmYLU5ggCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B003.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-l8uU1UdIE8E/YRU-l8XHibI/AAAAAAAAPWs/V0fF3ysJW8g8lB1MX_fhXsyAVfmYLU5ggCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B003.png" width="640" /></a></div><br /><div>Eu usei um koji do tipo MOROMI GO, próprio para sakes do tipo Ginjo.</div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OalOXzd3C68/YRU-83kkUiI/AAAAAAAAPW0/6WiKHJ1XZqwmN9FirWC2SkpyxkPqbAEEQCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B005.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="713" data-original-width="1270" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-OalOXzd3C68/YRU-83kkUiI/AAAAAAAAPW0/6WiKHJ1XZqwmN9FirWC2SkpyxkPqbAEEQCLcBGAsYHQ/w640-h360/cauim%2B005.png" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div>Para polvilhar os esporos usei uma Sabẽ M'baraká, com peneira de indígenas Tikuna ao ritmo da musica de enaltecimento à Mani, composta pelo Professor Ariel Oliveira:</div></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dOJu8Ajx4oM/YRVAtU_9whI/AAAAAAAAPXM/a3olP3_fG208-4VF1HrRiY4Y1c2GMyCswCLcBGAsYHQ/s1264/cauim%2B004.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="709" data-original-width="1264" height="358" src="https://1.bp.blogspot.com/-dOJu8Ajx4oM/YRVAtU_9whI/AAAAAAAAPXM/a3olP3_fG208-4VF1HrRiY4Y1c2GMyCswCLcBGAsYHQ/w640-h358/cauim%2B004.png" width="640" /></a></div><br /><div><br /></div><div><div>Mani omanõ yby resé toîkó </div><div>oré 'anga rembi'urãmamo.</div><div><br /></div><div>Mandi'oka asé reté oîopóî; </div><div>kaûĩ asé 'anga oîopóî.</div><div><br /></div><div>O alimentar é póî</div><div><br /></div><div>‘Mani morreu da vida terrena para virar alimento espiritual do nosso povo’</div><div><br /></div><div>‘A mandioca alimenta o corpo </div><div>e o Cauim alimenta o espírito’</div></div><div><br /></div><div><b>2.1 - Sabẽ M'baraká - o início da vida do Cauim</b></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-wttfVx92RYI/YRaFDZjTBdI/AAAAAAAAPYc/2uJFR-J_WD4sersKGckdx7jE6A8pBrnogCLcBGAsYHQ/s2048/sabe%2Bmbaraka.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1583" data-original-width="2048" height="494" src="https://1.bp.blogspot.com/-wttfVx92RYI/YRaFDZjTBdI/AAAAAAAAPYc/2uJFR-J_WD4sersKGckdx7jE6A8pBrnogCLcBGAsYHQ/w640-h494/sabe%2Bmbaraka.jpg" width="640" /></a></div><br /><div><div>O Maracá (M'baraká em Tupi antigo) tem importância que vai alem da força rítmica, dentro do pensamento mágico e espiritual ancestral de nossas etnias, tal como o corpo humano é embalado pelo som emitido pelo espírito, que habita nossos interiores, as pedrinhas e sementes colocadas dentro da cabaça, emitem o som da vida.</div><div><br /></div><div>O poder do Maracá assombrou Hans Staden, Jean de Léry e Lévy Strauss, como energia viva e simbólica dos povos Tupinambá, Tupiniquim, bem como etnias que sobrevivem até os dias de hoje, de acordo com Alfred Metraux, os Tupinambá acreditavam que dentro de um contexto xamânico, o maracá servia “de receptáculo ao espírito, ... e na crença de que o seu ruído reproduzia a voz dos espíritos.”</div></div><div><br /></div><div>Dessa forma, fui aconselhado a dar o nome de Sabẽ M'baraká ao pote de aspersão do koji (麹菌の小瓶 - Kōjikin no kobin em Japonês), pois esse instrumento, bem como o ritual de aspersão, é o que vai dar a vida à bebida. Daí a importância de se cantar a música enaltecendo a deusa Mani durante esse processo.</div><div><br /></div><div><div><b>3 - Sabẽ nonga (Colocar os esporos) – </b></div><div><br /></div></div><div>No método de produção ancestral esse processo chama-se Aîpi o- su'u su’u I nomu (literalmente mastigar e cuspir) as Kunhã-Muku, (mulheres que produzem o Cauim) mastigam a mandioca, salivam e devolvem a devolvem na Ygassaba. A amilase da salivar quebra as moléculas de amido em açucares.</div><div><br /></div><div>Não podemos usar esse recurso do método ancestral por motivos óbvios, dessa forma usamos esporos do fungo <i>Aspergillus Orizae</i>, o koji (Sabé em Tupi antigo) para esse fim.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-MRvwCq07MhA/YRMXCLvVWjI/AAAAAAAAPVk/k0P9QFLycE8VkpXbrHJrOS1ryIYY4BtPQCLcBGAsYHQ/s2000/fase%2B3%2Bcauim.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="2000" height="208" src="https://1.bp.blogspot.com/-MRvwCq07MhA/YRMXCLvVWjI/AAAAAAAAPVk/k0P9QFLycE8VkpXbrHJrOS1ryIYY4BtPQCLcBGAsYHQ/w640-h208/fase%2B3%2Bcauim.jpg" width="640" /></a></div><div><br /></div><div>Uma vez que os esporos estão energizados e bem colocados no Sabẽ M'baraká, polvilha-se na bandeja contendo o beiju (do Tupi antigo Mbeîu - mandioca já processada para fazer o Cauim) ao ritmo da música, alternando em ângulos de 45 graus a cada refrão, por 8 vezes até completar 360 graus.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-6vnCAowDL-I/YRMdALQXOrI/AAAAAAAAPV0/_C0Bg7Bj7kw7ONLASGsfDCL2ijjzTACMACLcBGAsYHQ/s640/Tykueryru.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-6vnCAowDL-I/YRMdALQXOrI/AAAAAAAAPV0/_C0Bg7Bj7kw7ONLASGsfDCL2ijjzTACMACLcBGAsYHQ/w640-h640/Tykueryru.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 11.88px;">O <span face="arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif" style="font-size: 12.8px;">Tykueryru</span> </b><span face="Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif" style="background-color: white; color: #333333; font-size: 11.88px;">- invólucro térmico utilizado para preservar temperaturas do Cauim, a Kaûĩ apoha (fabrica de Cauim) pode usar esse artefato para mostrar o frescor do cauim, conforme as folhas de pitanga vão envelhecendo e perdendo a cor, elas indicam quanto tempo o Cauim foi finalizado - esse artefato tem o propósito de mostrar ao cliente o quão fresco o cauim está a partir da coloração das folhas. No meu caso, utilizei para manter a temperatura de sacarificação elevada com a ajuda de um aquecedor.</span></td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div>O koji (sabe) restante foi misturado com o sagu restante, mexi muito e reservei em uma jarra, coloquei dentro de um Tykueryru térmico para preservar a temperatura, ambas as porções receberam aquecimento conforme tabela progressiva, recomendada pelo fabricante.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-F6qZhMfXf4g/YRMTB2ecgDI/AAAAAAAAPVU/dHsfS54x7HYuyLiMM2YwMWKd-9YjjqmlwCLcBGAsYHQ/s2048/Temperatura%2Bdo%2Bkoji.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1294" data-original-width="2048" height="404" src="https://1.bp.blogspot.com/-F6qZhMfXf4g/YRMTB2ecgDI/AAAAAAAAPVU/dHsfS54x7HYuyLiMM2YwMWKd-9YjjqmlwCLcBGAsYHQ/w640-h404/Temperatura%2Bdo%2Bkoji.jpg" width="640" /></a></div><div>No meu caso, dividi 1/4 do koji para ser sacarificado na caixa térmica e outros 3/4 na garrafa aquecida por um aquecedor de bobes.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-oEAsQw3Wx5g/YRVE0N2HJDI/AAAAAAAAPXU/BLx5R7rtzyE-t5Cy44VRkA0OFeFh0lMAwCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B006.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-oEAsQw3Wx5g/YRVE0N2HJDI/AAAAAAAAPXU/BLx5R7rtzyE-t5Cy44VRkA0OFeFh0lMAwCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B006.jpg" width="640" /></a></div><div><br /></div><div>o controle de temperatura é crucial nessa fase.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-6KTn6lbFjbQ/YRVE_WzG4XI/AAAAAAAAPXY/Q0SUvX6yAwEizqxUB-vXOBx3OMN2fNODgCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B007.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-6KTn6lbFjbQ/YRVE_WzG4XI/AAAAAAAAPXY/Q0SUvX6yAwEizqxUB-vXOBx3OMN2fNODgCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B007.jpg" width="640" /></a></div><br /><div>Uma dica legal para que não tenha que acordar no meio da noite, só para ficar ajustando a temperatura de sacarificação é começar o processo as 17:00 horas e ja deixar tabuleiro com 32<span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;">°C, assim você só ira ter aue fazer o ajuste de SAKARI (33</span><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;">°C) às 12:00 do dia seguinte, ainda no mesmo dia as 22:00, faz o ajuste de SHIMAI SHIGOTO (36</span><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;">°C), e as 06:00 do segundo dia o ajuste para SAIKO (temperatura máxima de 43</span><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;">°C), para poder retirar o beiju pronto às 18:00horas.</span><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;"> </span></div><div><br /></div><div><div><b>4 - Haguino (fermentação alcoólica) –</b></div><div><b><br /></b></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-FyIg5fKkgu0/YRMZkMZtK-I/AAAAAAAAPVs/FbsKqKZkKBoTL4t3XmKZUnG8Gn9A3vXUQCLcBGAsYHQ/s2000/fase%2B4%2Bcauim.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="537" data-original-width="2000" height="172" src="https://1.bp.blogspot.com/-FyIg5fKkgu0/YRMZkMZtK-I/AAAAAAAAPVs/FbsKqKZkKBoTL4t3XmKZUnG8Gn9A3vXUQCLcBGAsYHQ/w640-h172/fase%2B4%2Bcauim.jpg" width="640" /></a></div><b><br /></b></div><div>O Hauguino acontece por mais de doze dias em temperaturas baixas, de preferencia abaixo dos 15ºC , [Sabẽ] mbeîu rygynõama nonga (colocar o [mofo] com que o beiju fermenta) - </div><div>Nessa etapa, equevalente ao SHUBO (米麹) da produção de Sake, adiciono fungos (levedura) para promover a fermentação alcoólica (fermentar: haguino, vu), num processo conhecido como <b>fermentação paralela múltipla</b>, o koji quebra amido em açucares enquanto que a levedura transforma esse açúcar em álcool;</div></div><div><br /></div><div>Antes de começar a fermentação experimento o aujé mbeîu (mandioca já sacarificada) do tabuleiro </div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-pgzjdfRlVvQ/YRVmvXGALRI/AAAAAAAAPXk/sL-y6qiXHqgfjOoSqSNMiKAE3inirsMkgCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B012.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-pgzjdfRlVvQ/YRVmvXGALRI/AAAAAAAAPXk/sL-y6qiXHqgfjOoSqSNMiKAE3inirsMkgCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B012.jpg" width="640" /></a></div><div><br /></div><div>está levemente adocicado...</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-F4X1voE_2mU/YRVn44Ewm6I/AAAAAAAAPXs/AIOFg-UMDrEcQDu4fXZIRTogpGLozVnMQCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B009.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-F4X1voE_2mU/YRVn44Ewm6I/AAAAAAAAPXs/AIOFg-UMDrEcQDu4fXZIRTogpGLozVnMQCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B009.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div>e os grãos apresentam o aspecto típico da modificação causada pelo crescimento dos esporos</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-gXRJ7GZhp2A/YRVoV3DQnGI/AAAAAAAAPX0/yJgjqIYbIgYG7T38ErjN3xM13fQ8fBVBACLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B013.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-gXRJ7GZhp2A/YRVoV3DQnGI/AAAAAAAAPX0/yJgjqIYbIgYG7T38ErjN3xM13fQ8fBVBACLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B013.jpg" width="640" /></a></div><br /><div>enquanto que o sabor do aujé mbeîu da jarra está com mais doce e com maior complexidade, decido então fazer a mistura dos dois beijus no mosto.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-RrMO0z4z0LM/YRVpKRFzdmI/AAAAAAAAPX8/_vaJh6bFxH4KpQb91H9tda_RWrPHgR00QCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B011.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-RrMO0z4z0LM/YRVpKRFzdmI/AAAAAAAAPX8/_vaJh6bFxH4KpQb91H9tda_RWrPHgR00QCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B011.jpg" width="640" /></a></div><div><br /></div><div>Adição da levedura-</div><div><br /></div><div>Para esse experimento, usei levedura Premier Cuveé, da Red Star, como um pacotinho de 50g. dá para 20 litros de bebida, usei 5g. para uma jarra de 2 litros.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-U-6gkxIjrE8/YRVqp1bqrgI/AAAAAAAAPYM/M0DsrrDe9_w9sv_9AsKm80XlsYPTt3fagCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B010.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-U-6gkxIjrE8/YRVqp1bqrgI/AAAAAAAAPYM/M0DsrrDe9_w9sv_9AsKm80XlsYPTt3fagCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B010.jpg" width="640" /></a></div><br /><div><div>Acrescentei a levedura diluída em água mineral a 30<span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;">°C </span><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white;">acrescentei a mistura dos dois </span>aujé mbeîu</div><div><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-i_TaNodLkQo/YRVp0GuemHI/AAAAAAAAPYE/RI5fCaSyDN8TsWKmZ_EFHxghO49A-3sAgCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B014.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-i_TaNodLkQo/YRVp0GuemHI/AAAAAAAAPYE/RI5fCaSyDN8TsWKmZ_EFHxghO49A-3sAgCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B014.jpg" width="640" /></a></div><br /><div>Coloquei na parte baixa da geladeira, com temperaturas na faixa dos 11 , no dia seguinte constatei que a fermentação estava acontecendo, pois havia a formação de bolhas na superfície.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-WNeA_ahUD4w/YRVrkpSKtwI/AAAAAAAAPYU/WQDetOVoAecKrxK7VmagkRonYxmbTTigwCLcBGAsYHQ/s1270/cauim%2B015.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1270" height="364" src="https://1.bp.blogspot.com/-WNeA_ahUD4w/YRVrkpSKtwI/AAAAAAAAPYU/WQDetOVoAecKrxK7VmagkRonYxmbTTigwCLcBGAsYHQ/w640-h364/cauim%2B015.jpg" width="640" /></a></div><br /><div>No segundo dia de fermentação, os aromas característicos começam a aparecer, o material sólido fica mais decantado e a formação de bolhas é mais lenta. percebe-se também que o MOROMI está ficando mais líquido. </div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-GXwimrlVpz0/YRacNWfzCTI/AAAAAAAAPYs/A3yp1vsXNBE1dkh7CYNwe1isAlcD8GuUACLcBGAsYHQ/s2048/2o%2Bdia%2B.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1156" data-original-width="2048" height="362" src="https://1.bp.blogspot.com/-GXwimrlVpz0/YRacNWfzCTI/AAAAAAAAPYs/A3yp1vsXNBE1dkh7CYNwe1isAlcD8GuUACLcBGAsYHQ/w640-h362/2o%2Bdia%2B.jpg" width="640" /></a></div><div><br /></div>Quando chegou no 6º dia mexi com intenção de misturar muito o beiju que se tornou sápido com as leveduras com o intuito de aumentar os efeitos da fermentação paralela múltipla.<br /><div><br /></div><div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-qz7se66ySu4/YSz8qjHZNdI/AAAAAAAAPeU/msXK2k5jUzo4dxFMxdjt84ZHtZGwUccPwCLcBGAsYHQ/s1277/0002.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="719" data-original-width="1277" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-qz7se66ySu4/YSz8qjHZNdI/AAAAAAAAPeU/msXK2k5jUzo4dxFMxdjt84ZHtZGwUccPwCLcBGAsYHQ/w640-h360/0002.png" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Essa é a<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><b>5 - Mbeîu mogûaba (coar/peneirar o beiju - Filtração) – </b></div><div><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-FFsVHvubmBo/YRMeTxoa4_I/AAAAAAAAPV8/L630XbNXjA4_kdRyzNg8GoyimeMJ_k6hgCLcBGAsYHQ/s2000/fase%2B5%2Bcauim.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="2000" height="208" src="https://1.bp.blogspot.com/-FFsVHvubmBo/YRMeTxoa4_I/AAAAAAAAPV8/L630XbNXjA4_kdRyzNg8GoyimeMJ_k6hgCLcBGAsYHQ/w640-h208/fase%2B5%2Bcauim.jpg" width="640" /></a></div><br /><div><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div>No processo ancestral separa-se o amido do Tucupi (soro que se desprende da massa) com o uso do Tepiti. Aqui representado como fase da filtração mecânica, separa-se o sake kasu (酒粕 - sobras da fermentação ) do Cauim.</div><div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-CucUgyNSaC0/YSz9lJ8ePfI/AAAAAAAAPeg/Wf8B0PnC9L4DWp9M8xkBfMt5qWjv_yyuwCLcBGAsYHQ/s1276/0003.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="717" data-original-width="1276" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-CucUgyNSaC0/YSz9lJ8ePfI/AAAAAAAAPeg/Wf8B0PnC9L4DWp9M8xkBfMt5qWjv_yyuwCLcBGAsYHQ/w640-h360/0003.png" width="640" /></a></div></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div>Ao final de 16 dias a fermentação parece ter terminado, nesse momento sugiro separar seu Cauim dos materiais sólidos de duas formas.</div><div><br /></div><div>A primeira separação é por cima, no caso retirei com um frasco de ponta fina. Essa porção superior que se separou do material sólido damos o nome em Tupi Antigo de Poquya (sujo em TA), é o equivalente ao にごり酒 (nigurizake) do sake, o Cauim não filtrado, resultante somente da decantação (por isso que desde o 6º evitei de mexer ou balançar o frasco de fermentação).</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-An2BN0K8tAI/YS0AeWIXs6I/AAAAAAAAPeo/V453X_OJWWAZ2aWajKqYR_uYhYrUh7u8gCLcBGAsYHQ/s1275/0005.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="719" data-original-width="1275" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-An2BN0K8tAI/YS0AeWIXs6I/AAAAAAAAPeo/V453X_OJWWAZ2aWajKqYR_uYhYrUh7u8gCLcBGAsYHQ/w640-h360/0005.png" width="640" /></a></div><br /><div>Depois disso eu mexo vigorosamente o material restante e passo por um filtro de algodão cru.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OSniBufIzbc/YS0A2HfZCDI/AAAAAAAAPew/Z1JSz--Gfosz56DK4kQgx7lCVH9XQJWrgCLcBGAsYHQ/s1274/0006.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="713" data-original-width="1274" height="358" src="https://1.bp.blogspot.com/-OSniBufIzbc/YS0A2HfZCDI/AAAAAAAAPew/Z1JSz--Gfosz56DK4kQgx7lCVH9XQJWrgCLcBGAsYHQ/w640-h358/0006.png" width="640" /></a></div><br /><div>Repare o o braço que fixei o filtro foi feito com uma marchetaria da bandeira brasileira, feita numa unidade quilombola, pois como artista e brasileiro, quis incorporar elementos de todas as culturas que misturadas formaram o povo brasileiro. Como disse anteriormente “Produzir o Cauim é um trabalho essencialmente brasileiro e essencialmente Tupi. Trata-se muito mais do resgate das nossas raízes do que da elaboração da bebida alcoólica em si”.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-olaNz90YxU0/YS0Cp44P5FI/AAAAAAAAPe4/j1ZQLB6EwN4-AdECK6qR4MMwVWL16GGgACLcBGAsYHQ/s1274/0007.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="714" data-original-width="1274" height="358" src="https://1.bp.blogspot.com/-olaNz90YxU0/YS0Cp44P5FI/AAAAAAAAPe4/j1ZQLB6EwN4-AdECK6qR4MMwVWL16GGgACLcBGAsYHQ/w640-h358/0007.png" width="640" /></a></div><br /><div>E por fim, termino a fase Mbeîu mogûaba (coar/peneirar o beiju) em si. Se quiser, pode colocar o saco em prensas, para obter a maior quantidade possível de Cauim. </div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-pYxUG-hsXFc/YS0DQgUJgBI/AAAAAAAAPfA/e5u4hvY71-scEsIuSmVMRC7rHNmhXrbmgCLcBGAsYHQ/s1263/0008.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="707" data-original-width="1263" height="358" src="https://1.bp.blogspot.com/-pYxUG-hsXFc/YS0DQgUJgBI/AAAAAAAAPfA/e5u4hvY71-scEsIuSmVMRC7rHNmhXrbmgCLcBGAsYHQ/w640-h358/0008.png" width="640" /></a></div><br /><div>O resultante da filtração do Cauim é chamado de Katú (limpo) em Tupi antigo. </div><div><br /></div><div>Para decidir o quanto deve continuar a filtrar, eu sugiro experimentações constantes, pois quanto mais se espreme o material sólido, maior a quantidade de material sólido se mistura ao Cauim final, causando pequenas alterações de sabor.</div><div><br /></div><div>6 - Aanga - (Degustação - provar/ a prova)</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-fyKqjL09k8Y/YS0Dym-7UEI/AAAAAAAAPfI/W7Zgj8NSIoIeXtfUNbWx55DYPkkGodMIgCLcBGAsYHQ/s1273/0009.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="715" data-original-width="1273" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-fyKqjL09k8Y/YS0Dym-7UEI/AAAAAAAAPfI/W7Zgj8NSIoIeXtfUNbWx55DYPkkGodMIgCLcBGAsYHQ/w640-h360/0009.png" width="640" /></a></div><br /><div>A degustação do Katu (Cauim bruto) tem pouca diferença do Poquya (Cauim filtrado), que tem mais presentes aromas e texturas de mandioca. </div><div><br /></div><div>O aspecto visual tem cor amarelo esverdeado, característicos da bebida.</div><div><br /></div><div>No olfato, temos aromas bem frutados e florais, ainda com um pouco de aroma de mandioca vindo do material solido.</div><div><br /></div><div>No paladar, essencialmente o resultado foi satisfatório, com elementos florais e frutados, o Cauim tem um lado 'azedo' de polvilho, o conjunto lembra um pouco chá de camomila, é bem fraco de graduação alcoólica e ficou um pouco aguado.</div><div><br /></div><div>Percebo ainda uma série de defeitos nessa bebida caseira, no meu próximo DOBUROKU vou tentar fazer em maior quantidade, talvez 5 litros e tentar melhorar a sacarificação do beiju, conseguindo assim mais açúcares e consequentemente, produzindo mais álcool e corpo. </div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-2WFxxA-x7jw/YS0JjA7MlQI/AAAAAAAAPfQ/lLmMRQPPZUA3OF9zY-Eas7oRsXuYxfJKgCLcBGAsYHQ/s1218/0010.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1144" data-original-width="1218" height="602" src="https://1.bp.blogspot.com/-2WFxxA-x7jw/YS0JjA7MlQI/AAAAAAAAPfQ/lLmMRQPPZUA3OF9zY-Eas7oRsXuYxfJKgCLcBGAsYHQ/w640-h602/0010.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Degustação de Cauim</span></td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div><b>FAÇA SEU CAUIM E CONTE PRA MIM</b></div><div><br /></div><div>A produção de Cauim ainda está em seu estágio experimental, muitas técnicas ainda podem aparecer, bem como novos hábitos de consumo - sugiro ao o leitor que inove, adapte o que conhece com idéias de criar novas técnicas e compartilhe nesse post, minha proposta de divulgação é criar um ambiente WIKI, para que possamos ter o Cauim de qualidade no menor tempo possível, e todos os brasileiros consigam participar dessa nova experiência festiva.</div><div><br /></div><div>T'ereikokatu (saúde em Tupi Antigo)</div>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-15497993315028263582021-08-23T16:20:00.014-07:002021-08-29T11:30:31.761-07:00Tupi-Rerekoara A Ordem que Guarda as Tradições Tupi<p> <b>Orígens</b></p><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div style="text-align: left;"><div><div><b><br /></b></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-SmAMsyqLzS0/YSQh0CuE0II/AAAAAAAAPb4/hc18mYXjdqMRjL6jQi2-Ck8paIlicDxbwCLcBGAsYHQ/s2048/Logo%2BTupi%2BRerekoara.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-SmAMsyqLzS0/YSQh0CuE0II/AAAAAAAAPb4/hc18mYXjdqMRjL6jQi2-Ck8paIlicDxbwCLcBGAsYHQ/w640-h640/Logo%2BTupi%2BRerekoara.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Logo da Ordem Tupi-Rerekoara, com as três pirâmides do Îaraguá tatuadas na testa</span></td></tr></tbody></table></div></div><div><br /></div><div>Tupi-Rerekoara significa "os Protetores Tupi" em Tupi Antigo - conhecidos como "os derradeiros remanescentes de Îagoanharó" é uma crença que acompanhou a aurora do cristianismo, em paralelo à catequização performada pelos jesuítas no Brasil, uma seita ritualística autentica brasileira, secreta e antiga. Manateve-se escondida por quase 500 anos, só tendo sido revelada ao mundo em 2021 após a investigação de uma série de relatos de canibalismo ritualístico, em várias cidades brasileiras.</div><div><br /></div><div>Atribui-se a fundação da seita ao guerreiro Jaguaranho, filho de Piquerobi, irmão de Tibiriçá. Diz a tradição que, inconformado com a aliança entre Tibiriçá e os Portugueses, Jagoanharo alinhou-se aos Guarulhos, Guaianás e Carijós, para permitir a traição de Tibiriçá e consequente expulsão dos portugueses da aldeia do Inhauambuçu, região atual do triângulo histórico de São Paulo, bem como a destruição do Pátio do Colégio. </div><div><br /></div><div>Subjugados pela superior força da aliança dos Tupi-Portuguesa, a coalizão indígena foi derrotada em 09 de julho de 1562, no chamado Cerco de Piratininga. </div><div><br /></div><div><b>Simbologia </b></div><div><br /></div><div>Tibiriçá, como um recente bom cristão, resolveu poupar as vidas do irmão e sobrinho, e liberá-los nas Serra da Pirucaia, sem que os portugueses soubessem - Importante que se diga que Tibiriçá era conhecido por uma pintura característica, com olhos nas nádegas, que o tornava imune às traições, pois era capaz de enxergar quem o atacava por trás (do Tupi Antigo - tebira - nádegas e esá - olho). </div><div><br /></div><div>Feridos, pai e filhos acharam refúgio em meio a um grupo de Tupinambá, moradores da Serra, que os salvaram da morte. Esse pequeno grupo de varias etnias nativas resolveu se juntar para guardar as tradições 'Tupi', sem jamais se deixar ceder para a cultura europeia conquistadora. </div><div><br /></div><div>O primeiro ato da Ordem Tupi foi a retaliação contra a invasão portuguesa nas margens do Kururipe, que ocorreu por parte dos K'aaetés em 16 de junho de 1556, quando fizeram o ritual de canibalização do Bispo Sardinha e mais outros 90 Karaíbas.</div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_yD9NqNhxfI/YSQtlxlULPI/AAAAAAAAPcQ/QbENHbL68PALXUAIBU3lPuAW7BTAC0hVwCLcBGAsYHQ/s1050/com%2Bas%2Btre%25CC%2582s%2Bpira%25CC%2582mides%2Bdo%2BI%25CC%2582aragua%25CC%2581.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1050" data-original-width="1050" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-_yD9NqNhxfI/YSQtlxlULPI/AAAAAAAAPcQ/QbENHbL68PALXUAIBU3lPuAW7BTAC0hVwCLcBGAsYHQ/w640-h640/com%2Bas%2Btre%25CC%2582s%2Bpira%25CC%2582mides%2Bdo%2BI%25CC%2582aragua%25CC%2581.jpg" width="640" /></a></div><br /></div><div>Para criar sua própria identidade, os agora chamados de Tupi-Rerekoara, adotaram a pintura do guardião das três montanhas, duas do pano terreno, como a do Jaragua, viradas para a terra, o plano dos homens, tal como o Pico do Jaraguá (Guardião do Vale), visível da aldeia, e a terceira voltada para cima, , no plano dos espíritos. Identificados com o símbolo das três pirâmides do Îaraguá.</div><div><br /></div><div>A seita continuou suas atividades na obscuridade, alguns iniciados tatuavam as três Serras do Îaraguá em seus rostos, suas nádegas ou ainda, colocavam o símbolo na faxada de suas casas. </div><div><b><br /></b></div><div><b>Trajetória</b></div><div><b><br /></b></div><div></div><div>Alem de serem guardiões das culturas ancestrais, os "Rerê", como são conhecidos entre si, combatem os males do caráter humano, detestam todas as formas de traição, principalmente a corrupção, presentes na administração pública das sociedades modernas - era muito comum encontrar políticos indígenas expondo publicamente políticos corruptos, que foram previamente julgado pela ordem, mostrando à mídia o meio de corrupção, tal como o dinheiro oferecido, devolvendo o mesmo e por fim, matando e devorando o réu.</div><div><br /></div><div>A ordem sempre manteve ramificações na maior parte dos países americanos, asiáticos, africanos e europeus, mas o número total de membros parece nunca ter sido superior a 1200. </div><div><br /></div><div><div><b>Os Tupi-Rerekoara Modernos</b></div><div><br /></div><div>Pouca evidência pode ser encontrada para apoiar a hipótese de que o grupo Tupi-Rerekoara tenha sobrevivido até o século XIX. Contudo, diversos grupos têm usado sua fama desde então para criar seus próprios ritos, alegando serem os Tupi-Rerekoara, incluindo a Ordo Rerekoara, Die Alten Beschützer der Indianer e a De antiquis Ordinis Tupinakyîa.</div></div><div><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-2PVbLwcP2x0/YSvSKm31lqI/AAAAAAAAPdQ/0yt3OdPIgYo8Daxu3A0LZEnsp3cm6FXewCLcBGAsYHQ/s855/rere%2Bpeq%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="855" data-original-width="629" src="https://1.bp.blogspot.com/-2PVbLwcP2x0/YSvSKm31lqI/AAAAAAAAPdQ/0yt3OdPIgYo8Daxu3A0LZEnsp3cm6FXewCLcBGAsYHQ/s16000/rere%2Bpeq%2B2.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: small;">Sacerdotisa da Ordem Tupi-Rerekoara, seita de preservação da Cultura Tupi Antiga. Os rumores são de que ainda praticam a antropofagia ritualística</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: small;" /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Existem rumores que até hoje os Rerê continuam a julgar e devorar inimigos, más como eles tem grande experiência em esconder seus feitos e seguem rigidamente as tradições orais, não há registros de seus feitos. </div><div><br /></div><div>Leia essa e outras histórias nas HQs Heróis da Bruzundanga de Luiz Pagano, baseadas nas obras de Lima Barreto.</div><div><br /></div></div><br /><br /><div style="text-align: left;"><br /></div></div>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-78824034938237924152021-04-24T04:38:00.003-07:002022-11-08T05:36:24.351-08:00DIA DO ANHANGÁ NO VALE DO ANHANGABAÚ<p> Vamos todos celebrar o dia do Anhangá no Vale do Anhangabaú no dia 17 de Julho, dia do protetor das matas <a href="https://www.facebook.com/events/478642646840351" target="_blank">(saiba mais sobre o evento no FACEBOOK)</a></p><p><b>O Evento</b></p><p>O vale do rio Anhangabaú era sagrado, os habitantes de Piratininga faziam cultos e festas para deixar o deus mais feliz e menos vingativo. Hoje nós não só afogamos o rio do Anhangá, como também nos esquecemos do espírito mor de nossa cidade.</p><p>Desprezarmos nossas tradições tupiniquins dessa forma é imperdoável!</p><p>O Anhangá é comumente retratado como um veado branco, de tamanho atroz, com olhos vermelhos da cor de fogo. Ele é o protetor da natureza, persegue todos aqueles que caçam de forma indiscriminada e desrespeitam às leis das matas, a punição para essas violações é severa.</p><p>Este evento tem o propósito de resgatar as tradições ancestrais brasileiras de antes da chegada dos colonizadores, tem como objetivo o exercício de cidadania e preservação cultural, não tem teor político e nem está aliado a qualquer partido político - visamos somente a celebração da cultura ancestral brasileira.</p><p>Vista-se de branco, use chifres, beba cauim e vamos todos celebrar esse espírito protetor - quem sabe ele nos ajude a salvar a Mata Atlântica, o Cerrado, a Caatinga e até mesmo a floresta Amazônica.</p><p>O ponto de encontro será debaixo do viaduto do Chá, as 09:00 da manhã.</p><p>Obs. Mesmo sendo um evento ao ar livre, use máscara e evite aglomerações, os organizadores do evento esperam que até Julho já tenhamos avançado com as vacinações e a pandemia tenha sido devidamente controlada - contamos com o bom senso dos participantes.</p><p>Esse evento poderá ser adiado ou cancelado caso tenhamos restrições de festas populares em função do controle da pandemia.</p><p><b>Histórico</b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="https://1.bp.blogspot.com/-AKy91W3QXHY/XbXZ5nWe-AI/AAAAAAAALyo/7MwyBX5P9_0mwJfqvLp96ZyXgxODDPLowCLcBGAsYHQ/s1600/Festa%2Bdo%2BAnahnga%25CC%2581.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="996" data-original-width="1412" height="450" src="https://1.bp.blogspot.com/-AKy91W3QXHY/XbXZ5nWe-AI/AAAAAAAALyo/7MwyBX5P9_0mwJfqvLp96ZyXgxODDPLowCLcBGAsYHQ/s640/Festa%2Bdo%2BAnahnga%25CC%2581.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Celebrações ao deus Anhangá, no Vale do Anhangabaú </span></td></tr></tbody></table><br /><div>Culturas antigas dos colonizados foram obliteradas pelos colonizadores, mas não foram totalmente esquecidas, é muito comum ver num provo que decide se reinventar e se re-amar, acordar suas crenças e até mesmo o seu idioma, como aconteceu com a língua hebraica, que após ter sido usada por mais de 1700 anos, essencialmente como veículo de expressão literária escrita e de orações, foi revitalizada e integrada de forma viva e em uso com o restabelecimento do Estado judeu.<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="https://1.bp.blogspot.com/-22a7JcdWsSI/Xyqk1AJ08OI/AAAAAAAAOGE/QeIBCNgqAqc-KGNYWqOrYErKueOdBqi7QCLcBGAsYHQ/s1600/mocinha.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="472" data-original-width="472" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-22a7JcdWsSI/Xyqk1AJ08OI/AAAAAAAAOGE/QeIBCNgqAqc-KGNYWqOrYErKueOdBqi7QCLcBGAsYHQ/s640/mocinha.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Em celebração a nossa cultura original brasileira, caracterização antropomórfica do Deus Anhangá na forma da bela jovem albina de olhos de fogo.</span></td></tr></tbody></table><br />Tendemos a gostar do Halloween e da cultura americana, mas nós temos nossas próprias bruxas para cultuar, por exemplo o Saci…há quem defenda, "o halloween é uma festa antiga, é comemorada há mais de 2.500 anos e surgiu entre os celtas, que acreditavam que no último dia do verão (do hemisfério norte), 31 de outubro, os espíritos dos mortos saiam dos cemitérios para tomar os corpos dos vivos". O costume teria sido levado pelos imigrantes irlandeses para os EUA e incorporado ao <i>All Hallows Even</i> (véspera do Dia de Todos os Santos), dando origem ao Halloween.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUiX-UJbkPKoQxd3jf_6-HqqECqmPSs3Cq8pwMIqIm-WyJUCWeHixs8s4WbKeJmfl881VPbpSGSVtFvtt6q4p_jhSmXe0pjS5AWuMiO5hDoQVkmmmgkFqwWF355K4gji-qpVdsKKtRy5NtcjYsbeWbwzXylWSCFs3zJSP2gMw5vxm_BGaCfzMCQuCi4w/s1440/Luiz%20Pagano%20e%20toy%20art%20indigenas%20.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUiX-UJbkPKoQxd3jf_6-HqqECqmPSs3Cq8pwMIqIm-WyJUCWeHixs8s4WbKeJmfl881VPbpSGSVtFvtt6q4p_jhSmXe0pjS5AWuMiO5hDoQVkmmmgkFqwWF355K4gji-qpVdsKKtRy5NtcjYsbeWbwzXylWSCFs3zJSP2gMw5vxm_BGaCfzMCQuCi4w/w640-h640/Luiz%20Pagano%20e%20toy%20art%20indigenas%20.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Luiz Pagano e a Pop Up Store Tupi Pop - "em cada caixa, você conhecerá mais sobre a cultura e história do povo brasileiro".</span></td></tr></tbody></table><div><br />São Paulo é a maior e mais prospera capital da America do Sul nos dias de hoje, assim como São Paulo de Piratininga foi centro da Américas antigas, com trilhas que levavam a toda parte do continente, verdadeiras auto estradas para o caminhante que ao ira além do Pico do Jaraguá, os protetores do vale, podiam chegar às lendárias terras do eldorado do Perú, como a mítica trilha do Peabirú.<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="https://1.bp.blogspot.com/-LYnHvyYkb8w/Xyqj9PGJoZI/AAAAAAAAOFw/VFMibohBGz8v_HsQv3KR2x_JIojjY0SrwCLcBGAsYHQ/s1600/Inhapuambuc%25CC%25A7u%2Bnoite.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-LYnHvyYkb8w/Xyqj9PGJoZI/AAAAAAAAOFw/VFMibohBGz8v_HsQv3KR2x_JIojjY0SrwCLcBGAsYHQ/s640/Inhapuambuc%25CC%25A7u%2Bnoite.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span face="Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 10.56px;">Tibiriçá e João Ramalho discutem o futuro da Vila de São Paulo de Piratininga sob a magia das estrelas com a montanha sagrada do Inhapuambuçu ao fundo c.1556 - Com a chegada das Ordens Beneditinas, Carmelitas e Franciscanas as tradições ancestrais dos Tupiniquim desaparecem - a remoção da icônica pedra do Inhapumabuçu representa o esforço de apagar a religião antiga da memória para dr inicio às novas.</span></td></tr></tbody></table><br />No lugar onde hoje temos o Páteo do Collégio, próximo ao povoamento de Tibiriçá, uma montanha sagrada que dava nome a aldeia, Inhapuambuçu (do Tupi-Antigo i(nh)apu'ãm-busú o grande cume ou y(nh)apu'ãm-busú o grande ponto do rio) mas com a chegada das Ordens Beneditinas, Carmelitas e Franciscanas as tradições ancestrais dos Tupiniquim desapareceram - a remoção da icônica pedra do Inhapumabuçu representa o esforço de apagar a religião antiga da memória para dr inicio às novas.<br /><br />No delta de dois importantes rios, o Anhangabaú e o Tamanduateí, temos o que hoje chamamos de triângulo histórico, mas que época era conhecido como o triângulo sagrado. Os nomes em Tupi-Antigo de lugares nessa localidade mostram um pouco de como a cidade era naquele tempo - O próprio nome da cidade, Piratininga que em Tupi significa "peixe seco", revela que os rios eram vivos e tinham muitos peixes, muitos deles morriam nos alagadiços do Carmo (onde é hoje o largo Dom Pedro) secavam ao sol e eram devorados pelas já famosas formigas do Brasil, que por sua vez atraia os belos tamanduás bandeira, daí o nome Tamanduateí ( do Tupi-Antigo tamanduá te y - rio do Tamanduá).<br /><br />O outro rio ficava num vale que era alimentado pelo córrego do Itororó, que descia da maravilhosa floresta do Ka'a Guatá (hoje conhecida como Avenida Paulista), esse rio que descia por onde é hoje a Avenida 23 de Maio, desembocava no córrego do Anhangabaú, que também tinha uma linda vegetação protegida pelo Anhangá, o deus Tupi das Caças e da natureza.<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="https://1.bp.blogspot.com/-bldcrxtU_nU/XbXaLkiW5qI/AAAAAAAALyw/2KtpFy78PK4Mm-ypjurGuM-jc8p-22_awCLcBGAsYHQ/s1600/anhanga%2B2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="1175" data-original-width="1600" height="470" src="https://1.bp.blogspot.com/-bldcrxtU_nU/XbXaLkiW5qI/AAAAAAAALyw/2KtpFy78PK4Mm-ypjurGuM-jc8p-22_awCLcBGAsYHQ/s640/anhanga%2B2.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Tupiniquins de Piratininga observam o lindo e poderosos Deus Anhangá</span></td></tr></tbody></table><br />O Anhangá é comumente retratado como um veado branco, de tamanho atroz, com olhos vermelhos da cor de fogo. Ele é o protetor da natureza e persegue todos aqueles que caçam de forma indiscriminada, desrespeitam a natureza e pune quem caça filhotes ou matrizes que estão nutrindo suas crias e poluem suas águas.<br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="https://1.bp.blogspot.com/-SjPDO3mPrCI/XyqkHk7bpmI/AAAAAAAAOF0/mmdiqntTyrgyONALMf20fx0QT0aeTxX8gCLcBGAsYHQ/s1600/Inhapuambuc%25CC%25A7u.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-SjPDO3mPrCI/XyqkHk7bpmI/AAAAAAAAOF0/mmdiqntTyrgyONALMf20fx0QT0aeTxX8gCLcBGAsYHQ/s640/Inhapuambuc%25CC%25A7u.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span face="Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 10.56px;">Essa seria a vista da Praça do Mosteiro de São Bento se a montanha sagrada do Inhapuambuçu ainda existisse. Historiadores discutem a hipótese de que os Franciscanos, Carmelitas e Jesuítas decidiram aterrar esse importante marco religioso da aldeia de Tibiriçá no Triângulo de Piratininga para apagar todo e qualquer vestígio da religião ancestral indígena.</span></td></tr></tbody></table><br />De outubro em diante começa a temporada das chuvas em SP e o D’us Anhangá certamente virá vingar-se daqueles que esconderam seu riu com concreto e asfalto, alagando nossas ruas, derrubando nossas árvores nos carros e casas. Se adotássemos a cultura #TUPIPOP , teríamos comemorações em celebração ao ANHANGÁ no dia do meio ambiente, talvez com uma parada no vale do Anhangabaú.<br /><br />Xe Anhangá [gué/îu]!<br />Aîkugûabeté kó temi'u<br />Aîkugûabeté xe/oré remi'u<br /><br /><b>FAÇO AQUI UMA CONVOCAÇÃO A TODOS!!</b><br /><br />Venham todos, vamos celebrar o dia do Anhangá no DIA 17 DE JULHO, DIA DO PROTETOR DA MATA.<br /><br />Vamos ao Vale do Anhangabaú em procissão, beber muito <a href="https://ameobrasil.blogspot.com/2019/03/a-primeira-garrafa-de-cauim-100-de.html">Cauim</a>, para acordar e celebrar aquele deus que adormeceu debaixo do asfalto, literalmente coberto pela cultura dos outros, dos colonizadores portugueses.<div><br /></div><div>_______________________</div><div><br /></div><div><b>TEXTO COMPLEMENTAR</b></div><div><br /></div><div><div>O Curupira, também conhecido como Caipora, Caiçara, Caapora, Anhanga ou Pai-do-mato, todos esses nomes identificam uma entidade da mitologia tupi-guarani, um protetor das matas e dos animais silvestres.é legalmente reconhecido como protetor das nossas matas</div><div><br /></div><div>Foi através do projeto de lei 558 de 1968, apresentado pela deputada Dulce Salles Cunha Braga, que se propôs o Curupira como símbolo estadual de guardião e protetor das florestas e dos animais que nela vivem. O projeto de lei determinava ainda que o símbolo do Curupira seria difundido nas escolas de graus primário e médio e que a Secretaria da Agricultura e da Educação deveriam tomar as providências no sentido de difundir o Curupira como protetor da flora e fauna. Em 9 de julho de 1970 Dulce reapresentou o projeto de lei, agora com número 40.</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-RIacQjQasEE/YD_6mIr79wI/AAAAAAAAO3c/euqAoiIOGiczApDy3X9ZHMObgG_lfhyCACLcBGAsYHQ/s259/curupira.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="259" data-original-width="194" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-RIacQjQasEE/YD_6mIr79wI/AAAAAAAAO3c/euqAoiIOGiczApDy3X9ZHMObgG_lfhyCACLcBGAsYHQ/w479-h640/curupira.jpeg" width="479" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Estátua do Curupira no Horto Florestal de São Paulo</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Em agosto daquele ano, o deputado Solon Borges dos Reis recomendou que o projeto fosse aprovado pela casa. Entre as justificativas, escreveu que “diariamente nos jornais temos notícias de atos criminosos no sentido de devastar a nossa flora e a fauna, apesar da proteção que o estado oferece. É importante, a fim de pôr paradeiro a esses atos criminosos, educar as nossas crianças, mostrando-lhes os aspectos positivos da preservação forçosa da natureza e da fauna, tão necessárias à vida do homem”.</div><div><br /></div><div>Em primeiro de setembro de 1970, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou o projeto de lei, que foi promulgada em 11 de setembro de 1970 pelo Governador Roberto Costa de Abreu Sodré instituiu o Curupira com o Símbolo Estadual de Guardião e Protetor das Florestas e dos animais.</div><div><br /></div><div><b>A primeira imagem do Curupira no Horto </b></div><div><br /></div><div>Em 21 de setembro de 1970, foi inaugurado pelo governador o monumento ao Curupira no Horto Florestal de São Paulo, atualmente designado Parque Estadual Alberto Löfgren. A estatueta foi doada pelo prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Duarte Nogueira, feita a partir de uma estátua do Curupira existente no bosque Fábio Barreto, naquele município.</div></div></div>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-32050790685933956082021-01-27T06:45:00.002-08:002021-01-27T06:45:25.753-08:00Lenda da Sununga<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://1.bp.blogspot.com/-YzOGvL56AwA/UHRNKlgmPUI/AAAAAAAAFQ0/clzJ_snqVME/s1600/Monstro+da+Sununga+9.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-YzOGvL56AwA/UHRNKlgmPUI/AAAAAAAAFQ0/clzJ_snqVME/s1600/Monstro+da+Sununga+9.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption">A índia Potira se encantou com a serpente da gruta da Sununga</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><b><span style="font-size: large;">Lendas da Sununga e da Gruta que Chora </span></b><br /><br />A Praia da Sununga e também a gruta chora e despeja suas gotas de água sobre o visitante que grita sempre mexeu com o imaginário de seus visitantes. As lendas que cercam esta gruta tem em comum a figura de uma enorme serpente que emite um estridente barulho - Cyninga em Tupi-Gurani antigo, modificado para Sununga nos dias de hoje significa forte e estridente barulho, talvez o barulho emitido pelo animal mítico. <br /><div style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-EFr1EgnxZ1o/UHRNhBbc_VI/AAAAAAAAFQ8/qa3RkO-O_t4/s1600/A+Tribuna+a+Lenda+da+Sununga.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: -webkit-auto;"><img border="0" height="384" src="http://2.bp.blogspot.com/-EFr1EgnxZ1o/UHRNhBbc_VI/AAAAAAAAFQ8/qa3RkO-O_t4/s640/A+Tribuna+a+Lenda+da+Sununga.jpg" width="640" /></a></div>A primeira lenda da Sununga foi contada pelo historiador Francisco Martins dos Santos em artigo no jornal santista A Tribuna, em 7 de janeiro de 1951, página 17 (2º caderno), com ortografia atualizada nesta transcrição: <br /><br /><b><span style="font-size: large;">A gruta que chora </span></b><br /><br />A casa do Zé do Barro estava cheia de luzes naquela noite morna de agosto. Sanfonas e violas gemiam lá dentro e parecia que toda a gente do Itaguá, do Tenório, da Praia Grande, das Toninhas e dali, da Enseada, comparecera aos fandangos daquele ano. <br /><br />Os cantadores do Divino já se haviam ido para os lados de Santa Rita, mas o redeiro emendara Folia aproveitando o pretexto. <br /><br />- Disgraça pôca é bobage... o pêxe tá dando... sêo Macié tá comprando... bamo bebê... bâmo dançá minha gente!... <br /><br />Era um filósofo o Zé do Barro, e aquele rancho grande, logo atrás da praia, entre aglomerados de abricós e cajueiros, com suas varandas largas em torno e suas janelas sempre abertas, claro, alegre, cheio de flores e de passarinhos, era bem o seu retrato de caiçara risonho e amigo de todo mundo. <br /><br />Um cheiro bom de ubatubana corria pela casa e saía lá fora, entre o estrupido da arrelia e o estrepitar das canecas. <br /><br />Zé do Barro não parava, e ria, e falava com um, com outro, animava os músicos, atirava piadas aos amigos, brincava com as damas e não se esquecia de uma talagada de vez em quando. Era um pai da vida, que se alegrava com as alegrias alheias. Seus olhos deram no Antonio Laurindo de Santa Rita: <br /><br />- Antonio Laurindo! O dotô que vai pra Sununga tá hí... Bâmo pra ele uma dança de S. Gonçalo que ele qué bê! Cadê o Parú? Esse capeta que puxe a gente!... <br /><br />O doutor Avelino, visitante de São Paulo, lá estava de fato, na varanda da frente, debruçado na janela, a atiçar o Zé do Barro com olhares de lembrança, no sentido da dança que não conhecia. <br /><br />Dali a instantes, Antonio Laurindo e o Parú, tocados pelo seo Renê, um francês-caiçara do Taguá, apareceram no meio da sala, serenando a arrelia e arrumando os pares e as coisas para a gonçalina. A imagem do santo logo surgiu, trazida lá do fundo do rancho, enfarruscada, como se viesse do fumeiro, e pouco depois aparecia num dos cantos da sala, sobre um soco improvisado, para presidir à função. <br /><br />A dança começou com a cantoria de sempre e os pares em desfile e cumprimentos rasgados, de busto inteiro, diante do santo: <br /><br /><div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://3.bp.blogspot.com/-tAmdXSKNRjM/UHRQ881ejjI/AAAAAAAAFRc/QJUHsL1MPEE/s1600/Monstro+da+Sununga+2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-tAmdXSKNRjM/UHRQ881ejjI/AAAAAAAAFRc/QJUHsL1MPEE/s1600/Monstro+da+Sununga+2.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption">Indios Tupis a bordo de um Ubá - tipo de canoa feita de um tronco de árvore.</td></tr></tbody></table></div><br />São Gonçalo d'Amarante... <br />São Gonçalo d'Amarante... <br />Casamenteiro das velhas <br />Casamenteiro das velhas... âããhhh <br /><br />Por que não casais as moças... <br />por que não casais as miças... <br />Que mal bos fizeram elas <br />Que mal bos fizeram elas... ãããhhh <br /><br />Oh meu São Gonçalo <br />Meu São Gonçalinho <br />Que come o meu pão... <br />Que bebe o meu binho... <br /><br />O doutor Avelino se divertia com o canto fanhoso da caiçarada foliona, com os remelexos e bamboleios dos pares, o zangarreio das violas e, por fim, a agitação das umbigadas, na fase aguda da dança tradicional. <br /><br /><div>Uma voz chamava o visitante: <br /><br />- Sô dotô... Sô dotô... Pra que hora quereis a canoa aminhâ? <br /><br />Doutor Avelino voltou-se; era o remeiro do Maciel, o dono das canoas "de frete". <br /><br />- Logo cedo, às sete, seo... <br /><br />- Puruba sim sinhô, pra bos sirbi! <br /><br />- Pois é, seo Puruba, às sete está bom... mas diga ao seo Maciel que mande junto aquele camarada que conhece a história da gruta que nós vamos ver, entendeu? <br /><br />- Sim sinhô, sô dotô... aquelezinho que conhece é meu mano, sabeis? Ele é que é o Puruba de berdade... - e o praiano desapareceu em seguida, nas sombras do pequeno bosque. <br /><br /><br /><br />Zé do Barro, estabanado, a oitenta graus de pressão da ubatubana, chegava naquele instante junto a janela da varanda. <br /><br />- O sinhô gostô do S. Gonçalo, dotô? <br /><br />- Se gostei, meu amigo; seu pudesse eu viraria caiçara como vocês... A vida é muito mais bonita onde e como vocês a vivem... <br /><br />Doutor Avelino falava como quem estivesse saturado do grande meio e seus olhos tinham lampejos de inveja cheia de esperança. Zé do Barro ficou ainda mais amolecido com as palavras do doutor, e enquanto este se retirava para descansar, ele ficava ali mesmo, debruçado na janela, os olhos muito abertos para a noite, para o mar, para o céu, vendo tudo irisado pela inspiração alcoólica, ouvindo vozes aveludadas sobre as águas e pelo espaço sideral. <br /><br />Pela note a dentro foi indo o fandango bulhento, do praiano feliz que tinham um rancho, uma rede de pescaria, uma janela para olhar a natureza trescalante, e um coração para sonhar... <br /><br />No dia seguinte, bem cedo, lá estava o doutor Avelino à frente do seu pequeno bando, fazendo hora na praia, olhando o mar manso, espelhado, enrubescido do primeiro sol, a brincar com os pés nas maretas, a revolver as conchas na areia, a enamorar-se daqueles horizontes, daquelas serras virgens e daqueles aromas matinais que um ligeiro pitiú de certas luas não chegava a anular, pensando outra vez, que a verdadeira vida estava ali, entre aquela gente e naqueles lindos lugares. <br /><br />Havia no dorso da praia um exército de canoas de todos os tamanhos, as proas levantadas sobre rolos, apontando o infinito. <br /><br />Momentos depois, a guaperubú do Manciel rompia a maré, para o largo da Enseada do Flamengo, a rumo do Saco da Ribeira que se pintava ao longe, ao fundo daquela concha de terra verde, ao grasnar dos carapirás em vôo baixo ao saltarelhar vagabundo das tainhas. <br /><br />Do Saco da Ribeira para a Sununga foi um arranco de quinze minutos a pé, pela vereda de arenito toda bordada de aleluias e, por fim, a visão dadivosa e mansa da baía da Fortaleza, com seu recorte de cromo e uma rampa de areia deslumbrante de brancura, onde os pés se enterravam - num atrito de alpaca de seda, a famosa Sununga. <br /><br />Ao canto, bem ao fundo daquele imenso lençol de areia solta inclinar-se para as ondas bulhentas, lá estava a gruta encantada, que a voz do tempo apelidara "A Gruta que chora". <br /><br />A imaginação do doutor Avelino desatou-se em arroubos, diante da pequena caverna lendária, que o trouxera de longe para o transporte emocional do misterioso e do desconhecido. Ansiava por fazê-la chorar, por ver aquelas lágrimas de prata que a tradição dizia verterem do alto da lapa ao soar de gritos humanos. Ele avançara sozinho, precipitando os passos, para ser o primeiro a colher a emoção do fato estranho, e, já da ponta da pedras laterais, que avançavam como braços de esfinge para dentro do mar, levantou a voz em palavra a esmo: <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-NcCPEKUX2xY/UHRN9WmXuGI/AAAAAAAAFRE/lpjSn_ASai4/s1600/Monstro+da+Sununga+4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="340" src="http://4.bp.blogspot.com/-NcCPEKUX2xY/UHRN9WmXuGI/AAAAAAAAFRE/lpjSn_ASai4/s640/Monstro+da+Sununga+4.jpg" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div>- Chora! Ei! Vamos! Chora! <br /><br />Quando os outros chegavam, começava o espetáculo da natureza; caíam na areia grossa da boca da caverna, em toda a sua largura, as primeiras gotas cristalinas, como em princípio de um pranto. Doutor Avelino continuou a gritar, e as lágrimas foram amiudando e engrossando, caindo em abundância de cada ponta de folha, de cada epífita suspensa, de cada ruga de pedra da fronteira rasgada em arco. <br /><br />Houve em seguida um silêncio de meditação; sentaram-se todos à entrada daquela boca de pedra aberta para o oceano, e entre eles e o azul escandaloso do céu ensolarado, passava a cortina de lágrimas, em cambiâncias de cristal de boêmia. Confirmava-se a tradição, para encanto do espírito exaltado do doutor da cidade, e o silêncio dos visitantes era o retrato da sua imaginação traumatizada ao contato do mistério. <br /><br />Foi o Puruba, em sua inconsciência de simples, quem interrompeu o recolhimento dos visitantes: <br /><br />- Tá vendo, sô dotô? Bunito, não? Mais a história é muito mais bunita... <br /><br />E foi assim, sob o assentimento do doutor Avelino, acordado ao som metálico daquela voz, que o Puruba, ajudado às vezes pelo irmão, o remeiro do Maciel, desenrolou de novo a história velha que já contara a tanta gente. <br /><br />*** <br />Naquele tempo a Enseada dos Miramomis era quase virgem do homem branco; quase, porque os franceses chegavam por ali de vez em quando - os coaraciabas - amigos que eram dos tupinambás. Iperoig era então o reino exclusivo dos homens de bronze da taba de Aimberê e Coaquira, senhores de Ubatuba, uma esmeralda grande a encastoar-se no anel das águas da enseada. <br /><br />Além, a dez quilômetros de distância, na várzea da Sununga, ficavam as ocas de Coaquira, ao alcance regular das ubás de Iperoig e do som costumeiro dos trocanos da sede, repetido nas ocas intermediárias. <br /><br />Potira, a virgem tamoia, filha de Coaquira, estava noiva de Jagoanháro, jovem guerreiro, e o casamento deles seria ao fim de "duas luas". <br /><br />Havia a pairar sobre aquele povo dois motivos recentes de tristeza e inquietude - a caçada intermitente de suas mulheres, realizada pelos portugueses de Bertioga, e um castigo de Tupã, o aparecimento da "cobra grande", um monstro de olhos verdes que chispavam fogo, no costão da Sununga, perto das ocas de Coaquira, vinda da Guãxima, ao que diziam, levantando ondas na passagem. <br /><br />Afirmavam alguns índios pescadores que o rabo do monstro ferira sete vezes a terra, na ponta do pequeno promontório, e sete fontes haviam brotado do chão ferido. Seguira a serpente enorme para diante, rabeando sobre as águas e chegara às areias da proximidade do sítio de Pindobussú. Ali chegando, a cauda imensa do monstro ferira a rocha, abrindo nela uma gruta profunda, onde ele se aninhara. Naquele instante a terra subira, o mar se refrangera e avançara de nvo, invadindo a gruta numa explosão de raiva, recuando outra vez a um rugido espantoso da "cobra grande". <br /><br />Tão grande fora o duplo ronco e tão despropositado naqueles lugares que, ao longe, a indiada de Coaquira gritara assustada, correndo para a praia, a ver o que acontecera <br /><br />- Pará cyninga! (cyninga – ruído forte) <br /><br />Viram todos então, sem compreender, o fenômeno da costa refrangida, a praia em rampa, o mar embravecido onde fora sempre remançoso e calmo, como o próprio lugar. <br /><br />Apenas dois ou três tamoios que pescavam àquela hora tinham visto a "cobra grande" e mostravam aos outros a gruta que não existia anteriormente e onde ela se internara. <br /><br />Os pajés da tribo, a sacudir seus maracás sagrados, pressagiavam desgraças para breve e para quem se aproximasse do bicho. <br /><br />E dali por diante, nas luas cheias, uma cunhatã tamoia desaparecia das ocas, sem que ninguém visse como desaparecera, vendo todos apenas, pela madrugada, um rastro enorme e grosso que se prolongava pela areia, na direção da gruta. <br /><br />Pensou Coaquira, embora ferido em seu orgulho, em abandonar aquelas terras onde nascera e onde fora sempre feliz, mudando-se para a Maranduba, mais além, a salvo do monstro que acovardava os seus guerreiros e que ninguém queria combater. <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/--13Ho-PkYnM/UHRRaMmLoQI/AAAAAAAAFRk/UKrkGQS_8cg/s1600/Monstro+da+Sununga+3+copy.