O Tupi Pop

A corrente artística de Luiz Pagano - Tupi Pop - busca ir além das aparências superficiais e trazer à tona a essência de nossa diversidade cultural e étnica, já levou às ruas de Curitiba o evento Capivara Parade, mostrando a importância das boas relações entre os centros urbanos e a natureza, e gerando recursos para a campanha do agasalho local; o Projeto Tembiu trouxe mais de 120 insumos da floresta Amazônica para a comunidade de Coquetelaria no ano de 2014, ao Lado dos Chefes Tiago e Felipe Castanho; e por meio do Dia do Anhangá, trás agora a ambiciosa proposta de integrar todas as etnias e culturas pertencentes ao vasto território brasileiro. “A data de 17 de julho foi muito bem escolhida não só pela associação com a proteção da natureza, más também com a proximidade da data de um outro evento de amor e paz ente europeus e brasileiros – 30 de julho 1524 data do casamento de Diogo Álvares Correa Caramuru e Paraguaçu na lendária Catedral de de Saint Malo. Eu, brasileiro da Aldeia do Inhapuambuçu, que ainda moro próximo ao triangulo histórico, neto de Zuzu Correa de Moraes que nasceu no casarão da Rua da Gloria N.º4, onde hoje fica o respiro do metrô Liberdade, no coração do Inhapuambuçú, propnho um suspiro de liberdade, amor e união. É imprescindível ressaltar que a união e aproximação das diferenças não significa ignorar ou minimizar o sofrimento vivido pelos povos indígenas diante do colonizador, que cometeu crimes como genocídio, tortura e obliteração da cultura originária por meio da catequese, entre vários outros crimes indizíveis. A idéia aqui é o início de um diálogo respeitoso e inclusivo, em que suas vozes sejam ouvidas e suas demandas atendidas. Ao organizar seu evento indígena em São Paulo, o que mais levei em consideração foi a importância de criar um espaço seguro e acolhedor para que os povos indígenas possam compartilhar suas histórias, expressar suas culturas e se fortalecerem enquanto comunidades. Somente através do reconhecimento de suas lutas passadas e presentes, poderemos construir uma sociedade mais justa e equitativa para todos. Foi no triásico que o Inhapuambuçú fez unir das vertentes os rios Tamanduateí e Anhangabaú, foi a quase 500 anos o Inhapuambuçú fez unir João Ramalho e Potyra e será aqui, no Inhapaumbuçú que os povos brasileiros aprenderão a se respeitar e a viver em paz e harmonia. Devo dizer ainda que me orgulho do sobrenome Correa de minha família, a mera possibilidade de ser descendente de Caramuru e Paraguaçu me enchem de orgulho”. Luiz Pagano – Outubro de 2019

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Cauim Sugestão de Processos de Introdução e Aculturação para uma Bebida Milenar Brasileira


Fonte alegoria o mascar mandioca para quebrar o amido em açúcares - Tupi antigo Aîpi o- su'u su'u I nomu - Luiz Pagano Tupi Pop

Este artigo explora o processo de introdução no mercado e aculturação da categroia de bebidas denomiada 'Cauim', uma bebida milenar. O estudo sugere idéias generalizadas sobre o que pode e o que não pode funcionar, para uma segura introdução de categoria. 

Aqui eu não vou falar das minhas estratégias especificas, a idéia é oferecer um ‘road map’ para quem queira seguir os meus passos com a sua própria estratégia. O estudo também investiga as motivações para reviver e promover o Cauim como uma bebida comercialmente disponível para o público em geral. A importância do mercado é examinada, destacando oportunidades para Cauim na indústria de bebidas. Além disso, é apresentada uma análise abrangente de cases de sucessos e fracassos, extraindo lições valiosas para a introdução do Cauim. 

Os capítulos subsequentes enfocam as estratégias de marketing, abrangendo a identificação do público-alvo, o posicionamento do produto, a comunicação, a distribuição e o preço. Aborda-se o envolvimento das comunidades indígenas, detentoras de saberes ancestrais do consumo ritualístico do Cauim, enfatizando a importância da preservação e colaboração cultural. O trabalho também discute a importância da sustentabilidade e da responsabilidade social na produção do Cauim, considerando o impacto ambiental e o reinvestimento na cultura indígena. Ao estudar esses aspectos, esta pesquisa visa fornecer um roteiro para introduzir e aculturar o Cauim com sucesso, garantindo seu reconhecimento como uma bebida culturalmente significativa no mercado brasileiro.