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/--13Ho-PkYnM/UHRRaMmLoQI/AAAAAAAAFRk/UKrkGQS_8cg/s1600/Monstro+da+Sununga+3+copy.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div>Naqueles dias, caçadores portugueses, pelo menos ao que diziam, de novo aprisionaram diversas cunhatãs tamoias de Malembipe e os trocanos soavam, falando a linguagem da guerra. Aimbirê e Pindobussú reuniam as tribos para um movimento geral dos tupinambás de toda a costa vicentina contra os peros, os portugueses de Bertioga, fazendo esquecer em parte os fatos da "cobra grande". <br /><br />Foi naquela altura que dois abarés dos peros chegaram a Iperoig para apaziguá-los, afirmando-lhes que os portugueses não eram culpados, que eram os franceses que roubavam as suas mulheres, para lhes dizer depois que foram os portugueses e atirar contra eles a vingança dos tupinambás. Vinham os pai-abunas para lhes propor uma paz de fato ou mais do que isso, uma aliança, afirmando-lhes que assim determinara o seu Deus, que era mais forte do que Tupã. <br /><br />Um movimento de ódio e temor pincelado de curiosidade arrastara índios e índias para junto dos dois padres, ameaçando-os de morte pelas intrigas dos pajés. <br /><br />Chegara então a lua cheia e os pavores de Coaquira se renovaram. Uma cunhatã decerto desapareceria para sempre do seu povo, sem reação e sem defesa, e isso o desesperava. Estava o chefe a parlamentar com Pindobussú sobre as coisas da guerra e a presença dos abarés, quando um mensageiro, cheio de terror, veio lhe dizer que Potira, a sua filha, fora carregada pela "cobra grande". <br /><br />À notícia cruel, Coaquira e Jagoanháro precipitaram-se, loucos de raiva e de dor, para as ocas distantes. <br /><br />Ia muito avançada a madrugada quando eles chegaram, e Jagoanháro pôde ver apenas, na entrada da gruta do monstro misterioso, um rastro de sangue sobre a areia branca, que uma réstia de luar ainda mais alvejava.</div><div>Desesperado, o guerreiro tupinambá investiu pela caverna, aos gritos de Coaquira e dos outros companheiros. Um ronco enorme soou em seguida, na garganta escura da gruta, seguido de um grito lancinante, e depois o silêncio, um silêncio de morte assombrado pelo luar. <br /><br />Os homens de Coaquira desertaram ouvindo o ronco, e o morubixaba amarrado ao lugar, como um daqueles guanandis da várzea, pela primeira vez teve vontade de chorar, ao sentir-se sozinho, frágil como criança, acovardado como uma mulher, incapaz de levar a cabo o socorro à filha que queria tanto e a Jagoanháro, que em breve devia ser seu filho e futuro chefe em seu lugar, destroçado em seu orgulho de rei que já não poderia reinar. <br /><br />Pindobussú ameaçou céus e terras quando soube da morte de Jagoanháro, devorado pela "cobra grande", e jurava enviar uma legião de ubás para dar combate ao monstro. Um pajé veio dizer-lhe, então, que tudo seria inútil, e que se aqueles padres eram mesmo santos, e se o seu Deus era mais forte do que Tupã, como dizia, eles que dessem uma prova disso naquela contingência, libertando o povo tupinambá da estranha serpente surgida nas terras de Coaquira. Se assim acontecesse é que seriam mesmo santos e seria o seu Deus maior do que Tupã, porque, de outra forma, acender-se-iam desde logo as fogueiras que deviam assá-los para o banquete. <br /><br />Nóbrega e Anchieta, pois que eram eles os abarés dos portugueses, aceitaram o desafio dos pajés de Pindobussú e se foram, em expedição, ao lado dos morubixabas tupinambás e uma legião dos seus guerreiros, enquanto os pajés ficavam em sua poracéia bárbara, prelibando o fracasso dos peros. <br /><br />Rompia a manhã no lado dos céus de Picinguaba, quando a tribo inteira de Coaquira, com seu chefe e os tuchauas de Iperoig, tendo os dois padres à frente, se apresentaram diante da gruta da "cobra grande". <br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://2.bp.blogspot.com/-BDq56jMgZFo/UHROmWmsECI/AAAAAAAAFRM/3zYpLQq-oDQ/s1600/Monstro+da+Sununga+1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="510" src="http://2.bp.blogspot.com/-BDq56jMgZFo/UHROmWmsECI/AAAAAAAAFRM/3zYpLQq-oDQ/s640/Monstro+da+Sununga+1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption">Padre de Anchieta para em frente a gruta e branda: - Apresenta-te em nome de Deus!</td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><br /></div>Manoel da Nóbrega ia avançar quando Anchieta colocou-se adiante dele e avançou rapidamente para a caverna, a mão alçada no ar, bradando: <br /><br />- Apresenta-te em nome de Deus! Em nome de Deus! <br /><br />Um rugido pavoroso irrompeu do fundo da garganta escura e chispas de fogo fuzilaram de dois olhos verdes. A pedra tremeu a uma convulsão do monstro, e, subitamente, uma cabeça enorme surgiu à luz da manhã, avançando para o pequeno e frágil pai-abuna. <br /><br />A indiada, transida de medo, comprimia-se lá fora, amparando-se mutuamente para não fugir, assombrada ante a coragem daquele homem magro, pálido e de roupagem negra, que num supremo desprezo à vida, ainda protegia o companheiro. <br /><br />Outro rugido imenso feriu o silêncio daquele instante supremo, e a cabeça do monstro projetou-se sobre o padre, mas, naquele momento, o abaré dos portugueses, enfrentando a sua fúria, suspendera no ar a cruz do seu Deus, que arrancara do peito, e, então, diante de toda aquela gente bárbara houve um estampido enorme, enquanto uma densa nuvem de fumaça, tresandando a enxofre, envolvia a cena. <br /><br />Ao dissipar-se o fumo, lá estava o padre imóvel, no mesmo lugar, como uma figura de pedra negra, a mão alçada no espaço e nela o crucifixo, mas a "cobra grande" desaparecera para sempre, deixando revolvida a areia e entulhada a garganta onde se escondia e onde para sempre ficariam Potira e Jagoanháro, unidos no noivado eterno da morte. <br /><br />- Anhanga! Anhanga! - bradavam os tamoios na beira da praia. <br /><br />- Potira! Potira!... - gritava Coaquira, diante da caverna, enquanto Pindobussu curvava a cabeça para o chão, em sinal de respeito, curtindo em silêncio a sua dor serena. <br /><br />E, naquele instante, viram todos que, aos gritos do morubixaba tupinambá, vertia a gruta lágrimas abundantes, chorando como um ser humano, como se caissem dos seus olhos, lá de cima, um chuveiro de lágrimas ardentes. <br /><br />*** <br /><br />O Puruba terminava a sua descrição: <br /><br />- Esse bicho, sô dotô, era o capeta... As sete fonte, onde ele bateu co rabo sete vêis, tão lá, mais prá riba, prá ponta dessa costera... Este má que era manso como o má de Santa Rita, ficô brabo e co essa sununga, esse ronco que vai longe e que ficô dando nome ao lugá. E essas lágrima, sô dotô, podeis crê, é da índia noiva, que o bicho incantô e que tá incarnada nesta gruta; é o choro da moça, quando ôve a vois de arguém, e pensa que é do noivo ou que é do pai, gritando disisperado pur não podê li sarvá... <br /><br /><br /><br /><b><span style="font-size: large;">A segunda lenda da Serpente Sununga </span></b><br /><br /><br /><br />Graciosa jovem de tez suavemente morena, olhos cinza esverdeados, farta cabeleira negra e ondulada, porte esbelto e curvas caprichosamente delineadas, Marcelina, até então alegre, forte e viva, de repente pareceu aniquilar-se, alimentando-se mal, perdendo as cores, visivelmente tímida, quase sem ânimo para as tarefas costumeiras e, de modo sumamente estranho, muitas vezes permanecia acomodada até alto dia, necessitando que alguém fosse alerta-la para que deixasse o leito. <br /><br />Remédios já os havia tomado em grande quantidade, desde "vinho-composto" a chás de várias ervas, e até banhos de cozimento de folhas e flores já Lhe haviam sido ministrados, mas nada resolvia. Sinhá Anália confidenciava seus temores às amigas mais íntimas e estas procuravam afastar-lhe as preocupações: <br /><br />- Ah, não é nada... é da idade... quantos anos ela tem? Quinze? Então tá aí, é da idade! Mas isso não tranqüilizava a apreensiva mãe que, interpelando a filha, revelando seus temores e fazendo indagações, recebia sempre respostas como esta: <br /><br />- Que é isso, mãe? Estou boa, não sinto nada. A senhora está com medo só porque eu estou levantando um pouco mais tarde? Só porque ando com pouca fome? - e fingindo um sorriso - Se eu comesse muito aí a senhora ia achar ruim, é ou não é? <br /><br />Dias se passaram, tristes e apreensivos, até que certa madrugada, ao raiar do dia, Sinhá Anália, que passava noites inteiras quase em vigília, ouvindo soluços provindos do quarto da filha para lá se dirigiu, encontrando-a abraçada ao travesseiro, abafando o pranto e murmurando palavras desconexas que pareciam ser: <br /><br />- Não! Não vá... não quero... espere... <br /><br />A desolada mãe, atordoada com aquelas palavras sem sentido algum, não alertou a filha. Acomodou-se aos pés da cama e se pôs a rezar, pedindo a Deus que Lhe desvendasse o mistério que aniquilava a filha. <br /><br />De repente Marcelina começou a mover-se. Mui lentamente levou as mãos aos olhos como que procurando dissipar uma lágrima e depois, vendo a mãe ali postada, com voz entrecortada começou a falar: <br /><br />- Que é isso, mãe? A senhora está ai? Está chorando? Ah, me perdoe... Eu sei... Eu estou fazendo a senhora sofrer... Mas... Não chore... Não se desespere... Eu sei que a senhora quer saber tudo, não é? Então escute... Eu vou contar o que tá se passando comigo! A senhora sabe a estória daquele bicho, daquele dragão que mora na Toca da Sununga, não é? Sabe, sim, porque todo mundo sabe. Por que é que toda gente deixou de passar por lá? Porque basta alguém chegar lá perto para o mar ficar bravo, chegando a jogar as ondas até na boca da toca, arrastando tudo, seja lá o que for que estiver por perto! Pescador, esse então nem se fala, esse navega lá de longe, pra mais de duzentas braças da praia e ai dele se chegar mais pra perto! Somem ele, a canoa, os apetrechos, some tudo, como já tem acontecido, é ou não é? Todo mundo sabe disso, todo mundo fala, mas até hoje ninguém disse que viu o tal dragão. <br /><br />Isto é, ninguém disse, não, porque o "seu" Antero viu, viu e me contou. Ele me disse que numa noite tava chegando de viagem e como era muito tarde pra chegar na casa dele, na Praia das Sete Fontes, resolveu cortar caminho. Então foi andando por cima do morro, por trás daquela bruta pedra da toca. Mas aí, quando foi chegando perto, ouviu um rugido tão grande que se arrepiou todo! Quis correr mas não pôde, parecia que estava grudado no chão! Aí foi que ele viu o bicho que estava saindo da toca e andando pro lado dele! Era um bicho horroroso! De meio corpo pra cima era que nem aquele dragão que a gente vê nos quadros de São Jorge, onde o santo está fisgando ele com uma lança! O resto do corpo era que nem cobra, roliço, sem pernas, se arrastando no chão! Aí, a lua que tava clara, limpa, iluminando tudo, se escondeu por trás de uma nuvem deixando tudo escuro que nem breu! "Pronto, vou morrer!" - pensou ele. Fez o sinal da cruz, ajoelhou-se e começou a rezar o "Crendos Padre". O bicho parou e foi se encolhendo devagarinho, devagarinho, que nem cobra quando vai dar o bote, mas não fez isso, não. Ao contrário, fez a volta e foi sumindo no meio das árvores, pros lados da toca. Aí "seu" Antero me disse que pôde se desgarrar do chão e deu pra correr até chegar em casa, mais morto do que vivo! Lembra-se, mãe, daquele dia que o "seu" Antero me levou até a Maranduba pra assistir o casamento da Justina? Pois foi naquele dia, no caminho - conversa vai, conversa vem -,que ele me contou essa estória do dragão da Sununga. <br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="http://4.bp.blogspot.com/-TV0p0sR3c-8/UHRPPNYCG8I/AAAAAAAAFRU/nfh4yU9VtUA/s1600/Monstro+da+Sununga+5.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="424" src="http://4.bp.blogspot.com/-TV0p0sR3c-8/UHRPPNYCG8I/AAAAAAAAFRU/nfh4yU9VtUA/s640/Monstro+da+Sununga+5.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption">O Dragão da Sununga é o responsável por deixar o mar tão agitado</td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><br /></div>Mas não sei, mãe, não sei porque aquele homem me contou isso. Não sei... Desde aquele dia nunca mais me esqueci do tal dragão, me parecendo estar vendo ele em toda parte, grande, gosmento, se arrastando no chão... Pra mim me parecia que ele tava na bica onde a gente lava roupa... no caminho que vai pra venda do "seu" Gardino... no acero da roça... até no rancho de guardar as canoas, me parecia que ele tava lá! Mas não tava, não! Era bobagem, mãe... Mas sabe que eu não tinha medo? Sabe que eu até tinha vontade de ver o tal dragão? Tinha mesmo... Juro que tinha... Pois uma noite - não foi sonho - eu tava acordada, tava acordada e vi quando ele veio sem fazer barulho, sem abrir a porta e entrou devagarinho aqui no meu quarto. Era o dragão, igualzinho, do mesmo jeito como o "seu" Antero me contou. Ai eu quis gritar pra senhora me acudir, mas quem diz que eu podia falar? Quem diz que eu podia me mexer? Aí o bicho foi chegando, chegando e ficando pequeno, tão pequeno que coube ali naquele canto perto da janela. Não demorou ele foi se enrolando, foi ficando do jeito de um tipiti bem grande e daí a pouco, mãe, aquilo foi virando gente e ficou do jeito de um moço, mas um moço bonito que Deus me perdoe - perdi o medo. <br /><br />O moço ficou bastante tempo ali, de pé, me olhando com uns olhos azuis da cor do céu! E se riu pra mim... Aí eu me ri pra ele e ele veio vindo, veio vindo, chegou perto de mim, passou a mão nos meus cabelos... Depois sentou-se aqui na cama... Depois... Depois ficou comigo! Oi, mãe, ele foi embora só de manhãzinha, depois que o galo cantou três vezes... E eu fiquei com tanta pena... Tive até vontade de chorar... E chorei, não tenho vergonha de contar, chorei mesmo! Agora, mãe, não tenho vontade de trabalhar, nem de comer, nem de conversar, nem de nada. Minha vontade é de ficar aqui no quarto, de porta fechada esperando que a noite chegue e que o bicho venha e se vire no moço bonito, pra ficar comigo até de manhãzinha. Ainda há pouco, mãe, eu tava chorando. Tava chorando porque ele tava indo embora sem querer me ouvir. Eu tava pedindo pra ele ficar, mas ele nem ligou... Toda vez que vem aqui, vai embora antes do dia clarear. Não adianta pedir, não adianta chorar, ele não liga e vai embora. Então, é como já disse, eu fico aqui sozinha, pensando nele, até que volte outra vez pra ficar comigo... <br /><br />* * * <br />Esta revelação Sinhá Anália ouviu-a no auge do desespero, quase arrastada às raias da loucura. Mas, que fazer? A quem apelar? Nada mais Lhe restava senão rezar e pedir a parentes e amigos que fizessem o mesmo, a fim de que um milagre a livrasse de tão iníqua provação. <br /><br /><br /><br />* * * <br />Passava o tempo, quando certo dia bateu-lhe à porta um trôpego velhinho - talvez um monge, envolvido num manto andrajoso - que, com voz sumida e rouca pediu-lhe alguma coisa para comer, bastava um pedaço de pão com que pudesse mitigar a fome que lhe corroía as entranhas. Sinhá Anália, amargurada mãe que sofria tanto, ainda encontrou fibras sensíveis em seu coração para se compadecer do mísero viandante, faminto, maltrapilho e exausto. Fazendo-o entrar, agasalhou-o, deu-lhe de comer e depois de reanimá-lo, atendendo às suas indagações, relatou-lhe todo o infortúnio, toda a razão da tristeza que consternava aquela casa. <br /><br />O velhinho ouviu-a, imoto, impassível, como em prece, como que absorto em pensamentos distantes. Finda a narrativa, fez Sinhá Anália sentar-se junto dele e revelou-lhe que, de há muito, bem longe dali, em sua peregrinação, já ouvira falar do monstro satânico que atormentava a população daquele bairro. Justamente por isso é que ali. viera, por inspiração divina, a fim de libertá-la da opressão que lhe infringia o Espírito do Mal. <br /><br />Essa revelação correu célere pela redondeza, reunindo conside-rável multidão que, certo dia, sem temor, acompanhou o venerável ancião na caminhada que fez em direção á toca que abrigava o dragão da Sununga. <br /><br />Caminhavam todos trôpegos, arfando, escalando a encosta pedregosa até atingir o cimo do íngreme penedo que recobre a desmedida gruta. Ali chegando, o monge ergueu os braços num largo e lento gesto do sinal da cruz, e ao murmúrio de piedosa prece, espargiu por sobre a pedra a água que levara num pequenino púcaro. <br /><br />Naquele instante um trovão violento fez estremecer a terra, atordoando a multidão em prece! O mar, rugindo em doidas convulsões, projetou-se violento contra a impassibilidade das rochas, para retroceder, abrindo-se ao meio, bem em frente à toca, dando passagem ao monstro apocalítico que por ali avançou rugindo, sumindo ao longe, na profundeza das águas! <br /><br />* * * </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div>Nunca mais se teve notícia do dragão da Sununga. De Marcelina, sabemos que embora arredia, taciturna, ainda viveu por longo tempo, conservando traços da rapariga que fora "de tez suavemente morena e olhos cinza esverdeados, farta cabeleira negra e ondulada", e mantendo o "por-te esbelto e curvas caprichosamente delineadas"! <br /><br />Hoje, quem se postar no interior da lendária gruta, perceberá cair lá de cima, das ranhuras da pedra, uma seqüência de pequeninas gotas que se infiltram na areia branca e fina que alcatifa o chão. <br /><br />Dizem, alguns, que são remanescentes gotas da água benta espargida pelo monge, que ainda caem, a fim de que o dragão jamais possa voltar. <br /><br />Outros, porém, afirmam que são lágrimas de Marcelina, que lá voltou muitas vezes, na esperança de que o dragão, feito moço bonito, ainda voltasse, para ficar com ela a noite inteira, até os primeiros albores da manhã! </div></div>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-24434816754472008772020-10-17T12:50:00.007-07:002020-10-18T07:30:37.887-07:00O Calendário da Tartaruga de 364 dias - Astronomia Ancestral Tupi<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-WaBaEl_lcw0/X4tIBgEvZCI/AAAAAAAAOg8/59AGeHtys0MUTDM2l06TZ0Ql6w1x3u4TwCLcBGAsYHQ/s1910/Calenda%25CC%2581rio%2Bda%2BTartaruga.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1910" data-original-width="1260" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-WaBaEl_lcw0/X4tIBgEvZCI/AAAAAAAAOg8/59AGeHtys0MUTDM2l06TZ0Ql6w1x3u4TwCLcBGAsYHQ/w422-h640/Calenda%25CC%2581rio%2Bda%2BTartaruga.jpg" width="422" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ilustração Tupi-Pop do Calendário na carapaça da tartaruga marinha por Kunumi Kûatiasara</td></tr></tbody></table><p></p><p><br />Os Tupinambá, Tupiniquim e outras etnias das Américas tinham grande conhecimento de astronomia, a observação de corpos celestes associadas às estações do ano, bem como lendas cosmológicas, era expediente corrente entre esses povos, é possível que compartilhassem conhecimento e discordassem das teorias uns dos outros, o assunto era o mais comum entre os povos da America do Sul, dos Andes e de povos antigos do atual México, levados a cabo pelos rápidos viajantes das trilhas, dentre as quais a mais importante, a do Peabirú. </p><p>Uma das teorias mais ouvidas entre nossas muitas etnias diz respeito ao fato de o ciclo anual de 364 dias estar gravado nas carapaças das tartaruga marinhas da família Cheloniidae, diz a lenda que Jerônimo de Albuquerque Maranhão, bravo guerreiro, responsável pela expulsão dos franceses, filho do nobre português Jerônimo de Albuquerque e da linda princesa indígena pernambucana Muyrã Ubi, filha do cacique Uirá Ubi, (Arco Verde, em português), da aldeia Tindara, batizada em língua portuguesa com o nome de Maria do Espírito Santo Arcoverde, ao chegar em Pé do Serrote fez erguer uma pequena fortaleza, com estacas de madeira para protegerem-se do terrível pirata francês Du Prat, no ano de 1614 de nosso Sr., na companhia dos Tremembé.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-GSUc4gfOf5g/X4tHy7gMiaI/AAAAAAAAOg4/p4E2ckvCgEAkhoS0F-iz8rBA1mwZKWwdQCLcBGAsYHQ/s848/indio.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="848" data-original-width="564" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-GSUc4gfOf5g/X4tHy7gMiaI/AAAAAAAAOg4/p4E2ckvCgEAkhoS0F-iz8rBA1mwZKWwdQCLcBGAsYHQ/w426-h640/indio.jpg" width="426" /></a></div><br />Como era profundo conhecedor do idioma Tupi, aproximou-se de uma jovem que brincava com uma tartaruga marinha e percebeu que ela constantemente repetia um verso: <p></p><p>“kwara'sï - Irundyk po xe pó mosapyr - quatro mãos com minha mão e mais três = 28 (vinte e oito sois), Îasy - Mokõî pó mosapyr – duas mãos e mais três = 13 (treze luas)”;</p><p>13 luas e 28 dias, o que seria isso?</p><p>Ao perguntar ao pai da garota, esse responde que em todas as carapaças de tartaruga esses números equivalem aos 364 dias que compõem o ano indígena.</p><p>Todos os povos indígenas conheciam a sabedoria da tartaruga e seguiram um calendário de 13 meses; afinal, existem 13 ciclos lunares num ano e 27 a 29 dias por ciclo.</p><p>Ao comparar com o calendário gregoriano, instituído em 1582, fez parecer que o homem branco tivesse subtraído um mês para cortar a conexão entre as pessoas com o sol e a lua."</p><p>O velho índio perguntou então a Jerônimo:</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-I78X3iga3S4/X4tHhfudnqI/AAAAAAAAOgw/kM-I5x_QvlA2KCjgSRJ5oLb5ZP-JRTbYwCLcBGAsYHQ/s2000/Calendario%2BIndigena%2B364.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="2000" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-I78X3iga3S4/X4tHhfudnqI/AAAAAAAAOgw/kM-I5x_QvlA2KCjgSRJ5oLb5ZP-JRTbYwCLcBGAsYHQ/w640-h640/Calendario%2BIndigena%2B364.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">O ano de 364 dias está representado na carapaça da tartaruga marinha<br /></span></td></tr></tbody></table><p>O-î-kuab-ype nde r-a'yra îurukaûá asé r-ekomonhangaba? </p><p>Teu filho desconhece os mandamentos da tartaruga feito a nós?</p><p>Envergonhado, ele mente ao velho índio: </p><p>- Pá. O-î-kuab.</p><p>Sim, ele os conhece.</p><p>Ta nde ma'enduar Tupã asé r-ekomonhangaba r-esé.</p><p>Que ele se lembre dos mandamentos da tartaruga feito a nós.</p><p>Jerônimo, encantado com a descoberta do calendário no casco das tartarugas, não só fez seus filhos e netos conhecerem o calendário da tartaruga, como também resolveu dar nome ao lugar de ‘Jericoacoara’, do Tupi-Antigo îurukaûá tartaruga-marinha / kûara – toca = Toca das tartarugas.</p><p>Os índios Xerente, segundo Levi-Strauss (1964), contam os meses do ano através de lunações, ou seja,através das transições da Lua entre nova, crescente, cheia e minguante, além disto, os Xerentes consideram como o inicio de um ano novo, quando ocorre o aparecimento das Plêiades e o Sol distancia-se da constelação ocidental de Touro, ocorrendo no mês de junho se analisado no calendário ocidental. Um outro importante fator causado pelas Plêiades, diz respeito ao aviso de possíveis ventos, porém, isto ocorre, apenas quando são avistadas no amanhecer. A observação em relação ao nascer da Sururu (Plêiades), para os Xerentes, pode ocorrer de duas formas distintas, às quais eles nomeiam como “nascer helíaco” e “nascer cósmico”, no primeiro o nascer dessa constelação se dá antes do nascer do Sol, no segundo, nascer cósmico, elas nascem em conjunto ao nascer do Sol, dentro deste período de diferença na forma de nascer das Plêiades, contam-se treze luas, ou seja, por treze vezes se cumpriu as quatro fazes da Lua.</p><p>Segundo D’Abbevile (1614), para os índios Tupinambá, as Plêiades eram muito comuns, agindo como base de informação meteorológica e cultural, eles a denominavam Seichu, na região da ilha do Maranhão, onde ocorreram as pesquisas empíricas de DAbbevile. As Plêiades aparecem em meados do mês de janeiro, quando os Tupinambá começavam a esperar o período das chuvas. Os Tupinambá da costa nordestina, segundo LeviStrauss (1964), associavam as Plêiades a uma constelação, que denominavam Seichujura, ou seja, colmeia de abelha, o aparecimento desta constelação, para eles, também funcionava como indicadora das chuvas.</p><p><b>As fases da lua</b></p><p>A Lua, satélite natural da terra, a partir de suas fases, serve como referência ao cotidiano dos índios, sendo utilizada como orientação para seu calendário, assim como influencia na contagem das horas e na orientação geográfica. Outra influência muito importante da Lua no cotidiano, diz respeito à agricultura, à caça e à pesca dos povos indígenas, sabendo qual o melhor período para colher frutos, plantar, pescar certas espécies de peixes e quando ocorre a época mais farta para a caça, assim como para o corte da madeira.</p><p>Esta influência, segundo D’Abbeville (1614), é também responsável pela vida marinha, sendo conhecida por quase todos os membros da cultura Tubinambá, onde as fases da Lua modificam o ritmo das marés. O conhecimento das fases lunares foi a herança do conhecimento, deixada pelos antepassados indígenas, sendo por este motivo que, cada cultura, tem seus ritos e sua forma de lidar com as fases lunares, levando-os muito a sério. Desta forma, se dá a organização do calendário dos índios Xerentes:</p><p>Eles dividem o ano em duas partes: </p><p>1º) quatro luas de estação seca, aproximadamente de junho a setembro; </p><p>2º) nove luas de chuva (a-ké-nan) de setembro a maio. Durante os dois primeiros meses da estação seca, eles limpam um pedaço de floresta derrubando as árvores maiores. </p><p>Durante os dois meses seguintes, queimam o mato e semeiam, para aproveitar as chuvas do fim de setembro e de outubro (J. F. DE OLIVEIRA, 1912 P.393-94 apud LEVISTRAUSS, 1964 P.252).</p><p>Segundo RODRIGUES (1998), a Lua nova exerce influência direta no transporte natural de seiva nos vegetais, que se manifesta em maior quantidade no caule, direcionando-se em seguida aos ramos, o que favorece o crescimento e desenvolvimento das plantas, principalmente no aproveitamento das folhas, como as hortaliças, que são colhidas pelos indígenas, preferencialmente, no período desta fase lunar. Durante esta fase da Lua nova, torna-se atrativo o plantio de árvores, cujo objetivo é a produção de madeira. Para a colheita dos frutos, o melhor momento da Lua, é quando ela está cheia, pois os frutos estão mais macios e suculentos, devido a maior quantidade de seiva no interior dos mesmos. Na Lua minguante, as plantas absorvem menos seiva, por este motivo, o caule, as folhas e os ramos se tornam mais secos, sendo nesta fase, recomendada a colheita do bambu e das madeiras para construções, devido a maior durabilidade e resistência desses em relação à parasitas.</p><p>Outro fenômeno natural, que é explicado e relacionado, através dos mitos e saberes indígenas, com as influencias lunares, é a onda pororoca, que por sua vez, é protagonista em um dos mitos mais contados pelos indígenas. Porém, a pororoca explica-se, através das mudanças nos mares, a partir de duas fases lunares, assim como exemplifica Murgel:</p><p>Tal onda é causada pela elevação súbita da maré no oceano, em tempos de sizígia (isto é, nas grandes marés causadas pela conjunção ou oposição da lua com o sol, ou seja, marés de “lua nova” e “lua cheia”). A elevação da maré represa os rios no estuário, fazendo com que suas águas recuem, formando uma grande corrente em sentido contrário ao seu curso normal. Havendo um estreitamento no rio, o nível da água se eleva muito repentinamente e, se houver alguma saliência no leito (os freqüentes baixios formados pela deposição de sedimentos), esse obstáculo faz a água amontoar-se bruscamente, originando a onda que subindo sempre termina por rebentar fragorosamente, como pode ser observado no Guamá, o grande rio que circula Belém (MURGEL, 1930, p. 59).</p><p>A partir das práticas cotidianas de observação da Lua, os índios Tupi-Guarani, notavam modificações no comportamento dos animais, de acordo com a luminosidade apresentada no ambiente, quanto mais brilhante estivesse a Lua, mais agitados ficavam os animais, fator este que, proporcionava melhores condições para caçar.</p><p>Essa agitação animal ocorre entre os períodos de Lua nova e de Lua cheia. Outro fator importante, demonstrado pelos índios Guaranis, sendo um conhecimento que pode ser aproveitado no combate as pragas, como exemplo, o mosquito da dengue (Aedes Aegypti), se dá, devido a sabedoria de que a melhor época para combate-los é durante a Lua cheia, já que, os insetos ficam mais agitados por razão da maior luminosidade. A incidência do mosquito da dengue (Aedes Aegypti), também aumenta durante o período de Lua cheia, sendo este o motivo de a dedetização ser mais eficaz neste período (AFONSO, 2014).</p><p>As aldeias litorâneas Guarani, da mesma forma como os Tupinambá, relacionam as fases da Lua diretamente com as estações do ano e com as marés. De acordo com os índios, a melhor fase para pescar o camarão é entre os meses de Fevereiro e Abril, quando o nível das marés está elevado, ocorrendo durante o período da Lua cheia. Normalmente ao sair para pescarem, os índios já sabem quais espécies de peixes vão conseguir pegar em abundância, isso acontece, porque os índios conhecem muito bem as fases da Lua e a época do ano certa para a pesca, alem de ter um conhecimento muito grande sobre a fauna do meio-ambiente onde vivem, já que são exímios observadores da natureza (AFONSO, 2006). </p><p>Segundo D’Abbdevile os índios Tupinambá distinguiam dois momentos das cheias das marés, que aconteciam sempre na Lua nova e na Lua cheia. O conhecimento das marés, pelos índios, se dá anteriormente ao desenvolvimento deste conhecimento pelos europeus, uma das explicações que podem ser dadas para este fato, diz respeito a localização do território brasileiro, que está em quase toda sua extensão, entre os trópicos, onde, por sua vez, a observação e a relação das marés com as fases lunares é mais facilmente realizada. (AFONSO, 2006).</p><p>A cultura indígena, de forma geral, baseia suas crenças e explicações dos fenômenos naturais, a partir dos mitos, contados e recontados por seus antepassados, desta forma, para as explicações das características da Lua, assim como das fases lunares, não acontece diferente. Os índios Tupi-Guarani, através de suas observações da Lua e dos efeitos naturais que ocorriam ao fim de suas fases, criaram um mito, para descrever e explicar o porque, das características físicas da Lua e suas influências, fazendo isto, a partir de suas crenças nos astros como deuses.</p><p>LUA, IRMÃO DO SOL, entrava tateando no escuro, no quarto da irmã de seu pai, com a intenção de fazer amor com ela. Para saber quem a importunava todas as noites, sua tia lambuzou os dedos com resina e de noite, enquanto Lua a procurava, passou a mão em sua face. No dia seguinte, bem cedo, Lua foi lavar a face para retirar a resina. No entanto, a substância não saiu, e ele ficou mais sujo ainda. Por esse motivo, Lua tem sempre a face manchada. Desde então, a lua nova lava seu rosto, fazendo chover para tentar tirar as manchas de resina, que ficam mais visíveis quando ela se torna cheia. Essa fábula ensina aosTupis-Guarani que não devem cometer incesto. (AFONSO, 2006 p.52).</p><p>Para muitas nações indígenas, a chegada do ano novo era durante o solstício de inverno (~21 de junho), tal como o wiñol Tripanto ou We Tripanto dos Mapuche do Chile ou os habitantes da aldeia Pokanoket, da nação indígena norte americana Wampanoag, que também via o ano de 28 dias e 13 luas nas costas da tartaruga, de acordo com o livro "Thirteen Moons on Turtle's Back de Joseph Bruchac.</p><p><b>Constelações Tupinambá </b></p><p>Agora que já sabe como a maioria das nações indígenas dividiam o ano no calendário da tartaruga, conheça também algumas constelações indígenas ancestrais. </p><p>Dois anos antes de Jeronimo chegar em Jericoacoara, no ano de 1612, o missionário capuchinho francês Claude d’Abbeville passou quatro meses com os Tupinambá do Maranhão, perto da Linha do Equador. No seu livro “Histoire de la Mission de Pères Capucins en l’Isle de Maragnan et terres circonvoisins”, publicado em Paris, em 1614, considerado uma das mais importantes fontes da etnografia dos Tupi, ele registrou o nome de cerca de 30 estrelas (îasytatá em Tupi-Antigo) e constelações conhecidas pelos índios da ilha. Infelizmente, foram devidamente associadas à aquelas que conhecemos.</p><p>As observações do céu que realizamos com índios de todas as regiões do Brasil permitiram localizar a maioria das constelações Tupinambá, apenas relatadas por d`Abbeville e de diversas outras etnias indígenas brasileiras.</p><p>Um dos motivos que nos incentivou a realizar este trabalho de resgate da astronomia indígena brasileira foi verificar que o sistema astronômico dos extintos Tupinambá do Maranhão, descrito por d’Abbeville, é muito semelhante ao utilizado, atualmente, pelos Guarani do Sul do Brasil, embora separados pelas línguas (Tupi e Guarani), pelo espaço (mais de 2.500 km, em linha reta) e pelo tempo (quase 400 anos). Verificamos, também, que algumas das constelações dos índios brasileiros, utilizadas no cotidiano, são as mesmas de outros índios da América do Sul e dos aborígines australianos.</p><p>Os índios brasileiros davam maior importância às constelações localizadas na Via Láctea, que podiam ser constituídas de estrelas individuais e de nebulosas, principalmente as escuras. A Via Láctea é chamada de Caminho da Anta (Tapi’i rapé, em guarani) pela maioria das etnias dos índios brasileiros, devido principalmente às constelações representando uma Anta (Tapi’i, em guarani) que nela se localizam.</p><p><br /></p><p><b>A CONSTELAÇÃO DA EMA</b></p><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-r3nYIwvOCP8/X4tHPtbKNKI/AAAAAAAAOgk/vs6iWyE-YqAtxrafBHfi_nUQavVZf6POgCLcBGAsYHQ/s2000/Constelac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Btupinamba%25CC%2581%2Bda%2BEma.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="2000" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-r3nYIwvOCP8/X4tHPtbKNKI/AAAAAAAAOgk/vs6iWyE-YqAtxrafBHfi_nUQavVZf6POgCLcBGAsYHQ/w640-h640/Constelac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Btupinamba%25CC%2581%2Bda%2BEma.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;"><span style="font-size: x-small;">A CONSTELAÇÃO TUPINAMBÁ DA EMA - YANDUTIN</span></b></td></tr></tbody></table><b><br /></b><p></p><p>Em relação à constelação da Ema, d’Abbeville relatou: “Os Tupinambá conhecem uma constelação denominada Iandutim, ou Avestruz Branca, formada de estrelas muito grandes e brilhantes, algumas das quais</p><p>representam um bico. Dizem os maranhenses que ela procura devorar duas outras estrelas que lhes estão juntas e às quais denominam uirá-upiá”. Ele chamou de Avestruz Branca a constelação da Ema, no entanto, a avestruz (Struthio Camelus Australis) não é uma ave brasileira. A ema parece com a avestruz, mas é menor e de família diferente.</p><p>Na segunda quinzena de junho, quando a Ema (Guirá Nhandu, em guarani) surge totalmente ao anoitecer, no lado leste, indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil e o início da estação seca para os índios do norte do Brasil.</p><p>A constelação da Ema fica na região do céu limitada pelas constelações ocidentais Crux e Scorpius. Ela é formada utilizando, também, estrelas das constelações Musca, Centaurus, Triangulum Australe, Ara, Telescopium, Lupus e Circinus.</p><p>A cabeça da Ema é formada pelas estrelas que envolvem o Saco de Carvão, uma nebulosa escura que fica perto da estrela α Crucis (Acrux). O bico da Ema é formado pelas estrelas α Muscae e β Muscae. A Ema tenta devorar dois ovos de pássaro (Guirá-Rupiá, em guarani) que ficam perto de seu bico. Os ovos são as estrelas δ Muscae e γ Muscae.</p><p>As estrelas α Centauri (Rigel Kentaurus) e β Centauri estão dentro do pescoço da Ema. Elas representam dois ovos que a Ema acabou de engolir.</p><p>A parte de baixo do corpo da Ema começa a ser formada pela estrela β Trianguli Australis, passando pelas estrelas η Arae, ζ Arae e ε1 Arae e pelas estrelas ζ Scorpii, µ1 Scorpii, ε Scorpii, τ Scorpii, α Scorpii (Antares) e σ Scorpii, terminando em δ Scorpii.</p><p>Uma das pernas da Ema é formada pelas estrelas da cauda de Scorpius, começando na estrela δ Scorpii e termina nos dedos do pé representados pelas estrelas υ Scorpii (Lesath), λ Scorpii (Shaula) e SAO 209318. A outra perna começa na estrela ε1 Arae, passa pela estrela α Arae e termina nos dedos do pé formado pelas estrelas α Telescopii, ε Telescopii e ζ Telescopii.</p><p>A cauda da Ema é formada pelas estrelas δ Scorpii, β1 Scorpii (Graffias), ω1 Scorpii, ω2 Scorpii e ν Scorpii, todas da garra de Scorpius.</p><p>A parte de cima do corpo da Ema, é formada pelas estrelas δ Scorpii, π Scorpii e ρ Scorpii também da garra de Scorpius, seguida pelas estrelas χ Lupi, γ Lupi, ε Lupi, κ Lupi e ζ Lupi, terminando na estrela β Circini, onde começa o seu pescoço.</p><p>Dentro do corpo da Ema, as manchas claras e escuras da Via Láctea ajudam a visualizar a plumagem da Ema.</p><p>A constelação Scorpius, excluindo suas garras e as estrelas que estão acima de Antares, representa uma Cobra (Mboi, em Guarani) para os índios brasileiros, sendo Antares a sua cabeça. De fato, é muito mais fácil imaginar uma cobra que um escorpião nessa região do céu.</p><p>Ao Sul do Trópico de Capricórnio, a constelação ocidental Scorpius é conhecida como de inverno e perto da Linha do Equador como de seca, tendo em vista que ela pode ser observada, ao anoitecer, nessas estações. </p><p>Essa constelação, sem as garras, representa um cobra para os índios brasileiros.</p><p><br /></p><p><b>A CONSTELAÇÃO DO HOMEM VELHO</b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-5tTM2SyeqJc/X4tHEf7pjFI/AAAAAAAAOgc/ck0X4jeY5G0chfHotd-n_JYF5C7c_rAKACLcBGAsYHQ/s2000/Constelac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Btupinamba%25CC%2581%2Bdo%2BHomem%2BVelho.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="2000" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-5tTM2SyeqJc/X4tHEf7pjFI/AAAAAAAAOgc/ck0X4jeY5G0chfHotd-n_JYF5C7c_rAKACLcBGAsYHQ/w640-h640/Constelac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Btupinamba%25CC%2581%2Bdo%2BHomem%2BVelho.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;"><span style="font-size: x-small;">A CONSTELAÇÃO TUPINAMBA DO HOMEM VELHO - TUYAVAÉ</span></b></td></tr></tbody></table><p>Em relação à constelação do Homem Velho, d’Abbeville relatou: “Tuivaé, Homem Velho, é como chamam outra constelação formada de muitas estrelas, semelhante a um homem velho pegando um bastão”.</p><p> Na segunda quinzena de dezembro, quando o Homem Velho (Tuya, em guarani) surge totalmente ao anoitecer, no lado Leste, indica o início do verão para os índios do sul do Brasil e o início da estação chuvosa para os índios do norte do Brasil.</p><p>A constelação do Homem Velho é formada pelas constelações ocidentais Taurus e Orion.</p><p>Conta o mito que essa constelação representa um homem cuja esposa estava interessada no seu irmão. Para ficar com o cunhado, a esposa matou o marido, cortando-lhe a perna. Os deuses ficaram com pena do marido e o transformaram em uma constelação.</p><p>A constelação do Homem Velho contém três outras constelações indígenas, cujos nomes em guarani são: Eixu (as Pleiades), Tapi’i rainhykã (as Hyades, incluindo Aldebaran) e Joykexo (O Cinturão de Orion).</p><p>Eixu significa ninho de abelhas. Essa constelação marca o início de ano, quando surge pela primeira vez no lado oeste, antes do nascer do Sol (nascer helíaco das Plêiades), na primeira quinzena de junho. Segundo d’Abbeville, os Tupinambá conheciam muito bem o aglomerado estelar das Plêiades e o denominavam Eixu (Vespeiro). Quando elas apareciam afirmavam que as chuvas iam chegar, como chegavam, efetivamente, poucos dias depois. Como a constelação Eixu aparecia alguns dias antes das chuvas e desaparecia no fim para tornar a reaparecer em igual época, eles reconheciam perfeitamente o intervalo de tempo decorrido de um ano a outro.</p><p>Tapi’i rainhykã significa a queixada da anta e anunciava que as chuvas estavam chegando, para os Tupinambá. Joykexo representa uma linda mulher, símbolo da fertilidade, servindo como orientação geográfica, pois essa constelação nasce no ponto cardeal leste e se põe no ponto cardeal oeste Joykexo também representa o caminho dos mortos.</p><p>A cabeça do Homem Velho é formada pelas estrelas do aglomerado estelar Hyades em cuja direção se encontra α Tauri (Aldebaran), a estrela mais brilhante da constelação Taurus.</p><p>Acima da cabeça do Homem Velho fica o aglomerado estelar das Plêiades que representa um penacho que ele tem amarrado à sua cabeça.</p><p>O pescoço do Homem Velho começa em Aldebaran e termina na estrela ο2 Orionis, de onde partem seus braços.</p><p>Um de seus braços termina em ζ Tauri. O outro braço termina em π6 Orionis, passando por todo o escudo de Orion.</p><p>A linha reta que vai de π5 Orionis até β Orionis (Rigel), representa um bastão que o Homem Velho utiliza para se equilibrar.</p><p>A estrela γ Orionis (Bellatrix) fica na virilha do Homem Velho, sendo que a estrela vermelha α Orionis (Beltegeuse) representa o lugar em que sua perna foi cortada. O Cinturão de Órion (Três Marias) formado pelas estrelas δ Orionis (Mintaka), ε Orionis (Alnilam) e ζ Orionis (Alnitak) representa o joelho da perna sadia. A estrela κ Orionis (Saiph) representa o pé da perna sadia.</p><p>Ao Sul do Trópico de Capricórnio, a constelação ocidental Orion é conhecida como constelação de verão e perto da Linha do Equador como de chuva, tendo em vista que ela pode ser observada, ao anoitecer, nessas estações.</p><p><b><br /></b></p><p><b>CONSTELAÇÃO DA ANTA DO NORTE</b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-1LjYeSV4oHE/X4tG5VUcRrI/AAAAAAAAOgU/Y_Jusd0-ahI_u0HRMH9DCW-v_a1cd5fgACLcBGAsYHQ/s2000/Constelac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Btupinamba%25CC%2581%2Bda%2BAnta%2Bdo%2BNorte.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="2000" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-1LjYeSV4oHE/X4tG5VUcRrI/AAAAAAAAOgU/Y_Jusd0-ahI_u0HRMH9DCW-v_a1cd5fgACLcBGAsYHQ/w640-h640/Constelac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Btupinamba%25CC%2581%2Bda%2BAnta%2Bdo%2BNorte.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;"><span style="font-size: x-small;">CONSTELAÇÃO TUPINAMBA DA ANTA DO NORTE - TAPI'I</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p>A constelação da Anta do Norte é conhecida principalmente pelas etnias de índios brasileiros que habitam na região norte do Brasil, tendo em vista que para as etnias da região sul ela fica muito próxima da linha do horizonte. Ela fica totalmente na Via Láctea, que participa muito nas definições de seu contorno, fornecendo uma imagem impressionante dessa constelação. </p><p>Existem outras constelações representando uma Anta (Tapi’i, em guarani) na Via Láctea, por isso chamamos essa constelação de Anta do Norte.</p><p>Segundo Afonso (2006), os indígenas brasileiros, dão maior importância, àquelas constelações quehabitam a Via Láctea, ou Tapi’i’rapé, a Via Láctea é chamada de Caminho da Anta devido, principalmente, à constelação da Anta do Norte.</p><p>Na segunda quinzena de setembro, a Anta do Norte surge ao anoitecer, no lado Leste, indica uma estação de transição entre o frio e calor para os índios do sul do Brasil e entre a seca e a chuva para os índios do norte do Brasil.</p><p>A constelação da Anta do Norte fica na região do céu limitada pelas constelações ocidentais Cygnus (Cisne) e Cassiopeia (Cassiopéia). Ela é</p><p>formada utilizando, também, estrelas da constelação Lacerta (Lagarta), Cepheus (Cefeu) e Andromeda (Andrômeda).</p><p>A estrela α Cygni (Deneb) representa o focinho da Anta do Norte, sendo que 55 Cygni, ξ Cygni e 59 Cygni representam sua boca. O restante da cabeça é formado pelas estrelas 74 Cygni, σ Cygni, ν Cygni, 56 Cygni, 63 Cygni e π2 Cygni.</p><p>As estrelas τ Cygni e 72 Cygni representam as orelhas da Anta do Norte.</p><p>A parte de cima do pescoço começa em SAO 51904 (2 Lacertae) e a parte de baixo em ζ Cephei.</p><p>A parte de baixo do corpo da Anta do Norte começa a ser formada pela estrela ζ Cephei, passando pelas estrelas β Cassiopeiae (Caph) e α Cassiopeiae (Schedar), terminando em ζ Cassiopeiae.</p><p>As duas pernas da frente começam em ζ Cephei, sendo que uma delas termina em α Cephei (Alderamin) e a outra termina ι Cephei. As duas pernas de trás começam em β Cassiopeiae (Caph), sendo que uma delas termina em κ Cassiopeiae e a outra em δ Cassiopeiae (Ruchbah).</p><p>A cauda da Anta do Norte é representada pelas estrelas ζ Cassiopeiae e µ Cassiopeiae.</p><p>A parte de cima do corpo da Anta do Norte é formada pelas estrelas ζ Cassiopeiae, ψ Andromedae e λ Andromedae, terminando na estrela SAO 51904, onde começa o seu pescoço.</p><p><b><br /></b></p><p><b>A CONSTELAÇÃO DO VEADO</b></p><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-49rCmY83nL8/X4tGtl2qUnI/AAAAAAAAOgQ/o2wCLCV4VAoVKKQYGgX4iHTQMRoaVNOLwCLcBGAsYHQ/s2000/Constelac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Btupinamba%25CC%2581%2Bdo%2BVeado.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="2000" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-49rCmY83nL8/X4tGtl2qUnI/AAAAAAAAOgQ/o2wCLCV4VAoVKKQYGgX4iHTQMRoaVNOLwCLcBGAsYHQ/w640-h640/Constelac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Btupinamba%25CC%2581%2Bdo%2BVeado.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">A CONSTELAÇÃO TUPINAMBÁ DO VEADO - SYGÛASU</span></td></tr></tbody></table><br /><b><br /></b><p></p><p>A constelação do Veado é conhecida principalmente pelas etnias de índios brasileiros que habitam na região sul do Brasil, tendo em vista que para as etnias da região norte ela fica muito próxima da linha do horizonte.</p><p>Na segunda quinzena de março, o Veado surge ao anoitecer, no lado Leste, indica uma estação de transição entre o calor e o frio para os índios do sul do Brasil e entre a chuva e a seca para os índios do norte do Brasil.</p><p>A constelação do Veado fica na região do céu limitada pelas constelações ocidentais Vela (Vela) e Crux (Cruzeiro do Sul). Ela é formada utilizando, também, estrelas da constelação Carina (Carina) e Centaurus (Centauro).</p><p>A estrela γ Velorum (Suhail Al Muhlif) representa o focinho do Veado, sendo que sua cabeça é formada pelas estrelas SAO220138, SAO 220803, λ Velorum (Alsuhail), SAO 220371 e SAO 220204.</p><p>Partindo da estrela λ Velorum até as estrelas ψ Velorum e SAO 200163, temos os dois chifres do Veado.</p><p> A parte de cima do pescoço começa em κ Velorum e vai até SAO 220803, a parte de baixo começa em δ Velorum e vai até SAO 220138.</p><p>A parte de baixo do corpo do Veado começa a ser formada pela estrela δ Velorum, passando pelas estrelas ι Carinae (Aspidiske), SAO 250683, θ Carinae, η Crucis, ζ Crucis, α Crucis e ε Crucis, terminando em δ Crucis.</p><p>A cauda do Veado é representada pelas estrelas δ Crucis, β Crucis e γ Crucis. A parte traseira do Veado é formada por todas as estrelas da constelação Crux.</p><p>As duas pernas da frente começam em SAO 250683 e θ Carinae sendo que uma delas passa por υ Carinae, terminando em β Carinae (Miaplacidus) e a outra termina em ω Carinae. As duas pernas de trás começam em η Crucis e ζ Crucis sendo que uma delas passa por λ Muscae e ε Muscae, terminando em γ Muscae e a outra passa por α Muscae e β Muscae, terminando em δ Muscae.</p><p>A parte de cima do corpo do Veado é formada pelas estrelas γ Crucis, π Centauri e φ Velorum, terminando na estrela κ Velorum, onde começa o seu pescoço.</p><p><br /></p><p><b>Referencias</b></p><p>Afonso -Constelações Indígenas de Germano Afonso - Germano Bruno Afonso (UFPR)</p><p>BRANCO, Samuel Murgel. O desafio amazônico. 2ª edição. Editora Moderna. São Paulo: Brasil, 1930.</p><p>Bruchac - Thirteen Moons on Turtle's Back de Joseph Bruchac</p><p>FILHO, Alexandre Toccoli; /OLIVEIRA, Matheus Carvalho de; /RIBEIRO, Rafael Bicudo; /SANTOS, Rodrigo Silva</p><p>Malaquias dos. Cosmologia indígena brasileira: Tupinambás e Guaranis. Disponível em:</p><p>http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/246176/mod_resource/content/1/Cosmologia%20ind%C3%ADgena%20</p><p>brasileira%20-%20Tupinamb%C3%A1s%20e%20Guaranis.pdf. Acesso em: 2 Abr.2016.</p><p>LEVI-STRAUSS, Claude. O cru e o cozido. Editora Cosac & Naify. São Paulo: Brasiliense, 1991.</p><p>ROSENFIELD, Rogério. A cosmologia. Disponível em:</p><p>http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol6/Num1/cosmologia.pdf. Acesso em: 5 Mai.2016</p><p>MARQUES, C. T dos S; / GAMA, E. V. S; / CARVALHO, A. J. A; / SILVA, F; / FRIAS., M. T. RODRIGUES,</p><p>L. Relato sobre a Influência da Lua na Agricultura. Vitória: 1998.</p><p>D’ABBEVILE, Claude. História da missão dos padres capuchinhos na ilha do maranhão e suas</p><p>circumvisinhanças. Paris, 1614.</p><p>AFONSO, G. B. As constelações indígenas brasileiras. Observatórios Virtuais, USP, 2004.</p><p>AFONSO, G. B. Mitos e Estações no céu Tupi-Guarani. Scientific American Brasil, 2006. Disponível</p><p>em: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/mitos_e_estacees_no_ceu_tupi-guarani.html</p><p>LUCIANO, Gersen dos Santos. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos</p><p>indígenas no Brasil de hoje. Coleção educação para todos. Brasília: MEC/Secad; LACED/Museu</p><p>Nacional.</p><p></p><p>FABIAN, Stephen M. Space-Time of the Bororó of Brazil. Gainesville: University Press of Florida, 1992.</p><p><br /></p><p><br /></p>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-37823006984690280012020-09-17T14:21:00.005-07:002020-09-27T06:30:56.693-07:00Conversação em Tupi Antigo - Aula 2<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-YIF3Vvrf9iw/X3CUA9mXTPI/AAAAAAAAOdQ/_IBrztpQuA8pw7xt2gDVarwb4GHg5k1iACLcBGAsYHQ/image.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img data-original-height="640" data-original-width="524" height="640" src="https://lh3.googleusercontent.com/-YIF3Vvrf9iw/X3CUA9mXTPI/AAAAAAAAOdQ/_IBrztpQuA8pw7xt2gDVarwb4GHg5k1iACLcBGAsYHQ/w525-h640/image.png" width="525" /></a></div><br /> <p></p><p>Nessa segunda lição, Pindobuçu que mora na periferia de Carapicuíba resolve acompanhar Rembémumbú ao encontro dos amigos Potiguara, que marcaram um encontro no Espaço Cultural Inhapuambuçu, no centro histórico de São Paulo de Piratininga. As instalações e edifícios foram construídos no lugar da famosa aldeia de Tibiriçá a 600 anos atrás e hoje abriga o CCCRT (Centro da Cultura, Ciência e Religião Tupiniquim), onde natureza e ciência convivem lado a lado.</p><p style="text-align: center;">Assista ao vídeo</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/6sBYCVim5TQ" width="320" youtube-src-id="6sBYCVim5TQ"></iframe></div><p>Para uma perfeita compreensão do que é Sumietama, e da proposta de ensino do Tupi-Antrigo através da conversação, visite a primeira lição nesse blog e no YouTube.</p><div><div>Texto Luiz Pagano</div><div>Tradução <a href="https://www.youtube.com/user/Bettiobrazil">Professor Farias</a></div></div><div><br /></div><div><div>Para uma perfeita compreensão do que é Sumietama, e da proposta de ensino do Tupi-Antrigo através da conversação, visite a primeira lição nesse blog e no YouTube.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><b>Transcrição e Tradução</b></div><div><br /></div><div>1-Pindobuçu – Venha Rembémumbú tem uma estação de trem* logo ali na esquina.</div><div>Eîori, Rembémumbú gûé. Aîpó rapé rupi ogûerekó tatánhandarusuba'e* pytasaba. </div><div>(lit. Venha, ó Rembémumbú. Aquele caminho por ele tem "o que é corredor grande de fogo = trem" lugar de ficar =estação )</div><div><br /></div><div>*Como no idioma Tupi-Antigo não exisitia a palavra trem* o professor Faias, resolveu usar um recurso adotado na lingua Chinesa (que ele tambêm domina) de compor palavras conhecidas para descrever elementos e inventos da moderna civilização. No caso do TREM, ele usou tatánhandarusuba'e, cuja tradução literal é ‘corredor grande de fogo’, e para a palavra ESTAÇÃO usou pytasaba, literalmente o ‘lugar de se ficar’.</div><div><br /></div><div>-------</div><div><br /></div><div>2- Rembémumbú – Você sabe onde está indo?</div><div>Rembémumbú – Ereikuab-y-pe mamõ nde soagûa-me? </div><div>(lit. Você sabe onde a sua ida futura para?)</div><div><br /></div><div>-------</div><div><br /></div><div>3-Pindobuçu – Para ser honesto, me atrapalho um pouco na cidade grande.</div><div>Pindobuçu – Anheté, ndaikuabi xe tabusu pupé gûatasaba. </div><div>(lit. Verdadeiramente, eu não sei eu aldeia grande caminhada)</div><div><br /></div><div>Rembémumbú aborda alguns passantes para pedir informações.</div><div>Rembémumbú amõ gûatasara supé oîporandub pekuguapaba resé. </div><div>(lit. Rembémumbú alguns andarilhos para, ele os pergunta indicação do caminho sobre)</div><div><br /></div><div>--------</div><div><br /></div><div>4- Rembémumbú – Com licença, Pode nos dar uma informação?</div><div>Rembémumbú – Ereikobékatu-pe? T'ere nhe'eng ixebe poranduba amõ mba'e resé. </div><div>(lit. Você vive bem? Que você fale-me informações alguma coisa sobre).</div><div><br /></div><div>--------</div><div><br /></div><div>5- Por favor, como podemos fazer para chegar no CCCRT?</div><div>Oré soaguama CCCRT pe resé, marã-pe orogûatá akûeipe? </div><div>(lit, Nossa ida futura CCCRT para -sobre-, como nós caminhamos lá)</div><div><br /></div><div>--------</div><div><br /></div><div>6- Passante (gûatasara) – Siga enfrente até aquela placa**, vire a primeira a esquerda e logo depois verão a estação Jaguaré do trem Iguatemi.</div><div><br /></div><div>Gûatasara - Egûatá aîpó kûatiarusu** koty, nã eîkobo erobak oîepé asu koty, a'eriré eresepîak Jaguaré tatánhandarusuba'e pytasaba Iguatemi seryba'e. </div><div><br /></div><div>(lit. Caminhe aquele escrito grande em direção, assim você estando vire um lado esquerdo em direção, depois disso você ver Jaguaré o que é estaçao de trem Jaguaré, Iguatemi chamado)</div><div><br /></div><div>**Tal como fez com trem, o Professor Farias traduziu placa como kûatiarusu “escrito grande”.</div><div><br /></div><div>--------</div><div><br /></div><div>7-Pindobuçu – Muito obrigado, senhora! </div><div>Aûiébeté, kunhã gué!</div><div>(lit. Já está bem, ó mulher!)</div><div><br /></div><div>Não falei? Era só virar a direita ali na frente!</div><div>Ndae'i umã-pe? T'îandé kûab îandé ekatuaba aipó rapé sobaké ae. </div><div>(lit. Eu não disse já? Que nós passemos o nosso lado direito aquele caminho frente dele é mesmo)</div><div><br /></div><div>--------</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-bStSOMhZdzA/X2PRPOQ-ORI/AAAAAAAAObQ/VVYm7CG4DBkaKU7Km62WjGRXEbWC9aAbACLcBGAsYHQ/s2048/Aula%2B2%2Bqd%2B2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1678" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-bStSOMhZdzA/X2PRPOQ-ORI/AAAAAAAAObQ/VVYm7CG4DBkaKU7Km62WjGRXEbWC9aAbACLcBGAsYHQ/w524-h640/Aula%2B2%2Bqd%2B2.jpg" width="524" /></a></div><br /><div><br /></div><div><br /></div><div>8- Rembémumbú – Haja paciência!!</div><div>Ta sosãmbyramo ixé ne!!! </div><div>(lit. Que eu seja como aquele que está na condição de paciente)</div><div><br /></div><div>No trem </div><div>tatánhandarusuba'e pupé. </div><div><br /></div><div>9- Rembémumbú – Meu Deus! Que coisa linda! </div><div>Tó! Ikó mba'e i porangatueté nhë.</div><div>(lit. Ó, esta coisa e muito bonita verdadeiramente!</div><div><br /></div><div>--------</div><div><br /></div><div>10-Pindobuçu – São as fazendas de mandioca.</div><div>Pindobuçu – Mandiomityma*** ae. </div><div>(lit. Mandioca plantações elas são.)</div><div><br /></div><div>--------</div><div><br /></div><div>11- Rembémumbú – E aquilo lá encima, o que é?</div><div>Aete-pe aîpó mba'e ybaté-pe, marãpipó?</div><div>(lit. E aquelas coisas no alto, como são por acaso?)</div><div><br /></div><div>12-Pindobuçu – São Araras Azuis.</div><div>Pindobuçu – Araroby**** a'e. </div><div>(lit. Araras azuis elas são) </div><div><br /></div><div>13- Rembémumbú – Como a cidade grande é maravilhosa!</div><div>Tabusu i porangatu nhë.</div><div>(lit. A aldeia grande é muito bonita de fato!)</div><div><br /></div><div>Pindobuçu – Chegamos!! </div><div>Îandé sykaba iké nhë.</div><div>(lit. Nossa chegada é aqui!!)</div><div><br /></div><div><b>Notas dos Professores</b></div><div><br /></div><div>Como Sumetama é uma civilização inventada a partir da extrapolação do que teria sido a evolução de aldeias Tupiniquins, Tupinambá, etc., resolvemos adotar e criar alguns conceitos não existentes nas época antigas, mas completamente baseado e orientado para o perfeito uso do Tupi Antigo, evitando ao máximo o uso neologismos. </div><div><br /></div><div>A cidade chama-se São Paulo de Piratininga (atual São Paulo) porque nessa cidade utópica fictícia os Tupiniquins resolveram viver em paz com os Portugueses permitindo que cultuassem rua religião (cristã) desde que não interferisse no modo de vida Tupinambá. Trens e elementos de nossa tecnologia atual se desenvolveram muito ao se juntar com o conhecimento ancestral indígena, numa civilização simbiótica (não parasitária e colonialista que nosso curso histórico seguiu no Brasil) .</div><div><br /></div><div>Algumas tecnologias fictícias que surgem em nossa obra de ficção desse próspero casamrnto de culturas são as chamadas Araroby**** Araras Azuis, balões meteorológicos que tem a função de limpar o ar de poluentes e reaproveitar substâncias químicas em sintetizadores, e as Mandiomityma*** , fazendas de mandioca, que além de produzirem a iguaria, tem sistemas bioeletricos que aproveitam a energia solar das folhas e as transforma em energia elétrica.</div></div><div><br /></div><div><b style="background-color: white; color: #333333; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 14.85px;">Numerais</b><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 14.85px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 14.85px;" /><table class="table table-hover" style="background-color: white; border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; color: black; font-family: ubuntu, "open sans", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;"><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>1</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">oîepé</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>2</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">mokõî</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>3</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">mosapyr</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>4</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"> irundyk</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>5</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Xe pó (minha mão)</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>6</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Xe pó oîepé (minha mão e um)</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>7</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Xe pó mokõî (minha mão e dois)</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>8</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Xe pó mosapyr (minha mão e três)</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>9</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Xe pó irundyk (minha mão e quatro)</td></tr><tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>10</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Mokõî pó (duas mãos)</td></tr></tbody></table></div><div><div>Os numerais ordinais são:</div><div>1º-ypy</div><div>2º-mokõîa</div><div>3-mosapyra</div><div>4-irundyka</div><div><br /></div><div>Notas Gramaticais, </div><div><br /></div><div>Os números cardinais podem anteceder ou vir após o nome que se referem:</div><div><br /></div><div>mosapyr îakaré a-îuká ou îakaré mosapyr a-îuká (matei três jacarés)</div><div><br /></div><div>Os numerais ordinais sempre vêmn após o nome a que se referem:</div><div><br /></div><div>Tupã o-î-monhang abá ypy (Deus fez primeiro o homem)</div><div><br /></div><div>Em tupi antigo não existe numeração acima de quatro,para expressar unidades acima utilizam-se alguns recursos como xe pó (minhas mãos) para cinco e etc., a numeração do Tupi Antigo é a seguinte:</div><div><br /></div><div>1-oîepé</div><div>2-mokõî</div><div>3-mosapyr</div><div>4-irundyk</div><div><br /></div><div>Os numerais ordinais são:</div><div><br /></div><div>1º-ypy</div><div>2º-mokõîa</div><div>3-mosapyra</div><div>4-irundyka</div></div><div><br /></div><div><div>Notas Gramaticais: Os números cardinais podem anteceder ou vir após o nome que se referem:</div><div><br /></div><div>mosapyr îakaré a-îuká ou îakaré mosapyr a-îuká (matei três jacarés)</div><div><br /></div><div>Os numerais ordinais sempre vêmn após o nome a que se referem:</div><div><br /></div><div>Tupã o-î-monhang abá ypy (Deus fez primeiro o homem)</div><div><br /></div><div><br /></div><div>As indicações básicas de direção são:</div><div>Em direção ao lado direito ( ikatuaba koty);</div><div>Em direção ao lado esqurdo ( asu koty);</div><div><br /></div><div><b>Referências</b></div><div><br /></div><div>CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, ...</div><div><br /></div><div>Barbosa, Pe. A. Lemos,</div><div>Pequeno vocabulário Português-Tupi - 1970</div><div>Título:<span style="white-space: pre;"> </span>Pequeno vocabulário Português-Tupi-Rio de Janeiro: Livraria São José</div><div><br /></div><div>Barbosa, Pe. A. Lemos,</div><div>Curso de Tupi Antigo - Livraria São José, Rio de Janeiro.</div><div>Luiz Caldas Tibiriçá - Dicionário tupi português - Traço Editora, 1984</div><div><br /></div></div>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-89889893581163332752020-07-30T05:00:00.003-07:002020-09-17T16:33:20.058-07:00Conversação em Tupi Antigo - Aula 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-H1L9F01Iuqw/XyK1qrE6SrI/AAAAAAAAN6M/ig8tRI11wUU83DaGmGByQlB1KyiA6VnEQCLcBGAsYHQ/s1600/Sumietama%2Baula%2B1%2Bqd%2B1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1311" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-H1L9F01Iuqw/XyK1qrE6SrI/AAAAAAAAN6M/ig8tRI11wUU83DaGmGByQlB1KyiA6VnEQCLcBGAsYHQ/s640/Sumietama%2Baula%2B1%2Bqd%2B1.jpg" width="524" /></a></div>
Uma das boas forma de aprender um idioma é a pratica diária, más infelizmente, salvo raras exceções, não temos esse tipo de oportunidade - nesse sentido, criamos essa historinha em quadrinhos com textos em o Tupi Antigo.<br />
<br />
<b>SUMIETAMA</b><br />
<br />
SUMIETAMA é uma civilização muito mais avançada que a nossa, formada por centenas de nações indígenas, é um universo escondido dentro do grande Brasil, fundada milênios antes da chegada dos colonizadores portugueses pelo lendário Sumié.<br />
<br />
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Assista ao video </div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/SuTx0KZN7uI/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/SuTx0KZN7uI?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
Em SUMIETAMA todo conhecimento ancestral e das tecnologias do mundo atual se misturam, a população vive em perfeita harmonia com a natureza, recicla 100% dos seu lixo, não polui águas nem o ar, e usam o Tupi-Antigo como idioma comum para os mais de 300 povos ancestrais brasileiros.<br />
<br />
Acompanhe as aventuras da família Ybyrapytanga em SUMIETAMA enquanto aprende o básico de conversação em Tupi-Antigo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-p3tRmkhdmmI/XyK13HqW2tI/AAAAAAAAN6Q/yCHP0LzOdCwk82i44BuCfY0TNE6lgLiyACLcBGAsYHQ/s1600/Sumietama%2Baula%2B1%2Bqd%2B2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1311" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-p3tRmkhdmmI/XyK13HqW2tI/AAAAAAAAN6Q/yCHP0LzOdCwk82i44BuCfY0TNE6lgLiyACLcBGAsYHQ/s640/Sumietama%2Baula%2B1%2Bqd%2B2.jpg" width="524" /></a></div>
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<br /></div>
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Aula de conversação I – a chegada de Rembémumbu - Texto em Tupi por <a href="https://www.youtube.com/channel/UCeyCsbaKSZkRphH0vqVtrAw">Romildo Araújo (clique aqui para conhecer mais o trabalho do Professor Romildo em Tupi Antigo)</a></div>
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<b>Transcrição e Tradução</b></div>
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<br /></div>
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1-Pindobuçu – Type chegou, e ele vem acompanhado de uma amigo.</div>
<div>
Té! Type our umã! A’e our tapixara irunamo. </div>
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<br /></div>
<div>
2-Potyra – Abra a porta para ele, meu filho.</div>
<div>
Xe membyr îu! Esokendabok îandé roka t’our a’e.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
3-Pindobuçu – vieste de Reritiba, meu primo?</div>
<div>
Ereîúrype Rerityba suí, xe rybyra gûé?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
4-Type – Sim eu vim. Deixe eu apresentá-lo, este é meu amigo Rembémumbú.</div>
<div>
Pá! Aîur, xe ryky’yra. T’arokûab, ikó xe raûsupara Rembemumbú.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
5-[Olá!] Muito prazer, meu nome é Rembemumbú, sou da etnia Aimoré.</div>
<div>
Eîkobé! Xe roryb nde kuapa, Xe rera Rembémumbu, xé anama é Aimoré.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
6-Pindobuçu - Logo deduzi pelo botoque em seus lábios - entre por favor.</div>
<div>
Aîkugûab aûnhenhẽ nde tembé botoque repîaka. - T’ereîké, xe irũ</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Na cozinha (Tembi’u moîypá’pe)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
7-Potyra – Sejam bem vindos em nossa casa.</div>
<div>
Ta peîkókatu oré róka pupé!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
8-Type – Estou feliz por estar aqui. A senhora está preparando maniçoba?</div>
<div>
Xe roryb iké gûitekóbo! Endé tembi’u manisoba ereîapó eîkóbo serã?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
9-Potyra – Sim, e esta noite eu te convido para jantar.</div>
<div>
Eẽ, kó Pytũneme, ixé oroso’o t’îakaru ne . </div>
<div>
<br /></div>
<div>
10- Type – Me desculpe, essa noite eu não posso, tenho um compromisso na casa de amigos Potiguaras.</div>
<div>
Nde nhyrõ xébe. Kó pytũneme nda’ekatuî. Aîkó temone xe rapixara Potiguara roka pupé.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
11-Pindobusu – que pena, a maniçoba de minha mãe é a melhor de Piratininga</div>
<div>
Erĩ, Tembi’u manisoba xe sy rembiapó sékatueté Pirarininga suíxûara suí.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
12-Type – o cheiro está muito bom!!</div>
<div>
Syapûangatu nhẽ!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Pindobuçú – não tem problema, da próxima vez que vier aqui prepararemos de novo a maniçoba para comermos.</div>
<div>
I marane’ym! Nde rúsagûãme abé, t’îaîapó abé Manisoba t’îa’u ne.<br />
<br />
——</div><div><br /></div><div><a href="https://tupipop.blogspot.com/2020/09/aula-de-tupi-antigo-n2-andando-pela.html">...GOSTOU? ...não perca tempo, assista a segunda aula clicando aqui</a><br />
<br />
<b>Vocabulário</b><br />
<br />
<table class="table table-hover" style="border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; box-sizing: border-box; color: black; font-family: ubuntu, "open sans", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;">
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Eikobé</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Olá</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Embé</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Beiço, lábio</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Embi'u</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Comida, bebida</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Gûitekóbo</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"> Correspondente ao nosso “estar”, no gerúndio</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">irunamo</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Acompanhado de</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Ka'u</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Beber Cauim</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Maran</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">estar aflito, enfermo, ter problema</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Menbyra</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Filho</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Nhyrõ</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">(xe) Perdoar, ser pacífico</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Pá</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Sim</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Pytũna</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Noite</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Rybyra</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Primo</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Tapixara, rapixara</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Amigo, semelhante, o próximo</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><br /></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<b>Conjugação do verbo Karú - Comer </b><br />
<b>(o hífen no morfema a frente do verbo foi colocado por questões didáticas, não há necessidade de uso na escrita) </b><br />
<b><br /></b>
<br />
<table class="table table-hover" style="border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; box-sizing: border-box; color: black; font-family: ubuntu, "open sans", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;">
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box; font-family: ubuntu, "open sans", helvetica, arial, sans-serif;">ixé a-karú</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Eu como</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">endé ere-karú</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Tu comes</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">a'e o-karú</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Ele/ela come</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>oré oró-karú</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Nós comemos (exclusivo)</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">îandé îa-karú</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Nós comemos (inclusivo)</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b>peẽ pe-karú</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Vós comestes</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">a'e o-karú</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Eles/elas comem</td></tr>
</tbody></table>
<b>Notas dos Professores</b><br />
<br />
Como Sumetama é uma civilização inventada a partir da estrapolação do que teria sido a evolução de aldeias Tupiniquins, Tupinambás, etc., resolvemos adotar e criar alguns conceitos não existentes nas época antigas, mas completamente baseado e orientado para o perfeito uso do Tupi Antigo, evitando ao máximo o uso neologismos. As palavras inventadas serão devidamente informadas no decorrer das aulas.<br />
<br />
<br />
<b>a - Na linha 2 </b><br />
Potyra diz “Abra a porta para ele, meu filho” nos ilustrando essa dificuldade, posto que, não existiam portas nas casas nas aldeias pre-colonialistas.<br />
<br />
O professor Romildo usou “Xe membyr îu! Esokendabok îandé roka t’our a’e” – onde Oka (r-, s-) significa casa e porta é escrita como Okena (r-, s-).<br />
<br />
Em textos bíblicos traduzidos para o Tupi Antigo vemos a seguinte passagem “que disse a mulher que guardava a porta de São Pedro?” – traduzido da seguinte forma “Marã e’ipe kunhã okena rerekoara São Pedro supé? (A.r., Cat 55v)<br />
<br />
Okendab – (s) (v, tr) – fechar (porta, janela, carta), encerrar (pessoa, etc.:):<br />
<br />
Osokendab a’e karamemûã itagâsu pupé.<br />
Fecharam aquele tumulo com uma pedra grande. (A.r., Cat 64v);<br />
<br />
Itá karamemûã pupé i nongi, sokendapa.<br />
Dentro de uma sepultura de pedra puseram-no, fechando-a (Benttendorff, Compêndio, 50);<br />
<br />
E por fim Okendaba (Okendapaba) é o nome dado ao instrumento de madeira usado para fechar protas, prendendo-a ao batente.<br />
<br />
Com isso temos:<br />
<br />
Okendabok – entrada (de casa, de casa, de caixa, etc); porta, janela (VLB, I, 18);<br />
<br />
Okendabok (s) (etim. – arrancar o tampo) (v. Tr.) – abrir (p. Ex., a porta, a janela, o tampo de):Esokendabok nde roka. – Abra a porta de tua casa (VBB. I, 18);<br />
<br />
Dessa forma ainda podemos dizer:<br />
<br />
Fechar a porta<br />
Okenda-pab.<br />
<br />
Ou<br />
<br />
Fechar a porta<br />
Okendab-a.<br />
<br />
Abrir a porta<br />
Okendab-‘ok.<br />
<br />
A-sokendab xe roka<br />
Fechei a porta da minha casa.<br />
<br />
<b>A saudação Lacrimosa</b><br />
<b><br /></b>
<b>b- Na linha 3 </b><br />
<br />
3-Pindobuçu diz “vieste de Reritiba, meu primo?”<br />
Ereîúrype Rerityba suí, xe rybyra gûé?<br />
<br />
Um dos aspectos mais interessantes dos indigenas de fala Tupi do Brasil quinhentista é a maneira pela qual recebiam seus hospedes e forasteiros. Conforme relata o Padre Fernão Cardim:<br />
<br />
“Entrando-lhe algum hóspede pela casa, a honra e agasalho que lhe fazem é chorarem-no. Entretanto, pois, logo o hóspede na casa, o assentam na rede e, depois de assentado, sem lhe falarem, a mulher e filhas e mais amigas se assentam ao redor, com os cabelos baixos, tocando com a mão na mesma pessoa, e começam a chorar todas em altas vozes, com grande, com grande abundância de lágrimas e ali contam em prosas trovadas quantas coisas tem acontecido desde que se não viram até aquela hora e outras muitas que imaginam e trabalhos que o hóspede padeceu pelo caminho e tudo o mais que pode provocar a lástima e o choro. O hóspede, nesse tempo, não fala palavra, mas depois de chorarem por bom espaço de tempo, limpam as lágrimas e ficam tão quietas, modestas, serenas e alegres que parece (que) nunca choraram e logo saúdam e dão o seu Ereîupe , e lhe trazem de comer etc., e depois dessas cerimônias contam os hóspedes ao que vêm. Também os homens choram uns aos outros, mas é em casos alguns graves, como mortes, desastres de guerra, etc. Tem por grande honra agasalharem a todos e darem-lho todo o necessário para sua sustentação e algumas peças como arcos, flechas, pássaros, penas e outras coisas, conforme a sua pobreza, sem algum gênero de estipêndio”.<br />
Tratados da Terra e da Gente do Brasil, p. 108<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Cy5y7On_xvE/X0KB53fRn-I/AAAAAAAAOQo/gNx96Hvn2FI1KsAfBDlL5T_nwmgQLZoJgCLcBGAsYHQ/s1600/Saudac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Blacrimosa%2Bdos%2Bi%25CC%2581ndios%2BTupinamba%25CC%2581s%2BLe%25CC%2581ry%2B4%2B%25281%2529.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1174" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-Cy5y7On_xvE/X0KB53fRn-I/AAAAAAAAOQo/gNx96Hvn2FI1KsAfBDlL5T_nwmgQLZoJgCLcBGAsYHQ/s640/Saudac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2Blacrimosa%2Bdos%2Bi%25CC%2581ndios%2BTupinamba%25CC%2581s%2BLe%25CC%2581ry%2B4%2B%25281%2529.jpg" width="468" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Saudação Lacrimosa - Arte Tupi-Pop por Luiz Pagano</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Obviamente que em Sumietama, uma civilização mais avançada, esse ritual antigo já não é mais performado, no entanto, opta-se por adotar o cumprimento tradicional, que se repete por gerações:<br />
<br />
O anfitrião diz:<br />
<br />
-Ere îurype?<br />
-Você veio?<br />
<br />
E o viajante responde:<br />
<br />
-Pa, a îur.<br />
-Sim, eu vim.<br />
<br />
Essa pergunta e resposta se repete por três a quatro vezes enquanto memorizam bons momentos de suas relações em comum, até que seus olhos se encham de lagrima.<br />
<br />
Ai final usa-se gûé, com o significado de ‘meu querido’ e atualmente pode até ser entendido pelas novas gerações como ‘meu brother’.<br />
<br />
Mamõ-pe ere-îkó, xe irũ gûé?<br />
Onde mora você, meu querido companheiro?<br />
<br />
Importante que se diga que para mulher usamos iú ou ió<br />
<br />
Xe’ma enduar nde sy pupé, Potyr ió<br />
Eu me lembro de sua mãe, querida Potyra<br />
<br />
<b>Cumprimentos</b><br />
<br />
<table class="table table-hover" style="border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; box-sizing: border-box; color: black; font-family: ubuntu, "open sans", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;">
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Bom dia!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Tiá nde ko'ema!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Boa tarde!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Tiá nde karuka!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Boa noite!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Tiá nde pytúna!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Saúde, tin-tin, cheers!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">T'reikokatu!</td></tr>
</tbody></table>
<b style="color: #333333; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 14.85px;">Básicos da </b><span face=""arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif" style="color: #333333;"><span style="font-size: 14.85px;"><b>Conversação</b></span></span><br />
<br />
<table class="table table-hover" style="border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; box-sizing: border-box; color: black; font-family: ubuntu, "open sans", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;">
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Com licença</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">nde xe repiaki</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Por favor</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">io kuereke katuramo</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Me desculpe</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">nde nhyrõ xebé.</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Obrigado</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">aikûguab</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Sinto muito</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">A-î-moasy-katu</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Passas bem?</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Ere-îkobé-pe?</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Você está bem?</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Ere-îkó-katú-pe?</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Eu estou bem.</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">A-îkó-katu.</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Muito bem</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Aûîébeté</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">De nada</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Aîkuab [endé xe pytybõ] =eu reconheço (que tu me ajudou)</td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><br /></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<b style="color: #333333; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 14.85px;">Básicos da despedida/outros</b><br />
<span face=""arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif" style="color: #333333;"><span style="font-size: 14.85px;"><b><br /></b></span></span>
<br />
<table class="table table-hover" style="border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; box-sizing: border-box; color: black; font-family: ubuntu, "open sans", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;">
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Durma bem!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">T'ere-ké-katu!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Tchau! virei aqui de novo</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Ne'ĩ, a-îur ikó!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Tchau, vou embora!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Ne'ĩ, a-só ikó!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Durmam bem!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Ta pe-ké-katu!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Vamos nós!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">T'îa-só-ne!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Fico feliz por você!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Xe r-oryb endé r-esé!</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Parabéns! Agiste bem!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Ere-îkó-katu-eté</td></tr>
</tbody></table>
<span face=""arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif" style="color: #333333;"><span style="font-size: 14.85px;"><b>Complementos</b></span></span><br />
<span face=""arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif" style="color: #333333;"><span style="font-size: 14.85px;"><b><br /></b></span></span>
<br />
<table class="table table-hover" style="border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; box-sizing: border-box; color: black; font-family: ubuntu, "open sans", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: auto auto 20px; max-width: 680px; width: 680px;"><tbody style="background-color: #f2f2f2; box-sizing: border-box;">
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Verdade!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Supindûara</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Mentira!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Mo'ema</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Falso!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">A'uba</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Obrigado!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Aûîé, aûîébeté, aîkugûab.</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">De nada!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Aûîé.</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Seja Bem vindo!</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">T'ereîukatu</td></tr>
<tr style="box-sizing: border-box;"><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;"><b style="box-sizing: border-box;">Tchau</b></td><td style="border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; line-height: 1.42857; padding: 8px; vertical-align: top;">Anheté (até mais)</td></tr>
</tbody></table>
<b><br /></b>
<b>REFERÊNCIAS</b><br />
<br />
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ<br />
N24d<br />
<br />
Navarro, Eduardo de Almeida<br />
Dicionário de tupi antigo : a língua indígena clássica do Brasil / Eduardo de Almeida Navarro ; prefácio Ariano Suassuna; [ilustrações Célio Cardoso]. - 1. ed. - São Paulo : Global, 2013. il.<br />
<br />
Vocabulário português-tupi e dicionário tupi-português, Tupinismo no português do Brasil, Etimologia de topônimos e e antropônimos de origem tupi<br />
ISBN 978-85-260-1933-1 1.<br />
<br />
Língua tupi-guarani - Dicionários - Português. 2. Língua portuguesa - Dicionários - Tupi. I. Suassuna, Ariano, 1927- II. Título.<br />
13-02933<br />
CDD: 498.3829<br />
CDU: 811.87(038)</div>
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<br /></div>
<div>
<br /></div>
Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-45498362764714827122020-07-16T14:36:00.002-07:002020-07-16T14:36:56.348-07:00Monumento às Bandeiras – o mais importante monumento de São Paulo é pouco conhecido pelos Paulistanos<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-9bPW-xbjQrI/USTVcd3TBQI/AAAAAAAAF1g/EU2bor-R8zM/s1600/Monumento+a%CC%80s+Bandeiras+o+mais+importante+monumento+de+Sa%CC%83o+Paulo+e%CC%81+muito+pouco+conhecido+pelos+paulistanos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-9bPW-xbjQrI/USTVcd3TBQI/AAAAAAAAF1g/EU2bor-R8zM/s1600/Monumento+a%CC%80s+Bandeiras+o+mais+importante+monumento+de+Sa%CC%83o+Paulo+e%CC%81+muito+pouco+conhecido+pelos+paulistanos.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;"><span style="font-family: "arial"; font-size: x-small;">Monumento às Bandeiras com 32 figuras, </span><br />
<span style="font-family: "arial"; font-size: x-small;">e não 37 como relatado em muitos outras referencias (inclusive a Wikipedia e o Site da Prefeitura de São Paulo</span></td></tr>
</tbody></table>
<span lang="PT-BR"><br /></span><span lang="PT-BR">Certa vez perguntei a um amigo de infância quantas eram as figuras que empurravam e puxavam a canoa de monções no Monumentos às Bandeiras de Victor Brecheret, monumento bastante conhecido dos paulistanos em frente ao Parque do Ibirapuera. Ele então pesquisou na enciclopédia de sua mãe (na época não existia o Google) e a resposta foi 37 figuras.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Achei muito estranho pois tenho uma boa noção de conjuntos e o numero me pareceu um pouco alto. Para tirar a duvida fomos até o local e contamos um a um.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Para minha surpresa a enciclopédia estava errada (assim como diversos artigos que vejo na internet, inclusive no artigo da Wikipédia) e eu estava certo. Eram 30 entre homens mulheres e crianças e mais dois cavalos, totalizando 32 figuras.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-VSs8W8gnWkM/USQAkwRz0iI/AAAAAAAAFyY/HXEbNgfmd7Y/s1600/Opc%CC%A7a%CC%83o+de+Quadro+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://2.bp.blogspot.com/-VSs8W8gnWkM/USQAkwRz0iI/AAAAAAAAFyY/HXEbNgfmd7Y/s640/Opc%CC%A7a%CC%83o+de+Quadro+2.jpg" width="490" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Monumento às Bandeiras - Rosto da Figura de número 25</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Nos perguntamos: -“como a enciclopédia podia estar errada num assunto tão importante para o paulistano?”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A resposta pode estar no Memorial Descritivo do projeto para o Monumento às Bandeiras publicado no Jornal Correio Paulistano no dia 28 de julho de 1920.</span></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Hy03Zbrixh0/USTThXocQcI/AAAAAAAAF1E/SxOBJv0d-eA/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="492" src="https://4.bp.blogspot.com/-Hy03Zbrixh0/USTThXocQcI/AAAAAAAAF1E/SxOBJv0d-eA/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+1.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Monumento às Bandeiras - No primeiro bloco vem os cavaleiros, no segundo as etnias brasileiras </td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">“O grupo monumental que é a coluna dorsal do monumento, foi movido de maneira a sugerir uma ‘entrada’. A grande massa processional , guiada pelos ‘Gênios’ – os Paes Lemes, os Antonio Pires, os Borba Gatos – avança para o sertão desconhecido. Os Guiadores, a cavalo – símbolo da força e do comando -, são seres titânicos, dignas expressões viris dos sertanistas de São Paulo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-mJCqB-W5xpI/USQDHN8TMoI/AAAAAAAAFzM/SZrQzvh7dhM/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="538" src="https://2.bp.blogspot.com/-mJCqB-W5xpI/USQDHN8TMoI/AAAAAAAAFzM/SZrQzvh7dhM/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+2.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Monumento às Bandeiras - Nesta seqüência um homem da de beber ao índio e uma mulher carrega um bebe no colo</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">No centro, uma Vitória espalma as asas que cobrem piedosamente os ‘Sacrificados’, isto é, aqueles sertanistas que tombaram nas ciladas da selva. (..) Saindo da terra pisada pelos bandeirantes, serpeiam em grupos laterais as ‘Insidias’. São de um lado, as ‘Insidias da Ilusão’, mulheres enigmáticas e serpentes, belas como tudo que promete a mente, a simbolizar as Esmeraldas de Paes leme, as Minas de Prata de Roberto Dias, o mundo lendário das Amazonas de Orellana. (...) Do outro lado, as ‘Insidias do Sertão’ exprimem as Lesirias e as Febres, as Emboscadas e as Feras, a Fome e a Morte. Na parte posterior, a Ânfora que conterá a água do Rio Tietê, sagrado pela gloria das ‘monçoes’. Sugeriu-nos essa idéia a conferencia do Sr. Affonso de Taunay”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-5H4DQfVl038/USQD8EKZmkI/AAAAAAAAFzU/Kk3dVel2Gmk/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="610" src="https://2.bp.blogspot.com/-5H4DQfVl038/USQD8EKZmkI/AAAAAAAAFzU/Kk3dVel2Gmk/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+3.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">A figura de numero 13 é o unico que puxa a embarcação - Uma lenda popular diz que o monumento do 'Deixa que eu empurro' ou 'empurra-empurra' nunca sai do lugar posto que as cordas estão frouxas, logo ninguém está fazendo força.</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Reparem que neste memorial escrito pelo próprio escultor ele menciona ‘Vitorias Aladas’, e também acho que alguém deveria carregar a ânfora, estas não estão presentes no nosso atual monumento.</span></div>
<div class="MsoNormal">
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</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Bz1ZVVM5Y3I/USTSCBvCPFI/AAAAAAAAF0o/WMZNVg29j80/s1600/Brecheret+Bandeiras+Escondidos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-Bz1ZVVM5Y3I/USTSCBvCPFI/AAAAAAAAF0o/WMZNVg29j80/s640/Brecheret+Bandeiras+Escondidos.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">As figuras escondidas de numero 29 e 30 ( a de numero 29 é o auto-retrato de Victor Brecheret)</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Considerada a maior escultura equestre do mundo com seus 50 m de comprimento, 16 m de largura e 10 m de altura, teve seu projeto inicial em 1920, encomendada para a celebração do bicentenário da independência, em 1922. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-tSrnLEkR2Pc/USQFpnNOITI/AAAAAAAAFzg/Dg9JwmqPLbQ/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="374" src="https://4.bp.blogspot.com/-tSrnLEkR2Pc/USQFpnNOITI/AAAAAAAAFzg/Dg9JwmqPLbQ/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+4.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;"><span style="text-align: -webkit-auto;"><span style="font-size: x-small;">A grande massa processional , guiada pelos ‘Gênios’ – os Paes Lemes,<br />os Antonio Pires, os Borba Gatos – avança para o sertão desconhecido.</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O então Presidente do Estado, cargo que equivale hoje ao de governador, manifestou o desejo de realizar um monumento aos bandeirantes. A comissão encarregada de executar o monumento, a ser custeado pela administração pública, foi composta por Monteiro Lobato, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, que escolheram o projeto de Brecheret.</span></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ainda em julho de 1920, o projeto foi apresentado publicamente na Casa Byington, e agradou muito a Washington Luís. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A colônia portuguesa, nesse meio tempo, queria oferecer um monumento à cidade, também com o tema de bandeirantes, eles apresentaram uma proposta do escultor português Teixeira Lopes.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Menotti Del Picchia detestou a idéia de ter essa obra feita por estrangeiros “...o monumento brasileiro deve ser integralmente brasileiro”, repudiava a idéia de “a alma e a técnica estranhas se fixarem no bronze que imortalizaria as glórias de nossa raça”. Em função do conflito o Presidente do Estado decidiu adiar o projeto e a maquete de Brecheret foi parar na Pinacoteca do Estado.</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-H9kzyxZXLPA/USP8_GGIl4I/AAAAAAAAFxc/oYM2QAtoxWc/s1600/maquete+do+monumento+as+bandeiras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-H9kzyxZXLPA/USP8_GGIl4I/AAAAAAAAFxc/oYM2QAtoxWc/s1600/maquete+do+monumento+as+bandeiras.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Maquete original do Monumento às Bandeiras de Brecheret com 37 figuras (1920), inclusive as 'Vitorias aladas' - Muita alteração foi feita até sua inauguração em 1953 com apenas 32 figuras.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A retomada da escultura só ocorreu próximo às comemorações do IV Centenário da Cidade. Primeiramente, Brecheret fez a obra na escala de 1x1 m, aumentando-a depois para o tamanho atual. Foi feita uma primeira escultura em gesso em tamanho natural, a partir da qual todas as figuras foram novamente esculpidas, desta vez em pedra Mauá – as pedras eram trazidas da cidade paulista de mesmo nome – por artesãos denominados “canteiros”, que copiavam fielmente o modelo em gesso feito por Brecheret.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O monumento foi feito em três partes: os batedores a cavalo à frente do grupo, o grupo humano ao centro e a barca ao final.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O projeto inicial teve diversas alterações e em1949, Brecheret resolveu alterar a base do monumento. Em vez de escadarias, optou por uma base mais simples, com as laterais em plano inclinado, quase vertical. Em 1951, a Oficina Incerpi começou a montar os blocos de granito, já esculpidos, no Ibirapuera, como num grande quebra-cabeças, sendo que o efeito final deveria dar a impressão de um único bloco de rocha, como previa Brecheret. O concreto foi usado no enchimento da canoa, para dar mais rigidez ao conjunto.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-llvisSt--xc/USQGCYy0MOI/AAAAAAAAFz4/GMxxYtLQPCQ/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="628" src="https://3.bp.blogspot.com/-llvisSt--xc/USQGCYy0MOI/AAAAAAAAFz4/GMxxYtLQPCQ/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+5.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;"><span style="text-align: -webkit-auto;"><span style="font-size: x-small;">o ‘Sacrificado’ figura de numero 23, é o sertanista que tombou nas ciladas da selva.</span></span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O único personagem histórico identificado é o próprio Victor Brecheret. A quarta figura à direita do monumento, no bloco imediatamente seguinte ao dos cavaleiros, traz a seguinte inscrição no seu ombro direito: “Auto-retrato do escultor Victor Brecheret 02-10-1937”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Previsto para ser inaugurado em 25 de janeiro de 1954, foi entregue um ano antes. Brecheret estava doente e pediu ao governador Lucas Nogueira Garcez, apressasse a entrega para o dia 25 de janeiro de 1953.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-9_YiTtWjQBo/USP_ZrS1X5I/AAAAAAAAFyI/y7qkGvfDLUw/s1600/brecheret+carregador+escondido.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-9_YiTtWjQBo/USP_ZrS1X5I/AAAAAAAAFyI/y7qkGvfDLUw/s640/brecheret+carregador+escondido.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "arial";">Temendo que as outras 7 figuras estivessem escondidas, procuramos muito e só achamos um escondido (numero 22) rapaz que carrega o desmaiado.</span> </span> </td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Símbolo da cidade de São Paulo, a obra-prima de Brecheret é praticamente uma síntese de sua trajetória artística. Demorou 33 anos para ser construída e revelou influência de seus estudos anatômicos, que valorizam o corpo humano, no estilo art decó combinado com o luxo do estilo marajoara-indígena.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">As “bandeiras”, tiveram grande importância para a colonização do Estado de São Paulo e do interior do Brasil nos séculos XVI, XVII e XVIII. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Cada uma das figuras tem cerca de 5 m de altura e retrata mistura étnica brasileira, com a presença de bandeirantes brancos, índios e negros escravos, e mamelucos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-oLSgtgiWLY4/USQGlcUyf6I/AAAAAAAAF0A/eEg4T0xPcdA/s1600/Monumento+as+Bandeiras+personagens+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-oLSgtgiWLY4/USQGlcUyf6I/AAAAAAAAF0A/eEg4T0xPcdA/s640/Monumento+as+Bandeiras+personagens+6.jpg" width="584" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Se o numero 13 é o único que puxa, o numero 28 é o único que empurra.</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Os cavaleiros da escultura estão direcionados para o Pico do Jaraguá, rumo ao interior do Estado dos bandeirantes, sempre à procura de pedras preciosas, mais precisamente esmeraldas. Abaixo deles, na base de pedra da obra há um mapa, em que são mostrados os caminhos dos bandeirantes por todo o Brasil. Ele foi elaborado pelo historiador Afonso d’Escragnolle Taunay (1876-1958), autor de História geral das bandeiras paulistas (1924/50), grandioso levantamento de fatos que auxiliam na compreensão da história do Estado de São Paulo. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Nas laterais do monumento, há inscrições enaltecendo a obra. O poeta, ensaísta e crítico literário Guilherme de Almeida (1890-1969), chamado de “príncipe dos poetas brasileiros”, declarou: “Brandiram achas e empurraram quilhas, vergando a vertical de Tordesilhas”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Armas antigas semelhantes a um machão (“achas”) é vista na mão de uma das figuras. Empurraram quilhas de embarcações para alcançar pontos cada vez mais longínquos, ultrapassando a barreira imposta pelo Tratado de Tordesilhas firmado entre Portugal e Espanha em 1494, que delimitava a posse das terras na América após a primeira viagem de Colombo.</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-k3fQlibve38/USP-pnV5PdI/AAAAAAAAFxw/VDHH-YzjUtM/s1600/Monumento+centro+por+cima.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-k3fQlibve38/USP-pnV5PdI/AAAAAAAAFxw/VDHH-YzjUtM/s640/Monumento+centro+por+cima.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Foi adicionado concreto para unir as estatuas feitas de pedra 'Maua'</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Os bandeirantes, se embrenharam pela mata e chegaram a locais antes não pisados pelo homem branco, fundando cidades e ampliando as fronteiras brasileiras.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Posteriores negociações entre os rei luso D. João III e os monarcas espanhóis Fernando e Isabel deslocaram a linha inicial e asseguraram a expansão do Brasil para alem da demarcação. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A outra inscrição na lateral do monumento (“Glória aos heróis que trocaram o nosso destino na geografia do mundo livre./ Sem eles, o Brasil não seria grande como é”) é do historiador, ensaísta e poeta brasileiro Cassiano Ricardo (1895-1974). Modernista, filiado ao Movimento Verde-Amarelo, que, por volta de 1926, defendia um nacionalismo fechado às influências das vanguardas européias.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A frase exalta o papel dos bandeirantes na história do Estado e demonstra bem o espírito conservador do grupo, que contava com a participação de Menotti del Picchia, Cândido Mota Filho e Plínio Salgado, defendendo um ideário político de extrema direita, dando origem ao Grupo Anta e, posteriormente, no integralismo, vertente do nazifascismo no Brasil.</span></div>
Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-74710776443319494872020-07-16T14:34:00.002-07:002023-08-31T16:24:36.536-07:00Triângulo Histórico de São Paulo, e a Aldeia de Tibiriçá <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/--gNCbYFs1nc/XwnlZO0EMZI/AAAAAAAANyo/eR47WGFhmgAc-kPfcjKi7UHh8UEMTBv4gCLcBGAsYHQ/s1600/Tria%25CC%2582ngulo%2BHisto%25CC%2581rico%2B%2BSa%25CC%2583o%2BPaulo%2B2020.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1241" data-original-width="1600" height="496" src="https://1.bp.blogspot.com/--gNCbYFs1nc/XwnlZO0EMZI/AAAAAAAANyo/eR47WGFhmgAc-kPfcjKi7UHh8UEMTBv4gCLcBGAsYHQ/s640/Tria%25CC%2582ngulo%2BHisto%25CC%2581rico%2B%2BSa%25CC%2583o%2BPaulo%2B2020.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">O Triângulo Histórico de São Paulo, área que compreende a Praça da Sé, o Largo São Francisco e o Largo São Bento </td></tr>
</tbody></table>
Segundo o historiador Jaime Cortesão, São Paulo é considerada a capital geográfica do Brasil, sua localização foi imensamente importante na diâmica de nosso povo ancestral de 10.000 atrás, que se locomovia a pé e até os dias de hoje também, por meio de navegação pluvial, interligando-se as 6 principiais bacias hídricas do continente, a do Paraná, Tieté, Patagônica, São Francisco, Amazónica e do Orinoco. Ainda hoje a localizaçao de São Paulo resguarda grande importancia estratégica, não é a toa que se transformou nessa grande e importante cidade.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-KCeTuhT7DF4/XxDDeXED2-I/AAAAAAAAN00/-5FqhWEY4OoujG9uzSkt0uPTr49c5NXGACLcBGAsYHQ/s1600/Sa%25CC%2583o%2BPaulo%2Bde%2B1554%2Ba%2B2020.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1241" data-original-width="1600" height="496" src="https://1.bp.blogspot.com/-KCeTuhT7DF4/XxDDeXED2-I/AAAAAAAAN00/-5FqhWEY4OoujG9uzSkt0uPTr49c5NXGACLcBGAsYHQ/s640/Sa%25CC%2583o%2BPaulo%2Bde%2B1554%2Ba%2B2020.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">A o Triângulo Histórico da cidade de São Paulo mudou muito desde sua fundação em 1554. Em 1930 com a construção do Edifício Martinelli começou a era dos altos edifícios e hoje conhecido popularmente como 'Centro Velho' - 2020</td></tr>
</tbody></table>
Esse ‘centro geomântico’, parafraseando Carlos Castañeda, dá acesso a quatro trilhas pré-históricas. Lendas indígenas contam que essas trilhas foram abertas por gigantes deuses como o Mapiguarí, esse postriormente identificado como o megatério, também chamado de preguiça gigante, nos deu a pista de que tais deuses provavelmente foram na verdade animais extintos da megafauna americana, alguns deles conviveram com humanos antes de se extinguirem, tais como os xenorinotérios e gliptodontes.<br />
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Tibiriçá foi o ultimo grande líder espiritual indigena do Triângulo Sagrado de Piratininga, que os Tupiniquím defenderam bravamente contra constantes ataques de Tupinabá e outras aldeias inimigas, uma colina que se elevava entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, e tinha como centro a pedra careca, o Inhapuambuçú (do Tupi-Antigo i(nh)apu'ãm-busú o grande cume ou y(nh)apu'ãm-busú o grande ponto do rio), que se vê de longe como "a proa dessa nau triangular", pedra que existiu ao lado do atual Mosteiro de São Bento más que infelizmente foi aterrada para dar vazão à rua Prestes Maia.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-KmbdTMGRrSQ/XwnozBRd07I/AAAAAAAANzQ/a5AToB8nbRgr5EflfK7dmVtrelTh4hzfwCLcBGAsYHQ/s1600/Bacia%2Bdos%2BPrincipais%2BRios%2Bda%2BAme%25CC%2581rica%2Bdo%2BSul.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1344" data-original-width="1600" height="536" src="https://1.bp.blogspot.com/-KmbdTMGRrSQ/XwnozBRd07I/AAAAAAAANzQ/a5AToB8nbRgr5EflfK7dmVtrelTh4hzfwCLcBGAsYHQ/s640/Bacia%2Bdos%2BPrincipais%2BRios%2Bda%2BAme%25CC%2581rica%2Bdo%2BSul.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">principiais bacias hídricas do continente, a do Paraná, Tieté, Patagônica, São Francisco, Amazónica e do Orinoco</td></tr>
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O Rio Anahngabaú, ou rio do deus Anhangá que desenboca no Piratininga (continuação do Tamanduateí), era alimentado pelo córrego do Itororó, que desce da maravilhosa floresta do Ka'aguatá (Avenida Paulista), rio que nascia no bairro do Paraíso, próximo de onde é hoje o hospital Santa Catarina e descia pela Avenida 23 de Maio. A linda mata do Anhangabaú era sagrada, só podia ser visitada pelo xamã para fins ritualísticos, pois era o lar do Anhangá, o deus Tupi das Caças e da natureza, comumente retratado como um veado branco, de tamanho atroz, com olhos vermelhos da cor de fogo. Ele é o protetor da fauna e flora, persegue todos aqueles que caçam de forma indiscriminada, desrespeitam a natureza e pune quem caça filhotes ou matrizes que estão nutrindo suas crias, vbem como punem aqueles que poluem suas águas, <a href="https://ameobrasil.blogspot.com/2019/10/festa-do-anhanga-no-vale-do-anhagabau.html">saiba mais </a> canalizando o rio, como também nos esquecemos do espírito mor de nossa cidade. Desprezarmos nossas tradições tupiniquins dessa forma é imperdoável!<br />
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Já os rios Piratininga e Tamanduateí à continuação, eram assim chamados pelos habitantes pois Piratininga em Tupi-Antigo significa peixe seco e Tamanduá te y, é rio dos Tamanduás - esses nomes foram dados porque nesse ponto alagadiço, a antiga varzea do Carmo, costumava oscilar em nivel de água, com isso, muitas vezes os peixes morriam ao sol atraindo formigas, que por sua vez atraiam os tamanduás.<br />