 

Introdução

Produzir o Cauim é um trabalho essencialmente brasileiro e essencialmente Tupi. Trata-se muito mais do resgate das nossas raízes do que da elaboração da bebida alcoólica em si, este trabalho reflete uma viagem de fascínio pelo Brasil e por ser brasileiro, desde muito jovem fui cativado pela riqueza cultural e histórica deste extraordinário país, desde quando ouvia histórias do Pará, Amazonas e Mato Grosso contadas pelo meu tios-avós, a cada ano que passava procurava enriquecer ainda mais meu compêndio de aspectos brasileiros com novidades que mais me encantaram.

Como artista plástico, criei um estilo de arte pessoal que chamo de Tupi-Pop (que ilustra esse post), no qual procuro potencializar nossos elementos com paixão nacional, parecida com a que os japoneses cultivam em sua própria história, más foi através da literatura, principalmente das obras de Lima Barreto, que encontrei uma conexão profunda com a identidade brasileira. "Triste Fim de Policarpo Quaresma" teve um impacto marcante em mim a ponto de criar uma história em quadrinhos intitulada "Os Heróis da Bruzundanga" com personagens criados a partir de suas obras.

Lembro-me que me envolvi tanto com o personagem de Quaresma que queria o Tupi como língua nacional, a ponto de despertar em meu coração a percepção de que nós também deveríamos ter uma bebida que nos representasse tão poderosamente quanto o saquê no Japão ou a tequila no México. E assim Cauim acabou sendo a essência que eu procurava.

É importante destacar que, com todo respeito e amor que eu tenho pelo produto, a cachaça faz um pouco desse papel, principlamente por conta da Caiirinha, drink essencialmente brasileiro que o grande amigo, o Mestre Derivan se empenhou tanto em colocar como drink brasileiro da IBA ao lado do Rabo de Galo.

Mas ainda assim a cachaça não tem o potencial de representar o Brasil com tanta autenticidade quanto o Cauim, posto que outras bebidas feitas de cana-de-açúcar estão presentes ao redor do mundo, matéria prima que nem mesmo é das Américas, o Cauim feito da brasileiríssima mandioca, pelos mais antigos ancestrais nossos cumpre perfeitamente esse papel

Trabalho há mais de 30 anos com a introdução de produtos no mercado, muitos destes bebidas, aprendi com a escola francesa de marketing de bebidas que um prato harmonizado com a bebida é uma forma de introjetar a cultura de uma determinada região geográfica, daí a importância das Denominações de Origem.


Sinto uma imensa gratidão por poder contribuir para a valorização da nossa história e cultura através do Cauim. Percebi que há um imenso potencial em nossas tradições e que muitas vezes são subestimadas ou até mesmo esquecidas - decidi então que é hora de mudar isso.

O Brasil é uma nação de histórias emocionantes e fascinantes, mas nem sempre recebem a atenção que merecem, um bom exemplo é que tivemos nossa própria "corrida do ouro" com expedições de bandeiras ainda mais ousadas que as americanas de Jack London, que mereciam terem sido contadas com o mesmo entusiasmo e emoção, mas infelizmente pouquíssimos escritores deram voz aos nossos heróis para relatar os inimagináveis dramas e aventuras extraordinários.

Este projeto em minhas mãos é fruto da minha paixão pelo Brasil, da minha crença na força da cultura e na importância de celebrar a nossa história, é em ultima avaliação uma viagem emocionante que nos levará a descobrir a essência do nosso povo ancestral, a nossa identidade e sua ligação com o passado.

Espero que, ao ler estas páginas, você também se envolva nesse amor ao Brasil e à nossa cultura, e me ajude a fazer essa bebida pegar, que você se inspire a valorizar e celebrar tudo o que somos e que, juntos, possamos fortalecer os laços que nos unem como nação.

AVISOS IMPORTANTES
1º                      


2º 
 
Respeito aos nossos ancestrais

O Cauim é o nome genérico dado à bebida fermentada de mandioca, que não deve ser confundido de forma nenhuma com a cauinágem, ritual ancestral da cultura material brasileira, pré colombiana, celebrado ainda hoje em varias aldeias, cuja dinâmica varia de etnia para etnia e merecem todo nosso amor, admiração e respeito.  Jamais devemos reduzir esse ritual de tamanha importância e relevância a uma mera bebida de uso recreacional.