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Quanto às trilhas, se dividiam em quatro grandes, que tinham como ponto de partida a aldeia de Tibiriçá, que partir de 1554, passou a sair da grande porta da fortificação inicial dos Jesuítas;<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-eYkD7kyDEvE/XwnoEamUrtI/AAAAAAAANzA/hd3wmx67ffAaIau4HLl5pARwQ-mYo_30wCLcBGAsYHQ/s1600/A%2Bdispersa%25CC%2583o%2BTupi%2BGuarani.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1344" data-original-width="1600" height="536" src="https://1.bp.blogspot.com/-eYkD7kyDEvE/XwnoEamUrtI/AAAAAAAANzA/hd3wmx67ffAaIau4HLl5pARwQ-mYo_30wCLcBGAsYHQ/s640/A%2Bdispersa%25CC%2583o%2BTupi%2BGuarani.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">As trilhas ancestrais foram fundamentais para a dispersão Tupi no Brasil</td></tr>
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-A primeira dessas quatro trilhas, foi o chamado “Caminho da Fonte”, dava asscesso à Serra do Mar, um maciço que separa o planalto de Piratininga do litoral com elevação de 800m, da qual diversas trilhas desciam a serra, entre elas a trilha de Paranpiacaba, a estrada do Lorena e a via Anchieta; </div>
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-A segunda é trilha do Piqueri, atual rua Quinze de Novembro, em direção ao Rio Tietê via Ponte do Piqueri, de lá podia-se partir em direção ao vale do rio Paraíba do Sul até chegar ao Rio de Janeiro, hoje é conhecida como via Dutra; </div>
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-A terceira era o “Caminho do Ibirapuéra” que deu origem à atual rua Quintino Bocaiuva, saia em direção à Av Brigadeiro Luiz Antonio até chegar à grande mata de Ka’a Guaçú, o espigão montanhoso central de Piratininga (hoje espigão das avs. Paulista, Dr. Arnaldo e Cerro Corá) descendo pelo parque o Ibirapuera, e por fim, essa mesma trilha, tinha uma bifurcação no rio Pinheiros que levava à famosa trilha do Peabirú, que tinha como destino final a civilização mais elevada da época, o império Inca no Perú; </div>
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-A quata trilha, o “Caminho de Pinheiros”, parte da atual rua José Bonifácio Consolaçao Doutor Arnaldo Euzebio Matoso, interligando-se também com o Peabiru.</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-jGFmbGYqMLo/Xwnoe1Z-CpI/AAAAAAAANzI/CC49S5QFJ7IxXswbzQgq7ij-Ck9SVfyfACLcBGAsYHQ/s1600/Trilha%2Bdo%2BPeabiru.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1344" data-original-width="1600" height="536" src="https://1.bp.blogspot.com/-jGFmbGYqMLo/Xwnoe1Z-CpI/AAAAAAAANzI/CC49S5QFJ7IxXswbzQgq7ij-Ck9SVfyfACLcBGAsYHQ/s640/Trilha%2Bdo%2BPeabiru.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><span face=""arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif" style="background-color: white; color: #333333; font-size: 11.88px;">A trilha do Peabiru, que saia de três origens, São Paulo, Santa Catarina e Cananéia, se uniam Vila Velha de Ponta Grossa, seguia ate os Campos Gerais até Assuncion, de lá Subia o rio Plicomayo, segunido por Colquechaca na Bolivia ate chegar no Perú.</span></td></tr>
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<b>A trilha do Peabiru</b></div>
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A Trilha do Peabiru e a lenda que a cerca contada pelos Carijós, os chamados 'O Melhor Gentio da Costa', inspirou os europeus em sua busca frenética por riquezas e ouro. </div>
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Peabiru (na língua tupi, "pe" – caminho; "abiru" - gramado amassado) era o nome dado aos antigos caminhos utilizados pelos indígenas sul-americanos, desde a pr-historia, em intricada rede de conexão de todo o conesul.</div>
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A trilha do Peagirú em sí tinha três origens, São Paulo, Santa Catarina e Cananéia, se uniam Vila Velha de Ponta Grossa, seguia ate os Campos Gerais até Assuncion, de lá Subia o rio Plicomayo, segunido por Colquechaca na Bolivia ate chegar no Perú.</div>
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Empolgado com essa historia, e, 1526 Aleixo Garcia liderou um grupo com 2000 Carijós, levando farinha de pinhão e mariscos secos e mel em direção ao Peru, chegando a 150 km de Potosi, na Montanha de Prata, que deu origem à lenda da Montanha da Lua, lá eles entraram em guerra com o império Inca, saquearam e fugiram carregados de metais preciosos <a href="https://indigenasbrasileiros.blogspot.com/2020/07/carijo.html">saiba mais </a></div>
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Tibiriçá ficou famoso por acolher em sua aldeia o primiero paulista, João Ramalho, um possível naufrago português que se casou com Bartira, filha do morubixaba. João Ramalho aprendeu o Tupi e conquistou o respeito do povo ancestral, Tomé de Siouza, governador da capitania de São Paulo dizia que João Ramalho, caminhava 90 km em um só dia, tinha um exército de 5.000 homens, em sua grande maioria refens de tribos beligenrantes e era muito atarefado, subia e descia pelas diversas trilhas que partiam da aldeia, principalmente depois da chegada dos Jesuítas.</div>
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<div><div><b>Fundação de São Paulo</b></div>
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A Villa de Piratininga, que ja tinha sido estabelecida em 1532 pelo Almirante Dom Martim Afonso de Souza, Vice Rei das Índias e Donatário da Capitania de São Vicente e São Paulo, aforada em 1534 por D. João III O Piedoso, e ratificada em 1553 por Tomé de Souza 1º Governador Geral do Brasil, foi posteriormente transferida, acolinada e Renomeada em 1554 pelo Vice-Provincial Jesuíta Manoel de Nóbrega como Villa de São Paulo de Piratininga. Como se ve em texto antigo, a fundaçao do colégio e postriormente vila de Piratininga era um projeto de parceira publico-privada de carater religioso, a fundação do colégio de Manoel da Nobrega e José de Ancheta era de importancia pivotal para a catequização, pois serviria junto com o émbaixador’João Ramqalho, de ponte cultural com a aldeia de Tibiriçá e posteriormente outras aldeias. </div>
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Em 1549, logo após a aprovação da Companhia de Jesus em Roma, o Padre Manuel da Nóbrega partiu de Lisboa na armada de Tomé de Souza juntamente de cinco companheiros para conduzir as Missões Portuguesas do Ocidente. Em 1553, após formar as primeiras missões brasileiras na Baía de Todos os Santos, onde primeiramente aportou, seguiu em direção à Capitania de São Vicente onde percorreu o litoral sul do Brasil colonial. Em seguida, subindo a Serra do Mar, Nóbrega liderou a fundação da Aldeia de Piratininga e nela implantou o Colégio de São Paulo possibilitando o início das entradas para o interior do continente.</div>
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A parte mística-religiosa desse projeto teve início no dia 29 de agosto de 1553, dia da degolação de São João Batista, por conta de cálculos precisos que os Jesuítas vinham fazendo para fundarem seu colégio no dia de São Paulo, 25 de janeiro. A localização também deveria ser pré-estabelecida de acordo com regras dogmáticas, que deveria ser edificada em acrópole, exatamente no interior do triangulo histórico, os jesuitas entenderam que esse local que já era considerado o mais sagradao pelos ‘índios’ deveria ser também o mais sagrado dos Cristãos. </div>
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Conforme relata o historiador Alan de Camargo, lá representou e ainda representa a continuidade e renovação permanente da sagrada esperança do povo europeu cristão de várias nacionalidades e etnias, que buscou em terras distantes e selvagens satisfazer os seus profundos anseios de liberdade e prosperidade, arriscando sua própria vida no batismo do Maris Oceani Tenebrosum (o grande Atlântico!) e nos perigos das densas matas infestadas de feras, pestes, traficantes e... canibais! sob a égide da Cruz de Cristo, se uniram em fraternal comunhão, incluindo os nativos aliados Tupi-Guaianás, para plantar as preciosas sementes de Salvação e Civilização Ocidental Greco-Romana trazidas em suas pobres e sofridas bagagens, valores culturais que germinariam a singular e arquetípica Civilização Cristã Paulista.</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-qaO01dyvAgc/XwnqVBqfMVI/AAAAAAAANzk/3EhzbkG5S_kvSaf0NLAD8yLWOhFmeiHcACLcBGAsYHQ/s1600/anhanga%2B2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1175" data-original-width="1600" height="470" src="https://1.bp.blogspot.com/-qaO01dyvAgc/XwnqVBqfMVI/AAAAAAAANzk/3EhzbkG5S_kvSaf0NLAD8yLWOhFmeiHcACLcBGAsYHQ/s640/anhanga%2B2.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">O Anhagá, grande deidade Tupiniquim de São Paulo foi apagada da historia </td></tr>
</tbody></table>
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<b>A Expansão de São Paulo</b></div>
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No final dá década de 1590 foram descobertas as primeiras minas de ouro, prata e ferro nos arredores da vila, nas serras do Jaraguá, Guarulhos, Voturuna, Araçariguama e outros locais mantidos em segredo. Os fatos que ocorreram sem seguida foram de grande importância para o crescimento da vila de São Paulo.</div>
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Ainda nessa década a vila já tinha 150 habitantes, o Páteo do Collegio foi fortificado em frente a já abandonada aldeia de Tibiriçá. Os fncionários da câmara e demais pessoas que chegavam para a empreitada de Portugual já não tinham mais onde morar dentro das muralhas dos Jesuitas, foi então que a expansão fez perder o medo de ataque e morar fora da área protegida. </div>
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A primeira rua aberta fora dos muros da vila deve ter sido a rua de São Bento por apresentar as melhores condições de aproveitamento dos lotes. Estes foram demarcados com frentes de duas e três braças e profundidade de vinte e trinta braças. A rua seguiu por um terreno absolutamente plano, desde o caminho do Piqueri até o caminho de Pinheiros, deixando de um lado a aldeia abandonada de Tibiriçá e do outro a encosta do vale do Anhangabaú. A solução foi a mais favorável para os usos da época pois permitia que as casas fossem construídas no alinhamento da rua e os quintais tivessem o escoamento das águas para o fundo do lote.</div>
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Na mesma ocasião foi aberta a atual rua Direita que teve esse nome desde a sua origem, pois percorreu um antigo caminho que ia “direito” da ermida de Santo Antonio para a vila. No cruzamento com a rua de São Bento formou um ângulo reto o que leva a crer que o profissional responsável, em geral um carpinteiro, utilizou a bússola na sua demarcação.</div>
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No final do século XVI, atraídos principalmente pela ação missionária, outras ordens religiosas se estabelecem em São Paulo. Dentre elas podemos destacar os:</div>
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-Os Carmelitas (1594) Os carmelitas foram a quarta ordem religiosa a chegar no Brasil, e, na região paulista, os primeiros frades desembarcaram nos idos de 1592, no porto de Santos. Nesse mesmo ano, surgiu neles o “pensamento de fundar um convento na povoação que começava em Cima da Serra“. O fundador de Santos, Braz Cubas, se tornou um grande amigo dos carmelitas, e doou a eles dois grandes terrenos – um no litoral, e outro nas terras de Piratininga (atual São Paulo);</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-i7abFfS5nik/XwvFtwEFTtI/AAAAAAAAN0Y/3kzppqS_U3EHisEJicI3ksz9YgcEHCnlwCLcBGAsYHQ/s1600/Inhapuambuc%25CC%25A7u%2Bnoite.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-i7abFfS5nik/XwvFtwEFTtI/AAAAAAAAN0Y/3kzppqS_U3EHisEJicI3ksz9YgcEHCnlwCLcBGAsYHQ/s640/Inhapuambuc%25CC%25A7u%2Bnoite.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Tibiriçá e João Ramalho discutem o futuro da Vila de São Paulo de Piratininga sob a magia das estrelas com a montanha sagrada do Inhapuambuçu ao fundo c.1556</td></tr>
</tbody></table>
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-Os Beneditinos (1598) A história dos beneditinos em São Paulo começa em 1598, ano em que chegaram na cidade, quando frei Mauro Teixeira, religioso paulista de São Vicente, levantou uma modesta igreja dedicada a São Bento, com fundos de uma doação realizada pelo capitão-mor Jorge Correia.</div>
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-Os Franciscanos (1640) Sete franciscanos chegaram a São Paulo em 1640 por meio de uma caravana. Eles se instalaram em uma casa onde atualmente está localizada a Praça do Patriarca, no Centro Histórico de São Paulo. O terreno que atualmente corresponde ao Largo de São Francisco foi doado pela Câmara Municipal de São Paulo, em 1642, aos frades franciscanos.</div>
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Porém estas ordens, apesar de terem também atuado para a conversão dos indígenas, não tinham este como seu principal objetivo, pois vinham ao Brasil para dar apoio aos interesses de colonização e exploração da coroa portuguesa.</div>
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<b>Itagenemimética cultural – o dia do Anhangá</b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Jkx9doh3MiQ/XwnrobjkIYI/AAAAAAAANzw/GUk2vpUi6sMDS5bgHmho27yxW1Gp4A0ZwCLcBGAsYHQ/s1600/Festa%2Bdo%2BAnahnga%25CC%2581.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="996" data-original-width="1412" height="450" src="https://1.bp.blogspot.com/-Jkx9doh3MiQ/XwnrobjkIYI/AAAAAAAANzw/GUk2vpUi6sMDS5bgHmho27yxW1Gp4A0ZwCLcBGAsYHQ/s640/Festa%2Bdo%2BAnahnga%25CC%2581.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Desfile de celebração do dia do Anhangá, 05 de junho, dia mundial do meio-ambiente - celebrando o deus da floresta que protege o meio-ambiente</td></tr>
</tbody></table>
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A aldeia de Tibiriçá é tristemente reconhecida como a primeira abandonar antigos ritos culturais ancestrais para adotar a imposta cultura Portuguesa-Cristã - Como parte do esforço de Itagenemimética, tento resgatar a cultura ancestral indigena. Talvez um dia ainda culturemos o Deus Anhangá em homenágem à nossos antigos acestrais. <a href="https://ameobrasil.blogspot.com/2019/10/festa-do-anhanga-no-vale-do-anhagabau.html">Tenho uma proposta, ainda tímida de celebrar o dia do Anahgá 5 de junho, dia mundial do meio ambiente</a> – por favor, deixe seus comentários.</div>
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<b>Referências</b></div>
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<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nL2Yj1IRm9E/WKo1Hmk6e_I/AAAAAAAAJBo/DluwlivKTwYBEhD5H1h9f7utbgJ5-dEeACLcB/s1600/py%2527aruku.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-nL2Yj1IRm9E/WKo1Hmk6e_I/AAAAAAAAJBo/DluwlivKTwYBEhD5H1h9f7utbgJ5-dEeACLcB/s640/py%2527aruku.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Movimento Py'Aruku - plataforma Angatú</td></tr>
</tbody></table>
Uma das coisas que mais gosto quando interajo com Japoneses, é a forma que se admiram quando expostos a coisas novas, logo surge uma longa expressão surpresa na face, seguido por um também longo “Ehhh”.<br />
<br />
Durante o período Heian no Japão (794 a 1185 d.C.), os chineses que visitavam o país, viviam criticando tudo por lá, diziam que eram um povo indígena, atrasado e incivilizado. As criticas constantes fizeram com que os Japoneses se apropriassem de diversos traços da cultura chinesa. Foi durante essa época que o termo ‘Mono no aware’ (物の哀れ) foi copiosamente usado num dos mais antigos trabalhos literários japoneses, o Genji monogatari, e os japoneses experimentaram o surgimento de uma nova cultura.<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><a href="http://www.blemya.com/2017/02/the-pyaraku-movement.html">read this article in English</a></span><br />
<br />
A frase ‘Mono no aware’ é derivada da palavra japonesa mono (物), "coisa", e aware (哀れ), uma expressão de surpresa comumente usada no período Heian, semelhante ao "ah" ou "oh", traduzindo a grosso modo como "pugência", "sentimento profundo", "sensibilidade", ou "consciência". Poderia ser traduzido como o ‘ahh' das coisas, a vida das coisas, o seu deus interior.<br />
<br />
Essa incorporação surgiu em seus corações como um Deus organizador, de grande beleza, que cresceu no meio de suas melhores essências e até hoje, poucas culturas sabem tão bem se apropriar de benefícios de outras culturas, sem perder sua própria essência como os japoneses.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-vh7afmrGTYQ/WKo3TmSmKMI/AAAAAAAAJB8/_AEyHY03Mk4tCUJV7oOtoW5A6z-_N8v6ACLcB/s1600/Benguela%2B12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="432" src="https://4.bp.blogspot.com/-vh7afmrGTYQ/WKo3TmSmKMI/AAAAAAAAJB8/_AEyHY03Mk4tCUJV7oOtoW5A6z-_N8v6ACLcB/s640/Benguela%2B12.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Benguela 12</td></tr>
</tbody></table>
<br />
É com esse intuito que eu apresento aqui o movimento Py'araku, mais do que uma filosofia de vida, é um manifesto cultural e artístico brasileiro, que surgiu das conjecturas de uma matéria publicada no blog em dezembro de 2012, com a pergunta <a href="http://ameobrasil.blogspot.com.br/2012/12/como-seria-o-brasil-se-cultura-dos.html">“o que teria acontecido se a cultura dos indígenas brasileiros tivesse sobressaído à dos portugueses no Brasil".</a><br />
<br />
Desde então, venho refletindo diariamente no que fazer para que os bons elementos cultura indígena brasileira, bem como a cultura negra e portuguesa, com potencial de melhora, e como estes poderiam ser submetidos ao frame da cultura japonesa (ambas de ancestrais indígenas comuns) o Cauim, tal como o saquê - a bebida surge como o grande catalisador - o Cauim é sem duvida a mola propulsora desse movimento. <a href="http://blemya.blogspot.com.br/2016/05/similaridades-entre-o-cauim-e-o-saque.html">O Cauim tem tantas similaridades com o saquê que vão muito além da coincidência</a>, haja visto a travessia de povos antigos pelo estréio de Bering - a bebida alcoólica ao meu ver, é junto com a gastronomia, o principal veículo de manifestação cultural de um povo.<br />
<br />
Se quisermos um Brasil melhor, devemos sim nos concentrar nossos esforços em modificar pontos negativos, que são muitos, mas principalmente dar ênfase nos pontos positivos, que também são muitos. O Blog ‘Ame o Brasil’, trabalha ativamente a plataforma de ativações denominada Angatú (literalmente, de alma boa, com bem estar, com felicidade), que tem como propósito despertar o amor ao Brasil e ao brasileiro, valorizando e incentivando os bons estímulos, de maneira a fazer-nos crescer e superar os maus estímulos, até sua virtual extinção.<br />
<br />
Se quisermos que funcione, é preciso termos consciência de longo prazo e é fundamental que tenhamos uma postura ‘pro’ algo, nunca ‘contra’ - uma vez perguntada por que não participava de manifestações anti-guerra, Madre Teresa de Calcutá disse que nunca faria isso, ela somente entraria em um movimento pró-paz, é uma posição de lógica inquestionável - enquanto o movimento ‘anti-alguma coisa’ se caracteriza pela resistência a forças naturais, uma estratégia passiva que depende de empenho em proteção, que por melhor que sejam, sempre oferecem o risco de serem derrotadas, o movimento ‘pro-uma causa boa’, por sua vez, é uma estratégia proativa com intuito de promover uma boa idéia, ampliando o potencial de sucesso a níveis estatisticamente muito maiores.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-9u_2J29J-z0/WKo2WtWQ8ZI/AAAAAAAAJBw/fZmMZHJbHkELw7aW7LgRA9RZgTwTnsStACLcB/s1600/Moc%25CC%25A7ambique%2B25.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-9u_2J29J-z0/WKo2WtWQ8ZI/AAAAAAAAJBw/fZmMZHJbHkELw7aW7LgRA9RZgTwTnsStACLcB/s640/Moc%25CC%25A7ambique%2B25.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Moçmbique 25</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Desde que iniciei esse blog, trabalhei em ativações de limitados alcances, mas de grandes intenções. Com ‘<a href="http://ameobrasil.blogspot.com.br/2015/04/projeto-tembi-u.html">Projeto Tembi-u</a>’, realizado em abril de 2015, fomos pioneiros em levarmos ingredientes da Amazônia para que premiados barmans brasileiros criassem drinks, explorando o vasto universo de inusitados ingredientes Brasileiros por excelência em detrimento da valorização excessiva da coquetelaria Americana/Européia. Em maio de 2016, promovemos o primeiro ‘<a href="http://capivaraparade.blogspot.com.br/">Capivara Parade</a>’, nos moldes da Cow Parade de Pascal Knapp, em parceria com o Shopping Paladium, com o propósito de usar a capivara como um embaixador da natureza em ambiente urbano, para angariar recursos para a campanha do agasalho de Curitiba, e o lançamento da HQ os Heróis da Buzundanga, trazendo a cultura <a href="http://ameobrasil.blogspot.com.br/2016/12/os-herois-da-bruzundanga-primeira-hq.html">Tupi-Pop em sua essência</a> – o caminho lógico desses trabalhos em série nos leva ao lançamento do Movimento Py’araku para o ano de 2017.<br />
<br />
Py’araku tem o propósito de fazer crescer no coração de cada individuo que ama o Brasil, seja ele nativo ou estrangeiro, um entusiasmado agente de transformação, multiplicador de boas praticas, que o capacita a ser um embaixador de um Brasil melhor. A palavra do tupi antigo, tem significado parecido com o ‘Mono no aware’ do revolucionário período Heian no Japão. Em tupi, apalavra Py’araku (Py, amplo + Araku, entusiasmo), significa literalmente, fazer crescer nosso Deus interior, de alma quente, de coração aquecido - palavra essa que traz para nossos corações e mentes a força divina, que tem o poder engrandecer nossa nação através do amor. Mesmo a palavra da língua portuguesa ‘entusiasmo’, que vem do grego, ἐνθουσιασμός (onde ἐν - interior e θεός – Deus e οὐσία –possuído), traz em sua essência o poder de promover a possessão pelo divino, "possuído pela (essência de) um Deus.<br />
<br />
Tenho mais de 20 anos de experiência com a introdução de novos produtos no mercado, sou especialista em ‘aculturação’, um complexo processo desenhado para incorporar um determinado produto a uma cultura, no qual o produto é estudado em profundidade, com seus hábitos de consumo e então, ensinados à essa nova cultura, a ponto de atingir total incorporação fora de seu local de origem, a ponto de integrar-se plenamente a cultura local;<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-07l45C0no-o/WKo1y92oghI/AAAAAAAAJBs/wMSVa8s_9gASxny5YEhUG7aQqL6m9lPhwCLcB/s1600/Luiz%2BPagano%2BCunhanbebe%2B10%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://2.bp.blogspot.com/-07l45C0no-o/WKo1y92oghI/AAAAAAAAJBs/wMSVa8s_9gASxny5YEhUG7aQqL6m9lPhwCLcB/s640/Luiz%2BPagano%2BCunhanbebe%2B10%2B2.jpg" width="480" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Cunhanbebe 10</td></tr>
</tbody></table>
<br />
“Para se ter o Brasil ideal, a ‘aculturação’ deve andar par e passo com nossos esforços pela ‘enculturação’, processo de auto-conhecimento, no qual entendemos quais são as nossas próprias boas praticas, as estudamos à exaustão e ai então, incentivos para que se tornem pratica comum em nossa sociedade.<br />
<br />
Se podemos fazer isso com vinhos, alimentos e equipamentos estrangeiros no Brasil, por que não fazer o mesmo com atitudes nativas prosperas, trazendo as melhores praticas de condutas sociais para mudarmos nosso Brasil”.Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-85130439352545234622020-06-30T12:16:00.003-07:002020-06-30T12:16:42.079-07:00Lendária Civilização Ancestral Hi-Tech Nipo-Brasileira na Amazonia <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-pjP9fvoEt3w/Wz121s830FI/AAAAAAAAKPc/6AdvmhEP2BEuTY7u9ugizisNqjsodYTSwCLcBGAs/s1600/Lenda%25CC%2581ria%2Bcivilizac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2BHiTech%2BNipoBrasileira%2Bescondida%2Bna%2Bfloresta%2BAmazo%25CC%2582nica.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1120" data-original-width="1600" height="448" src="https://1.bp.blogspot.com/-pjP9fvoEt3w/Wz121s830FI/AAAAAAAAKPc/6AdvmhEP2BEuTY7u9ugizisNqjsodYTSwCLcBGAs/s640/Lenda%25CC%2581ria%2Bcivilizac%25CC%25A7a%25CC%2583o%2BHiTech%2BNipoBrasileira%2Bescondida%2Bna%2Bfloresta%2BAmazo%25CC%2582nica.jpg" width="640" /></a></div>
Quando era pequeno, ouvi por algumas vezes uma lenda que dizia existir uma cultura muito avançada escondida no meio da Floresta Amazônica, tipo a Wakanda do Pantera Negra, que foi erguida em torno da sabedoria e magia de uma mulher Japonesa muito bonita e inteligente, essa lenda me assombrou por muito tempo, eu até cheguei a desenhá-la em meu caderno dos primeiro anos de escola, lembro que quando fiz o tal desenho em meu caderno, meu pai assistia um jogo da copa, (possivelmente a copa de 1974), e todo ano que tem jogos do Brasil na copa, eu me lembro dessa mulher e da estória toda.<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><a href="http://www.blemya.com/2018/07/legendary-hi-tech-japanese-brazilian.html">read this article in English</a></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-xNRYPPyIaAU/Wz4z5h0i5jI/AAAAAAAAKQk/GTdHg_EUkGk_wQWu7c01kDk-iCuRazzNACLcBGAs/s1600/Teruko%2BSato%2B1975%2Be%2B2018.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1120" data-original-width="1600" height="448" src="https://1.bp.blogspot.com/-xNRYPPyIaAU/Wz4z5h0i5jI/AAAAAAAAKQk/GTdHg_EUkGk_wQWu7c01kDk-iCuRazzNACLcBGAs/s640/Teruko%2BSato%2B1975%2Be%2B2018.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">A esquerda, desenho que fiz de Teruko Sato quando eu era criança, a direita, o desenho que fiz no dia da vitoria do Brasil sobre o México - dia de grande felicidade do povo Brasileiro</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Não sei ao certo como tudo isso começou, como eu morava numa casa junto com mais de quatro tios-avós, todos irmãos da minha avó paterna, nunca descobri quem exatamente havia contado a tal história, bem como se era verdadeira ou não. Fato é que foi desse ponto em diante que eu talvez tenha me interessado tanto pela cultura Japonesa e acreditado que se usássemos elementos nipônicos, talvez tivéssemos a chance de termos um Brasil melhor.<br />
<br />
Agora, como é época de jogos do Brasil na copa, resolvi botar um fim no mistério e passei a investigar a tal sabia nipônica na Amazônia - devo dizer que foi frustrante, ninguém sabia de sua existência, nem mesmo o Google.<br />
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</div>
<br />
Variei minha pesquisa um pouco, pois talvez o tal incidente tenha algo a ver com a Copa do Mundo de Futebol. A única coisa que encontrei foi a incrível historia da morte de Chico Xavier, com conta Eurípedes Higino, seu filho adotivo “Chico Xavier sempre dizia que iria desencarnar (morrer / do ponto de vista Espírita) no dia em que o Brasil estivesse em festa e que eu não iria ter tempo de pensar na morte dele”. Foi exatamente isso que aconteceu, Chico “desencarnou” no exato dia em que o Brasil estava na festa da conquista do pentacampeonato, no dia 30 de junho de 2002.<br />
<br />
Bom, mas o que isso tem a ver com a japonesa da Amazônia?<br />
<br />
De fato eu não sei, mas gosto da idéia de ver o Brasil, como uma massa uniforme de mentes em um único espírito, feliz.<br />
<br />
Se olharmos para essa multidão de brasileiros felizes do ponto de vista espírita kardecista, isso parece ser uma boa energia de grande volume – e foi com esse pensamento, resolvi tomar uma passe num centro espírita, exatamente nessa época do ano, (na minha cabeça, isso faria eu receber uma enorme carga vibratória do bem) – é ai que entra a grande coincidência!!!<br />
<br />
Como não tinha nenhum centro espírita perto de onde eu estava trabalhando e o jogo do Brasil logo iria começar, resolvi parar no Johrei Center da Vila Mariana, enquanto aguardava o passe, ou melhor, o Johrei, eu ouvi alguns ministros conversando sobre uma tal de Teruko Sato, a primeira mulher a trazer a cultura do iluminado Meishu-Sama para o Brasil.<br />
<br />
Nessa hora eu cheguei até a me arrepiar com tamanha coincidência, mas o mais legal ainda estava por vir. Meishu-Sama acredita na construção de paraísos terrestres, jardins lindos e inspiradores que aumentam o bem estar e energia espiritual da humanidade – com isso, o local escolhido para ela iniciar seus trabalhos, pasmem! Foi em uma cidade chamada de Manacapuru no meio da floresta amazônica.<br />
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<br />
Nessa hora eu interrompi os ministros e estudantes que conversavam entre si e logo contei-lhes sobre a lenda que ouvira, sobre a civilização secreta na Amazônica e a tamanha coincidência, “não existe essa coisa de coincidência’”, disse o rapaz, “tal qual no espiritismo, acreditamos que todo esse acontecimento já havia sido arquitetado em planos mais evoluídos, tal como aconteceu com a passagem de Chico Xavier”.<br />
<br />
Ai então ele sorriu e me decepcionou um pouco ao dizer que a igreja Messiânica não possuía nenhuma nação tipo a Wakanda no meio da Amazônia”, no entanto, Mokiti Okada (岡田茂吉), fundador da igreja, que carrega o título honorífico de Meishu-Sama - 明主様, (Senhor da Luz), idealizou sim uma sociedade mais evoluída, que constroi Solos Sagrados ao redor do mundo - lugares lindos, com arquitetura, tecnologia limpa e grande grau de desenvolvimento e harmonia com meio ambiente, como se fossem ilhas de felicidade e elegância em meio ao caos do planeta. A Fundação Mokiti Okada desenvolve pesquisas na agricultura, recuperação do meio ambiente, agricultura individual saudável e acessível, saúde e educação e também engloba a escola de Ikebana Sanguetsu que ensina os princípios pragmáticos da filosofia de Mokiti Okada através da arte milenar do arranjo floral.<br />
<br />
Para mim, Teruko Sato (佐藤輝子 que adotou o nome de casada de Yoniyama 米山) é uma lenda viva, as poucas informações que tive quando criança me fizeram criar uma historia fantástica, com miscigenações de etnias brasileiras e japonesas, com tecnologia extraordinária e sustentável, de primeiro mundo, que bem poderia ter sido verdadeira, mas a Teruko Sato da vida real, que também é muito pouco conhecida pelos próprios devotos da IMM, tem atributos que superam a fantasia.<br />
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<a href="https://2.bp.blogspot.com/-nWod6I3_34o/Wz14QN_uWgI/AAAAAAAAKP4/3lRViEBuSsgILvcUfkmG-yAHypY9ARUBwCLcBGAs/s1600/Meishu-Sama%2B%2B%25E6%2598%258E%25E4%25B8%25BB%25E6%25A7%2598.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1120" data-original-width="1600" height="448" src="https://2.bp.blogspot.com/-nWod6I3_34o/Wz14QN_uWgI/AAAAAAAAKP4/3lRViEBuSsgILvcUfkmG-yAHypY9ARUBwCLcBGAs/s640/Meishu-Sama%2B%2B%25E6%2598%258E%25E4%25B8%25BB%25E6%25A7%2598.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
Numa matéria da revista Izunome numero 72 de 2007, escrita em japonês, a historia de Sato foi revelada - a seguir coloco o texto original em japonês e minha tradução - por favor, fiquem a vontade para me corrigirem em eventuais erros de tradução.<br />
<br />
南米開拓布教事始め<br />
<br />
開移民として新たな人生の船出<br />
<br />
前編<br />
<br />
私は、瀬戸内海に面した岡山県南部にある小さな町で昭和十一年二月四日に生を享けました。<br />
昭和ニ十年半ば頃、世間で呼ばれていました。その「おひかりさん」と呼ばれていました。その出張所がちょうど私の実家のすぐ向かいにあり、信者さん家族が住んでおりました。その家には、私より一つ年上の友達がおり、よく遊んだり勉強したりと仲良しでした。病弱だった私の母は、真っ先にそこで浄霊を受け始めました。<br />
そして「おひかりさんの先生が知らん話をしてくれる」とその友達が冒うので、私も話を聞きに行くようになりました。<br />
毎月1回ほど岡山から出向される瑞雲教会長の山根幸一先生は、霊界のこと、先祖様のことなど、学校では習わないことをたくさんと教えてくださり、やがて、母に次いで昭和二十七年に私も入信に至りました。<br />
<br />
運命の決別<br />
<br />
明主様から米国開拓布教を命ぜられた樋口喜代子先生、安食晴彦先生がハワイや米国本土で輝かしい成果をあげられていた昭和二十九年頃は、私の教会でもいつもその話で持ちきりで、月次祭でも山根先生は海外布教ー歩を印された樋口先生の業績を讃えられて<br />
<br />
いました。私も知らず知らずのうちに、〃樋口先生のように外国に出て布教したい〃という淡い思いを抱いていました。ちょうどその頃、父からブラジル開拓移民が募集されていること、そして一家で移住する予定であることを聞かされたのです。そのことを山根先生に話すと、先生はすぐ明主様にお尋ねくださいました。すると、明主様即座に「御神体と、「おひかり」を持たせて行かせなさい」とおっしゃったのです。先生はすぐ明主様のその御言葉を租に伝えてくださり、私のブラジル行きが確定したのでした。<br />
しかし、移民手続きの過程で、母が眼の病の治療のため、出発が勢カ月遅れるという事態が発生しました。しかし、父の友人の家族が、f現地で一人でも多くの衛き手が欲しいとのことで、私はその家族の一員として自分の家族よりー船早くブラジルルへ渡ることになったのです。<br />
それが、家族との長い別れになろうとは、神様しか御存知なかったのです。<br />
<br />
御光と希望を胸に<br />
<br />
昭和二十九年九月二十五日、弱冠十八歳の私は神戸港より大阪商船「アメリカ丸」に乗って、地球の反対側のブラジルへと旅立ちました。明主様のお役に立ちたいという熱い思<br />
いでいっぱいで、父母と別れて淋しいとか、こわいとか、ー人でどうとかいう悲観的な考えは一切浮かんできませんでした 。しかし、船の上から見えるのは毎日海だけ、激しい船酔いのため数日間梅干しとお粥のみで過ごしたこともありました。途中米国ロサンゼルスに寄港して燃料食糧その他を補紿し、南米へ向けて出航。パナマ運河を抜け、一路大西洋へと向かいます。<br />
いよいよ赤道下ブラジル北東部パラ州ベレン港に到着しました。そこで私達ブラジルの船に乗り換え、さらにアマゾン川を上っていきました。<br />
<br />
そして、日本を出て実に二カ月ぶりに、アマゾン川河口から千四百キロのところにある目的地、アマゾナス州マナカプル|郡べラ・ビスタ植民地に到着したのです。<br />
配耕される土地へは、そこからさらに半日程歩いて行かなければなりませんでした。着いた所は人がようやく歩けるほどの原生林に覆われたところでした。道の両側には、先に入った十数家族の入植者達の住まいである、伐採した原生林を無造作に組み上げた丸木小屋が数百メ|トルおきにー軒ずつあり、さらにその奥に私達に配耕される土地がありました。家も水も電気も生活必需品は何一つなく、岡山県庁の広報とはまったく逆の現実でした。<br />
さっそく男の人達はジャングルの木々を伐探して小屋造りに追われました。女の人達は食事を作るのに必要なものを集めたり、水をる汲みに行ったり、土を捏ねて釜戸を造ったりという生活から始まりました。熟蒂特有の風土から、小虫や蚊がたくさんいて、昼夜を問わるず、ところかまわず刺されます。<br />
数カ月分の食糧は船を降りたところにある小さな村の売店に預けてあり、一週間分ずつを歩いて取りに行きました。大きな袋を持って一往復するのにー日がかりです。女も子供もみな汗だくになりながら働きました。手には水豆ができて破れ、その上に手ぬぐいを捲いて痛さをこらえながら働きました。夜になると原生林の丸木を並べた上に寝ました。いろんな動物の鳴き声が聞こえ主す。夜通し焚火は絶やせません。<br />
いつどんな動物が出てくるか分からず、緊張の毎日が続きました。<br />
<br />
失意のどん底からの脱出<br />
<br />
そんな生活の中、みんなが寝静まった夜、私は一人蚊帳の中から星空を見上げ、 "どうしてこんな所に来てしまったのだろう......。<br />
<br />
明主様のお役に立とうとやって来たブラジルがこんな原生林の山奥。家も電気も水もない原始的な生活。明主様はもう私を見離されたのかしら。なぜこんなつらい思いを、苦労をさせられるのかしら。<br />
このお月様、お父さん、お母さんは見ているかしら。どうして私ー人で来てしまったのかしら。明主様はこんなところと御存知なかったのかしら……“なと思い巡らしては毎日のように泣いていまた。<br />
しかし、”こんなことばかりしていてはいけない。せめて入植者達に御浄霊を広めねは"と思い直し、風邪を引いた人、皮膚に湿疹のできた人に浄霊の話をしてみることにしました。ところが誰も受けつけてくれませしまいには「手をかざして病気が治るわけがない。<br />
あの娘は親から離れてー人で来もて、もう頭がどうかしているのだ」などと噂されるようになりました。そして、その周囲の視線の冷たさに耐えきれなくなった私は、"もう宗教のことも浄霊の話も口にすまい"と決め、ひたすら働き始めました。<br />
また私はー緒にブラジルに来た家族と別れ、独り立ちすることを決意しました。人の手が足りない家は、私を容易に住み込みで雇ってくれます。あちこち他人の家で草取りをしたり、寄せ焼きをしたり、さつま芋を土手に植えたり、毎曰毎曰働きました。そして、私は考えました。"こんな不便な山奥にもし私の母が来たら病に倒れるかも知れない。鍬ー鍬本握ったことのない町育ちの幼い弟、妹達はこんな過酷な労働には耐えられない。<br />
こんな所に来たら一家は破滅だ。私は意を決して日本の父母に「もうブラジルには来たい方がいい、こんな苦労は私ー人でたくさん、来てはいけない」と手紙に書きました。<br />
何ヵ月か経って母からの手紙が届きました。手紙が無事に日本に届き、無事返事が来ることさえ。ここでの生活では奇跡に近い出来事でした。急いで封を開けてみると、そこには私の身を案じる父母の気持ちと共に、思いもかけない事実が認めてありました。<br />
<br />
明主様の御昇天の知らせでした。私は立っていられない程のショックで涙も出ませんでした。しかし、"必ず明主様は霊界から見守ってくださっている。私を見ていてくださる。<br />
泣いたら明主様が悲しまれる"と、思い直しましたが、それでも心の整理がつくまでに二、三日を要しました。<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-rssYXt5CWOQ/Wz2Afiw6HaI/AAAAAAAAKQY/SsFujKO_srI9uXJttNFhDY7sAAGoG9vQwCLcBGAs/s1600/Manacapuru.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1120" data-original-width="1600" height="448" src="https://1.bp.blogspot.com/-rssYXt5CWOQ/Wz2Afiw6HaI/AAAAAAAAKQY/SsFujKO_srI9uXJttNFhDY7sAAGoG9vQwCLcBGAs/s640/Manacapuru.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Manacapurú - a 99,8km de Manaus no estado do Amazonas<br />
A esquerda a Senhora Yoneyama (Teruko Sato com nome de casada) e a direita<br />
Michiko Yamande, lider da ireja Zuiun - maio de 1953<br />
瑞雲教会奉仕の頃の米山さん(左)と故・山根道子教会長夫人(昭和28年5月)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
運命の転機<br />
<br />
ある日、真っ黒になって働いていた私に、「人が欲しい、来てくれないか」と、内藤さんという方が尋ねて来たのです。私は恩い切ってその方とー-緒に、私を雇ってくださるという方がいる、アマゾナス州バレンチンスに近いイタコアチャラ郡のモンテ・レアルに行くことにしました。<br />
内藤さんに連れられて、再び船の旅です。私は、御神体と御尊影、そして「おひかり」十体に数枚の着替えを持ち、ベラ・ビスタを後にしました。着いたところは、御園さんという方が経営する食料雑貨店でした。<br />
私はこの店で、昼間働きながら、夜はランブの明かりを頼りにポルトガル語を勉強しました。初めは、原地住民との挨拶から日常のこと料理のこと、見るもの、聞くものすべて、日本と違った生活習慣でした。<br />
しかし、それまでの植民地生活からすると、天と地の違いがありました。脚園さん鐔夫妻は、私を娘のように扱ってくださいました。仕事も覚え、言葉も片言でしたが何とか話が通じるようになりました。<br />
心機一転、私は与えられた新しい環境の中で何とか布教しうと思い、つたない言葉で浄霊の話をしてみることにしました。<br />
何日も何回も話すうち、私があまりに一生懸命言うので頭をかしげながらも話を聞いてくれる人が出始めました。もちろん、浄霊の意味などをしっかりと説明するまでには至りませんでしたが、徐々に浄霊のぉ取次ぎが次々とできるようになです。<br />
<br />
日本からの使節団<br />
<br />
ある日、母から再び便りが届きました。手紙には、「明主様御昇天後、小田信彦先生という方がブラジル布教のためクリチーバに行とれたので、その先生と一緒に布教したらどうか」との、山根先生からの言付けが書いてありました。<br />
<br />
ルイズ・パガノで翻訳<br />
<br />
-------<br />
<br />
Primeira missão na América do Sul, o começo de uma nova vida como imigrante<br />
Tradução da primeira parte<br />
<br />
<br />
Nasci em uma pequena cidade ao sul de Okayama, em 4/2/1936 (Showa/昭和 - 11 é o ano de 1936). Em meados de 1945, numa época em que a Igreja Messiânica e seus membros tinham o apelido de “Ohikari-san”. Existia em frente a minha casa uma família de fieis da Igreja Messiânica, como minha mãe estava doente, eles vinham em casa aplicar o Johrei nela, em 1952, nós nos tornamos membros. Mensalmente, o ministro responsável da Igreja dava palestras nas quais falava sobre o Mundo Espiritual e os antepassados, o tipo de coisa que não se aprende na escola, foi quando atingi a maioridade.<br />
<br />
Rumo a partida<br />
<br />
Já nos anos de 1945 o ministro dessa unidade religiosa nos contava os relados dos missionários Yamane os relatos da ministra Kiyoko Higuti e Haruhiko Ajiki no Havaí e nos Estados Unidos. Ouvindo essas estórias, aos poucos, passei a cultivar o desejo de dedicar-me à difusão desses ensinamentos no exterior, a exemplo da ministra Higuti. Nessa época, soube que minha família planejava imigrar para o Brasil.<br />
<br />
Ciente desta possibilidade, o ministro Yamane fez um pedido ao Meishu-Sama, que imediatamente disse: “Entregue-lhe a imagem de Deus e o Ohikari para que ela leve consigo”. Diante desta resposta de Meishu-Sama, minha certeza de ida ao Brasil se fortaleceu ainda mais. Contudo, durante o processo de pedido de imigração, minha mãe foi acometida de um problema de visão que atrasou a nossa partida.<br />
<br />
Como uma família conhecida queria migrar para o Brasil e necessitava aumentar o número de pessoas para o trabalho, optei por embarcar antes de meus familiares. Só Deus sabia na época que a separação de minha família seria mais longa do que tinha imaginado...<br />
<br />
Luz e esperança em meu coração<br />
<br />
No dia 25 de setembro de 1954(Showa/昭和 - 29), aos 18 anos, eu embarquei no navio America Maru que partiu do porto de Kobe, deixei o Japão em direção ao Brasil levando comigo o forte desejo de servir a Meishu-Sama.<br />
<br />
Em momento algum fiquei pessimista, senti medo ou tristeza por partir sozinha. Durante a viagem, o tempo que passei em alto-mar não foi fácil, durante longos dias, tive que comer umeboshi (梅干し - ameixa chinesa em conserva) e Kayu (お粥 também chamada de congee, é uma sopa de arroz cozida com carne) diariamente por causa dos enjôos causados pela viagem marítima. Após uma pausa em Los Angeles para abastecimento de combustível e mantimentos, cruzamos o canal do Panamá, tendo chegado ao norte do Brasil, no porto de Belém. Fomos transferidos para um navio brasileiro e subimos o rio Amazonas. Desde que deixara o Japão, dois meses haviam se passado. Chegamos à colônia de Bela Vista, localizada no estado do Amazonas, distrito de Manacapuru, após uma viagem de 1.400 km. Até chegarmos à fazenda, foi necessário andar cerca de meio dia. O local ficava no meio da floresta, de ambos os lados da torpe estrada moravam algumas famílias de colonos que lá procuravam se estabelecer. Não havia moradia, água, energia elétrica ou instalações necessárias à vida cotidiana, a realidade lá era muito diferente da que eu tinha em Okayama.<br />
<br />
Imediatamente, os homens puseram-se a derrubar árvores para construir assentamentos, e as mulheres se dedicavam a preparar a alimentação. Devido ao clima tropical, éramos picados por insetos e mosquitos dia e noite. Enfrentamos muitos desafios nesta época de adaptação. Mantimentos chegavam regularmente numa lojinha, localizada numa aldeia que só podia ser acessada de barco, levávamos um dia para transportar tudo em enormes sacolas, as mulheres e crianças trabalhavam e estavam sempre suadas, bolhas se formavam nas mão e estouravam, colocávamos toalhas para mitigar a dor, a noite dormíamos em meio os troncos, ouvíamos vários ruídos de animais, era imprescindível que a fogueira jamais se apagasse durante a noite, não sabíamos quando e por qual animal poderíamos ser atacados, vivíamos em dias de medo e tensão inesgotáveis.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-dEtVt-b3mCM/Wz14eFTBMqI/AAAAAAAAKP8/FB1RW9mzNwwCt1IrOQqQOxFGCwbCCuC4wCLcBGAs/s1600/Teruko%2BSato%2B%2B-%2BAkiko%2BYoneyama.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1120" data-original-width="1600" height="448" src="https://4.bp.blogspot.com/-dEtVt-b3mCM/Wz14eFTBMqI/AAAAAAAAKP8/FB1RW9mzNwwCt1IrOQqQOxFGCwbCCuC4wCLcBGAs/s640/Teruko%2BSato%2B%2B-%2BAkiko%2BYoneyama.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: 12.8px;">習志野浄霊センター - 米山晃子</span></td><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: 12.8px;">Narashino Johrey Center - Akiko Yoneyama - Teruko Sato</span><br />
<div>
<span style="font-size: 12.8px;"><br /></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
</td></tr>
</tbody></table>
Me afastando da depressão profunda<br />
<br />
Em meio a esta dura realidade, à noite, enquanto todos dormiam, costumava olhar as estrelas através das redes de mosquitos e a chorar me perguntando: “O que vim fazer neste lugar?”... Queria servir a Meishu Sama e vim para o meio da floresta, viver uma vida primitiva, sem luz e nem água. Será que Meishu Sama me abandonou? Por que preciso passar por tanto sofrimento? Será que meus pais estão olhando para essas mesmas estrelas? Por que acabei vindo, sozinha? Será que Meishu Sama sabe de mim aqui?<br />
<br />
Por outro lado, pensava em minha missão. “Talves eu possa ministrar Johrei nos colonos...” Passei a ministrar Johrei em quem estivesse gripado ou com eczemas. Contudo, eles não acreditavam que eu pudesse curar as doenças, simplesmente empostando as mãos.<br />
<br />
A filha da família com quem convivia chegou a dizer que eu tinha problemas mentais, ou coisa do gênero. Diante de tal desprezo, decidi que não mais tocar no assunto de Johrei ou religião, comecei então a trabalhar mais ainda e optei por me afastar da família com quem viera ao Brasil. Morava com famílias que estivessem precisando de mão-de-obra, roçava os quintais das casas, plantava e fazia batata-doce assada.<br />
<br />
Diante disso, pensei “se minha mãe vier, certamente ficará doente com tanto desconforto, as delicadas mãos dos irmãos e irmãs que cresceram com os livros, não aguentariam as enxadas, se vierem para cá, minha família será arruinada.<br />
<br />
Assim, escrevi aos meus pais pedindo que “desistam de vir para o Brasil pois passo por muitas dificuldades aqui”. Alguns meses depois, após minha carta ter chego sã e salva no Japão, recebi uma carta com a resposta de minha mãe, isso soava como um milagre para a realidade que eu tinha.<br />
<br />
Apressadamente rasguei o envelope, e fiquei tomada por emoção, era muito bom saber que meus pais não haviam se esquecido de mim aqui, a carta trazia a triste notícia da ascensão de Meishu Sama ao Mundo Espiritual. Agora sentia que ele olhava por mim, chorei muito em luto, demorou muito para que a tristeza passasse.<br />
<br />
A virada do destino<br />
<br />
Certo dia, em meio ao meu trabalho na lavoura, o senhor Naito disse-me que precisava de pessoas para trabalharem consigo. Assim, novamente de barco, parti para Monte Real no distrito de Itacoatiara, próximo a Parintins, AM, levando comigo a imagem de Deus e alguns Ohikari, ele falava que alguém queria me contratar.<br />
<br />
Fiz uma outra viagem de barco, carregando roupas imperiais paro o Sr. Naito e chaguei a uma mereceria, administrada por Misuno-san.<br />
<br />
Trabalhava durante dia e durante a noite tentava estudar português, sob a precária luz de um lampião. Inicialmente, tive muitas dificuldades com os costumes, língua e alimentação em comparação com a vida no Japão. No entanto, aquele lugar era para mim o paraíso na terra, em relação à vida que levava na colônia anterior, em Bela Vista, tudo tinha mudado para melhor.<br />
<br />
A maravilhosa esposa do Sr. Shigaru me tratava como uma filha. Aprendi o serviço e, em meio a um novo ambiente, novamente me empenhei em difundir o Johrei, e para meu deleite, minhas histórias começaram a ser ouvidas.<br />
<br />
Dessa vez eu havia mudado de idéia, agora eu podia falar sobre o Johrei, me esforçava para explicar, embora muitas vezes as pessoas coçavam a cabeça sem terem entendido muito bem, mas mesmo assim, pouco a pouco, mais purificadas, as pessoas compendiam melhor a proposta de tudo aquilo.<br />
<br />
Missão que veio do Japão<br />
<br />
Algum tempo depois, mais noticias chegavam, recebia uma correspondência<br />
de minha mãe que contava que o Sr. Yamane, após a ascensão de Meishu Sama, um ministro chamado Nobuhiko Shoda pedia para que eu fosse a Curitiba com ele para fazer difusão no Brasil...<br />
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Traduzido por Luiz Pagano<br />
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-OBeWiYUlRDY/Wz13mG6NaVI/AAAAAAAAKPw/OX2NC86V6L0wxidU-a7jRYva5ZWIVJ4igCLcBGAs/s1600/Casa%2Bde%2BChico%2BXavier.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1120" data-original-width="1600" height="448" src="https://4.bp.blogspot.com/-OBeWiYUlRDY/Wz13mG6NaVI/AAAAAAAAKPw/OX2NC86V6L0wxidU-a7jRYva5ZWIVJ4igCLcBGAs/s640/Casa%2Bde%2BChico%2BXavier.jpg" width="640" /></a><br />
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Como deve saber o caro leitor, me considero um Omni Religioso, acredito, estudo e respeito todas as religiões e dou valor no bem que elas causam. Eu já havia estado em Uberaba e conheci pessoalmente o Eurípedes, era um dia 08 de dezembro de 2011, tomei um café e comi pão de queijo com ele, que gentilmente me mostrou todos os aposentos, contou estórias de Chico, me mostrou a arvore que ele (Chico Xavier) havia plantado no quintal, bem como todo complexo que ele havia construído para ajudar o maior numero de pessoas possível, com ele e mais um grupo de dez pessoas, fui ajudar a cozinhar e servir as mais de mil pessoas carentes no refeitório. Eu acredito de fato que a melhor forma de criarmos uma sociedade evoluída em todos os sentidos é nos mobilizando proativamente nisso, devemos começar por copiar os exemplos de pessoas como Mokiti Okada, Teruko Sato e Chico Xavier - para promovermos a melhoria moral das pessoas ao nosso redor e ao mesmo tempo, muito alem de darmos as condições de dignidade, promovermos o desenvolvimento fisico e estrutural do grupo, considerando cada integrante como um elo importante, confiável e talentoso, em uma sociedade que dá prazer trabalhar pelo bem comum e de cada indivíduo, isoladamente.<br />
<br />
Com isso, aproveitei o dia de jogo da copa, quando pessoas estão muito felizes com a vitória e uma vibração espiritual grande e plural, do tamanho de nosso país e resolvi refazer o desenho da Teruko Sato (ilustração abaixo)... a minha Teruko Sato – mulher japonesa que adotou a cultura dos indígenas em suas pinturas e roupas. No meu universo pessoal a tal cultura evoluída, Nipo-Tupiniquim tem até nome, ochama-se yvyturokai (pronuncia-se algo como "UVUTUROKAI" - os dois primeiros 'Us' tem um som parecido com o do ~ da palavra 'SÃO' - e significa PARAÍSO em Guarani –, lugar onde as pessoas estão bem formadas e são bem educadas).<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-ASbxocDt9CI/Wz15ZrcaY0I/AAAAAAAAKQM/emeInSGBwi4kB2-vpvmzHQypHQdMt0eAQCLcBGAs/s1600/Teruko%2BSato%2Bfinal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1100" height="640" src="https://2.bp.blogspot.com/-ASbxocDt9CI/Wz15ZrcaY0I/AAAAAAAAKQM/emeInSGBwi4kB2-vpvmzHQypHQdMt0eAQCLcBGAs/s640/Teruko%2BSato%2Bfinal.jpg" width="438" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">No meu desenho, a Teruko Sato (佐藤輝子) de meu universo pessoal, dança suavemente sobre o tronco cortado, tal como desenhei em minha infância, em harmonia com as forças da floresta, tem um boto-cor-de-rosa a sua esquerda e um tucuxi à direita - parece até uma personagem do anime Avatar.</td></tr>
</tbody></table>
Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-57195198235706810342020-06-30T12:11:00.002-07:002020-06-30T12:11:22.767-07:00Os Caraíbas e a religião Tupi<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-0QmZBvMPLPA/W_7RM9N4NaI/AAAAAAAAKpk/1hTpBvEEoZkYgvcck-9wnWTrvgV0fc8IQCLcBGAs/s1600/Karai%25CC%2581ba.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1196" data-original-width="1600" height="478" src="https://3.bp.blogspot.com/-0QmZBvMPLPA/W_7RM9N4NaI/AAAAAAAAKpk/1hTpBvEEoZkYgvcck-9wnWTrvgV0fc8IQCLcBGAs/s640/Karai%25CC%2581ba.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Caraíba praticando ritual de cura numa mulher Tupinambá por meio de impostação de mãos</td></tr>
</tbody></table>
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Para a igreja católica da época do descobrimento do Brasil, a descoberta de seres humanos na America representava um sério problema, não se admitia ninguém vivendo fora de suas graças, por esse motivo os padres Vieira e Manoel da Nobrega se apropriaram indevidamente do mito de Sumé para inserir a igreja católica na vida dos índios, segundo eles, foi o apostolo São Tome quem levou a doutrina Cristã aos índios da antiguidade.<br />
<br />
Fato é que mesmo acreditando que eles não tivessem um conjunto de crenças, a grande nação Tupi-Guarani que ocupava vasta extensão do território Brasileiro, Paraguai, Argentina e Bolívia acreditava em homens santos, capazes de promoverem a cura e guiarem as almas dos bons ao Paraíso na Terra.<br />
<br />
O professor Eduardo de Almeida Navarro assim descreve a religião Tupi-Guarani:<br />
<br />
“A descoberta da América conduziria, inexoravelmente, à necessidade de um enquadramento das novas realidades geográficas, culturais e sociais recém conhecidas nos esquemas europeus de compreensão do homem e do mundo e isso para impedir a relativização da Revelação bíblica e salvaguardar a idéia da unidade do gênero humano aceita desde a Antiguidade. Desse modo, a religião e os mitos indígenas foram interpretados segundo os conceitos vigentes no universo mental europeu do século XVI. O mito de Sumé foi assimilado à pregação do apostolo São Tomé na América, o mito do dilúvio foi compreendido como reminiscência da narrativa do Gênesis. A verdadeira religião tupi-guarani, que tem como essência a crença na Terra sem Mal, passou despercebida, então. Religião sem Teologia, concebia o paraíso como a superação da morte e da ordem social e política. Paraíso de homens-deuses, que teria uma realização histórica e uma localização geográfica.<br />
<br />
A busca da Terra sem Mal levou a grandes migrações de índios pela América do Sul e a idéia da imortalidade, nela contida, foi assimilada ao conceito de "Vida Eterna" do Cristianismo, o que favoreceu, em grande medida, o bom sucesso do Estado Jesuítico do Paraguai”. O Sumé é o responsável pela civilização das tribos tupi, descrito como “grande feiticeiro, branco, barbado, que veio pelo mar”, Sumé e mencionado como Mairatá, entre os Tapi do Maranhão e Maré - o civilizador mítico dos aimoré, que era descrito como um homem branco e de cabelos vermelhos. Era branco e loiro também entre os Izi do extemo norte, enquanto os Apinagés se referem em seus mitos a um grupo chamado “kupe-ki-kambleg”, que significa literalmente “tribo estrangeira de cabelos vermelhos”.<br />
<br />
Contavam os índios que o Sumé tinha ensinado a seus antepassados o plantio e a domesticação da mandioca e a moquear o peixe, num tempo em que todos se alimentavam apenas de elementos rústicos, pobres em nutrientes e gosto. Mas a ação do Sumé não se limitou ao ensino de técnicas agrícolas e de cozinha, a ele foram atribuídas também a abertura de caminhos e a introdução de novos princípios religiosos.<br />
<br />
No sul, conta-se que Sumé foi para o Paraguai (onde tinha ensinado o uso da erva-mate), seguindo dali para o Peru. Durante esta caminhada teria aberto a estrada que ficou conhecida entre nossos indígenas como Peabiru ou Piabuyu, ou seja, o Caminho da Montanha do Sol.<br />
<br />
Caraíbas – Os ministros de Sumé<br />
<br />
Caraíbas ("Kara ' ib" (sábio, inteligente – karaibas) eram homens santos, nômades, que transitavam em meio a todo território de língua Tupi, tinham salvo-conduto entre todas tribos, mesmo aquelas em guerra e conheciam bem todas as etnias indígenas e suas línguas. A figura do Caraíba pode ser muito bem entendida através do relato de Jean de Léry, que diz ter presenciado um ritual com cânticos e danças, no qual os caraíbas falavam de mortos e dos ancestrais, e da certeza de encontrá-los “por detrás das montanhas” para dançar e festejar com ele; ralavam também de um dilúvio, muito similar ao evento bíblico e que o próximo cataclismo global estaria em vias de acontecer.<br />
<br />
O Padre Manoel da Nobrega também teve contatos com caraíbas e relata:<br />
<br />
“Chegando o feiticeiro (isto é o caraíba), com muita festa, ... entra numa casa escura e põe sua própria voz como a de um menino, ... lhes diz que não cuidem de trabalhar, nem vão a roça, que o mantimento por si só crescerá e que nunca lhes faltará de comer e que a caça por si só virá à casa e que a flechas irão ao mato caçar para seu senhor e hão de matar muitos dos seus contrários e cativarão muitos para os seus comeres. E promete-lhes longa vida e que as velhas hão de se tornar moças e que dêem as filhas a quem quiserem e outras coisas semelhantes lhes diz e promete”.<br />
<br />
Yby Marãne’yma - O Paraíso na Terra<br />
<br />
Diferentemente dos paraíso da tradição Judaico Cristã, não é necessário morrer para chegar no paraíso dos Tupis-Guaranis. O Yby Marãne’yma , lugar para onde vão os espíritos mais virtuosos, tem forma física na terra, com acesso aos vivos.<br />
<br />
A idéia de paraíso terrestre das etnias do novo mundo, apresenta uma versão mais pragmática do sentido religioso de paraíso, comparada às religiões da Europa. Eles acreditavam que o paraíso está aqui mesmo e para alcançá-lo nos só precisávamos superar nossas próprias angaipabas (maldades / pecados).<br />
<br />
Uma análise profunda nos textos sobre o Peabiru (na língua tupi, "pe" – caminho; "abiru" - gramado amassado) descrito pela primeira vez pelo padre jesuíta Pedro Lozano em sua obra "História da Conquista do Paraguai, Rio da Prata e Tucumán de 1873~5", revela que este não era um caminho físico, o Peabiru é o mapa de reforma das atitudes individuais para se viver num paraíso terrestre, baseada em vários objetivos de mudanças de hábitos.<br />
<br />
1-<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Cura das doenças – Os caraíbas eram grandes apreciadores e conhecedores da mata, e acreditavam que para todos os males existiam os “anti-males”, as doenças não passavam de desequilíbrios naturais desenhados para aprimoramento do indivíduo, e sua cura era obtida através da própria natureza.<br />
<br />
Muitos relatos dizem que quando iniciavam o ritual de cura, os caraíbas modificavam suas vozes, ficavam tenras e suaves como a de crianças – Para os caraíbas, as crianças são puras, conversam diretamente com as forças da natureza, com grande liderança, sem medo, livres de atitudes negativas - quando falamos com nossos entes queridos, animais e mesmo crianças que amamos, afinamos nossas vozes, usamos o ‘tatibitati’ para demonstramos amor e afeto.<br />
<br />
Os unguentos e tinturas não só tinham a função de medicina tópica a ser absorvida pela pele, eram espalhados pelo corpo de forma artística, para encantar a alma dos vivos, dos ancestrais e os demais espíritos - a beleza é a mais efetiva forma de cura a nosso dispor.<br />
<br />
2-<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Abundancia de Ka’a – se aprendermos a enxergar ao nosso redor, viveremos em abundancia, as matas são fartas de riquezas inesgotáveis e cambiantes, estão sempre mudando, uma miríade de alimentos e água “y” o som mais belo,<br />
<br />
Sumé nos ensinou o básico, mas temos que descobrir mais e mais sobre tudo ao nosso redor, e a melhor forma de fazer isso é através da beleza das plantas, das flores, das pedras e dos animais. Essa beleza nos gera a curiosidade.<br />
<br />
A natureza é livre de conflitos, como visto no texto de Nobrega, os caraíbas queriam reduzir os conflitos e brigas, enxergavam a beleza na harmonia e no crescimento de mínimo esforço:<br />
<br />
“Na natureza não existe o conflito, as plantas não se esforçam para crescer – elas só crescem;<br />
As aves não se esforçam para voarem, elas só voam;<br />
<br />
3-<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Todos somos caraíbas – Sumé nos ensinou que todos nós temos a curiosidade para aprender e o poder para nos tornarmos sábios, todos nós temos o poder de cura e a capacidade de adentrar ao Yby Marãne’yma, dançarmos com nossos queridos e retornarmos para casa no final do dia, tudo que temos a fazer é seguir nosso Peabiru.<br />
<br />
Fato é que, o mito de Sumé talvez seja nossa mais antiga religião nacional, descreve a alma do Brasileiro, e explica muito de nossa essência.<br />
<br />
Inspirado por nossa filosofia e história Tupi, criei em 2013 a HQ de Mingo, um menino que por sua pureza e leveza de espírito, visita seu o Yby Marãne’yma aqui em São Paulo - - aqui apresento as páginas do capitulo de introdução – divirtam-se!<br />
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Mingo é um menino de rua que tem um só objetivo, encontrar sua mãe. Acompanhe Mingo em suas aventuras contra os mais perigosos vilões com a ajuda dos mais inusitados personagens do cotidiano Brasileiro.<br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-pgASDh3MU28/UTQSzUv8MoI/AAAAAAAAF2s/dvcH_fiD4g0/s1600/pag+1+sm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-pgASDh3MU28/UTQSzUv8MoI/AAAAAAAAF2s/dvcH_fiD4g0/s1600/pag+1+sm.jpg" /></a></div>
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-08E874VXE3o/UTQT30V__zI/AAAAAAAAF20/HEJ6LOHVCAc/s1600/pag+2+sm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-08E874VXE3o/UTQT30V__zI/AAAAAAAAF20/HEJ6LOHVCAc/s1600/pag+2+sm.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-fSfDT2kn0Xg/UTQUF-LyPJI/AAAAAAAAF28/bdTjIG3kwyI/s1600/pag+3+sm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-fSfDT2kn0Xg/UTQUF-LyPJI/AAAAAAAAF28/bdTjIG3kwyI/s1600/pag+3+sm.jpg" /></a></div>
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<div class="separator" style="-webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; clear: both; color: black; font-family: -webkit-standard; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: auto; text-align: center; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-iVdAFaLSM2c/UTQUSssaBOI/AAAAAAAAF3E/3I2slFx78W0/s1600/pag+4+sm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-iVdAFaLSM2c/UTQUSssaBOI/AAAAAAAAF3E/3I2slFx78W0/s1600/pag+4+sm.jpg" style="cursor: move;" /></a></div>
Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-39482971228043352752020-06-30T12:07:00.002-07:002020-06-30T12:07:20.953-07:00Códigos de Guerra dos Tupis<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ddz82TLlkUo/XP0Fb5eEWzI/AAAAAAAALsc/i6dBxOkkEFUUlZFZmzkxjCezXICXj9uvACLcBGAs/s1600/Abapuru%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1472" data-original-width="1472" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-ddz82TLlkUo/XP0Fb5eEWzI/AAAAAAAALsc/i6dBxOkkEFUUlZFZmzkxjCezXICXj9uvACLcBGAs/s640/Abapuru%2B2.jpg" width="640" /></a><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;"><div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></div>
</td><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.800000190734863px;">O captor dava a ordem ao prisioneiro: -“Enhe'eng </span>tembi'u” </div>
</td></tr>
</tbody></table>
</td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</td><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;"><br /></td><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
Graças aos livros de Lerry Thevet e Hans Stadens, sabemos como era a sociedade dos Tupis (Tupinambás, Tupiniquins, etc. ). Esses relatos começam com a aventura de Hans Staden, no ano 1553, que ao realizar uma caçada sozinho em Bertioga, foi capturado por indígenas que o trataram com muita violência - Staden logo percebeu que a intenção dos indígenas era a de devorá-lo em um sofisticado banquete, servido com o mais fino Cauim.<br />
<br />
Apos passar por vários momentos de terror, Staden sobreviveu ao contato com os canibais, voltou a Europa, quando escreveu sobre essas verdadeiras desventuras quase inacreditáveis no ano de 1556, fazendo do Brasil e seu provo um dos lugares mais incríveis e assustadores do mundo de sua época.<br />
<br />
A veracidade dos relatos de Staden são autenticados no ano seguinte no livro do francês André Thevet, de religião católica e posteriormente pelo calvinista Jean de Léry. Thevet teve sua experiência obtida ao fazer parte do grupo denominado França Antártica no Brasil, que após passar dez semanas vivendo na Baía da Guanabara, regressou à França por estar doente. No ano seguinte, publicou a obra intitulada ‘As singularidades da França Antártica (1557)’: uma fonte relevante por ser uma das primeiras obras a fazer menção ao Brasil em pleno descobrimento, no entanto, escrito com ênfase no fantástico ao transparecer a presença do imaginário medieval.<br />
<br />
Já Jean de Léry que veio para o Brasil em 1558, juntamente com um grupo de quatorze pastores calvinistas, e cinco donzelas para habitar a França Antártica fez um realto bem mais acurado. No decorrer de sua estadia os conflitos ideológicos entre católicos e protestantes, fez que ele tivesse uma visão muito mais critica ao trabalho de Thevet, que após dezenove anos do seu retorno, publicou seu diário denominado ‘Viagem à terra do Brasil (1577)’, uma obra muito mais elaborada que tinha o declarado intuito de desmentir equívocos e mentiras contidas no livro de Thevet.<br />
<br />
Essas três importantes obras ilustradas que renasceram na decada de 1920 Totem e tabu, de Freud, o manifesto Cannibale, de Francis Picábia, lançado em 1920, e o livro L’Anthropophagie rituelle des Tupinambás, de Alfred Métraux, que inspiraram os modernistas de 1922, Tarsila, Oswald e Mario de Andrade, fizeram que nós conhecêssemos a cultura, idioma e hábitos dos povos Tupis com rigor científico em estado de arte.<br />
<br />
<b>Banquetes que demandavam por refinada etiqueta, como as européias e éticas de guerra, com rituais semelhantes aos dos Samurais japoneses</b><br />
<br />
O Brasil daquela época era ocupado por tribos irmãs e beligerantes, a guerra era uma atividade constante, Potiguares eram inimigos de Tabajaras, que por sua vez eram inimigos de Caetés, rivais dos Tupinambás, os quais, guerreavam constantemente contra os Tupiniquins. Essas guerras eram regidas por códigos atentamente observados e seguidos a risca por todos esses ‘primos’, falantes de variações do mesmo idioma, o Tupi Antigo.<br />
<br />
O ato da guerra era sagrado e tinha como o momento culminante do embate, o apogeu ritualístico definitivo e verdadeira consagração da vitoria, a Antropofagia. Os ARAPURUS (comedores de gente) tinham rituais muito bem coreografados e a dinâmica do ritual canibalístico era muito elaborada, existem relatos de outros atos canibilísticos ao redor do mundo, mas foi aqui, nos litorais brasileiros que essa pratica teve a sua aplicação mais requintada.<br />
<br />
<b>1 – A guerra</b><br />
<br />
Enquanto os portugueses estavam preocupados com a exploração dos recursos da nova colônia, os povos indígenas estavam totalmente dedicados aos atos de guerra intertribais. No ano de 1565 os portugueses resolveram tomar uma posição mais forte e uma batalha foi travada entre portugueses, aliados ao Tupiniquins contra os franceses, aliados dos Tupinambás. Poucos anos mais tarde a maior parte dos franceses foi expulsa da região da Gauanbara, que tinha Villegagnon, um cavaleiro católico de Malta como líder, junto aos Tupinambás da resistência. Essa derrota só foi possível com a ajuda dos Tamoios, sob a liderança de Aimberê, dando origem assim ao Rio de Janeiro.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-sNkxNKx5JHs/XPrMdmYNzOI/AAAAAAAALr4/bOpsehMcQ_s7Z9jT3GK54ibO_UCAGbULgCLcBGAs/s1600/Apaburu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1538" data-original-width="1538" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-sNkxNKx5JHs/XPrMdmYNzOI/AAAAAAAALr4/bOpsehMcQ_s7Z9jT3GK54ibO_UCAGbULgCLcBGAs/s640/Apaburu.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">O executor perguntava: -“Ere-îuká-pe oré anama, oré iru abé?” (mataste nossos companheiros e nossos parentes, o prisioneiro então relatava seus feitos heróicos: - “Pá, Xe r-atã, a-iuká, opabe a-‘u. Xe anama xe r-eõ-nama resé xe r-epyk-y-ne. Xe anama e’i-katu pe îukabo” (Sim, eu sou forte, matei-os e comi-os todos, minha família, por minha morte vingar-me-á, minha família irá matar vos).Prisioneiro dos Tupinambas amarrado pela cintura com a MUÇURANA em ritual de sacrifício, O executor, vestindo um lindo manto de GUARÁ, empunha a IBIRAPEMA</td></tr>
</tbody></table>
Em meio a essa guerra toda, guerreiros de tribos inimigas eram capturados e ai então os Abá-Porus faziam a festa<br />
<br />
<b>2-O Prisioneiro de Guerra</b><br />
<br />
No exato momento em que o inimigo era capturado, o guerreiro responsável pela captura virava seu dono, e passava a ter responsabilidade direta sobre seu cativo até o final de todo o processo, que culminaria com com sua canibalização. Os prisioneiros eram amarrados pelos pés e mãos, o que impossibilitava sua caminhada, para se locomoverem, eles tinham que dar ‘pulinhos’, situação que se ridicularizava bastante o capturado.<br />
<br />
Aos pulos os prisioneiros eram conduzidos até a aldeia dos vencedores, ao passar pela entrada principal, eram recebidos com animosidade e ainda mais humilhação, os residentes jogavam restos de comida e pedriscos e se dava o seguinte dialogo:<br />
<br />
O captor dava a ordem ao prisioneiro: -“Enhe'eng tembi'u” (Fale, comida); O prisioneiro então respondia: “Aîur-ne pe rembi'urama” (Estou chegando eu, sua comida);<br />
As pessoas da tribo, jogando pedriscos e restos de comida no prisioneiro completavam: “Opererek îandé rembi'u oîkóbo” (Aí vem chegando nossa comida).<br />
<br />
Nos próximos dias, o prisioneiro recebia o tratamento equivalente ao de um primo distante, era hospedado na oca do captor, era bem alimentado, a zombaria cessava 'em parte' e o anfitrião oferecia, alimento, rede e até mesmo sua filha ou sua esposa para que este se satisfizesse sexualmente. Nos primeiros dias, ele recebia também uma longa corda com nós para ser usada ao redor do corpo e pescoço, chamada de MUÇURANA. A Muçurana tinha uma quantidade de nós que representava o numero de ciclos lunares até sua execução. O prisioneiro jamais tentava fugir, pois isso seria a maior vergonha para ele e sua tribo. Na bizarra hipótese da fuga do prisioneiro, as pessoas de sua própria tribo não o aceitariam de volta e o conduziam vergonhosamente a aldeia dos captores para seu destino que já estava determinado pelo condigo de conduta da tradição oral mais antigo que se conhecia.<br />
<br />
Os Tupis, tal qual os samurais prezavam a morte digna, o tumulo mais honroso para um guerreiro era o estomago de seu inimigo - Ter suas entranhas devoradas por vermes e insetos era repugnante e desprezível.<br />
<br />
<b>3- O Banquete</b><br />
<br />
No dia anterior ao banquete, todos bebiam o Cauim, bebida fermentada de mandioca produzida exclusivamente pelas mulheres pelo processo de mastigação e cusparada (a amilase salivar transformava amido em açúcar, que por sua vez era fermentado por leveduras exógenas, criando assim uma bebida de graduação alcoólica não superior a 8,5%), e tinha inicio uma grande festa.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-eKVzLwBlVBw/XPrNNFsO2CI/AAAAAAAALsA/4tlGkKQyzfkeGSe7lQN8lDt3BK0l0keYACLcBGAs/s1600/Manto%2BTupinamba%25CC%2581%2BNational%2BMuseum%2Bof%2BDenmark.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1035" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-eKVzLwBlVBw/XPrNNFsO2CI/AAAAAAAALsA/4tlGkKQyzfkeGSe7lQN8lDt3BK0l0keYACLcBGAs/s640/Manto%2BTupinamba%25CC%2581%2BNational%2BMuseum%2Bof%2BDenmark.jpg" width="414" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Capa de penas de guará e de papagaio. Pertencia à tribo de índios tupinambá. Após a chegada do europeu em 1500, grande parte destas preciosidades foram saqueadas. O destacado Manto Tupinambá, que já foi confundido com o manto de um imperador azteca e foi levado daqui pelo governador holandês de Pernambuco, no século 17. Hoje pertence ao Museu Nacional de Arte da Dinamarca.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
Na manhã seguinte, o prisioneiro tomava um banho e depois era ornado com penas, casacas de ovos, e outros adereços, eram também feitas pinturas vermelhas de urucum e pretas de jenipapo. Uma pantomima sempre acontecia nesses rituais - permitia-se que o prisioneiro fugisse até a entrada da aldeia quando era recapturado, numa encenação ritualística, e voltava amarrado com a Muçurana pela cintura, trazido por dois guerreiros, um de cada lado da corda e trazido para frente do executor enquanto a tribo toda gritava e se alvoroçava, aumentando assim o clima da festividade ao seu êxtase.<br />
<br />
O Executor que também havia se banhado e submetido a uma pajelança com ervas e unguentos, após a longa cauinagem da madrugada, trajava-se de forma ritualística, com plumas pinturas e um maravilhoso MANTO GUARÁ vermelho feito com pele de lobo-guará, ornado com plumas de arara e tucano. Um dos momentos mais acalorados da festa era quando o executor se colocava na frente do prisioneiro, o absoluto silencio se fazia e acontecia outro dialogo:<br />
<br />
O executor perguntava: -“Ere-îuká-pe oré anama, oré iru abé?” (mataste nossos companheiros e nossos parentes?)<br />
O prisioneiro então relatava seus feitos heróicos: - “Pá, Xe r-atã, a-iuká, opabe a-‘u. Xe anama xe r-eõ-nama resé xe r-epyk-y-ne. Xe anama e’i-katu pe îukabo” (Sim, eu sou forte, matei-os e comi-os todos, minha família, por minha morte vingar-me-á, minha família irá matar vos).<br />
<br />
Após o dialogo, o executor empunhava uma pesada arma, assemelhada a uma enorme maça, com um peso na ponta, ornada com plumas, que previamente fora preparada com orações e libações, chamada ‘IBIRAPEMA’, a manejava com destreza em movimentos marciais coreografados, encaminhava-se para traz do prisioneiro e acertava a base do crânio com muita força.<br />
<br />
A morte era rápida, o crânio era despedaçado em sua base.<br />
<br />
As mulheres mais velhas rapidamente colocavam um embolo em seu anus para evitar que os fluidos saíssem, recolhiam seus miolos e demais fragmentos espalhados pelo chão e tentavam recolher a maior parte possível de sangue. O corpo permanecia de pé, amparado pelas Muçuranas, fazendo com que seu sangue não fosse espalhado pelo chão, havia uma propósito muito nobre para todo esse sangue.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-3JiKOQZZqDY/XP0HqE0sxTI/AAAAAAAALso/pywEipOX_A0RemQtD9dp_XQwbEhosGfCwCLcBGAs/s1600/Canibal%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1103" data-original-width="1600" height="440" src="https://1.bp.blogspot.com/-3JiKOQZZqDY/XP0HqE0sxTI/AAAAAAAALso/pywEipOX_A0RemQtD9dp_XQwbEhosGfCwCLcBGAs/s640/Canibal%2B2.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Os ABAPURUS banqueteavam por 4 horas, o ritual canibal acabava e os habitantes da tribo se recolhiam nos seus aposentos para dormirem</td></tr>
</tbody></table>
<br />
O sangue colocado em vasos de barro cozido e era bebido ainda quente por todos, as mulheres passavam em seus seios e davam o peito aos bebês, seu corpo era colocado com muito respeito dentro de um caldeirão já com água fervente, para facilitar a retirada da pele, ai então o corpo era desmembrado, cortado pelo dorso e levado para a defumação (moqueágem). Após alguns minutos o corpo era virado, abria-se o ventre e os miúdos eram misturados a farinha e o mingau era dado para as crianças, só os grandes guerreiros podiam comer um mingau preparado com a pele ao redor do crânio, e os órgãos sexuais eram devorados pelas mulheres. A língua e os miolos eram comidos por pré-adolescentes de 12 a 16 anos de idade.<br />
<br />
Logo apos a execução, o executor era arranhado pelo líder tribal com dente de onça, de forma que a escarificação já cicatrizada servia-lhe como honraria – Quanto mais escarificado, melhor guerreiro era. Todo esse ritual era acompanhado de musica de flauta feita com os ossos dos prisioneiros abatidos anteriormente.<br />
<br />
Ao final de 4 horas, o ritual acabava e os habitantes da tribo se recolhiam aos aposentos para dormir, a final de contas, ficaram acordados a noite toda para o grande evento.<br />
<div>
<br /></div>
Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-48682440585964335332020-06-23T09:34:00.004-07:002023-01-12T04:57:44.840-08:00A Lenda do Pirarucú<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-5q5onKNtvz4/XvOpq3_BlDI/AAAAAAAANh8/dz3Qe7_X-fk-fzIWia7yKdP1a4cjcvdzQCLcBGAsYHQ/s1600/Pirarucu%2Bfit%2Bpage.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="964" data-original-width="723" src="https://1.bp.blogspot.com/-5q5onKNtvz4/XvOpq3_BlDI/AAAAAAAANh8/dz3Qe7_X-fk-fzIWia7yKdP1a4cjcvdzQCLcBGAsYHQ/s1600/Pirarucu%2Bfit%2Bpage.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Lenda do Pirarucu</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-T0i6JIgcJsc/XvOloLJ7LGI/AAAAAAAANhU/8Au8sK4sr8o5UpG83ehQIW3MYUUrANZZwCLcBGAsYHQ/s1600/Texto%2BTupi%2BPiraruku.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="794" data-original-width="1090" height="466" src="https://1.bp.blogspot.com/-T0i6JIgcJsc/XvOloLJ7LGI/AAAAAAAANhU/8Au8sK4sr8o5UpG83ehQIW3MYUUrANZZwCLcBGAsYHQ/s640/Texto%2BTupi%2BPiraruku.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Texto em Tupi Antigo pelo professor Emerson Costa</span></td></tr>
</tbody></table><br /><div>A lenda do Pirarucu é uma perfeita fábula que espelha o mal que assola a humanidade nos dias de hoje. Regida pelo egoísmo e a infelicidade, nossa sociedade mundial é acometida de depressão, a falta de integração entre a sociedades contemporâneas é fruto de nossa incapacidade de compreender uma das regras básicas da natureza, a <b>Lei do Equilíbrio Natural </b>- todos nós estamos cometendo os mesmos erros que o jovem caçador Pirarucu cometeu.</div><div><br /></div><div><b>Respeito à comunidade - a </b><b>Lei do Equilíbrio Natural </b></div><div><br /></div><div>Para entender essa lenda, é importante compreender bem esse conceito básico presente nas aldeias indígenas das americas:</div><div><br /></div><div>- Na natureza existe um circuito fechado e uniforme de vida e alimentos no qual todos os seres consomem exatamente o que precisam, sem grandes excessos e faltas, a onça poderia caçar quantos animais quisesse, no entanto, ela só caça o veado ou a capivara que vai comer e dar como alimento aos seus, as árvores recebem exatamente o nutriente que precisa por meio de suas raises, respiração das folhas, e pelas trocas que acontecem nas redes miceliais, qua fazem o papel de equalizadores subterrâneos nas florestas. </div><div><br /></div><div>A regra geral diz que não existe excedentes na natureza, cada vez que um desequilíbrio é criado, uma punição igual e proporcional acontece como contrapartida. Um bom exemplo disso é quando existe um acumulo anormal de células desnecessária no corpo humano - o chamado câncer. </div><div><br /></div><div>Nas aldeias indígenas os integrantes praticam proativamente esse equilíbrio, todos os dias os caçadores saem pela manhã para caçar e só voltam no final da tarde, ao final da semana geralmente caçam um ou dois animais grandes, que são distribuídos de forma igual para todos, junto com as colheitas feitas pelas mulheres que também cozinham - Nas refeições tudo é compartilhado igualitariamente, os idosos, os fracos e as crianças tem tanto acesso aos nutrientes como qualquer outro, criando uniformidade e equilíbrio.</div><div><br /></div><div>Dentre todos os seres do planeta, com o advento da revolução agricultural, o homem civilizado passou a quebrar essa regra copiosamente - ao produzir mais do que precisa, acabou criando excedentes. Conhecida como a 'equivocada riqueza', os excessos produzidos pela agricultura apareceu como fonte de felicidades mas também de tristezas - todo esse excesso tirou-lhe a agilidade de ir e vir, o acumulador passou a precisar de um lugar para guardar e protejer todo esse superavit contra ladrões, por exemplo.</div><div><br /></div><div>A troca e o comércio aparecem aqui como uma força de equilíbrio, más a nossa sociedade ainda é desigual, existe grande escassez por um lado e muitos excessos por outro - para os indígenas isso é fonte inequívoca de sofrimento.</div><div><br /></div><div>De forma geral, o indígena americano considera o acumulo de bens e recursos, e o consequente egoísmo como uma doença mental grave. </div><div><br /></div><div><b>A Lenda do Pirarucu e a lição que nos traz</b></div><div><br /></div><div>Pirarucu era uma lindo e talentoso caçador, caçava mais e melhor do que qualquer outro.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNgZZ2eCtiQ1pP01WO5e9dMbdKzjH2HUxZ9j1oqn4FyUWI8SZDm0LBlprveApsM__fnPphJdf9VHSd72BZqlBlWXdM3axSQ-q263838uvMY7zt6qjuppUaCZ3wvkqwjsQt0-I_l23yifbKTkC0z3-Jnf_46CiL_bCRf1fxbAUt0aKCNa-HqdjojgmZ3A/s640/A%20lenda%20de%20polo%20e%20iururaruac%CC%A7u%20por%20luiz%20pagano%20.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="627" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNgZZ2eCtiQ1pP01WO5e9dMbdKzjH2HUxZ9j1oqn4FyUWI8SZDm0LBlprveApsM__fnPphJdf9VHSd72BZqlBlWXdM3axSQ-q263838uvMY7zt6qjuppUaCZ3wvkqwjsQt0-I_l23yifbKTkC0z3-Jnf_46CiL_bCRf1fxbAUt0aKCNa-HqdjojgmZ3A/w628-h640/A%20lenda%20de%20polo%20e%20iururaruac%CC%A7u%20por%20luiz%20pagano%20.jpg" width="628" /></a></div><br /><div>Por ser belo e talentoso via todos os demais com desdém, zombava dos outros integrantes da aldeia, dos velhos e das crianças, achava injusto que sua caça fosse dividida com gente fraca e feia. É aí que surge a lenda, escrita aqui em Tupi Antigo:</div><div><br /></div><div>
I ypyrungápe, kunumĩgûasumemûã Piraruku i py'aangaîpabeté. O anama tiruã oîuká, a'e o epîamirĩ resé, konipó oîoupé marã i nhe'ẽmirĩ resé o nhemoŷrõneme.<br />
<br />
Tuba morubixaba oîkotebẽ o a'yra resé, sesé o esa'yetáramo oîasegûabo.<br />
<br />
Aroane'ym tekó potare'yma, Tupã Polo ybytu îara, Tupã Îururagûasu ybytuaíba îara abé, i mondyîpotari Tukãtï rembe'ype i ka'amondóreme bé, ybytuaibabaeté monhanga.<br />
<br />
Piraruku opukaatã, Tupã îaîa, takypûerygûan o memûãnamo.<br />
<br />
I tekokuabe'ymusu resé onhemoŷrõmo, Tupã Piraruku rerasóû 'yypype, akûeîpe piragûasuramo i monhanga. A'e riré bé Piraruku 'ekatue'ymi opukábo bé. Sa'angeme, 'y i îase'opytymi; a'ereme sekótebẽû obú, o putu'ẽma resé.<br />
<br />
O porangamo i 'ytabi. O emiugûymombukûera îabi'õ i pé-i péû.<br />
<br />
——<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-aMQIuZa3uWs/XvOmi2a-pPI/AAAAAAAANho/F3H_MAKhvmgi948w4OQKzm8HAU3px6lcACLcBGAsYHQ/s1600/Piraruku%2Bcor%2B2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1534" data-original-width="1600" height="612" src="https://1.bp.blogspot.com/-aMQIuZa3uWs/XvOmi2a-pPI/AAAAAAAANho/F3H_MAKhvmgi948w4OQKzm8HAU3px6lcACLcBGAsYHQ/s640/Piraruku%2Bcor%2B2.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">I ypyrungápe, kunumĩgûasumemûã Piraruku / O jovem zombeteiro Pirarucu</td></tr>
</tbody></table>
<br />
O jovem zombeteiro Pirarucu a princípio tinha muita maldade no coração, gente da sua própria tribo era por ele assassinada, tudo que bastava era um olhar ou uma fala errada.<br />
<br />
Seu pai o grande líder morubixaba sofria com seu filho que por ele, muitas lágrimas chorava.<br />
<br />
Mas a natureza preza pelo equilíbrio e os Deuses Polo dos ventos e Iururaruaçu, Deusa das tempestades para ele armaram, tentaram assusta-lo durante a caça, às margens do Tocantins, provocaram uma terrível tormenta.</div><div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Piraruku riu dos deuses com ironia em sua última zombeta.<br />
<br />
Cansados de tanta insensatez os deuses conduziram Piraruku para o fundo do rio e lá o transformaram num grande peixe, até hoje Piraruku não consegue mais rir, ao tentar, se engasga com a água e precisa tomar ar na superfície dos rios.<br />
<br />
E formoso ao nadar, carrega em suas escamas cada uma das almas que fez sangrar.</div><div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-PYvYBrVPeYs/XvOp9zVcswI/AAAAAAAANiE/RapI-pQRO785pvWp0u-2Oh1LdUieKQtiwCLcBGAsYHQ/s1600/Iururaruac%25CC%25A7u%25CC%2581%2Be%2BPolo%2B2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1388" data-original-width="1388" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-PYvYBrVPeYs/XvOp9zVcswI/AAAAAAAANiE/RapI-pQRO785pvWp0u-2Oh1LdUieKQtiwCLcBGAsYHQ/s640/Iururaruac%25CC%25A7u%25CC%2581%2Be%2BPolo%2B2.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">os Deuses Polo dos ventos e Iururaruaçu, Deusa das tempestades removem punir o jovem Piraruku</td></tr>
</tbody></table>
<br />Aqui vemos o castigo que teve por ser egoísta, zombeteiro e fraco.</div>Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-86237214549265872352019-04-07T08:20:00.002-07:002019-04-09T06:44:27.227-07:00CAUIM TIAKAU - O PRIMEIRO CAUIM 100% DE MANDIOCA<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-4YiaPU07wuw/XJOO1k03wtI/AAAAAAAAKuc/lhjKJXxSfyk4mnErkDmZ4U7cGsuQONLxgCLcBGAs/s1600/CAPA%2BTIAKAU.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1084" data-original-width="1444" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-4YiaPU07wuw/XJOO1k03wtI/AAAAAAAAKuc/lhjKJXxSfyk4mnErkDmZ4U7cGsuQONLxgCLcBGAs/s640/CAPA%2BTIAKAU.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Garrafa do CAUIM TIAKAU de 330ml.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
A última vez que um brasileiro, não pertencente a uma tribo indígena tomou o CAUIM, como bebida cotidiana, provavelmente foi na época dos bandeirantes, o velho diabo 'Anhanguera' no ano de 1682, ou o velho Raposo Tavares em meados de 1650… Nunca saberemos. Desde então, uma ou outra dose é servida a turistas ou visitantes convidados de alguma tribo indígena. mas essa historia mudou no dia <b>29 de novembro de 2018</b>, quando o Café da Casa, um charmoso café localizado na Rua José Maria Lisboa, 838, no bairro dos Jardins em São Paulo, passou a servir a garrafa do CAUIM TIAKAU, <b>o primeiro CAUIM produzido em processo semi-industrializado a chegar no mercado.</b><br />
<br />
<a href="https://youtu.be/2MmO2hlyZsk">Assista o video CAUIM DAS TRIBOS PARA TODOS OS BRASILEIROS</a><br />
<br />
Foi um evento simples, intimista, sem nenhuma divulgação, mas de enorme importância cultural - Imagine que pudéssemos relatar com precisão o dia e as circunstancias em que o vinho foi servido pela primeira vez numa igreja, simbolizando o sangue de cristo, ou descrevermos em detalhes a data e horário da primeira purificação xintoísta feita com saquê…<br />
<br />
Para chegar até esse dia, um reduzido grupo de pessoas se esforçou "mais do que prometia a força humana", comprometendo orçamentos familiares, fazendo experiências em seus quintais e manifestando amor por nossa gente, nossa pátria e historia - Quem relata os eventos é Luiz Pagano.<br />
<br />
O CAUIM é uma bebida alcoólica produzida a partir da mandioca fermentada, por praticamente todas as mais de 305 etnias brasileiras, nossos ancestrais indígenas. Nossa proposta foi a de recriar a bebida, em reedição semi-industrial, respeitando a tradição ancestral, em processo que, por assim dizer, foi baseado no de produção do SAKÊ.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-Up8Z99j7SzA/XJOPfHVB-jI/AAAAAAAAKuk/aTMDWCGVXZEO-ww-66B4VaD-NMnDQbcVwCLcBGAs/s1600/CAUIM%2B004.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-Up8Z99j7SzA/XJOPfHVB-jI/AAAAAAAAKuk/aTMDWCGVXZEO-ww-66B4VaD-NMnDQbcVwCLcBGAs/s640/CAUIM%2B004.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">CAUIM TIAKAU servido no Café da Casa do Museu do Xingu e escritórios do Ponto Solidário</td></tr>
</tbody></table>
Em resumo, trouxemos a bebida ritualística tomada exclusivamente por indivíduos de tribos indígenas para ser consumida por todos nós brasileiros, como forma de reaproximação de nossas raízes mais essenciais, certamente respeitando nossa gente e a espiritualidade de nossa cultura fundamental - A cultura Tupi Antiga.<br />
<br />
Como resultado dos esforços de um seleto grupo de profissionais do mercado de bebidas alcoólicas, líderes tribais e profissionais ligados aos estudos de nossas etnias, eu incluso, surge o CAUIM, a bebida alcoólica ainda mais brasileira do que a própria cachaça.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-OjovnN4GnY8/XJOTlVd7qDI/AAAAAAAAKv0/1vzVx8E5dhofm-hhncpeP8CgecPVWPl_gCLcBGAs/s1600/Screen%2BShot%2B2019-03-20%2Bat%2B13.50.58.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="679" data-original-width="951" height="456" src="https://2.bp.blogspot.com/-OjovnN4GnY8/XJOTlVd7qDI/AAAAAAAAKv0/1vzVx8E5dhofm-hhncpeP8CgecPVWPl_gCLcBGAs/s640/Screen%2BShot%2B2019-03-20%2Bat%2B13.50.58.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">O controle das temperaturas é fundamental para se produzir um bom CAUIM</td></tr>
</tbody></table>
<br />
O CAUIM, bebida ritualística xamânica surge agora resignificanda, apta a ser consumida comercialmente - <b>Trata-se de uma inédita categoria de bebidas, no seu mais absoluto começo.</b><br />
<br />
É importante que se diga que ainda não existe a categoria de bebidas CAUIM - 100% FERMENTADO DE MANDIOCA legalmente, o produto que aos pouco botamos nos bares e prateleiras ainda entra no mercado enquadrado legalmente como BEBIDA MISTA por falta de leis específicas, em produção bem limitada, numa operação experimental, aguardando por investidores inovadores e outras oportunidades de crescimento. O esforço para regulamentar a bebida está em andamento, demos a entrada em dois dos três métodos de produção do CAUIM no DIRPA - Instituto Nacional de Propriedade Industrial no dia 23 de junho de 2017, so quando for criada a categoria, poderemos registrar a marca e logo. Como bem sabemos, o processo para incubação de empresas e invenções de produtos no Brasil é burocrático, lento e desgastante - infelizmente :(.<br />
<br />
<b>Como disse anteriormente, existem tres Métodos para se produzir o CAUIM:</b><br />
<br />
1-MÉTODO ÉTNICO<br />
Processo ritualístico NÃO PODE SER USADO NA INDÚSTRIA;<br />
<br />
2-MÉTODO ‘PAGANO’ - JAPONÊS<br />
Processo no qual a dulcificação do amido é promovida pela ação do KOJI;<br />
<br />
3-MÉTODO ‘SENA’ - ENZIMÁTICO<br />
Processo no qual a dulcificação do amido é promovida pela ação direta de enzimas.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-Lxs3YIHg6H4/XJOP5XdjZyI/AAAAAAAAKus/KYlqgROrLrI_fOWaQlrvQ1KOW0wO50QAgCLcBGAs/s1600/CAUIM%2B007.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-Lxs3YIHg6H4/XJOP5XdjZyI/AAAAAAAAKus/KYlqgROrLrI_fOWaQlrvQ1KOW0wO50QAgCLcBGAs/s640/CAUIM%2B007.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Professor Hido Sena e Luiz Pagano - parceria para resgatar a bebida mais emblemática e ancestral da cultura brasileira,<br />
o CAUIM - O MÉTODO criado por Sena e seus alunos é sem duvida o melhor resultado já obtido.</td></tr>
</tbody></table>
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Os povos indígenas no Brasil usavam enzimas presentes na saliva das Kunhã Makú (belas virgens das tribos), para quebrar amido da mandioca em açúcar, e posteriormente poder fermentá-lo. No Japão antigo fazia-se a mesma coisa com o arroz pelas chamadas virgens bijinshu (美人酒 - as belas mulheres do saquê), esse é o chamado Método Étnico.</div>
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Para poder produzir o saquê de forma mais segura, a aproximadamente 1000 anos atrás, adotou-se o KOJI ( 麹 菌 Koji-kin) nome dado ao microorganismo Aspergillus oryzae para promover a promover essa quebra de amido, esse processo também é usado para se produzir o CAUIM. Vale lembrar que nós, entusiastas do Tupi Antigo (falo um pouco mais sobre isso um pouco mais abaixo) nos sentimos compelidos a descrever os passos do processo de produção de CAUIM em Tupi Antigo, para reforçar o elo cultural histórico de nossos antepassados, igualando a importância do CAUIM à do saquê em rituais xintoístas e a do vinho eucarístico, fundamental no cristianismo, o CAUIM é alma ancestral religiosa de nossas etnias e culturas ancestrais.</div>
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-J2CZ4LP5jaE/XJOQahtItxI/AAAAAAAAKu4/yhdP4M-VJ_MhROCBtuTKkbUI-sMjTKOCQCLcBGAs/s1600/koji%2B77.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="621" data-original-width="946" height="420" src="https://2.bp.blogspot.com/-J2CZ4LP5jaE/XJOQahtItxI/AAAAAAAAKu4/yhdP4M-VJ_MhROCBtuTKkbUI-sMjTKOCQCLcBGAs/s640/koji%2B77.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Colocação de KOJI sobre as pérolas de Mandioca</td></tr>
</tbody></table>
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No segundo Metodo, criado por mim (Luiz Pagano), a princípio faz-se o <i>Mbeîu apó</i>, ou o preparo do beiju, (ou <i>Mbeîu moakyma</i>), sendo o beiju 100% feito de mandioca perolizada é embebida em água quente.</div>
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A seguir, segue o <i>Sabẽ nonga</i> (Colocação dos esporos) processo no qual o KOJI é colocado para atuar no beiju quebrando açucares, lipídios e protídeos para que a fermentação possa ocorrer. </div>
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quando o <i>'Sabẽ mbeîu moe’ẽ</i>' ( o esporo torna o beiju sápido) após os esporos crescem por 48 horas, teremos a matéria prima para fazer a fermentação alcoólica, chamada de <i>Haguino</i>.</div>
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O <i>Hauguino </i>acontece de 30~35 dias em temperaturas baixas, (5ºC ~ 14ºC) num processo de <b>Fermentação Múltipla Paralela</b>, ao mesmo tempo que o açúcar se converte em álcool por meio de leveduras, o mosto residual continua a se converter em mais açucares, também havendo a quebra de lipídios e protídeos.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-2bpmc1GfBkI/XJOQytiVtAI/AAAAAAAAKvA/KksZLJ4LROgLDe1grrQ9ws8nL-zd7MZeQCLcBGAs/s1600/Screen%2BShot%2B2019-03-20%2Bat%2B13.36.58.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="680" data-original-width="956" height="454" src="https://3.bp.blogspot.com/-2bpmc1GfBkI/XJOQytiVtAI/AAAAAAAAKvA/KksZLJ4LROgLDe1grrQ9ws8nL-zd7MZeQCLcBGAs/s640/Screen%2BShot%2B2019-03-20%2Bat%2B13.36.58.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Instalações de fermentação usada para produzir as brassagens experimentais de CAUIM</td></tr>
</tbody></table>
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Por fim fazemos o <i>Mbeîu mogûaba</i> (coar/peneirar o beiju) aqui nós separamos o CAUIM fresco do bolo de mandioca num ecológico, colocado em sacos de algodão, de 8 litros e e submetê-lo a uma leve prensa, tal qual se faz com o saquê.</div>
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Para o terceiro Método, 'Sena' enzimático, desenvolvido por Hildo Sena e seus alunos na FATEC DE ARAÇATUBA, o processo é bem mais simples, rápido e é o de mais baixo custo para se produzir. Nele o CAUIM é produzido usando-se apenas enzimas especiais em substituição ao KOJI, o que permite maior controle qualitativo de todo o processo, garantindo um perfeito CAUIM.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-uZlrdiwxT50/XJOUDeSV7NI/AAAAAAAAKwA/B0yJ3zBnx_42wPs_GL4Apreoh90RYMqygCLcBGAs/s1600/temp.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1011" data-original-width="1600" height="404" src="https://3.bp.blogspot.com/-uZlrdiwxT50/XJOUDeSV7NI/AAAAAAAAKwA/B0yJ3zBnx_42wPs_GL4Apreoh90RYMqygCLcBGAs/s640/temp.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Para resgatar a cultura ancestral brasileira recorri ao ímpeto de preservação de tradições e tecnologias japonesas, me associei a uma Sommelière de Saquê, Hikaru Sakunaga (作永ひかる), contei com um grupo de estudantes de Tupi Antigo, alem de profissionais de fermentação ingleses e brasileiros. Acima um exemplo desse 'melting pot', um gráfico de progresso do KOJI, que ilustra muito bem a mistura de todas essas culturas -<br />
Todos nossos materiais estão escritos em Japonês, romaji, Tupi-antigo, português e inglês :)</td></tr>
</tbody></table>
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Com uma hidratação mais eficiente no inicio do processo, o método Sena dispensa a filtração final.</div>
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<b>NOTAS DE DEGUSTAÇÃO DO CAUIM</b><br />
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Muitos nesse ponto se perguntam: 'Muito bem, qual é o gosto do CAUIM?' - ai vai…</div>
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ASPECTO VISUAL</div>
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Tons amarelo palha, com brilhos esverdeados vivos;</div>
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NO NARIZ</div>
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Aromas de mandioca fresca se mesclam a lances de abacaxi, pêra verde e uva Chardonnay;</div>
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NA BOCA</div>
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Notas de banana verde e amêndoas, evolui para raízes frescas e terrosas, corpo leve e equilibrado com baixa alcolicidade;</div>
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HARMONIZA </div>
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Com peixes da Amazônia grelhados, filhote na manteiga de garrafa, torteletes de palmito. </div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-xbjYv40k8iI/XJOTIp2qFNI/AAAAAAAAKvs/Ty_iKMPEM_Q0iyXOxTHqX1V8FeCmu7SswCLcBGAs/s1600/CAUIM%2B005.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-xbjYv40k8iI/XJOTIp2qFNI/AAAAAAAAKvs/Ty_iKMPEM_Q0iyXOxTHqX1V8FeCmu7SswCLcBGAs/s640/CAUIM%2B005.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Quando você for ao Café da Casa, peça uma dose de CAUIM TIAKAU com Pastelina de Palmito -<br />
A harmonização é perfeita</td></tr>
</tbody></table>
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<b>A MARCA TIAKAU</b></div>
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A marca TIAKAU, surgiu num bate papo de um grupo de 65 estudantes de Tupi Antigo, discípulos do professor Eduardo Navarro. Aconteceu num dia quando eu estava muito feliz por finalmente termos chegado ao CAUIM final, quando lancei o desafio de bolarem um bom nome para a marca, de preferencia em Tupi Antigo - Todos calaram-se e nenhum nome surgiu. </div>
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Em meio toda aquela duvida alguém se levantou e disse "Ere'u-potarype amõ mani? T'ÎAKA'U !!!" que significa "Querem beber um pouco de mani (gíria tupi para CAUIM) - e no final exclamou "T'ÎAKA'U !!!" - que significa literalmente "vamos CAUINAR', 'vamos à CAUINAGEM','vamos tomar o CAIUIM', dito no espirito de quem diz, "nós viemos aqui para beber, ou para conversar?". Pronto, naquele momento o nome já havia sido dado, T'ÎAKA'U !!!</div>
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Alguns críticos sempre me alertam, "você não tem medo de fazer tanto alarde de um produto que ainda não tem registro e nem patente", minha resposta é "Não, pelo contrario, o alarde é necessário!<br />
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Quanto mais gente conhecer esse projeto, melhor é! Se o CAUIM não cair na graça do grande publico, provavelmente a iniciativa de se produzir o CAUIM semi-industrial se perca para sempre - se eu morrer hoje, talvez o CAUIM morra comigo e D'us lá sabe quando poderá ser renascido novamente".<br />
<br />
É evidente que pretendemos patentear o produto e comercializarmos, para recompensar financeiramente nosso grupo desenvolvedor, para que no mínimo possamos recuperamos todo o investimento de trabalho, viagens que inclui varias internacionais, incluindo as caras viagens ao Japão, bem como todo nosso esforço dedicado, mas a recompensa final acaba sendo da cultura brasileira, com o legado de mais uma bebida nacional que lindamente representa nossa essência.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-rZ3Yadjz5jM/XJORgbQZ1xI/AAAAAAAAKvM/DHnQKMPtGeoyuKZDFXl-oUqvm2L-N9fgACLcBGAs/s1600/encontro%2BSantos%2Bdumont%2Bthomas%2Bedison.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="350" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-rZ3Yadjz5jM/XJORgbQZ1xI/AAAAAAAAKvM/DHnQKMPtGeoyuKZDFXl-oUqvm2L-N9fgACLcBGAs/s640/encontro%2BSantos%2Bdumont%2Bthomas%2Bedison.jpg" width="350" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">O encontro das duas mentes mais inventivas do mundo no começo do século passado .</td></tr>
</tbody></table>
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Lembro de um artigo de <a href="http://santosdumontvida.blogspot.com/2012/03/discussao-de-tom-edison-com-santos.html">Herbert Wallace escrito em 1902, </a>relatando o encontro de Santos=Dumont e Thomas Edison, no qual eles conversavam sobre seus inventos, o consenso foi que Dumont fazia seus inventos pensando no bem mundial, com uma certa leitura “Wiki”, inspirando os próximos inventores a usarem suas idéias livres de patentes (a humanidade precisou de quase 100 anos para entender o conceito de inventos sem patente e softwares abertos como fonte de prosperidade) enquanto que Thomas Edison tinha grande interesse comercial em seus inventos e não dedicava seu tempo a nada que não pudesse ser patenteado com propósito de imediato ou futuro resultado financeiro. </div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-0nBlCtsOpeQ/XJOStEYlNwI/AAAAAAAAKvg/2yecFanUSh8EyoczKotMbDfxwC8tdyZVACLcBGAs/s1600/CAUIM%2B003.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-0nBlCtsOpeQ/XJOStEYlNwI/AAAAAAAAKvg/2yecFanUSh8EyoczKotMbDfxwC8tdyZVACLcBGAs/s640/CAUIM%2B003.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Luiz Pagano brindando com amigo - T'reikokatu!!! (saúde em Tupi Antigo)</td></tr>
</tbody></table>
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Eu e o grupo de entusiastas não inventamos o CAUIM, nós somente o trouxemos de volta ao cenário cultural, nosso interesse é fazer com que num futuro próximo, inspiremos a surgirem CAUIMs de diversas culturas, que possa existir nas prateleiras das lojas de bebidas lindas garrafas do <i>Masato</i> dos Ashaninkas, ou <i>Tarubá</i> em lata, produzido por etnias de Santarem-PA, ou, até quem sabe, o caro <i>Caxiri </i>dos Waiãpis da Amazonia, todas elas variações do mesmo fermentado de mandioca, vendidas ao grande publico e até mesmo sendo exportadas, com métodos industriais modernos, preservando sua essência religiosa ancestral, sem perder o aspecto tradicional, e ainda gerando recursos para tribos, muitas delas em vias de extinção de forma sustentável e consciente.<br />
<br />
Temos que aprender e a respeitar nossas tradições e concilia-las à modernidade, tal como fez o Imperador Meiji e suas medidas politico-económicas, proporcionando a cultura milenar japonesa uma elegante forma de chegar prosperamente aos séculos vindouros. Nós também podemos começar mudar a nossa cultura, talvez atreva da bebida alcoólica, podemos ter diversas marcas e tipos de CAUIM e suas variantes, assim como já acontece com as mais de 50.000 marcas de Saquê no Japão.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-NLVf5AU8kFo/XKoJS1spktI/AAAAAAAAKxs/nH3c_lV2LwcuFKmiDp7ZyArsyp_22Bf5wCLcBGAs/s1600/Luiz%2BPagano%2Be%2BCacique%2BPaulo%2BWassu%2BCocau.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="640" src="https://4.bp.blogspot.com/-NLVf5AU8kFo/XKoJS1spktI/AAAAAAAAKxs/nH3c_lV2LwcuFKmiDp7ZyArsyp_22Bf5wCLcBGAs/s640/Luiz%2BPagano%2Be%2BCacique%2BPaulo%2BWassu%2BCocau.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Luiz Pagano recebe a bênção do 'Morubixaba'(Cacique) Paulo da etnia Wassu Cocal do Alagoas - Nós temos o papel de promover uma ponte entre os dois mundos, o rico ancestral indígena e o cosmopolita urbano brasileiro. </td></tr>
</tbody></table>
<br />
Nesse sentido um dos trabalhos mais importantes do projeto CAUIM TIAKAU é o do grupo de estudos de lingua e tradição ancestral brasileiros, com a ajuda do professor Farias Betio, Emerson Costa e outros estudantes do Tupi Antigo, Nheengatu e línguas gerais diversas, discípulos do professor Eduardo Navarro da USP, com mais de 80 eruditos e entusiastas que tentam resgatar o Tupi Antigo, e traze-lo como idioma chave para as mais de 305 etnias ancestrais que habitam o território brasileiro.<br />
<br />
Assim sendo, o primeiro passo dado assim que tivemos a bebida pronta, foi levar para a aprovação e benção da espiritualidade ancestral indígena. É sabido que muitos indígenas cobram para abençoar projetos, sejam eles quais forem, é evidente que nós não queríamos ter essa "prestação de serviço remunerada", a liderança espiritual indígena teria que aprovar nosso projeto pelo que ele é, não pelo mero pagamento.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-tOIQ4AjIr3Y/XKoKL_5kVdI/AAAAAAAAKx4/KCpB4d3QSuwQPbIHEFSU7oIRZ0IxEW-jwCLcBGAs/s1600/Festa%2Bindi%25CC%2581gena%2Bdo%2Bkauim%2BTiakau.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-tOIQ4AjIr3Y/XKoKL_5kVdI/AAAAAAAAKx4/KCpB4d3QSuwQPbIHEFSU7oIRZ0IxEW-jwCLcBGAs/s640/Festa%2Bindi%25CC%2581gena%2Bdo%2Bkauim%2BTiakau.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Festa do CAUIM TIAKAU - a esquerda abaixo, professor farias com Maximo Wassú, acima professor Farias com Iradzu da etnia Kariri Xocó, à direita acima 'APU', recinto onde o cacique performou a benção ao CAUIM TIAKAU e ao fundo, Morubixaba Paulo da etnia Wassu Cocal segurando uma garrafa do CAUIM TIAKAU.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Luiz Pagano relata sua experiência com o mundo ancestral - "No começo parecia impossível ter esse passo fundamental, a benção do plano espiritual - as tribos são distantes e inacessíveis e sua cultura muito fechada, restrita ao povo com sangue indígena. Certa vez, numa de minhas viagens pelo Brasil, encontrei um integrante da tribo Gajajara e comentei com ele sobre o projeto do CAUIM e minhas dificuldades, ele me disse que as coisas tem hora certa para acontecer, o trabalho se desenvolve primeiro no plano espiritual e o que aparece na terra é somente o reflexo do plano superior, tal como o broto esconde suas raízes na terra, disse ainda que as manchas de vitiligo que tenho nos antebraços e mãos (condição da qual sou portador) são maculas da mandioca que já venho trabalhando no mundo espiritual junto a Mani, deusa albina que da mãe mandioca e que não forçasse nenhum encontro, pois tudo aconteceria de forma natural e fluida em seu tempo certo, é de fato foi assim que ocorreu.<br />
<br />
Certa vez visitando um Shopping Center em Osasco a convite do professor Farias, que queria encontrar seus amigos indígenas, passamos muito bons momentos ao lado de Máximo Wassu, Morubixaba Paulo da etnia Wassu Cocal, Iradzu da etnia Kariri Xocó, Pedro Pankararé, e eu levei o cauim para que eles experimentasse. O Cacique Paulo da etnia Wassu Cocal do Alagoas logo se prontificou a abençoar o CAUIM TIAKAU, dizendo que esse projeto é muito importante por se tratar da ponte fundamental entre os dois mundos (povos indígenas ancestrais e o povo brasileiro em geral), a bebida alcoólica mescla cultura e espiritualidade, unido mundo material com mundo espiritual. O cacique também está empenhado nessa obra de unir as culturas, ele luta por constituir uma reserva multiétnica em Guarulhos, e está se dedicando à igreja Anglicana, entidade da qual pretende ser o primeiro pastor de ascendência indígena, sem deixar que a cultura ancestral da floresta seja subjugada aos padrões religiosos anglicanos, como aconteceu no nosso passado histórico, no qual jesuítas obliteraram suas próprias crenças para forçadamente adotarem a liturgia jesuíta.<br />
<br />
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Como disse no começo, nossa operação de produção e comercialização do cauim ainda é embrionária, não se pode registrar uma marca de um produto sem categoria, e dessa forma, tudo que nos impede de termos o produto em pleno mercado, são as dificuldades burocráticas e limitações de investimento, pois no que depender de qualidade, vontade e sabor, o produto é incrivelmente viável e prazeiroso.</div>