Respeito à bebida

Ainda considerando o 1º ponto acima, dentro do meu propósito de resgate cultural da aldeia do Inhapuambuçu da vila de São Paulo de Piratininga, do Tupi Antigo e do Cauim, sugiro fortemente que leve em conta todo o aspecto religioso e cultural envolvido no preparo da bebida, usando nomes em Tupi Antigo para os processos e tendo o devido respeito pelas evocações da deusa Mani, tal como sugerido por diversos indígenas de diversas etnias, que me auxiliaram no desenvolvimento da bebida e desse DOBUROKU (processo resumido).


Parte 1 - A importância da nova categoria de bebidas alcólicas ‘O Cauim’

A introdução de uma nova categoria de bebidas, como o CAUIM, no mercado brasileiro e mundial pode trazer uma série de benefícios significativos. Esses benefícios abrangem aspectos culturais, econômicos, sociais e ambientais, entre outros. A seguir, vamos explorar esses benefícios em detalhes:

1.1.1 - Diversidade Cultural: A introdução do CAUIM no mercado contribui para a diversidade cultural, promovendo a preservação e valorização de tradições ancestrais. O CAUIM é uma bebida tradicionalmente consumida por várias culturas indígenas do Brasil, e sua entrada no mercado amplia a oferta de bebidas, proporcionando aos consumidores uma experiência única e enriquecedora;

1.1.2 - Valorização do Patrimônio Cultural: Ao introduzir o CAUIM no mercado, valoriza-se o patrimônio cultural das comunidades indígenas que produzem e consomem essa bebida há séculos. Isso contribui para o reconhecimento e respeito pela cultura indígena, ajudando a preservar suas tradições e conhecimentos transmitidos de geração em geração;

1.1.3 - Estímulo à Economia Local: A introdução do CAUIM no mercado impulsiona a economia local, beneficiando as comunidades indígenas produtoras da bebida. A produção e comercialização do CAUIM podem criar oportunidades de emprego e renda para essas comunidades, gerando um impacto econômico positivo e sustentável

Um bom exemplo é a possível substituição do uso do sagu no método Japonês:

Um dos pontos propostos neste artigo é o efeito 'Wiki', em que, quando um processo é apresentado ao grande público, a inovação cresce exponencialmente conforme o número de leitores que tentam refazer os experimentos, um bom exemplo do que pode ser melhorado é o uso da matéria prima do Método Japonês (Pagano).

Quando estava no processo de desenvolvimento do Método Japonês, percebi na época que a mandioca poderia ser um substituto ideal para o amido, lipídio, protídio, bem como outras substâncias que tornam o arroz um substrato quimicamente perfeito para o koji, porém minhas experiências com mandioca em natura, bem como sua fécula, não mostraram resultados satisfatórios pois o koji não só requer similiridades quimicas, más tambem morfologicas específicas - a forma e a textura do arroz influenciam diretamente no crescimento do Koji. 

Substituir as pérolas de mandioca (sagú / itaitinga beiju) por Farinha de Bragança, no Estado do Pará pode gerar enormes beneficios qualitativos ao Cauim, bem como um enorme potencial comercial de valorização da bebida produzida naquela região

Ao perceber isso em nossas experiências, utilisei pérolas de mandioca (sagú / itaitinga beiju) como um substituto mais adequado para o arroz e funcionou bem, más reconheço agora que, se alguém, de alguma outra etnia/comunidade que optante for do Estado do Pará, poderá substituir o sagu pela farinha de água de Bragança, principalmente se o produtor se esforçar, no processo de sua produção, de tentar obter propriedades físicas semelhantes às do arroz ao produzir a farinha. 

Este seria um importante passo para a Cauim, tanto na criação de propriedades sensoriais mais avançadas quanto no aumento de seu apelo comercial, já que em maio de 2021 a Farinha de Bragança de Caeté recebeu o título de Indicação Geográfica do INPI, o que gera um enorme potencial comercial de valorização do Cauim produzido naquela região, aumentando enormemente o sucesso no processo de aculturação do Cauim, perante um público mais sofisticado;

1.1.4 - Turismo Cultural: A presença do CAUIM no mercado pode atrair turistas interessados em vivenciar a cultura indígena e provar essa bebida tradicional. Isso impulsiona o turismo cultural, promovendo visitas a comunidades indígenas, turismo sustentável e valorização de destinos turísticos menos explorados.

1.1.5 - Inovação e Diferenciação: A introdução do CAUIM como uma nova categoria de bebidas traz inovação e diferenciação ao mercado. Isso proporciona aos consumidores uma opção única e autêntica, diferenciando-se das bebidas convencionais e oferecendo uma experiência sensorial distinta;

1.1.6 - Responsabilidade Ambiental: O CAUIM, quando produzido de forma tradicional, geralmente utiliza ingredientes naturais e processos sustentáveis. Isso pode contribuir para uma abordagem mais responsável em relação ao meio ambiente, incentivando práticas de produção sustentáveis e o uso de ingredientes orgânicos;


1.1.7 - Intercâmbio Cultural: A introdução do CAUIM no mercado brasileiro e mundial promove o intercâmbio cultural, permitindo que pessoas de diferentes origens e nacionalidades conheçam e apreciem essa bebida tradicional. Isso fortalece os laços entre culturas, estimula o diálogo intercultural e promove uma maior compreensão e respeito pela diversidade;

Parte 2 - A arte para produzir e introduzir o Cauim com sucesso

Embora este texto trate principalmente de estratégias genéricas e eu tenha afirmado que não abordaria experiências individuais, abro aqui um parêntese para falar sobre meus direcionadores artísticos, posto que, do ponto de vista artístico, o criativo precisa ser bombardeado de referências para criar algo robusto. A interação com essas referências e como o criativo as utiliza são fundamentais para alcançar resultados criativos. Com base nisso, gostaria de compartilhar um pouco dos meus motivadores e referências pessoais, que serviram como base para a minha criação.

Quanto à produção de Cauim, eu fazia o que todo mundo que quer produzir Cauim faz, eu cozinhava a mandioca e mastigava, usando mnha própria amilase salivar, como se faz nas aldeias. Depois disso explorei algumas possibilidades que não resultaram em sucesso até que entendi as semelhanças com o saquê e pesquisei o koji e com isso criei o método japonês.

Minha maior inspiração para o desenvolvimento do método Japonês para se produzir Cauim foi George Washington Carver. 

George Washington Carver (Diamond, Missouri, 1864 ou 1865 - Tuskegee, Alabama, 5 de Janeiro de 1943) nasceu durante a época da escravidão, sofreu demais, porem nunca se deixou diminuir por isso. Foi um botânico, inventor, cientista, pintor e agrônomo (auto didata) norte-americano que trabalhou na extensão agrícola do sul dos Estados Unidos da América.

Ele ensinou técnicas agrícolas para a auto-suficiência dos antigos escravos e ficou conhecido por sugerir centenas de usos para o amendoim. Dentre suas multiplas contribuições, criou o 'Indigo' azul que usamos nas calsas Jeans e pigmentos de diversas outras plantas. tinha como objetivo aumentar a prosperidade do indivíduo através da agricultura.

A soja e o amendoim foram objeto de grandes e pioneiras pesquisas de Carver, que até hoje são a base da indústria alimentícia americana e mundial. Foi pioneiro da aplicação de substâncias oriundas da agricultura para a indústria química, a quimurgia, bem como nas pesquisas da soja transformada em plástico, utilizadas por Henry Ford na indústria automotiva. Sua história e contribuições me influenciaram profundamente na busca por uma abordagem científica minuciosa, inovadora sem deixar de lado a sensibilidade humana atrelada ao lado espiritual do objeto de estudo. 

O Doutor George Washington Carver foi um cientista, educador e inventor americano - Foto cortesia do National Archives and Records Administration.  “I love to think of nature as an unlimited broadcasting station, through which God speaks to us every hour, if we will only tune in.” (“Adoro pensar na natureza como uma estação de transmissão ilimitada, por meio da qual Deus fala conosco a cada hora, se apenas sintonizarmos com ele.”). Com esta fala, o Dr. Carver demonstra como devemos proceder nossos esforços para a criação do Cauim, aliando as descobertas do conhecimento científico em perfeita harmonia com toda a espiritualidade envolvida no Cauim e na Cauinagem.

Carver, assim como eu, compartilhava um desejo ardente de seguir sua paixão, a pintura. Ele tinha o hábito de acordar antes de todos, por volta das 4:00 da manhã, e percorrer os campos, acreditando que conseguia estabelecer uma conexão com Deus durante esses momentos. 