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Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5852853553310740791.post-26285440179071505622019-03-27T11:43:00.011-07:002023-06-13T10:19:35.219-07:00Filme Hans Staden 1999, Transcrição em Tupi Antigo e tradução<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivn89MRBkvzb_59kr14Vwx2c8Wi_Tc62V_H85T_PdMIJK5y2bBGR505wra11KRaC4Yhfyh0stOP6zAzrTfRMG7TikVcT-JN0KchNKXJr9q0DSBrXUuarPJs-D4sBWBYRQDVeyzFKRpP4N42IGeIACCPALHpZcIP9XfPIIsTGHjdhSBMjlotVdR3AtJ5g/s3100/facsimile.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3100" data-original-width="2000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivn89MRBkvzb_59kr14Vwx2c8Wi_Tc62V_H85T_PdMIJK5y2bBGR505wra11KRaC4Yhfyh0stOP6zAzrTfRMG7TikVcT-JN0KchNKXJr9q0DSBrXUuarPJs-D4sBWBYRQDVeyzFKRpP4N42IGeIACCPALHpZcIP9XfPIIsTGHjdhSBMjlotVdR3AtJ5g/w412-h640/facsimile.jpg" width="412" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Facsilime do Livro de Hans Staden, Tupi Pop <3o{<o>}, ilustrado por Luiz Pagano</span></td></tr></tbody></table><br /><div><div>Filme Hans Staden 1999, Transcrição em Tupi Antigo e tradução</div><div><br /></div><div>A maior dificuldade para estudantes de Tupi antigo, é a falta de referencia quanto a pronuncia e a colocação da lingua num contexto histórico - A produção cinematográfica luso-brasileira, Hans Staden de 1999 surge como resposta à essa dificuldade e cumpre muito bem o propósito educacional. Como não tivemos acesso ao texto original em Tupi Antigo, me juntei a um grupo de estudantes de Tupi Antigo e resolvemos transcrever o texto e traduzi-lo para o Português.</div><div><br /></div><div>Sugiro ao leitores que estudam o Tupi Antigo que participem e coloquem suas opiniões e correções, assim podemos chegar mais perto de termos um bom material de estudo.</div><div><br /></div><div>Divirtam-se:</div><div><br /></div><div>1<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:35,228 --> 00:01:38,465<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fiz duas viagens<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ao Novo Mundo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>2<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:38,465 --> 00:01:41,634<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Na primeira viagem,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>em 1548...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>3<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:41,634 --> 00:01:44,000<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>estive no nordeste<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>das terras do Brasil.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>4<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:45,405 --> 00:01:48,208<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Na segunda, em 1550...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>5<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:48,208 --> 00:01:50,977<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>atravessei novamente<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>o Mar Oceano.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>6<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:50,977 --> 00:01:54,180<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mas nossa caravela naufragou<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>em Santa Catarina...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>7<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:54,180 --> 00:01:56,549<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>no sul do Brasil.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>8<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:56,549 --> 00:01:59,319<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Depois de dois anos,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>cheguei em São Vicente...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>9<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:01:59,319 --> 00:02:02,555<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>um vilarejo português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>10<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:02,555 --> 00:02:04,724<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os portugueses me arrumaram<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>um emprego de artilheiro...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>11<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:04,724 --> 00:02:08,888<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>no Forte de Bertioga,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ao lado de São Vicente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>12<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:10,497 --> 00:02:12,866<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Estava há 2 anos no forte.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>13<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:12,866 --> 00:02:16,536<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Dali a poucos dias,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>eu voltaria a Europa...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>14<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:16,536 --> 00:02:20,106<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>onde teria reconhecimento<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e ouro do Rei de Portugal...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>15<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:20,106 --> 00:02:22,904<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>pelos serviços prestados<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>na colônia.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>16<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:40,994 --> 00:02:43,897<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Em janeiro de 1554...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>17<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:43,897 --> 00:02:49,169<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>resolvi procurar meu escravo,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>um índio chamado Guará-miri...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>18<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:49,169 --> 00:02:52,070<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que havia saído para caçar<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e não havia voltado.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>19<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:53,106 --> 00:02:56,609<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Logo avistei uma cruz<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que colocavam como sinal...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>20<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:56,609 --> 00:02:59,979<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>para se falar com<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>os índios da região...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>21<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:02:59,979 --> 00:03:03,449<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que eram os tupiniquins,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>nossos aliados.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>22<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:03:03,449 --> 00:03:05,185<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Como estava próximo<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ao forte...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>23<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:03:05,185 --> 00:03:08,985<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>decidi perguntar por<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>meu escravo Guará-miri.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>24<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:03:16,696 --> 00:03:18,831<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>SE VOCÉ FOR DA ARMADA<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>DE SUA MAJESTADE<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>25<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:03:18,831 --> 00:03:21,129<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>DÉ UM TIRO<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E TERÁ RESPOSTA<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>26<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:03:57,303 --> 00:03:59,794<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Segurem o português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- T’îandé ipysyk ka! Xe aîpysyk peró. Xe aîpysyk peró!</div><div>Segurem!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>27<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:04:09,549 --> 00:04:12,518<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos matá-Io aqui mesmo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- T'îaîuká. T'îaîuká. Iké é so'o moîa'oka.</div><div>28<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:04:15,855 --> 00:04:17,223<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu toquei nele primeiro.<span style="white-space: pre;"> </span>- A'e sesé gûibyka ranhẽ.</div><div>29<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:04:17,223 --> 00:04:19,859<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É meu. Vai para<span style="white-space: pre;"> </span>Xe mba'e a'e. Osó xe tápene. Xe mba'e! Xe mba'e!</div><div>a minha aldeia. É meu!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>30<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:04:19,859 --> 00:04:24,230<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele vai para onde<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>tem mais gente.</div><div>Osó tabusúpene.</div><div>31<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:04:24,230 --> 00:04:27,063<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>As mulheres vão brincarcom ele.<span style="white-space: pre;"> </span>- </div><div>Ubatype i xóû. Kunhã e'i peró momoranga ranhẽne.</div><div>32<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:05:10,009 --> 00:05:12,239<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Boa viagem!<span style="white-space: pre;"> </span>- Ekûãikatu!</div><div>33<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:05:59,892 --> 00:06:01,484<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fale, comida.<span style="white-space: pre;"> </span>Enhe'eng tembi'u.</div><div>34<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:06:02,595 --> 00:06:04,358<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fale, comida.<span style="white-space: pre;"> </span>Enhe'eng tembi'u.</div><div>35<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:06:06,165 --> 00:06:07,860<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Estou chegando eu,<span style="white-space: pre;"> </span>Aîur-ne pe rembi'urama.</div><div>sua comida.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>36<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:06:09,902 --> 00:06:12,063<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Estou chegando eu,<span style="white-space: pre;"> </span>Aîur-ne pe rembi'urama!</div><div>sua comida!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>37<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:06:21,414 --> 00:06:24,110<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aí vem chegando nossa comida.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- Opererek îandé rembi'u oîkóbo.</div><div>38<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:06:57,650 --> 00:06:59,709<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos comer o português!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- T’oro’u peró, hai!</div><div>39<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:00,987 --> 00:07:03,615<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos comer o português!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- T’oro’u peró, hai!</div><div>40<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:05,358 --> 00:07:09,595<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nha'epepó-ûasu e Alkindar-miri<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>eram meus donos.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- E’i, xe remimbaba endé.</div><div>41<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:09,595 --> 00:07:12,698<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Disseram que me dariam<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ao cacique lpirú-guaçú...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>42<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:12,698 --> 00:07:15,735<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que havia dado a eles<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>um inimigo de presente...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>43<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:15,735 --> 00:07:17,566<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>como prova de amizade.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>44<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:18,638 --> 00:07:21,507<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Então, os irmãos<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>lhe haviam prometido...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>45<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:21,507 --> 00:07:25,341<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>o primeiro inimigo<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que eles capturassem.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>46<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:26,379 --> 00:07:28,870<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fui eu esse primeiro inimigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>47<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:07:30,783 --> 00:07:33,752<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Essa terra é nossa!<span style="white-space: pre;"> </span>Kó resé!</div><div>MUSICA<span style="white-space: pre;"> </span>🎵 Endé xe rembi’u marangatu!</div><div> Endé xe rembi’u marangatu!</div><div>.....</div><div>48<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:09:41,280 --> 00:09:44,250<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os maracás falaram que<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- "Pe rembi'urama amõ peró", maraká e'i orébe.</div><div>pegaríamos um português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>49<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:09:44,250 --> 00:09:47,286<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Esses objetos não têm poder.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aîpó mba'e nd'oikatuî. Semo'em …</div><div>Eles mentem.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>50<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:09:47,286 --> 00:09:49,221<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu não sou português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>peró a'e" o'îabo.</div><div>51<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:09:49,221 --> 00:09:51,924<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você é um mentiroso!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Temo’em(b)yîara! Temo’em(b)yîara endé!</div><div>52<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:09:51,924 --> 00:09:55,461<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Na verdade, sou amigo dos<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Anheté maíra raûsupara ixé. Xe retama rera "Hessen".</div><div>franceses e venho de Hesse.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>53<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:09:55,461 --> 00:09:56,596<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mentira.<span style="white-space: pre;"> </span>Nde remo’em.</div><div>54<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:09:56,596 --> 00:10:00,099<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O que fazia com os portugueses,<span style="white-space: pre;"> </span>Mba'e resé-pe peró pyri ereîkó? </div><div>Peró maíra amotare'ymbaramo oîkóbo?</div><div>inimigos dos franceses?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>55<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:00,099 --> 00:10:02,234<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os franceses nos trazem<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Maíra ou-py'i iké mba'eetá reru orébe.</div><div>mercadorias.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>56<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:02,234 --> 00:10:05,104<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>São nossos amigos.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Oré îekotyasaba a'e.</div><div>57<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:05,104 --> 00:10:07,673<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Com os portugueses,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Peró oîkoé-éte. Akûeîme i îepotari...</div><div>foi diferente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>58<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:07,673 --> 00:10:12,345<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ficaram amigos dos tupiniquins,<span style="white-space: pre;"> </span>tupinakyîa irũnamo oîkobébo, oré robaîarusu tupinakyîa. A'e riré… oré anama supé i basemi mba'e rekobîarõmo.</div><div>nossos maiores inimigos.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>59<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:12,345 --> 00:10:15,147<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E então, eles procuraram<span style="white-space: pre;"> </span>Tupinakyîa amõ osó erimba’e i ygarusu pupé. Emonã oré rekóû maíra supé.</div><div>nossa gente para fazer troca.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>60<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:15,147 --> 00:10:18,150<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nossos pais foram a eles,<span style="white-space: pre;"> </span>I pupé oîkóbo, peró sepenhani, i popûá…</div><div>como fazemos com os franceses.<span style="white-space: pre;"> </span>i me'enga tupinakyîa supé. Tupinakyîa oîukáû, opakatu i gûabo.</div><div>61<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:18,150 --> 00:10:22,221<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Então, os portugueses<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Peró mbokaba pupé oré ruba îybá oîo'ok, i îukábo.</div><div>os amarraram...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>62<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:22,221 --> 00:10:26,258<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e entregaram aos tupiniquins,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Emonãnamo orosepyk oré ruba se'õmbûera resé.</div><div>que os mataram e comeram.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>63<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:26,258 --> 00:10:28,995<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eles vieram com<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>A’e riré, tupinakyîa irũnamo turi…</div><div>os tupiniquins...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>64<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:28,995 --> 00:10:33,399<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>para guerrear conosco e<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>oré resé maramonhanga, o-rembiaûsubamo oré pysyk ka,</div><div>nos levar como seus escravos.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>65<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:33,399 --> 00:10:36,936<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Arrancaram com tiros um braço<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>do nosso pai, que morreu.<span style="white-space: pre;"> </span>a i pyri oré ixupéne.</div><div>66<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:36,936 --> 00:10:39,472<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Agora, nós vamos<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Peró mbokaba pupé oré ruba îybá oîo'ok, i îukábo.</div><div>nos vingar em você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>67<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:39,472 --> 00:10:42,074<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Em mim nada há a vingar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Emonãnamo orosepyk oré ruba se'õmbûera resé.</div><div>Não sou português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>68<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:42,074 --> 00:10:44,710<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Cheguei com os espanhóis<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aîepotar kasîana resé São Vicente-pe.</div><div>em São Vicente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>69<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:44,710 --> 00:10:49,807<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nós afundamos e, por isso,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Oré ygarusu onhepumĩ. A'e riré, peró resé xe pytáû.</div><div>fiquei com os portugueses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>70<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:51,283 --> 00:10:52,807<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Paragûá!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- Paragûá gûé!</div><div>71<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:10:56,922 --> 00:10:59,652<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu filho,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>conte sua história.<span style="white-space: pre;"> </span> </div><div>Aîpó eîmombe'u, xe ra'yt.</div><div>72<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:00,893 --> 00:11:02,161<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Um dia, os tupiniquins...<span style="white-space: pre;"> </span> </div><div>Tupinakyîa opu'am erimba'e…</div><div>73<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:02,161 --> 00:11:04,597<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>atacaram a aldeia<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ba xe pytasaba resé.</div><div>onde eu estava.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>74<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:04,597 --> 00:11:06,532<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Comeram os velhos<span style="white-space: pre;"> </span> Oîuká opá tuîba'e, i gûabo…</div><div>e trocaram...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>75<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:06,532 --> 00:11:09,001<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>alguns jovens<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>com os portugueses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>amõ abá peró supé i me'enga.</div><div>76<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:09,001 --> 00:11:10,803<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fui comprado por<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>um português de Bertioga.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Xe moepy amõ abá Mbyrykiok-ygûara.</div><div>77<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:10,803 --> 00:11:14,540<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vivi com os portugueses até<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Peró pyri aîkobé o emiaûsubamo gûitekóbo.</div><div>ser de novo capturado...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>78<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:14,540 --> 00:11:17,076<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>pelos tupinambás,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>A'e riré, tupinambá xe pysyrõ.</div><div>que não me comeram...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>79<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:17,076 --> 00:11:18,744<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e, assim, estou aqui.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Kó xe rekóû.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>80<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:18,744 --> 00:11:20,880<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Conhece este homem?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ereîkuápe kó abá?</div><div>81<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:20,880 --> 00:11:23,482<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quando vivia em Bertioga,<span style="white-space: pre;"> </span>Aîkuab kó abá Mbyrykiok-y-pe xe rekóreme.</div><div>eu o conheci.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>82<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:23,482 --> 00:11:25,918<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele é francês?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>— Maíra a'epe?</div><div>Não sei.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>— Nd'aîkuabi.</div><div>83<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:25,918 --> 00:11:28,254<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É verdade que ele chegou<span style="white-space: pre;"> </span>São Vicente-pe i îepotari, anhetépe?</div><div>em São Vicente?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>84<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:28,254 --> 00:11:31,023<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Um navio chegou<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Anheté ygarusu amõ São Vicente-pe oîepotar.</div><div>em São Vicente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>85<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:31,023 --> 00:11:34,393<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eram os espanhóis, que são<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Senõîndaba kasîana. Kasîana peró îekotyasaba.</div><div>amigos dos portugueses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>86<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:34,393 --> 00:11:36,884<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É só o que sei sobre ele.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aîpó nhõ aîkuab sesé.</div><div>87<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:44,503 --> 00:11:46,835<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu sou amigo dos franceses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>maíra îekotyasaba ixé.</div><div>88<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:48,974 --> 00:11:52,678<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os franceses sempre vêm<span style="white-space: pre;"> </span>Maíra iké ou-py'i o mba'e rekobîarõmo. </div><div>fazer trocas com vocês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>89<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:52,678 --> 00:11:55,147<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Soube que tem<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aîkuab amõ maíra oikobé…</div><div>um francês que vive...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>90<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:55,147 --> 00:11:56,716<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>entre sua gente,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>pe pyri ky’ynha rá.</div><div>colhendo pimenta.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>91<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:56,716 --> 00:11:59,251<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sou amigo dos franceses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aipó maíra xe resé osyk</div><div>92<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:11:59,251 --> 00:12:02,118<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele vai me reconhecer<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>xe kûab-y-ne.</div><div>quando chegar aqui.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>93<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:12:03,189 --> 00:12:06,989<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Por isso,<span style="white-space: pre;"> </span>Emonãnamo,</div><div>não devem me matar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>xe îuká umẽ îepé.</div><div>94<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:12:27,980 --> 00:12:29,880<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É bom mesmo<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eîmongetá nde Tupã.</div><div>rezar para seu Deus.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>95<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:12:33,552 --> 00:12:37,757<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ó Deus Todo-poderoso,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Senhor do céu e da terra...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>96<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:12:37,757 --> 00:12:42,428<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que sempre ajudaste os homens<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>quando eles te imploraram.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>97<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:12:42,428 --> 00:12:44,730<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Prova-me a Tua misericórdia.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>98<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:12:44,730 --> 00:12:47,700<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mostra-me que ainda<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>estás comigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>99<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:12:47,700 --> 00:12:51,470<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mostra a esses pagãos selvagens<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que nada sabem...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>100<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:12:51,470 --> 00:12:54,803<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que ouviste a minha prece.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>101<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:11,557 --> 00:13:13,592<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vou morrer agora?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>T’a-manõ-ne koyr serã?</div><div>102<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:13,592 --> 00:13:16,152<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você ainda não vai morrer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nderéî manõmo ranhẽ-ne.</div><div>103<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:25,204 --> 00:13:27,239<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu quero morrer de barba.<span style="white-space: pre;"> </span>Aromanõ-botá xe rendyba’aba.</div><div>104<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:27,239 --> 00:13:29,799<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você ainda não vai morrer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nderéî manõmo ranhẽ-ne.</div><div>105<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:34,246 --> 00:13:36,615<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Será que ele brinca?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Oporo-momorang serã a’e?</div><div>106<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:36,615 --> 00:13:39,448<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Como será brincar<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Marã-pe sesãî momorangi?</div><div>com tanto pêIo?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>107<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:41,287 --> 00:13:44,051<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos brincar na rede?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>T’îa-îkó îandé îo-esé inĩ-me?</div><div>108<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:45,457 --> 00:13:48,260<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos brincar na rede?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>T’îa-îkó îandé îo-esé inĩ-me?</div><div>109<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:48,260 --> 00:13:50,956<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você quer brincar comigo?<span style="white-space: pre;"> </span>Ere-îkó-potar-ype xe r-esé?</div><div>110<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:13:53,499 --> 00:13:56,059<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos brincar<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>T’îandé, t’îaikó inĩ-me.</div><div>nós dois na rede?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>111<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:02,935 --> 00:15:08,240<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você não sabe quanta falta<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Oré nde r-epîak-a’uba ere-î-kuab-ype?</div><div>nós sentimos de você!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>112<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:08,240 --> 00:15:11,944<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sabe o filho pequenino<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O-manõ xe membyr-ĩ.</div><div>que eu tinha?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>113<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:11,944 --> 00:15:17,016<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele está morto.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>A’e o-manõ mba’e porarábo nhẽ.</div><div>E ele sofreu tanto!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>114<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:17,016 --> 00:15:21,220<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Agora estamos felizes<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Oré r-oryb ko’yr nde r-ura ri.</div><div>porque você chegou.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>115<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:21,220 --> 00:15:25,418<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É bom saber que você<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Oré r-aûsub îepé, i katu i kuaba.</div><div>gosta tanto de nós.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>116<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:37,403 --> 00:15:40,139<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você chegou?<span style="white-space: pre;"> </span>Ere-îur-ype?</div><div>-Sim, cheguei em paz.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Pá, a-îur.</div><div>117<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:40,139 --> 00:15:42,241<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Karuatá-ûara é nosso amigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Oré îekotyasaba Karaûatá’ûara.</div><div>118<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:42,241 --> 00:15:45,472<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É verdade, sou amigo<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Anheté, tupinambá îekotyasaba ixé.</div><div>dos tupinambás.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>119<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:15:51,884 --> 00:15:53,579<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Paragûá!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Paragûá!</div><div>120<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:02,161 --> 00:16:04,152<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Venha comigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E-îur xe r-esé.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrLZeJojSQHjdrf6bC2lxwgMpuhxLRKMmQpjxC9XqN2qJs81pWVUP1-4LckD9eD4eMFDfHInFlcWm2A73cgzgXUGzn6QHxD4FtDPcUfMw7cCB1UAmZTXeYOmhFaq8Swk9sleYU5tC6CTOo2CqUaTaolMyz8wWOuURCSJiL74swHgeiwnZW2RgEaSw08w/s2000/moquear4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1446" data-original-width="2000" height="462" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrLZeJojSQHjdrf6bC2lxwgMpuhxLRKMmQpjxC9XqN2qJs81pWVUP1-4LckD9eD4eMFDfHInFlcWm2A73cgzgXUGzn6QHxD4FtDPcUfMw7cCB1UAmZTXeYOmhFaq8Swk9sleYU5tC6CTOo2CqUaTaolMyz8wWOuURCSJiL74swHgeiwnZW2RgEaSw08w/w640-h462/moquear4.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Facsilime do Livro de Hans Staden, Tupi Pop <3o{<o>}, ilustrado por Luiz Pagano</span></td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div>121<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:20,546 --> 00:16:24,383<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quem é você?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você afirma que é francês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>122<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:24,383 --> 00:16:26,952<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mas fala nossa língua,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ou é um impostor?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>123<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:26,952 --> 00:16:30,422<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se responder, será<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>considerado francês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>124<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:30,422 --> 00:16:33,959<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E então, você fala<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>nossa língua? É francês?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>125<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:33,959 --> 00:16:35,861<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quem é nosso rei?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>126<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:35,861 --> 00:16:38,489<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Onde ancoraram nossos<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>navios na França?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>127<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:39,665 --> 00:16:41,567<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Pode matar e comer<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ta pe-îuká ebokûeî abá.</div><div>esse homem.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>128<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:41,567 --> 00:16:44,670<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele é português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Peró-eté a’e!</div><div>Seu inimigo e meu.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Îandé r-upîara anhẽ a’e.</div><div>129<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:44,670 --> 00:16:47,605<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não sou português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nda peró ruã ixé. </div><div>Hessen-ygûara ixé.</div><div>Sou de Hesse.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>130<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:49,074 --> 00:16:52,378<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Diga a eles que<span style="white-space: pre;"> </span>“Xe anama i anama o-s-aûsub”, er-é i xupé</div><div>nossos povos são amigos.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>131<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:52,378 --> 00:16:54,608<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fale para eles<span style="white-space: pre;"> </span>. “E’u umẽ”, er-é i xupé</div><div>não me comerem.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>132<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:16:55,748 --> 00:16:57,443<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Querem comer você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nde ‘u-seî a’e.</div><div>133<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:17:03,856 --> 00:17:07,758<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Infeliz do homem<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que conta com o homem.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>134<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:17:10,696 --> 00:17:12,131<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É português legítimo.<span style="white-space: pre;"> </span>Peró-eté a’e!</div><div>135<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:17:12,131 --> 00:17:16,761<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Agora grita. Diante da morte,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O-sapuká-pukaî ko’yr. Osykyîé t-e’õ suI.</div><div>ele tem medo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>136<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:17:39,792 --> 00:17:42,192<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Por que você não come?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Marãnamope nd’ere-karu-î?</div><div>FOTO<span style="white-space: pre;"> </span>FOTO</div><div>137<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:17:44,963 --> 00:17:47,864<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu dente está<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>S-asy-eté xe r-ãîa xe suí.</div><div>doendo muito.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>138<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:17:59,912 --> 00:18:02,581<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você abre a boca,<span style="white-space: pre;"> </span>Nde îuru e-peká. E-peká! E-peká!</div><div>eu arranco seu dente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>T’aîe’ok nde r-ãîa.</div><div>139<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:18:02,581 --> 00:18:05,607<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não está mais doendo,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nda s-asy-î bé. Nda s-asy-î bé.</div><div>não está doendo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>140<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:18:12,825 --> 00:18:15,961<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se você não come,<span style="white-space: pre;"> </span>Nde mara’ar, mba’e-’u-e’ỹ-me-ne.</div><div>pode ficar doente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>141<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:18:15,961 --> 00:18:19,761<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E aí, nós matamos você<span style="white-space: pre;"> </span>Emonãnamo, t’oro-îuká ne aûnhenhẽ, aûnhenhẽ!</div><div>antes do tempo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>142<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:20:05,204 --> 00:20:08,401<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Chegou o pajé tupiniquim.<span style="white-space: pre;"> </span>O-gûasem tupinakyîa karaíba. T'îasó karaíba supa.</div><div>Vamos visitá-Io.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>143<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:20:09,441 --> 00:20:14,071<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se ele é tupiniquim, então<span style="white-space: pre;"> </span>Tupinakýîamo oîkóbo, tupinambá amotare'ymbara a'e.</div><div>é inimigo dos tupinambás.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>144<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:20:17,449 --> 00:20:20,418<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Um grande pajé<span style="white-space: pre;"> </span>Karaibusu nd'i amotáre’ymi.</div><div>não tem inimigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>145<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:21:10,802 --> 00:21:12,827<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Abra a boca.<span style="white-space: pre;"> </span>Eîurupeká.</div><div>146<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:21:14,106 --> 00:21:17,564<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Agora, coloque<span style="white-space: pre;"> </span>Moîngó nde rãîa resé.</div><div>isto no dente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>147<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:21:19,511 --> 00:21:23,038<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aperte bem as folhas<span style="white-space: pre;"> </span> Eîmo’e r-atã ka'a nde rãîa resé.</div><div>com seu dente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>148<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:21:28,153 --> 00:21:31,554<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fique assim como está.<span style="white-space: pre;"> </span>Emonã, in t’ereîkó.</div><div>149<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:21:53,712 --> 00:21:59,318<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vocês vieram de longe, trazendo<span style="white-space: pre;"> </span>Mamõ suí peîur oré anama memûarãmo.</div><div>desgraça para nossa gente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>150<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:21:59,318 --> 00:22:01,953<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nós todos vamos morrer.<span style="white-space: pre;"> </span>Opakatu se'õûne.</div><div>151<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:22:01,953 --> 00:22:06,525<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E nossos espíritos vão querer<span style="white-space: pre;"> </span>Oré 'angûerama tepyka oîpotáryne.</div><div>vingança por causa disso.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>152<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:22:06,525 --> 00:22:09,695<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Grande pajé, agora vamos<span style="white-space: pre;"> </span>Karaibusu, t'oroîebyr tápene.</div><div>voltar para a aldeia.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>153<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:22:09,695 --> 00:22:15,033<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Prepare um presente para dar<span style="white-space: pre;"> </span>Îetanong Îurupari resé, Okendamirĩ gûé.</div><div>a lurupari, Alkindar-miri.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>154<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:22:15,033 --> 00:22:18,696<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>lurupari está<span style="white-space: pre;"> </span> Îurupari tembi'u potá.</div><div>querendo comida.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>155<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:22:40,359 --> 00:22:43,351<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Onde nós vamos?<span style="white-space: pre;"> </span>Mamõpe îasó ne?</div><div>Você vai ver.<span style="white-space: pre;"> </span>T’eresepîákyne.</div><div>156<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:23:26,371 --> 00:23:29,067<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aqui trago<span style="white-space: pre;"> </span>Peró xe rembiara arur.</div><div>o escravo português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>157<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:23:30,609 --> 00:23:33,772<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você veio aqui<span style="white-space: pre;"> </span>Emonãnamo oré robaîáramo ereîur serã?</div><div>como nosso inimigo?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>158<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:23:34,813 --> 00:23:37,976<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vim, mas não<span style="white-space: pre;"> </span>Aîur pe robaîare'ymamo.</div><div>como inimigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>RITUAL DE BEBER O CAUIM ANTES DO SACRIFÍCIO</div><div>159<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:23:39,885 --> 00:23:41,477<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Beba o cauim.<span style="white-space: pre;"> </span>Eka'u.</div><div>160<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:23:51,830 --> 00:23:54,958<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você é Kunhambeba?<span style="white-space: pre;"> </span>Kunhambébape endé?</div><div>Ainda está vivo?<span style="white-space: pre;"> </span>Ereîkobébo ranhẽ?</div><div>161<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:23:56,435 --> 00:23:58,837<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sim, ainda estou vivo.<span style="white-space: pre;"> </span>Pá, aîkobé nhẽ.</div><div>162<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:23:58,837 --> 00:24:01,907<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ouvi os portugueses<span style="white-space: pre;"> </span>Asendub peró nde renõîndagûera.</div><div>falarem seu nome.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>163<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:01,907 --> 00:24:03,841<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você é famoso.<span style="white-space: pre;"> </span>Nde rerapûan.</div><div>164<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:21,693 --> 00:24:23,888<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos beber!<span style="white-space: pre;"> </span>T’îaka’une!</div><div>165<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:34,105 --> 00:24:37,709<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu gostaria de saber<span style="white-space: pre;"> </span>Aîkuapotar oré robaîara ri sykûama,</div><div>quando é que virão...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>166<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:37,709 --> 00:24:41,780<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>nos atacar nossos inimigos<span style="white-space: pre;"> </span>peró tupinakyîa abé oré anama resé opûama.</div><div>portugueses e tupiniquins.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>167<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:41,780 --> 00:24:44,216<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Seus verdadeiros inimigos,<span style="white-space: pre;"> </span>Pe robaîareté tupinakyîa...</div><div>os tupiniquins...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>168<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:44,216 --> 00:24:47,486<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>preparam canoas e<span style="white-space: pre;"> </span>ygara koromõ rerúri nde retama resé opûama.</div><div>logo virão atacá-Ios.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>169<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:47,486 --> 00:24:51,456<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você é português e mente<span style="white-space: pre;"> </span>Peró endé. Nde remo'em "maíra ixé" e’îabo.</div><div>quando diz que é francês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>170<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:51,456 --> 00:24:52,591<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu sou francês.<span style="white-space: pre;"> </span>Maíra ixé.</div><div>171<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:52,591 --> 00:24:55,193<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E por que atirava<span style="white-space: pre;"> </span>Mba'e resé pe ereîporu mokabusu...</div><div>com canhão...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>172<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:55,193 --> 00:24:58,063<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>contra nossa gente<span style="white-space: pre;"> </span>oré anama supé Mbyrykiok-y-pe?</div><div>em Bertioga?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>173<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:24:58,063 --> 00:25:00,932<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Naufraguei em São Vicente.<span style="white-space: pre;"> </span>Xe ygarusu onhepumῖ São Vicente pe.</div><div>174<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:00,932 --> 00:25:03,802<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Tive que trabalhar em Bertioga<span style="white-space: pre;"> </span>Peró xe mondóû Mbyrykiok-y-pe mba’e rerekoaramo.</div><div>para os portugueses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>175<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:03,802 --> 00:25:06,771<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você mente quando diz<span style="white-space: pre;"> </span>Nde remo'em “ixé maíra” e’îabo.</div><div>que é francês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>176<span style="white-space: pre;"> </span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe5zYopWXpYxq0JXBrLO1OBMbXp_YzUjGads9M5lxO4jOeu7K4xuARBq_1-WEQjl8mgh2kwsXnNEhzBaqAOUxkgsiL-hOMdH645iOLTwQKYAEFP6-qNIAppkCt2R7PFpkR0qsuBO5c1pdaN1KjV14tvwUh-Ew7nN2KO6tmoYd259eUofl3v4zuQ1wLVw/s3230/saudacao%20lacrimosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: xx-small;"><img border="0" data-original-height="3230" data-original-width="2370" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe5zYopWXpYxq0JXBrLO1OBMbXp_YzUjGads9M5lxO4jOeu7K4xuARBq_1-WEQjl8mgh2kwsXnNEhzBaqAOUxkgsiL-hOMdH645iOLTwQKYAEFP6-qNIAppkCt2R7PFpkR0qsuBO5c1pdaN1KjV14tvwUh-Ew7nN2KO6tmoYd259eUofl3v4zuQ1wLVw/w470-h640/saudacao%20lacrimosa.jpg" width="470" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Saudação Lacrimosa Tupi Pop <3o{<o>}, ilustrado por Luiz Pagano</span></td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div>00:25:06,771 --> 00:25:08,540<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você é português.<span style="white-space: pre;"> </span>Peró endé.</div><div>177<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:08,540 --> 00:25:12,806<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Karuatá-ûara disse que você<span style="white-space: pre;"> </span>ndoîkuabi xe nhe’enga kûá”,</div><div>não entendeu a língua dele.<span style="white-space: pre;"> </span> Karuatá-ûara e’i.</div><div>178<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:14,279 --> 00:25:16,681<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Já faz muito tempo<span style="white-space: pre;"> </span>Asem kûesenhe’ym xe retama suí,</div><div>que eu saí da França.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>179<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:16,681 --> 00:25:18,750<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Esqueci a língua.<span style="white-space: pre;"> </span>xe resaraî xe nhe’enga suí.</div><div>180<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:18,750 --> 00:25:22,087<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Já aprisionei e comi<span style="white-space: pre;"> </span>Peró-etá aîpysyk erimba’e i gûabo.</div><div>muitos portugueses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>181<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:22,087 --> 00:25:26,024<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Todos os portugueses choram<span style="white-space: pre;"> </span>Opá peró oîase’o “ixé maíra”, o’îabo.</div><div>e falam que são franceses...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>182<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:26,024 --> 00:25:29,425<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>porque eles têm<span style="white-space: pre;"> </span>Teõ suí osykyîébo.