Seu hiper interesse pelo amendoim e algodão, bem como seus estudos detalhados através de observação cuidadosa e experimentação meticulosa, resultou na criação de uma ampla variedade de produtos. 

Essa dedicação e perseverança de Carver foram um exemplo poderoso para mim enquanto eu buscava desenvolver meu próprio método para a produção de Cauim.

No que diz respeito aos meus motivadores históricos pessoais, um elemento de autenticidade que impulsiona na minha proposta de trazer a cultura indígena para as pessoas de hoje, é minha herança histórica brasileira. Minha avó, Dona Zuzú, Emília Correia de Moraes, nasceu e foi criada no triângulo histórico de São Paulo, no casarão da Rua da Glória número 4, região que remonta ao antigo povoado de Inhapuambuçu, lar dos icônicos Morubixaba Tibiriçá, Padre Anchieta e Manoel de Nóbrega. Imagino que em algum momento, Tibiriçá convidou João Ramalho para uma cauinagem para celebrar e cultuar o espírito do Anhangá, no Vale do Anhangabaú. 

Luiz Pagano com Vó Zuzu (Emilia Francisca Correa de Moraes Pagano), que nasceu na Rua da Gloria n. 4, dentro do Traingulo Historico, descendente dos mais antigos habitantes de São Paulo de Piratininga (possivelmente de Tibiriçá), na casa de Dom Duarte Leopoldo n. 43, onde os tios-avós contaram histórias sobre o Brasil e os antepassados do Pará, Amazonas e Mato Grosso.

Esses elementos históricos e culturais ganham vida na minha proposta de aculturação do Cauim e na expressão artística do Tupi pop. Junto com o fato de que o "Correa" em meu sobrenome remonta a Diogo Álvares Correa, o Caramuru que, ao se casar com Catarina Paraguaçú em 30 de julho de 1524, celebrou a primeira união de amor, Adão e Eva formadores de todo o povo brasileiro.

Esses pontos de autenticidade me conectam profundamente com as raízes indígenas e me inspiram a compartilhar essa herança cultural com as pessoas hoje.

Essa ligação ancestral com a região e com as figuras históricas que a habitaram fortalece minha determinação em promover o Cauim como bebida genuinamente brasileira e símbolo da rica cultura indígena. Esses elementos históricos são parte integrante da história do Brasil e da minha história. Dessa forma é minha missão trazê-los à tona, valorizando e divulgando esse patrimônio cultural para as presentes e futuras gerações.

Ao reconhecer a importância dessas referências históricas e vê-las como fontes de autenticidade, sinto-me ainda mais motivado a levar a cultura indígena aos povos de hoje, por meio do Cauim e da expressão artística do Tupi pop. É uma forma de honrar o passado, preservando nossa identidade cultural e criando um legado duradouro que celebra a riqueza e a autenticidade da cultura indígena brasileira.

Compreendo perfeitamente que o trabalho de aculturação do Cauim vai além dos limites do meu tempo de vida, reconheço que a criação dessa nova categoria é uma jornada difícil e longa, que precisa ser continuada e levada adiante por outras gerações após mim. Nesse sentido, a arte desempenha um papel crucial, pois é capaz de transmitir a essência do Cauim e do Tupi pop de maneira impactante e imediata.

Através da arte, pode-se capturar a imaginação das pessoas, despertar sua curiosidade e engajá-las em um diálogo sobre a cultura indígena brasileira e a importância do Cauim. A arte tem o poder de comunicar além das palavras, transmitindo emoções, histórias e idéias de forma visualmente atraente e emocionalmente envolvente.

Ao utilizar a arte como veículo de expressão, podemos alcançar diferentes públicos, despertando seu interesse e envolvimento com o Cauim. É por meio da arte que podemos estabelecer uma conexão inicial com as pessoas, despertando nelas a curiosidade e o desejo de explorar mais profundamente essa bebida milenar e a cultura indígena que a envolve. A arte tem a capacidade de transcender as barreiras do tempo, preservando e transmitindo a essência do Cauim ao longo das gerações. Através das criações artísticas, podemos contar histórias, transmitir conhecimento e preservar a memória cultural, garantindo que o legado do Cauim seja perpetuado para as futuras gerações.