</div><div>medo de morrer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>183<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:37,435 --> 00:25:41,840<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E o que mais os portugueses<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e bé pe oîmongetá peró xe resé?</div><div>falam a meu respeito?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>184<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:41,840 --> 00:25:46,044<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Falam das terríveis guerras<span style="white-space: pre;"> </span>Oîomongetá nde resé, nde marãmonhanga resé.</div><div>que você lidera contra eles.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>185<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:46,044 --> 00:25:49,047<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mas agora Bertioga<span style="white-space: pre;"> </span>Ma’ẽ! Mbyrykiok-y-pe i tyb ka’aysá ko’yr.</div><div>está fortificada.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>186<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:49,047 --> 00:25:54,815<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Como pegamos você, vamos<span style="white-space: pre;"> </span>Oré nde pysyka îabé, t’oro-î-pysyk oîabé îepé ka’a-pe.</div><div>pegá-Ios um a um na mata.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>187<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:55,921 --> 00:25:58,890<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vou matar<span style="white-space: pre;"> </span>Nong tobaîar-etá...</div><div>muitos inimigos meus...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>188<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:25:58,890 --> 00:26:00,725<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e muitos portugueses...<span style="white-space: pre;"> </span>peró-etá abé a-îuká,</div><div>189<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:26:00,725 --> 00:26:02,886<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e comê-Ios.<span style="white-space: pre;"> </span> i gûabo-ne.</div><div>190<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:26:17,342 --> 00:26:19,401<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos beber mais.<span style="white-space: pre;"> </span>T’îa-ka’u!</div><div>191<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:28:02,580 --> 00:28:04,844<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você vai fugir?<span style="white-space: pre;"> </span>Ereîabab-y-mo.</div><div>192<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:28:06,284 --> 00:28:09,515<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você vai fugir?<span style="white-space: pre;"> </span> Ereîabab-y-mo.</div><div>193<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:28:10,755 --> 00:28:11,923<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quem é você?<span style="white-space: pre;"> </span>Abá-pe endé?</div><div>SONHO COM YARA NO RIO<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>194<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:28:11,923 --> 00:28:15,560<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quero que você<span style="white-space: pre;"> </span>Aîpotar nde rekó xe irũnamo.</div><div>venha comigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>195<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:28:15,560 --> 00:28:19,197<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu sei como fazer<span style="white-space: pre;"> </span>A’ekatu nde mosema ké suí.</div><div>você sair daqui.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>196<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:28:19,197 --> 00:28:23,401<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Junto da serra,<span style="white-space: pre;"> </span>Ybyty-bytyra pyri</div><div>existe um caminho.<span style="white-space: pre;"> </span>o-in bé pé amõ.</div><div>197<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:28:23,401 --> 00:28:25,503<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Então,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>mostre-me o caminho.<span style="white-space: pre;"> </span>Pé, e-î-kuabe’eng ixébe</div><div>198<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:28:25,503 --> 00:28:28,233<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Venha comigo!<span style="white-space: pre;"> </span>Eîori xe irũnamo!</div><div>199<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:29:06,277 --> 00:29:09,713<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Cuide bem dele,<span style="white-space: pre;"> </span>Enhemosaînan sesé, Yperuûasu.</div><div>Ipirú-guaçú.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>200<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:29:11,149 --> 00:29:14,853<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Pode deixar comigo.<span style="white-space: pre;"> </span>Xe pó gûyrybo sekóû-ne</div><div>201<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:29:14,853 --> 00:29:16,588<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Queremos comer<span style="white-space: pre;"> </span>peró ri a’u-seî.</div><div>o português...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>202<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:29:16,588 --> 00:29:19,819<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e beber na cabana<span style="white-space: pre;"> </span>T´îaka’u-seî Yperuûasu roky-pe.</div><div>de Ipirú-guaçú!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>203<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:30:01,065 --> 00:30:05,593<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Chegaram os tupiniquins!<span style="white-space: pre;"> </span>O’ur tupinakyîa!</div><div>204<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:30:06,704 --> 00:30:10,731<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Chegaram os tupiniquins!<span style="white-space: pre;"> </span>O’ur tupinakyîa!</div><div>205<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:30:56,020 --> 00:30:57,288<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quieto. Quieto.<span style="white-space: pre;"> </span>Kyrirĩ ! Kyrirĩ !</div><div>206<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:30:57,288 --> 00:31:00,621<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fique aí... fique aí.<span style="white-space: pre;"> </span>Epytá iké-pe! Epytá iké-pe!</div><div>207<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:02,861 --> 00:31:04,158<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Cuidado!<span style="white-space: pre;"> </span>Pe-esaetá.</div><div>208<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:05,163 --> 00:31:06,562<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Cuidado!<span style="white-space: pre;"> </span>Pe-esaetá.</div><div>209<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:15,240 --> 00:31:18,309<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele já está aqui<span style="white-space: pre;"> </span>Ymûã ranhẽ iké oîkobo</div><div>há algum tempo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>210<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:18,309 --> 00:31:22,046<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Na próxima lua, faremos a<span style="white-space: pre;"> </span>îasy amõ a’e pupé,</div><div>festa para matar o português.<span style="white-space: pre;"> </span>t’îa-u peró ne.</div><div>211<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:22,046 --> 00:31:25,709<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Na próxima lua,<span style="white-space: pre;"> </span>îasy amõ a’e se’õ nã gûeba.</div><div>ele vai morrer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>212<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:33,658 --> 00:31:38,755<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Por que você fica<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e resépe îasy resé erema’ẽ e-ína?</div><div>olhando tanto para a lua?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>213<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:39,998 --> 00:31:42,166<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ela está zangada.<span style="white-space: pre;"> </span>Asepîak i nharõ.</div><div>214<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:42,166 --> 00:31:46,466<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Com quem a lua<span style="white-space: pre;"> </span>Abá resépe îasy oîenharõnamo?</div><div>está zangada?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>215<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:52,343 --> 00:31:54,746<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ela olha para<span style="white-space: pre;"> </span>Nde r-oka resé oma’ẽ.</div><div>a sua choça.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>216<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:54,746 --> 00:31:59,284<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É mentira. É mentira!<span style="white-space: pre;"> </span>Nde remo’em! Nde remo’em! Temo’emyîara nde!</div><div>Você é um mentiroso!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>217<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:31:59,284 --> 00:32:02,086<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não, não é sua choça.<span style="white-space: pre;"> </span>Na nde r-oka resé ruã oma’ẽ.</div><div>218<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:02,086 --> 00:32:04,555<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Está olhando um pouco<span style="white-space: pre;"> </span>Oma’ẽ amongoty resé.</div><div>mais longe.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>219<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:04,555 --> 00:32:06,921<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Está furiosa<span style="white-space: pre;"> </span>I nharõ kariîó resé.</div><div>com os carijós.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>220<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:10,461 --> 00:32:13,760<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Que a desgraça<span style="white-space: pre;"> </span>Toîemomoxy a’e muru.</div><div>caia sobre eles!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>221<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:22,840 --> 00:32:25,968<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Que a desgraça<span style="white-space: pre;"> </span>Toîemomoxy a’e muru.</div><div>caia sobre eles.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>222<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:45,530 --> 00:32:49,200<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Na manhã seguinte<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ao Conselho dos Chefes...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>223<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:49,200 --> 00:32:52,370<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>chegou um índio<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>da aldeia de Mambukaba.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>224<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:52,370 --> 00:32:55,540<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os tupiniquins, que não<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>atacaram nossa aldeia...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>225<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:55,540 --> 00:32:59,310<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>resolveram atacar<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>a aldeia de Mambukaba.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>226<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:32:59,310 --> 00:33:03,514<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aprisionaram só um menino,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>mas destruíram a aldeia.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>227<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:03,514 --> 00:33:06,484<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nha'epepó-ûasu tinha<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>parentes em Mambukaba...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>228<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:06,484 --> 00:33:08,953<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e resolveu ajudar<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>parentes e amigos...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>229<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:08,953 --> 00:33:10,511<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>na reconstrução<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>da aldeia.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>230<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:11,556 --> 00:33:16,127<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Na volta, traria mandioca<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e farinha para a festa...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>231<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:16,127 --> 00:33:19,153<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>na qual eles iriam me matar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>232<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:43,321 --> 00:33:46,057<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Minha hora estava chegando.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>233<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:46,057 --> 00:33:48,226<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Naquele dia,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ouvi uma gritaria...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>234<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:48,226 --> 00:33:51,162<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que vinha da choça<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>de Nha'epepó-ûasu.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>235<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:51,162 --> 00:33:53,431<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os tupinambás<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>sempre saudavam...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>236<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:53,431 --> 00:33:55,262<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>quem chegava<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>com uma gritaria.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>237<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:56,300 --> 00:33:58,903<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nha'epepó-ûasu devia<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>ter chegado, trazendo...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>238<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:33:58,903 --> 00:34:02,031<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>raízes e farinha para<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>a festa da minha morte.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>239<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:11,616 --> 00:34:14,318<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O irmão de<span style="white-space: pre;"> </span>Ogûasem Nha'ẽpepó-ûasu ryke’yra</div><div>Nha'epepó-ûasu chegou.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>240<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:14,318 --> 00:34:17,989<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nha'epepó-ûasu trouxe<span style="white-space: pre;"> </span>Ogûerur-y-pe Nha'ẽpepó-ûasu mbá oré poraseîtagûama resé?</div><div>tudo para a minha festa?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>241<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:17,989 --> 00:34:19,757<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sei que você<span style="white-space: pre;"> </span>Nde aruru ne.</div><div>vai ficar triste.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>242<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:19,757 --> 00:34:22,326<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vai ter que<span style="white-space: pre;"> </span>Eresarõ bé nde re’õnama.</div><div>esperar mais.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>243<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:22,326 --> 00:34:24,862<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O irmão de Nha'epepó-ûasu<span style="white-space: pre;"> </span>Opakatu i mara’aramo Mombuka-pe”,</div><div>conta que...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>244<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:24,862 --> 00:34:27,888<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>todos estão<span style="white-space: pre;"> </span>e’i Nha’ẽpepó-ûasu ryke’yra.</div><div>muito doentes lá.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>245<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:40,278 --> 00:34:43,247<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu sou irmão<span style="white-space: pre;"> </span>- Nha'ẽpepó-ûasu ryke’yra ixé,</div><div>de Nha'epepó-ûasu.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>246<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:43,247 --> 00:34:44,682<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Minha aldeia<span style="white-space: pre;"> </span>xe taba Mombukaba.</div><div>é Mambukaba.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>247<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:44,682 --> 00:34:48,386<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Todos estão<span style="white-space: pre;"> </span>Opá i mara’aramo Mombuka-pe.</div><div>muito doentes lá.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>248<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:48,386 --> 00:34:51,889<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu irmão Nha'epepó-ûasu,<span style="white-space: pre;"> </span>Xe rybyra Nha’ẽpepó-ûasu, xe sy abé,</div><div>minha mãe...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>249<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:51,889 --> 00:34:56,027<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>os filhos do meu irmão.<span style="white-space: pre;"> </span>xe rybyra ra’yra abé. Opakatu i mara’aramo.</div><div>Todos estão muito doentes.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>250<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:56,027 --> 00:34:59,964<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nha'epepó-ûasu acha que<span style="white-space: pre;"> </span>“i Tupã i nharõ”, e’i Nha’ẽpepó-ûasu orébe.</div><div>o seu Deus está irado.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>251<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:34:59,964 --> 00:35:04,202<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu Deus está irado porque<span style="white-space: pre;"> </span>Anheté. Xe Tupã i nharõ nde rybyra xe’u-potareme.</div><div>o seu irmão quer me comer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>252<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:35:04,202 --> 00:35:06,864<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não sou português,<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’a peró ruã, a’e tenhẽ.</div><div>como dizem.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>253<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:35:14,212 --> 00:35:17,081<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vá até o seu irmão.<span style="white-space: pre;"> </span>Ekûãî nde rybyra pyri.</div><div>254<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:35:17,081 --> 00:35:18,981<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele deve voltar<span style="white-space: pre;"> </span>T’o-îebyr og ok-ype.</div><div>à sua choça.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>255<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:35:20,017 --> 00:35:22,453<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vou implorar ao meu Deus<span style="white-space: pre;"> </span>A-tupã-mongetá t’i arybé i mara’ara.</div><div>para que ele sare.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>256<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:35:22,453 --> 00:35:26,991<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eles estão doentes demais<span style="white-space: pre;"> </span>I mara’ar-eté, nd’e’ikatuî U’ubaty’-pe oîepotar.</div><div>para chegar a Ubatuba.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>257<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:35:26,991 --> 00:35:30,294<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nha'epepó-ûasu<span style="white-space: pre;"> </span>Nha’ẽpepó-ûasu t’oîebyr-y nipó.</div><div>deve voltar logo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>258<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:35:30,294 --> 00:35:32,819<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aqui, ele ficará<span style="white-space: pre;"> </span>I arybé iké o mara'ara suí ne.</div><div>totalmente curado.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>259<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:17,775 --> 00:36:20,972<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ficamos com a doença<span style="white-space: pre;"> </span>Oré mara’ar karaíba r-esé,</div><div>dos brancos. Você previu.<span style="white-space: pre;"> </span>ere-î-kuab umã,</div><div>260<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:22,280 --> 00:36:24,348<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Disse que a lua<span style="white-space: pre;"> </span>Îasy o-ma’ẽ nde r-oka r-esé o-nharõnamo”,</div><div>estava olhando irada...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>261<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:24,348 --> 00:36:26,213<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>para minha cabana.<span style="white-space: pre;"> </span>er-é ixébe.</div><div>262<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:28,419 --> 00:36:29,545<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É verdade.<span style="white-space: pre;"> </span>Anheté.</div><div>263<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:31,289 --> 00:36:35,927<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ficaram todos doentes<span style="white-space: pre;"> </span>Opakatu i mara’ar-amo nde xe îuká-potar-eme...</div><div>porque você quer me matar...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>264<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:35,927 --> 00:36:38,862<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>embora eu não seja<span style="white-space: pre;"> </span>nde amotare’ymbaramo gûitekobe’yma.</div><div>seu inimigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>265<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:40,531 --> 00:36:44,524<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É daí que vem<span style="white-space: pre;"> </span>Nã oîkóbo nde tekoaíba tura i xupé.</div><div>a sua infelicidade.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>266<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:45,836 --> 00:36:49,465<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não tocaremos em você,<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’orobyki nde resé ne, oré nd’oro-îaî bé ne.</div><div>nem zombaremos mais de você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>267<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:36:52,476 --> 00:36:55,673<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Cure-nos, senão todos nós<span style="white-space: pre;"> </span>Ereîmombûeîrab opabenhẽ t’omanõ umẽ ne...</div><div>vamos morrer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>268<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:26,737 --> 00:38:29,407<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Foram tempos difíceis.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>269<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:29,407 --> 00:38:32,570<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Na aldeia, morreram<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>os parentes de Nha'epepó-ûasu.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>270<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:33,511 --> 00:38:36,914<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Primeiro uma criança,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>depois outra...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>271<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:36,914 --> 00:38:39,583<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e depois,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>morreu sua mãe.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>272<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:39,583 --> 00:38:42,086<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ficava olhando<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>os tupinambás...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>273<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:42,086 --> 00:38:45,988<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que costumavam chorar muito<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>a morte de parentes e amigos.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>274<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:47,291 --> 00:38:49,527<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nairá trazia<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>comida para mim.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>275<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:49,527 --> 00:38:52,758<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mas eu não tinha fome.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não comia nada.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>276<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:53,798 --> 00:38:56,801<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ficava observando a choça<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>de Nha'epepó-ûasu.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>277<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:38:56,801 --> 00:39:00,671<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Cada corpo enrolado na rede<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>levava um pouco de minha vida.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>278<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:00,671 --> 00:39:03,207<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Por fim, morreu<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>o irmão que havia...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>279<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:03,207 --> 00:39:06,844<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>trazido a notícia<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>das doenças.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>280<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:06,844 --> 00:39:09,904<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Então, Nha'epepó-ûasu<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>mandou me chamar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>281<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:11,315 --> 00:39:14,752<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fale para seu Deus<span style="white-space: pre;"> </span>Nde Tupã eîmongetá t’i nharõ umẽ.</div><div>abrandar sua ira.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>282<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:14,752 --> 00:39:17,021<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Poupe a minha vida,<span style="white-space: pre;"> </span>Xe moingobé îepé,</div><div>assim como...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>283<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:17,021 --> 00:39:19,649<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>a vida de minhas mulheres.<span style="white-space: pre;"> </span>eîmoingobé xe remirekó abé.</div><div>284<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:22,393 --> 00:39:25,089<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não tenha medo,<span style="white-space: pre;"> </span>- Esykyîé umẽ,</div><div>Nha'epepó-ûasu.<span style="white-space: pre;"> </span>Nha’ẽpepó-ûasu</div><div>285<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:26,731 --> 00:39:30,801<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mas quando ficar bom,<span style="white-space: pre;"> </span>Ebyk umẽ xe resé endé pûerabeme ne.</div><div>não ouse me tocar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>286<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:30,801 --> 00:39:33,904<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ninguém mais<span style="white-space: pre;"> </span>Na abá ruã t’ogûerekomemûã ne.</div><div>vai tratar você mal.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>287<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:39:33,904 --> 00:39:37,806<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>A partir de agora,<span style="white-space: pre;"> </span>Aûîeramanhẽ serekokatupyramo a’e t’oîkó.</div><div>você será deixado em paz.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>288<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:40:46,477 --> 00:40:49,046<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você apareceu<span style="white-space: pre;"> </span>Oroepîak xe posaûsub-ype.</div><div>em meu sonho...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>289<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:40:49,046 --> 00:40:51,344<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e disse que<span style="white-space: pre;"> </span>Eremanõ ne”, e’i eûῖ ixébe.</div><div>eu vou morrer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>290<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:40:52,383 --> 00:40:55,181<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se não quer mais me matar,<span style="white-space: pre;"> </span>Nderemanõî nde xe îuká-potare’ym.</div><div>não vai morrer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>291<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:40:57,087 --> 00:41:00,324<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se os que prenderam você<span style="white-space: pre;"> </span>Endé pysykara nde îukae’ymeme, </div><div>não o mataram...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>292<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:00,324 --> 00:41:04,028<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>eu também não vou<span style="white-space: pre;"> </span>memetipó xe nde îukae’ymane.</div><div>fazer mal a você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>293<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:04,028 --> 00:41:07,122<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se matarem você,<span style="white-space: pre;"> </span>Nde îukareme gûá nde ro’ó nda’uî xûéne</div><div>não comerei sua carne.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>294<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:08,265 --> 00:41:11,166<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Seu sonho foi<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e îekuapaba nhote nde posaûsuba.</div><div>somente um sinal.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>295<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:19,376 --> 00:41:23,080<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>No meu sonho, comi tanto<span style="white-space: pre;"> </span>Xe posaûsuba-me nde ro’o a’ugûasu a’ub.</div><div>da sua carne que ia morrer.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>296<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:23,080 --> 00:41:26,447<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Já disse que se não comer<span style="white-space: pre;"> </span>E’u umẽ to’o. T’eremanõ umẽ ne.</div><div>carne de gente, não sofrerá.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>297<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:28,052 --> 00:41:30,354<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Isso é verdade?<span style="white-space: pre;"> </span>Anheté pe?</div><div>298<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:30,354 --> 00:41:31,981<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É verdade.<span style="white-space: pre;"> </span>Anheté.</div><div>299<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:48,205 --> 00:41:49,874<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você não é português.<span style="white-space: pre;"> </span> Nda peró ruã endé.</div><div>300<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:41:49,874 --> 00:41:53,173<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O Deus português não fica<span style="white-space: pre;"> </span>Peró Tupã nd’onhemonharõi nde Tupã îabé.</div><div>bravo como o seu.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>301<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:42:42,893 --> 00:42:44,451<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos brincar?<span style="white-space: pre;"> </span>Eîor, xe membyr!</div><div>302<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:42:47,998 --> 00:42:49,590<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos brincar?<span style="white-space: pre;"> </span>T’îamomorang.</div><div>303<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:42:51,602 --> 00:42:53,433<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos lá!<span style="white-space: pre;"> </span>Eîor!</div><div>304<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:43:42,486 --> 00:43:44,249<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ainda está vivo?<span style="white-space: pre;"> </span>Ereîkobé-pe?</div><div>305<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:43:46,256 --> 00:43:48,383<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sim, Karuatá-ûara.<span style="white-space: pre;"> </span>Pá, Karûatá-ûara.</div><div>306<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:43:49,426 --> 00:43:51,053<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Estou vivo.<span style="white-space: pre;"> </span>Aîkobé.</div><div>307<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:43:52,363 --> 00:43:54,898<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E agradeço<span style="white-space: pre;"> </span>Aîmombe’u-katu-te Tupã.</div><div>ao bom Deus.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>308<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:43:54,898 --> 00:43:58,561<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Parece que você<span style="white-space: pre;"> </span>Ereîkobé-katu berame´ῖ i pyri.</div><div>vive bem entre eles.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>309<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:00,471 --> 00:44:04,134<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não sou português.<span style="white-space: pre;"> </span>Nda peró ruã ixé. Hessen-ygûara ixé</div><div>Eu sou de Hesse.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>310<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:05,175 --> 00:44:08,303<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Naufraguei junto<span style="white-space: pre;"> </span>Kasîana pyri gûitekóbo xe ygarusu onhepumῖ,</div><div>com os espanhóis...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>311<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:09,380 --> 00:44:11,507<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e vim parar<span style="white-space: pre;"> </span>aîpó rekó, xe rekó peró pyri.</div><div>entre os portugueses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>312<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:12,549 --> 00:44:14,385<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quase fui morto<span style="white-space: pre;"> </span>Amanõndûer nde resé.</div><div>por sua causa.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>313<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:14,385 --> 00:44:19,618<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Agora sei que não é português.<span style="white-space: pre;"> </span>Anhandub ko’yr peróramo endé rekoe’yma.</div><div>Mas pensei que você fosse.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>314<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:20,658 --> 00:44:24,662<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E enforcamos todos eles.<span style="white-space: pre;"> </span> Aîpoba’e ‘ara pupé “a’e peró” a-‘e a’ub,</div><div>São nossos inimigos jurados.<span style="white-space: pre;"> </span>aîpoba’e oroîubyk,</div><div>315<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:24,662 --> 00:44:26,254<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Diga isso a eles.<span style="white-space: pre;"> </span>oré robaîara, aé!</div><div>316<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:27,698 --> 00:44:30,234<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Diga que eu<span style="white-space: pre;"> </span>Aîpó er-é i ixupé. “Nda peró ruã a’e”, er-é i xupé.</div><div>não sou português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>317<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:30,234 --> 00:44:34,000<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Leve-me com você onde<span style="white-space: pre;"> </span>Xe rerasó îepé nde resebé maíra ygarusu rupa-pe.</div><div>estão os navios franceses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>318<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:43,380 --> 00:44:47,718<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu me enganei da primeira<span style="white-space: pre;"> </span>“A’e peró” a-’e tenhẽ.</div><div>vez... ele não é português.<span style="white-space: pre;"> </span>Nda peró ruã a’e.</div><div>319<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:47,718 --> 00:44:50,721<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele é da terra<span style="white-space: pre;"> </span>A’e our tetama Suruíba’e suí.</div><div>chamada Hesse.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>320<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:50,721 --> 00:44:52,690<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>São amigos<span style="white-space: pre;"> </span>Maíra îekotyasaba a’e.</div><div>dos franceses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>321<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:52,690 --> 00:44:55,726<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O que você quer<span style="white-space: pre;"> </span>- Marã e’îaba-pe, aîpó nde ‘e-û?</div><div>dizer com isso?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>322<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:55,726 --> 00:44:57,421<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele é amigo<span style="white-space: pre;"> </span>A’e maíra îekotyasaba</div><div>dos franceses.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>323<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:44:58,495 --> 00:45:01,632<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quero levá-Io até<span style="white-space: pre;"> </span>Arasó-potá oré ygarusu rupa-pe.</div><div>onde estão os navios.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>324<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:01,632 --> 00:45:04,601<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não.<span style="white-space: pre;"> </span>Aani !!! T’osem umẽ ké suí !!!</div><div>Ele não vai sair daqui.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>325<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:04,601 --> 00:45:07,738<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Seu pai e irmãos têm que<span style="white-space: pre;"> </span>Tuba i anama abé t’ogûerur mba’e etá îandébe ne</div><div>nos trazer mercadorias.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>326<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:07,738 --> 00:45:12,009<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Espelhos, tesouras,<span style="white-space: pre;"> </span>Arugûá, pirãîa, îy, kysé, kygûaba t’ogûerur îandébe ne</div><div>machados, facas, pentes.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>327<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:12,009 --> 00:45:15,379<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nós o pegamos em terra<span style="white-space: pre;"> </span>Oroîpysyk tobaîa-retame. Îandé rembiara a’e.</div><div>inimiga. Ele é nosso.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>328<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:15,379 --> 00:45:17,781<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vocês devem<span style="white-space: pre;"> </span>Ta pe nhemosaînan-gatu sesé.</div><div>cuidar bem dele.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>329<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:17,781 --> 00:45:19,616<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não devem matá-Io.<span style="white-space: pre;"> </span>Ta pe îuká umẽ.</div><div>330<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:19,616 --> 00:45:21,652<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Logo,<span style="white-space: pre;"> </span>I anama our seká</div><div>os irmãos dele virão...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>331<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:21,652 --> 00:45:25,281<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>com um navio cheio<span style="white-space: pre;"> </span>mba’e-etá reru ygarusu rupa-pe.</div><div>de mercadorias.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>332<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:32,663 --> 00:45:34,898<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vocês são da mesma terra...<span style="white-space: pre;"> </span>Nde irũ a’e.</div><div>333<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:34,898 --> 00:45:37,768<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O que Karuatá-ûara<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’epe oîme’eng Karaûatá’ûara ndebe?</div><div>deu para você?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>334<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:37,768 --> 00:45:39,203<span style="white-space: pre;"> </span>Nda mba’e ruã.</div><div>Não deu nada.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>335<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:39,203 --> 00:45:41,105<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Por que ele não lhe deu<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e resépe a’e kysé me’enge’ymi endébe,</div><div>uma faca...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>336<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:41,105 --> 00:45:44,074<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>para você dar para mim?<span style="white-space: pre;"> </span>t’ereîme’eng ixébene?</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Saudação Lacrimosa dos Tupi-nambsas - Hans Staden</div><div>337<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:49,546 --> 00:45:50,814<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mentiroso.<span style="white-space: pre;"> </span>Temo’em(b)yîara!</div><div>338<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:45:50,814 --> 00:45:53,112<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É mesmo, mentiroso!<span style="white-space: pre;"> </span>Anheté, temo’em(b)yîara!</div><div>339<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:46:08,298 --> 00:46:10,163<span style="white-space: pre;"> </span>EI! EI!</div><div>Pare aí! Pare!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>340<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:46:18,909 --> 00:46:20,344<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É preto.<span style="white-space: pre;"> </span>i un (sun).</div><div>341<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:46:20,344 --> 00:46:21,979<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É preto.<span style="white-space: pre;"> </span>i un (sun).</div><div><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW1MqCX_mJieW3nWmsJHxHj7vHLKyLfxOQNLhLqvXoOYVPr-GuIz1IvPCVT1wDIMSKqAe9Lk4QvEvMOjcuBHVeAwSk7dt5AjOo5r5LmPOptVUq6m-Ff_2WKwVRt-84zPNEPMOO9rc0iYfTqdOBcGUXV3wI033jrfmXJDolNUN8ivfPUHTsuMJ-HpwzCA/s3100/fac%20simili.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3100" data-original-width="2000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW1MqCX_mJieW3nWmsJHxHj7vHLKyLfxOQNLhLqvXoOYVPr-GuIz1IvPCVT1wDIMSKqAe9Lk4QvEvMOjcuBHVeAwSk7dt5AjOo5r5LmPOptVUq6m-Ff_2WKwVRt-84zPNEPMOO9rc0iYfTqdOBcGUXV3wI033jrfmXJDolNUN8ivfPUHTsuMJ-HpwzCA/w412-h640/fac%20simili.jpg" width="412" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Facsilime do Livro de Hans Staden, Tupi Pop <3o{<o>}, ilustrado por Luiz Pagano</span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>342<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:46:21,979 --> 00:46:24,413<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu Deus os pintou<span style="white-space: pre;"> </span>Xe Tupã koba’e oîmoún.</div><div>de preto.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>343<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:46:25,649 --> 00:46:27,518<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Por que seu Deus<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’ereme? mba’e resépe?</div><div>fez isso?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>344<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:46:27,518 --> 00:46:30,009<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Para vocês não os verem<span style="white-space: pre;"> </span>Ta pe sepîak umẽ pytuna resé ne</div><div>no escuro.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>345<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:46:58,448 --> 00:47:01,645<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se atirarem, meu Deus<span style="white-space: pre;"> </span>Temone ybõ(-ny-)mo, xe Tupã i nharõnamo ne.</div><div>ficará furioso.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>346<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:47:19,136 --> 00:47:20,871<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Agora ele parece<span style="white-space: pre;"> </span>Ko’yr maíra nungara aé.</div><div>francês mesmo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>347<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:47:20,871 --> 00:47:24,241<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É a mesma coisa<span style="white-space: pre;"> </span>A’e peró oîkó berame´ῖ.</div><div>que português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>348<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:47:24,241 --> 00:47:26,232<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É igual a português.<span style="white-space: pre;"> </span> A’e peró nungara! </div><div>349<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:47:32,416 --> 00:47:34,976<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É a mesma coisa<span style="white-space: pre;"> </span>A’e peró oîkó berame´ῖ.</div><div>que português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>350<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:47:38,455 --> 00:47:41,219<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É igual a português.<span style="white-space: pre;"> </span> A’e peró nungara!</div><div>351<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:00,170 --> 00:49:03,298<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você é francês?<span style="white-space: pre;"> </span>Maíra endé-pe?</div><div>Qual é o seu nome?<span style="white-space: pre;"> </span>Marãpe nde rera?</div><div>352<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:04,942 --> 00:49:08,612<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu nome é Jacó.<span style="white-space: pre;"> </span>Xe rera Jacó,</div><div>Sou judeu.<span style="white-space: pre;"> </span>maíra é (îoypy) ixé.</div><div>353<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:08,612 --> 00:49:10,147<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você é o português<span style="white-space: pre;"> </span>Peró endé... abá remipysykûera</div><div>que os índios...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>354<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:10,147 --> 00:49:13,116<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>capturaram em Bertioga?<span style="white-space: pre;"> </span>Mbyrykiok-y-pe?</div><div>Eu ouvi falar de você.<span style="white-space: pre;"> </span>Onhomongetá gûá nde resé.</div><div>355<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:13,116 --> 00:49:16,574<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não sou português.<span style="white-space: pre;"> </span>Nda peró ruã ixé.</div><div>-É tupinambá, então?<span style="white-space: pre;"> </span>Tupinambá endé-pe?</div><div>356<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:17,721 --> 00:49:20,390<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não, eu sou<span style="white-space: pre;"> </span>Aani. Hessen-ygûara ixé.</div><div>de Hesse...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>357<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:20,390 --> 00:49:22,551<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e vim para cá<span style="white-space: pre;"> </span>Kasîana resebé gûitu erimba’e.</div><div>com os espanhóis.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>358<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:23,660 --> 00:49:25,696<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não sei o que é,<span style="white-space: pre;"> </span>Ma’ẽ! Nd’oroîkuabi.</div><div>nem me interessa.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>359<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:25,696 --> 00:49:28,688<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nada posso fazer<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’a’ekatuî nde pysyrõmo ko’y.</div><div>por você agora.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>360<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:30,434 --> 00:49:32,936<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Leve-me<span style="white-space: pre;"> </span>Xe r-erasó îepé nde ygarusu pe</div><div>aos seus navios.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>361<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:32,936 --> 00:49:34,905<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eles podem me matar<span style="white-space: pre;"> </span>ko’y abá e’ikatu xe îukábo.</div><div>a qualquer momento.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>362<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:34,905 --> 00:49:38,475<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nada posso fazer agora.<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’a’ekatuî nde pysyrõmo ko’yr,</div><div>363<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:38,475 --> 00:49:40,377<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os tupinambás são<span style="white-space: pre;"> </span>Tupinambá oré îekotyasaba...</div><div>nossos aliados...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>364<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:40,377 --> 00:49:41,844<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e você é prisioneiro<span style="white-space: pre;"> </span>s-embiara endé.</div><div>deles.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>365<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:42,879 --> 00:49:45,677<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quando posso contar<span style="white-space: pre;"> </span>Marãneme ere’îkatu xe pytybõ-ny-ne?</div><div>com você?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>366<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:49:48,452 --> 00:49:50,283<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nunca se sabe.<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’aîkuái.</div><div>CONVERSA COM O PRISIONEIRO<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>367<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:50:32,062 --> 00:50:34,998<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você está preparado<span style="white-space: pre;"> </span>Ereîkoetépe manõmo?</div><div>para morrer?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>368<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:50:34,998 --> 00:50:38,268<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sim, eu estou<span style="white-space: pre;"> </span>Pá, aîkoeté.</div><div>bem preparado.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>369<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:50:38,268 --> 00:50:40,904<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Só que essa corda não é boa<span style="white-space: pre;"> </span> Nd’i pukui-te ebokûeî musurana nhẽ.</div><div>e também não é longa.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>370<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:50:40,904 --> 00:50:45,364<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nós maracajás temos<span style="white-space: pre;"> </span>Marakaîá ogûerekó musurangatu-te.</div><div>cordas bem melhores.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>371<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:50:50,881 --> 00:50:52,508<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>E você?<span style="white-space: pre;"> </span>A’e-tepe nde? </div><div>372<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:50:53,583 --> 00:50:56,416<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Também está preparado?<span style="white-space: pre;"> </span>Ereîkoetépe?</div><div>373<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:50:58,121 --> 00:51:01,158<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você deve se preparar...<span style="white-space: pre;"> </span>T’ereîkoeté’ῖ.</div><div>374<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:01,158 --> 00:51:05,060<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>porque ouvi dizer que<span style="white-space: pre;"> </span>Aîkuab nde re’õnama koromõ.</div><div>logo vão fazer sua festa.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>375<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:09,699 --> 00:51:12,402<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sou prisioneiro,<span style="white-space: pre;"> </span>Ixé tembiara, endé îabé.</div><div>como você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>376<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:12,402 --> 00:51:15,172<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu não vim comer<span style="white-space: pre;"> </span>d’aîurî nde ro’o gûabo.</div><div>da sua carne...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>377<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:15,172 --> 00:51:16,935<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meus donos<span style="white-space: pre;"> </span>Xe îara xe ogûeru.</div><div>me trouxeram.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>378<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:18,075 --> 00:51:21,611<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sei que você não come<span style="white-space: pre;"> </span>Aîkuab nde porue’yma.</div><div>carne de gente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>379<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:21,611 --> 00:51:22,942<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Tenha fé.<span style="white-space: pre;"> </span>Erobîar Tupã.</div><div>380<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:24,381 --> 00:51:26,850<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eles vão comer<span style="white-space: pre;"> </span>Nde ro’o nhõ t’o’u ne.</div><div>só sua carne.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>381<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:26,850 --> 00:51:29,186<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Seu espírito<span style="white-space: pre;"> </span>Nde ’anga t’osó Tupã rorypa-pe.</div><div>vai encontrar Deus.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>382<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:29,186 --> 00:51:32,178<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu jamais vi Deus.<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’asepîak-angáî Tupã.</div><div>383<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:35,158 --> 00:51:38,719<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você vai vê-Io<span style="white-space: pre;"> </span>T’eresepîak amõaé tekobé remebé.</div><div>na outra vida.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>384<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:41,832 --> 00:51:44,000<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você não vai ficar<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’erepytái xûé moraseîa repîakane?</div><div>para a festa?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>385<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:44,000 --> 00:51:46,736<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não, eu já vi<span style="white-space: pre;"> </span>Aani, asepîak amõaé moraseîa.</div><div>outras festas...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>386<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:46,736 --> 00:51:49,172<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>em que comeram<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>alguns portugueses.<span style="white-space: pre;"> </span>. A’ereme peró amõ o’u gûá.</div><div>387<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:49,172 --> 00:51:50,774<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É o que querem<span style="white-space: pre;"> </span>Emonã xe rerekóûne.</div><div>fazer comigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>388<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:50,774 --> 00:51:53,543<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Assim tratam os portugueses<span style="white-space: pre;"> </span>Emonã a’e peró rerekóû.</div><div>e seus aliados.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>389<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:53,543 --> 00:51:55,679<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Já disse que eu<span style="white-space: pre;"> </span>“Nda peró ruã ixé”, a-‘e umã endébe.</div><div>não sou português.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>390<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:55,679 --> 00:51:59,316<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não posso fazer nada.<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’a’ekatuî mba’e monhanga!!</div><div>Adeus.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>391<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:51:59,316 --> 00:52:02,285<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Deus está vendo tudo.<span style="white-space: pre;"> </span>Xe Tupã opakatu osepîak oîkóbo.</div><div>392<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:52:02,285 --> 00:52:05,220<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Tudo!<span style="white-space: pre;"> </span>Opakatu mba’e!!</div><div>393<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:52:32,749 --> 00:52:36,207<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Agora vamos matar e<span style="white-space: pre;"> </span>Ko’yr t’îaîukáû oré robaîara i gûabo ne.</div><div>comer nosso inimigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>MUSICA<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>394<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:52:53,670 --> 00:52:56,540<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Somos nós que vamos<span style="white-space: pre;"> </span>...A’e aîura</div><div>torcer o pescoço do pássaro.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>395<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:52:56,540 --> 00:52:59,509<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele não iria<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>nos escapar voando...<span style="white-space: pre;"> </span>oroîmongaraû.</div><div>396<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:52:59,509 --> 00:53:02,145<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>mesmo que fosse...<span style="white-space: pre;"> </span> nd’oîababi</div><div>397<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:53:02,145 --> 00:53:04,272<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>um papagaio.<span style="white-space: pre;"> </span>xûémo obebébo a’e aîuru (temõ mûã)</div><div>398<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:53:21,932 --> 00:53:25,368<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ibirapema vai rachar<span style="white-space: pre;"> </span>Ybyrapema tobaîara akangá kori (sé)!</div><div>a cabeça do inimigo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>399<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:54:04,541 --> 00:54:08,011<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O português está aqui há tempo.<span style="white-space: pre;"> </span>peró oîkobé-puku pe pyri. Moîrãpe ’u ne?</div><div>Quando será a festa dele?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>400<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:54:08,011 --> 00:54:10,146<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Logo.<span style="white-space: pre;"> </span>Koromõ. Nde so’ogûam-ne</div><div>Você será convidado.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>401<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:54:10,146 --> 00:54:12,637<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Logo... logo.<span style="white-space: pre;"> </span>Koromõ... koromõ...</div><div>402<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:54:13,683 --> 00:54:15,285<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quero comer<span style="white-space: pre;"> </span>A-’u-seî s-o’o. Xe mba’e!</div><div>a carne dele.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>403<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:54:15,285 --> 00:54:18,955<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fui eu que toquei nele<span style="white-space: pre;"> </span>S-esé obykyba’epûera ixé, Mbyrykiok-y-pe.</div><div>primeiro em Bertioga.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>404<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:54:18,955 --> 00:54:21,856<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Logo.<span style="white-space: pre;"> </span>Koromõ… îa-’u-ne koromõ.</div><div>A festa dele será logo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>RITUAL DE SACRIFÍCIO<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>405<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:56:07,997 --> 00:56:10,500<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aqui estou eu.<span style="white-space: pre;"> </span>Kó xe rekóû, ixé oro-îuká.</div><div>Vou matar você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>406<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:56:10,500 --> 00:56:13,169<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sua gente matou e<span style="white-space: pre;"> </span>Nde anama xe irũ o-îuká, i gûabo</div><div>comeu meus amigos.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div><br /></div><div><br /></div><div>407<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:56:13,169 --> 00:56:15,694<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os meus amigos<span style="white-space: pre;"> </span>Xe irũ-etá xe r-epyk-y-ne</div><div>virão me vingar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div> - - - - - - - -<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>408<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:27,110 --> 00:57:29,977<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Viu como nós tratamos<span style="white-space: pre;"> </span>Eresepîak-ype oré tobaîara r-erekóaba?</div><div>nossos inimigos?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>409<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:32,248 --> 00:57:33,647<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eu vi.<span style="white-space: pre;"> </span>Asepîak.</div><div>410<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:35,118 --> 00:57:37,951<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Comer a carne do inimigo<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e-poxy t-obaîara r-o’o ‘u.</div><div>que você mata é medonho.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>411<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:39,122 --> 00:57:40,924<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>É nosso costume.<span style="white-space: pre;"> </span>Aîpó oré r-ekó.</div><div>412<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:40,924 --> 00:57:43,626<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Com os portugueses,<span style="white-space: pre;"> </span>Nã oré peró r-erekó.</div><div>fazemos o mesmo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>413<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:43,626 --> 00:57:45,491<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Cuidado com o fogo.<span style="white-space: pre;"> </span>Nde r-esaetá.</div><div>414<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:48,698 --> 00:57:51,901<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O pajé me havia dito<span style="white-space: pre;"> </span>E-î-me’eng t-embi’u Îurupari supé...</div><div>aquela vez...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>415<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:51,901 --> 00:57:54,062<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>para dar comida<span style="white-space: pre;"> </span>t’i-nhyrõ-ngatune, t’oîepe’a i xuí”,</div><div>a lurupari...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>416<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:55,138 --> 00:57:56,765<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>para ele me deixar em paz.<span style="white-space: pre;"> </span>e’i karaíba orébe.</div><div>417<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:57,807 --> 00:57:59,776<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não fiz o que ele disse.<span style="white-space: pre;"> </span>Nã nd’aîkóî.</div><div>418<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:57:59,776 --> 00:58:02,301<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>lurupari me castigou.<span style="white-space: pre;"> </span>Îurupari xe nupã nhẽ.</div><div>419<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:58:04,047 --> 00:58:06,106<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você vai ficar curado.<span style="white-space: pre;"> </span> i mombûerab-y-pyr-amo nde.</div><div>420<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:58:08,151 --> 00:58:13,248<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Peça ao seu Deus para que<span style="white-space: pre;"> </span>E-î-mongetá nde Tupã</div><div>os meus olhos comecem a ver.<span style="white-space: pre;"> </span>t’e’ikatu mba’e-epîaka xe r-esá.</div><div>421<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:58:52,362 --> 00:58:55,957<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu Deus quer que você<span style="white-space: pre;"> </span>Xe Tupã o-î-potar nde xe momarane’yma.</div><div>não me faça nenhum mal.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>422<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>00:59:02,872 --> 00:59:07,400<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>De agora em diante,<span style="white-space: pre;"> </span>Angiré mã, nhẽ, ixé nd’oro-momarã-î xûéne.</div><div>não lhe farei nenhum mal.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>423<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:00:37,333 --> 01:00:39,602<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Leve-me lá para<span style="white-space: pre;"> </span>Xe r-erasó îepé t’a-nhe’eng i xupé.</div><div>eu falar com eles.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>424<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:00:39,602 --> 01:00:42,605<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Pode falar que<span style="white-space: pre;"> </span>T’oro-pu’am Mbyryki-oka r-esé-ne”,</div><div>vamos atacar Bertioga.<span style="white-space: pre;"> </span>aîpó er-é i xupé.</div><div>425<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:00:42,605 --> 01:00:45,441<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não, quero que falem<span style="white-space: pre;"> </span>Aan. “T’ereîur ygarusu... mba’e-etá r-esé</div><div>para o nosso pai vir...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>426<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:00:45,441 --> 01:00:48,444<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>com um navio<span style="white-space: pre;"> </span> t-ynysem-ba’e”, er-é oré r-uba supé.</div><div>cheio de mercadorias.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>427<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:00:48,444 --> 01:00:50,810<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>-Paragûá!<span style="white-space: pre;"> </span>Paragûá!</div><div>-Vamos!<span style="white-space: pre;"> </span>Ekûãî!</div><div>428<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:01:54,677 --> 01:01:58,881<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu irmão francês deu todas<span style="white-space: pre;"> </span>Maíra, xe irũ, opá kó mba’e o-î-me’eng ixébe.</div><div>estas coisas para mim.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>429<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:01:58,881 --> 01:02:01,651<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O que ele falou<span style="white-space: pre;"> </span>Marã e’ipe endébe?</div><div>com você?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>430<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:02:01,651 --> 01:02:04,220<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele disse que irá para<span style="white-space: pre;"> </span>“A-só oré r-etã-me...</div><div>a nossa terra e voltará...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>431<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:02:04,220 --> 01:02:07,390<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>com um navio<span style="white-space: pre;"> </span>ygarusu mba’e-etá r-esé t-ynysem-ba’e r-eru i xupé.”</div><div>cheio de mercadorias.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>432<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:02:07,390 --> 01:02:10,689<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Deve ser mesmo<span style="white-space: pre;"> </span>Maír-eté a’e serã.</div><div>francês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>MUSICA<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Maír-eté A’e serã.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Anheté.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div> Anheté.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Anheté.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Porangatu.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- I katu, i katu, i katu.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>- Abápe kó kunhã? Kunhã!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div> Abápe kó kunhã? Kunhã!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div> Abápe kó kunhã? Kunhã!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div> Abápe kó kunhã? Kunhã!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>433<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:02:43,326 --> 01:02:47,029<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O meu capitão pediu para<span style="white-space: pre;"> </span>T’ere-rur aîuru, aîó-gûasu ky’ynha</div><div>que eu levasse um animal...<span style="white-space: pre;"> </span>r-esé t-ynysem-ba’e”,</div><div>434<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:02:47,029 --> 01:02:49,862<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e um saco de pimenta.<span style="white-space: pre;"> </span> e’i xe r-ubixaba ixébe.</div><div>435<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:02:54,637 --> 01:02:57,231<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ele mandou isso<span style="white-space: pre;"> </span>Ikóba’e o-î-mbo’ur peẽme.</div><div>para vocês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>436<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:33,509 --> 01:03:38,181<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Por que você não me leva<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e r-esé-pe xe r-erasó-e’ym</div><div>até onde está o seu navio?<span style="white-space: pre;"> </span>îepé nde ygarusu pupé?</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD--CcXOvZcpWZ_AU15yeUa2h_1jd1zcYzxADT4q29JDXu0D8bUS8dGJM9P-Q5ZBpxO-paN1X7CNQmqZFi1d-brmV-0TOcoPD5esKWNn6-Qe9SpEs3ad_yreCP9XOfMQ4iUc6QJi_HWBwSlZ7MHECWki-oAlQ_NAzo6rzFJE1XfdWZ9KWRmBZ6qZ8Y0Q/s2000/001%20Hans%20Staden.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1446" data-original-width="2000" height="462" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD--CcXOvZcpWZ_AU15yeUa2h_1jd1zcYzxADT4q29JDXu0D8bUS8dGJM9P-Q5ZBpxO-paN1X7CNQmqZFi1d-brmV-0TOcoPD5esKWNn6-Qe9SpEs3ad_yreCP9XOfMQ4iUc6QJi_HWBwSlZ7MHECWki-oAlQ_NAzo6rzFJE1XfdWZ9KWRmBZ6qZ8Y0Q/w640-h462/001%20Hans%20Staden.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Facsilime do Livro de Hans Staden, Tupi Pop <3o{<o>}, ilustrado por Luiz Pagano</span></td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div>437<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:38,181 --> 01:03:42,118<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você não vai ao navio.<span style="white-space: pre;"> </span> Aani ! Nd’ere-só-î xûé maíra ygarusu-pe-ne.</div><div>438<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:42,118 --> 01:03:44,520<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Queremos trocar você<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e-etá nde r-epy-rama.</div><div>por mercadorias.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>439<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:44,520 --> 01:03:46,889<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se me levarem,<span style="white-space: pre;"> </span>Xe r-erasó-reme-mo maíra ygarusu-pe...</div><div>meus amigos vão dar...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>440<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:46,889 --> 01:03:50,493<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>muitas mercadorias<span style="white-space: pre;"> </span>xe irũ mba’e-etá me’engi-mo peẽme.</div><div>para vocês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>441<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:50,493 --> 01:03:54,263<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eles não são<span style="white-space: pre;"> </span>Na Nde îekotyasaba ruã a’e.</div><div>seus amigos.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>442<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:54,263 --> 01:03:57,099<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Se esses franceses<span style="white-space: pre;"> </span>Nde îekotyasabamo oikóbo-mo,</div><div>fossem amigos seus...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>443<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:57,099 --> 01:03:59,735<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>teriam lhe dado<span style="white-space: pre;"> </span>a’e aoba me’engi-mo endébe.</div><div>uma camisa.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>444<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:03:59,735 --> 01:04:02,271<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eles nem sequer<span style="white-space: pre;"> </span>Nd’o-nhe’eng-i endébe a’e.</div><div>falaram com você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>445<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:02,271 --> 01:04:04,340<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quando eu chegar<span style="white-space: pre;"> </span>Ygarusu r-esé xe syk-eme...</div><div>no navio...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>446<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:04,340 --> 01:04:06,909<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>eles vão me dar<span style="white-space: pre;"> </span>a’e aob-etá me’engi ixébe-ne.</div><div>muitas roupas.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>447<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:06,909 --> 01:04:11,681<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não, o navio ainda vai<span style="white-space: pre;"> </span>Aan-angáî ! ‘Ar-etá pukuî ygarusu pytáû îké-ne.</div><div>ficar aqui muito tempo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>448<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:11,681 --> 01:04:14,517<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Primeiro, vamos<span style="white-space: pre;"> </span>T’îa é gûarinĩ-namo îa-soaba ranhẽ. </div><div>para a guerra.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>449<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:14,517 --> 01:04:18,351<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Depois, quando voltarmos,<span style="white-space: pre;"> </span>Ygarusu-pe t’îa-só îandé îebyr-eme guarinĩ suí-ne.</div><div>nós iremos até o navio.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>450<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:19,455 --> 01:04:22,913<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Jacó, por que você<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e r-esé-pe xe r-erasó-e’ym îepé nde ygarusu pupé?</div><div>não me leva até o navio?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>451<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:42,311 --> 01:04:44,747<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Dê um pente ou um espelho<span style="white-space: pre;"> </span>Eẽ ! Kygûaba konipó arugûá eîme’eng ixébe...</div><div>para mim...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>452<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:44,747 --> 01:04:49,480<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>que faço meu papagaio<span style="white-space: pre;"> </span>A-î-monhe’eng xe reîmbaba aîuru pe supé.</div><div>falar na presença de vocês.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>453<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:04:59,795 --> 01:05:03,822<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Fale para mim porque<span style="white-space: pre;"> </span>E-nhe’eng ixébe. Oro-endu’-potar. E-nhe’eng!</div><div>eu quero ouvir. Fale.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>454<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:05:07,670 --> 01:05:10,605<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O que você quer<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e-pe aîuru r-epy-rama?</div><div>pelo papagaio?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>455<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:05:11,807 --> 01:05:14,503<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Pare... pare!<span style="white-space: pre;"> </span>- Aûîé! Aûîé!</div><div>456<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:05:16,712 --> 01:05:19,181<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O que você quer?<span style="white-space: pre;"> </span>Mba’e-pe ere-î-potar?</div><div>457<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:05:19,181 --> 01:05:21,172<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Muitos canhões.<span style="white-space: pre;"> </span>Mokab-etá.</div><div>458<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:06:09,832 --> 01:06:12,494<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Está voltando.<span style="white-space: pre;"> </span>Ereîebyr-y-pe?</div><div>459<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:06:33,055 --> 01:06:34,790<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Pensaram que<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>eu fosse fugir?<span style="white-space: pre;"> </span> “A’e oîabab îepé”, a-‘é tenhẽ! B2227</div><div>460<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:06:34,790 --> 01:06:37,426<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Não, fui atrás deles<span style="white-space: pre;"> </span>Aan, asó i xupé mba’e-eté resé gûiîerurébo...</div><div>para pedir que trouxessem...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>461<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:06:37,426 --> 01:06:40,830<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>machados, pentes, tesouras,<span style="white-space: pre;"> </span>îy, kygûaba, pirãîa, kysé, pindá...</div><div>facas, anzóis.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>462<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:06:40,830 --> 01:06:44,732<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Tudo isso para quando<span style="white-space: pre;"> </span>t’ogûerur opakatu guarinĩ suí îandé îebyreme.</div><div>voltarmos da guerra.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>463<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:12,094 --> 01:07:14,463<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os tupinambás<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>me levaram com eles...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>464<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:14,463 --> 01:07:16,795<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>pouco depois,<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>para atacar Bertioga.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>465<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:17,833 --> 01:07:20,836<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Trouxeram dois<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>prisioneiros na volta...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>466<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:20,836 --> 01:07:22,972<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Diogo e Domingos<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>de Braga.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>467<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:22,972 --> 01:07:27,309<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Os mesmos que uma vez<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>haviam tentado me resgatar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>468<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:27,309 --> 01:07:29,178<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quando cheguei<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>na aldeia...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>469<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:29,178 --> 01:07:32,204<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>vi que haviam<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>destruído a minha cruz.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>470<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:33,282 --> 01:07:35,551<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu Deus está furioso.<span style="white-space: pre;"> </span>- Xe Tupã i nharõ-eté!</div><div>471<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:07:35,551 --> 01:07:39,351<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vocês serão todos punidos.<span style="white-space: pre;"> </span>Pe nupã aéne! Pe nupã aéne!</div><div>Serão todos punidos!<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>472<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:00,870 --> 01:09:03,906<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Faz muito tempo que<span style="white-space: pre;"> </span>Opá ko’ẽ mbo‘ara pukuî amana kyra.</div><div>a chuva está caindo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>473<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:03,906 --> 01:09:07,243<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Já está passando<span style="white-space: pre;"> </span> Nd’îa’ekatuî mba’e tyma a’e riré).</div><div>a hora de plantar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>474<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:07,243 --> 01:09:09,211<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O Deus dele está bravo.<span style="white-space: pre;"> </span>i Tupã i nharõ ri.</div><div>475<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:11,080 --> 01:09:12,104<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos.<span style="white-space: pre;"> </span>T’îasó!</div><div>476<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:31,667 --> 01:09:35,103<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Peça para o seu Deus<span style="white-space: pre;"> </span>Ne emongetá nde Tupã t’okûab é amanusu.</div><div>fazer a chuva parar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>477<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:36,639 --> 01:09:40,006<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu Deus está furioso.<span style="white-space: pre;"> </span>Xe Tupã i nharõ kurusu ‘okûera resé. </div><div>Arrancaram a cruz.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>478<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:41,911 --> 01:09:45,403<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Agora não posso<span style="white-space: pre;"> </span>Ko’yr nd’a’ekatuî i xupé gûi-nhe’enga.</div><div>falar com ele.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>479<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:46,448 --> 01:09:47,540<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Paragûá.<span style="white-space: pre;"> </span>Paragûá!</div><div>480<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:09:51,120 --> 01:09:53,645<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Coloque a cruz.<span style="white-space: pre;"> </span>Kurusu e-îmo'am.</div><div>481<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:11:39,595 --> 01:11:41,756<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos à aldeia<span style="white-space: pre;"> </span>T’ere-só taba Takûarusu-tyba seryba’e. </div><div>de Takuarusutyba.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>482<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:11:42,831 --> 01:11:45,061<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você vem também.<span style="white-space: pre;"> </span>T’ere-só oré irũnamo.</div><div>483<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:11:48,871 --> 01:11:51,573<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>O que eu vou<span style="white-space: pre;"> </span>Marã-pe xe r-ekó akûeî-pe-ne?</div><div>fazer lá?<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>484<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:11:51,573 --> 01:11:53,973<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Lá você ficará<span style="white-space: pre;"> </span>Aîpó ere-î-kuab akûeî-pe-ne.</div><div>sabendo.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>485<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:11:56,011 --> 01:12:01,176<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Mas antes, eu quero falar<span style="white-space: pre;"> </span>A-nhe’ẽ’-mbotar mokõî peró supé,</div><div>com os dois irmãos.<span style="white-space: pre;"> </span>xe só îanondé.</div><div>486<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:12:35,984 --> 01:12:37,679<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Vamos.<span style="white-space: pre;"> </span>T’îa-só!</div><div>487<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:22,297 --> 01:13:24,800<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Quando chegamos<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>em Takuarusutyba...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>488<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:24,800 --> 01:13:29,304<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>descobri que eu estava<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>sendo dado de presente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>489<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:29,304 --> 01:13:32,007<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Alkindar-miri e<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>lpirú-guaçú falaram...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>490<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:32,007 --> 01:13:33,542<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>para não me fazerem mal...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>491<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:33,542 --> 01:13:37,880<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>porque meu Deus costumava<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>se vingar de quem o fazia.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>492<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:37,880 --> 01:13:41,350<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Eles haviam sido<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>testemunhas disso.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>493<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:41,350 --> 01:13:45,354<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Disseram que logo meus irmãos<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>franceses chegariam com...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>494<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:45,354 --> 01:13:48,590<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>muitas mercadorias para<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Abati-posanga e os seus.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>495<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:48,590 --> 01:13:53,562<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Meu filho... eu,<span style="white-space: pre;"> </span>Xe ra’yt...</div><div>o velho Abati-posanga...<span style="white-space: pre;"> </span>ixé Abatiposanga tuîba’e.</div><div>496<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:53,562 --> 01:13:56,298<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>vou cuidar de você...<span style="white-space: pre;"> </span>A-nhemosaînan nde r-esé...</div><div>497<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:13:56,298 --> 01:14:00,132<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>e também vou levar<span style="white-space: pre;"> </span>nde r-era-sóbo abé poraká-ne.</div><div>você para caçar.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>498<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:14:05,841 --> 01:14:08,605<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Seu Deus é muito forte.<span style="white-space: pre;"> </span>S-atã-eté nde Tupã.</div><div>499<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:14:14,450 --> 01:14:17,219<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Você deve se lembrar<span style="white-space: pre;"> </span>Ta nde ma’enduar oré anama r-esé...</div><div>da nossa gente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>500<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:14:17,219 --> 01:14:19,585<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Nós vamos nos lembrar<span style="white-space: pre;"> </span>T’oré ma’enduar nde r-esé-ne.</div><div>de você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>501<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:14:29,031 --> 01:14:31,667<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Essa mulher<span style="white-space: pre;"> </span>Aîpó kunhã o-só-ne.</div><div>tem que ir embora.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>502<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:14:31,667 --> 01:14:33,268<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aqui, na aldeia,<span style="white-space: pre;"> </span>T’ere-î-pysyrõ amõaé</div><div>você tem que...<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>503<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:14:33,268 --> 01:14:36,431<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>escolher outra<span style="white-space: pre;"> </span>kunhã ndebe kó tá’-pe-ne.</div><div>mulher para você.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>504<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:14:37,806 --> 01:14:40,434<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Sei que é esse o costume<span style="white-space: pre;"> </span>Aîkuab aîpoba’e nde anama r-ekó.</div><div>da sua gente.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>505<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>01:14:41,643 --> 01:14:43,679<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Ela se chama Nairá.<span style="white-space: pre;"> </span></div><div>Aîpó kunhã r-era Naîrá.</div><div>506 </div><div>01:14:43,679 --> 01:14:48,048 </div><div>Segundo o meu costume, </div><div>Xe r-ekó r-upi, xe r-emi-rekó-ram-amo a’e t’oîkó. </div><div>essa mulher tem que ficar. </div><div>507 </div><div>01:14:50,118 --> 01:14:52,454 </div><div>Então, ela fica. Emonãnamo, t’o-pytá-ne. </div><div>508 </div><div>01:14:52,454 --> 01:14:56,124 </div><div>Mas se uma mulher da nossa aldeia escolher você... </div><div>Amõaé kunhã kó tá’-pe oîkó-ba’e </div><div>509 </div><div>01:14:56,124 --> 01:15:01,630 </div><div>ela vai poder ficar nde pysyrõ-neme, com você também. </div><div>t’e’ikatu nde irũ-namo o-îkóbo. </div><div>510 </div><div>01:15:01,630 --> 01:15:05,031 </div><div>Que assim seja, </div><div>T’ipó aîpó nde îeruré-saba, Abati-posanga. Abatiposanga. </div><div>511 01:15:06,301 --> 01:15:07,700 </div><div>Vamos. – </div><div>T’îa-só! ... </div><div>512 </div><div>01:15:32,594 --> 01:15:34,830 </div><div>Os índios de Takuarusutyba... </div><div>513 </div><div>01:15:34,830 --> 01:15:37,060 </div><div>gostavam de mim e de falar comigo. </div><div>514 </div><div>01:15:38,667 --> 01:15:40,769 </div><div>Numa dessas conversas, eles me falaram... </div><div>515 </div><div>01:15:40,769 --> 01:15:42,971 </div><div>que a caravela francesa na qual eu queria viajar... </div><div>516 </div><div>01:15:42,971 --> 01:15:45,340 </div><div>havia sido carregada com penas... </div><div>517 </div><div>01:15:45,340 --> 01:15:49,077 </div><div><br /></div><div>pau-brasil, algodão e pimenta... </div><div>518 </div><div>01:15:49,077 --> 01:15:52,047 </div><div>e tinha zarpado para a França. </div><div>519 </div><div>01:15:52,047 --> 01:15:55,983 </div><div>A caravela levava o francês, Karuatá-ûara e também Jacó. </div><div>520 </div><div>01:15:57,185 --> 01:16:00,416 </div><div>Quando eu soube que se perdeu na viagem de volta... </div><div>521 </div><div>01:16:01,823 --> 01:16:03,950 </div><div>eu me senti vingado. </div><div>522 </div><div>01:16:31,753 --> 01:16:35,314 </div><div>Seu amigo, o francês, </div><div>Maíra, nde îekotyasaba, oro-epîá’-potar. </div><div>quer ver você. </div><div>523 </div><div>01:16:44,566 --> 01:16:45,897 </div><div>Você veio? </div><div>Ere-îu-pe? </div><div>524 </div><div>01:17:00,849 --> 01:17:02,874 </div><div>O que você Mba’e-pe ere-î-potar? </div><div>quer comigo? </div><div>525 </div><div>01:17:03,919 --> 01:17:05,787 </div><div>Viemos por sua causa. </div><div>Oro-îur nde r-esé. </div><div>526 </div><div>01:17:05,787 --> 01:17:09,917 </div><div>Temos ordens de levar </div><div>Nde r-era-só-ukar gûá orébe, oré ygarusu pupé. </div><div>você de qualquer maneira. </div><div>527 01:17:12,728 --> 01:17:15,464 </div><div>Qual seu nome? </div><div>Marã-pe nde r-era? </div><div>Pérot. </div><div>Pérot. </div><div>528 </div><div>01:17:15,464 --> 01:17:19,</div><div>635 </div><div>Soubemos que você vive há </div><div>Oroîkuab nde rekó iké, “neuf (9) mois” 9 meses com os tupinambás. bé, tupinambá pyri. </div><div>529 </div><div>01:17:19,635 --> 01:17:22,170 </div><div>Diga que meus irmãos Maír</div><div>a, xe r-yke’yra, ygarusu-pe s-ekóû... </div><div>franceses estão no navio... </div><div>530 </div><div>01:17:22,170 --> 01:17:25,867 </div><div>e que têm muitas mercadorias </div><div>mba’e-etá r-er-ekóbo Abatiposanga supé”, er-é i xupé. para Abati-posanga. AO IR EMBORA </div><div>531 </div><div>01:18:41,450 --> 01:18:44,519 </div><div>Você já esteve </div><div>Ere-îkó-pe umã amõ ygareté pupé? </div><div>numa canoa grande assim? </div><div>532 </div><div>01:18:44,519 --> 01:18:49,013 </div><div>Eu não, mas a mulher </div><div>Aan, Yperuûasu remirekó-te o-îkó umã. de Ipirú-guaçú já esteve. </div><div>533 01:19:18,687 --> 01:19:21,556 </div><div>Onde estão as nossas mercadorias? </div><div>Mamõ-pe îandé mba’e-rama? </div><div>534 </div><div>01:19:21,556 --> 01:19:24,793 </div><div>Devemos voltar T’îa-îebyr îandé îá tepy tá’-pe-ne. </div><div>para a nossa aldeia. </div><div>535 </div><div>01:19:24,793 --> 01:19:28,530 </div><div>O capitão está preparando </div><div>T-ubixaba mba’e-etá o-gû-er-ur endébe-ne </div><div>muitas mercadorias. </div><div>536 01:19:28,530 --> 01:19:31,199 </div><div>É por isso que ele </div><div>Emonãnamo ipuku s-erekóbo está demorando. </div><div>537 </div><div>01:19:31,199 --> 01:19:33,502 </div><div>Eu não estou gostando. Ixé nharõ! </div><div>Eu não estou gostando. ixé nharõ!! 538 01:19:33,502 --> 01:19:36,869 </div><div>Voltaremos para a nossa T’îa-îebyr îandé tá’-pe ko’ẽ’-me-ne. </div><div>aldeia amanhã cedo. </div><div>539 01:19:49,084 --> 01:19:50,919 </div><div>Os tupinambás Tupinambá xe r-era-só-potar </div><div>querem levar... </div><div>540 01:19:50,919 --> 01:19:52,887 as mercadorias e eu </div><div>ko’ẽ-me, o mba’e-rama o-gû-era-sóbo ndi. </div><div>amanhã cedo. </div><div>541 01:20:00,996 --> 01:20:02,998 </div><div>Você vai falando </div><div>E-î-mongetá-ngetá Abatiposanga, </div><div>com Abati-posanga... </div><div>542 01:20:02,998 --> 01:20:05,066 </div><div>até nosso navio oré ygarusu i moynysema remebé. </div><div>estar carregado. </div><div>543 01:20:05,066 --> 01:20:07,830 </div><div>E se ele quiser me levar </div><div>A’e-pe xe r-era-só-potar-eme o tá’-pe, îá, marãpe? de volta para a aldeia? </div><div>544 01:20:13,675 --> 01:20:15,243 </div><div>Vá negociando E-î-mongetá-ngetá com ele. </div><div>545 01:20:15,243 --> 01:20:17,679 </div><div>Nós temos um plano </div><div>Oro-pysyrõ-mbotá-nde.) para resgatar você.</div><div>546 </div><div>01:20:17,679 --> 01:20:21,809 </div><div>Ouça... temos um plano para resgatar você. 547 </div><div>01:20:56,017 --> 01:20:58,320 </div><div>Nosso navio está carregado </div><div>Oré ygarusu t-ynysẽ, oro-só-ne. e nós vamos partir. </div><div>548 01:20:58,320 --> 01:21:02,457 </div><div>Por isso, eu reuni Emonãnamo, opombouri iké. </div><div>todos vocês aqui. </div><div>549 01:21:02,457 --> 01:21:04,993 </div><div>Abati-posanga... Abatiposanga, xe irũ gûé, xe r-oryb, </div><div>meu velho amigo... Hans Staden, </div><div>550 01:21:04,993 --> 01:21:07,963 </div><div>Estou feliz por nosso amigo oré îekotyasaba, îuká-sag-ûer-e’yma resé... </div><div>não ter sido morto... </div><div>551 01:21:07,963 --> 01:21:09,965 </div><div>embora tenha pe nhemosaînana r-esé... </div><div>sido capturado... </div><div>552 01:21:09,965 --> 01:21:13,201 </div><div>em terras inimigas. pe r-embi-ara ri. </div><div>553 01:21:13,201 --> 01:21:16,705 </div><div>Por isso, eu quero oferecer um presente... </div><div>554 01:21:16,705 --> 01:21:18,807 </div><div>por vocês terem cuidado tão bem... </div><div>555 01:21:18,807 --> 01:21:20,399 </div><div>desse seu prisioneiro. </div><div>556 01:21:40,996 --> 01:21:43,298 </div><div>Grande cacique T-ubixaba Abatiposang-y gûé, Abati-posanga... </div><div>557 01:21:43,298 --> 01:21:46,434 </div><div>Esses são os irmãos </div><div>Kó Staden anama s-ekó-û de Hans Staden. </div><div>558 01:21:46,434 --> 01:21:49,671 </div><div>Eles não querem que </div><div>A’e nd’-o-î-potar-i s-ekó-rama kó retã’-me. </div><div>ele fique em terra. </div><div>559 01:21:49,671 --> 01:21:52,007 </div><div>Antes de morrer, </div><div>T-uba Staden o-sepîá’-potar </div><div>o velho pai deles... </div><div>560 01:21:52,007 --> 01:21:53,775 </div><div>precisa ver Staden o </div><div>e’õ-nama îanondé. </div><div>ainda uma vez. </div><div>561 01:21:53,775 --> 01:21:56,544 </div><div>Eles querem levar o irmão </div><div>A’e o-gû-era-só-potar s-etã’-me. </div><div>para a terra deles. </div><div>562 01:21:56,544 --> 01:22:00,275 </div><div>Ele deve voltar para </div><div>T’o-îebyr oré tá’-pe oré anama supé. </div><div>a aldeia com nossa gente. </div><div>563 01:22:14,663 --> 01:22:17,999 </div><div>Eu também queria que ele </div><div>A-î-potar abé i îebyr-ama nde tá’-pe, voltasse para a sua aldeia. </div><div>QUEIRIDO t-ubixab-y gûé. ITUBIXABA </div><div>564 01:22:17,999 --> 01:22:21,102 </div><div>Mas seus irmãos são </div><div>S-etá-te i anama, oîepé </div><div>muitos e eu sou um só. </div><div>565 01:22:21,102 --> 01:22:23,939 </div><div>Nada posso fazer nhõ ixé. Nd’-a’ekatu-î mba’e monhanga. </div><div>contra eles. </div><div>566 01:22:23,939 --> 01:22:27,375 </div><div>Meu bom cacique Xe rubixab Abatiposang-y gûé. Abati-posanga... </div><div>567 01:22:27,375 --> 01:22:29,911 </div><div>Eu gostaria de </div><div>A-î-potar xe îebyr-ama tá’-pe... </div><div>voltar à aldeia... </div><div>568 01:22:29,911 --> 01:22:32,414 </div><div>mas meus irmãos </div><div>nd’-o-î-potar-i-te xe anama xe îebyr-ama. não querem. </div><div>569 01:22:32,414 --> 01:22:34,416 </div><div>Meu pai está Xe ruba i pûer. </div><div>muito velho. </div><div>Xe r-epîá’-potar o </div><div>570 01:22:34,416 --> 01:22:36,885 </div><div>Ele precisa me ver </div><div>e’õ-nama îanondé. </div><div>antes de morrer. </div><div>571 01:22:36,885 --> 01:22:38,820 </div><div>Eu tratei você Oro-er-ekó xe r-a’yra îabé... </div><div>como um filho... </div><div>572 01:22:38,820 --> 01:22:41,690 </div><div>e você está nde-te xe r-er-ekó-memûã-memûã. </div><div>me traindo. </div><div>573 01:22:41,690 --> 01:22:44,492 </div><div>Quer ir embora </div><div>Ere-só-potar oré taba suí. </div><div>da nossa aldeia. </div><div>574 </div><div>01:22:44,492 --> 01:22:46,394 </div><div>Tratei-o como meu próprio filho. </div><div>Oro-er-ekó xe r-a’yra îabé. </div><div>575 </div><div>01:22:46,394 --> 01:22:48,730 </div><div>Nunca vou esquecer isso, </div><div>Nda xe r-esaraî-anga-î aîpó suíne, </div><div>Abatiposang-y gûé. Abati-posanga. </div><div>576 </div><div>01:22:48,730 --> 01:22:50,665 </div><div>Vou me lembrar sempre. </div><div>Xe ma’enduar s-esé îepi nhẽ. </div><div>577 </div><div>01:22:50,665 --> 01:22:53,234 </div><div>Então, tem que </div><div>T’ere-îebyr amõaé ygarusu pupé... </div><div>voltar num próximo... </div><div>578 </div><div>01:22:53,234 --> 01:22:56,004 </div><div>navio para ficar oré tá’-pe na nossa aldeia. </div><div>579 </div><div>01:22:56,004 --> 01:22:57,672 </div><div>Voltarei num próximo navio... </div><div>e-pytáû irã-ne. </div><div>580 </div><div>01:22:57,672 --> 01:22:58,707 </div><div>Eu prometo... </div><div>Aûîé nipó! </div><div>Eu voltarei. </div><div>A-îebyr-y-ne. </div><div>581 </div><div>01:22:58,707 --> 01:23:00,937 </div><div>Para ficar aqui </div><div>A-îebyr amõaé ygarusu pupé-ne. </div><div>com a gente. </div><div>582 </div><div>01:23:02,010 --> 01:23:05,502 </div><div>As mercadorias! </div><div>Oré resé pytá-û irã-ne. </div><div>583 </div><div>01:24:08,443 --> 01:24:10,775 </div><div>Quando eu estiver longe... </div><div>Amõ xe r-ekó-reme... </div><div>584 </div><div>01:24:12,013 --> 01:24:14,015 </div><div>vou me lembrar </div><div>xe ma’enduar-amo pe resé-ne. de todos. </div><div>585 </div><div>01:24:14,015 --> 01:24:17,018 </div><div>Quero atravessar </div><div>Paranã(g)ûasu a-s-asá’-pota(r). a grande água. </div><div>586 </div><div>01:24:17,018 --> 01:24:23,685</div><div> Vou chorar muito quando </div><div>A-îase’o-eté xe tá’-pe-ne. eu chegar na minha aldeia. Paranã(g)ûasu a-s-asá’-pota(r). </div><div>587 </div><div>01:24:41,309 --> 01:24:43,641 </div><div>Vamos... agora. </div><div>T’îa-só... ko’yr. </div><div>588 </div><div>01:25:07,769 --> 01:25:14,342 </div><div>Em 1554, no último dia do mês de outubro... 589 </div><div>01:25:14,342 --> 01:25:17,679 </div><div>depois de passar nove meses e meio entre os tupinambás... </div><div>590 </div><div>01:25:17,679 --> 01:25:20,079 </div><div>consegui voltar para a Europa. </div><div>591 </div><div>01:25:21,116 --> 01:25:24,152 </div><div>Bons ventos fizeram com que nossa caravela... </div><div>592 </div><div>01:25:24,152 --> 01:25:29,055 </div><div>chegasse ã França no dia 20 de fevereiro de 1555. </div><div>593 </div><div>01:25:30,258 --> 01:25:33,661 </div><div>Então... em Hesse, eu decidi contar... </div><div>594 </div><div>01:25:33,661 --> 01:25:36,562 </div><div>ao mundo a minha história.</div><div><br /></div><div>FIM</div><div><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />
Luiz Paganohttp://www.blogger.com/profile/08268156299973205226noreply@blogger.com0