Portanto, reconheço que o trabalho de aculturação do Cauim deve ser levado adiante por outras gerações, e a arte desempenha um papel fundamental nesse processo. É por meio da expressão artística que podemos comunicar de maneira impactante a essência do Cauim, despertando o interesse e a conexão das pessoas com essa bebida ancestral e com a rica cultura indígena que a envolve.

Kunhãnbebe - Arte Tupi Pop de Luiz Pgano, Sala de Autoridades da Base Aérea de Brasilia

Parte 3 - A ciência para introduzir o Cauim com sucesso

Parte 3.1 A Ciência do Marketing - Minha escola de aculturação é a francesa, os profissionais de marketing cultural franceses são reconhecidos como os melhores quando se trata de associar bebidas, como vinhos e cognacs, a alimentos e promover a aculturação por meio de elaborado storytelling, com grande habilidade de encantar os consumidores após experiências gastronômicas e etílicas, em ambiente cuidadosamente criado, no qual cada detalhe corrobora par aum grande impacto mental. Um exemplo notável é o caso dos vinhos de champanhe, que eram considerados até mesmo intragáveis em comparação com seus concorrentes de Bordeaux e Borgonha, más com a súbita apreciação pela sensação de borbulhas (o "prisse de mousse") por parte dos consumidores ingleses, Dom Pérignon e Dom Ruinard, que perceberam o potencial de mercado no século XVII, aprimoraram o processo de produção e criaram todo o marketing em torno do champanhe.

Como tive a oportunidade de trabalhar com franceses na Veuve Clicquot e na Pernod Ricard por mais de 10 anos, adoto métodos de aculturação de produtos francêses e inspiro-me em provocar experiências extraordinárias com o produto, visando criar um incrivel imprint na mente do consumidor.

Más antes de mais nada, o que 'Aculturação'?

A aculturação é um fenômeno que ocorre quando diferentes culturas entram em contato direto uma com a outra, resultando em mudanças nos padrões culturais originais de ambas.  Existem várias definições, como a que propõe Redfield. (1936):

"... aqueles fenômenos que resultam quando grupos de indivíduos com culturas diferentes entram em contato direto, com mudanças subsequentes nos padrões de cultura originais..." (p. 149).

Em seu seminário de verão em 1954, o Conselho de Pesquisa Social propôs a seguinte definição:

"... mudança cultural que é iniciada pela conjunção de dois ou mais sistemas culturais autônomos..." (SSRC 1954, p. 974)

No contexto do marketing, a aculturação pode ser vista como um poderoso recurso de apresentação e posterior aceitação de novos produtos e serviços, levando em consideração as influências culturais e adaptando-os às necessidades e preferências dos consumidores, tal como denotam Kroeber e Kluckhan (1952):

"...achamos que a cultura é um produto; é histórico; inclui ideias, padrões e valores; é seletivo; é aprendido; é baseado em símbolos; e é uma abstração do comportamento e dos produtos." Todas as culturas são, em grande parte, compostas de maneiras abertas e padronizadas de se comportar, sentir e reagir. Mas as culturas também incluem um conjunto característico de promessas não declaradas e categorias que variam muito entre as sociedades (p. 157).

Esta citação reflete as crenças de que a cultura é aprendida e compartilhada com outras pessoas, e influencia não apenas como uma pessoa se comporta, mas também como espera que a outra se comporte. A melhor maneira de compreender a cultura e de explicar o funcionamento da cultura e como vem mudando ao longo dos anos. Por exemplo, muitos antropólogos agora preferem o termo "decretado" (em vez de aprendido), que reconhece que as pessoas não apenas aceitam passivamente a cultura, mas a criam ativamente (cf. Keesing 1974; Swidler 1986).

Swidler (1986) em sua análise penetrante vê a cultura como moldando um repertório ou um "kit de ferramentas" de hábitos, habilidades e estilos a partir dos quais as pessoas constroem "estratégias de ação" (p. 273). Para agir propositalmente, o indivíduo precisa de conhecimento procedimental e contextual, ou seja, conhecimento específico de domínio que permita a "racionalidade contextual" (março, 1978, p. 592), além de regras e procedimentos para exibir "racionalidade procedimental" (Simon 1978, p. . 8). A aquisição de um repertório de hábitos e habilidades, conforme proposto por Swidler (1986), reflete a crença de que o conhecimento relevante para exibir um comportamento intencionalmente racional pode ser aprendido ou executado em um contexto específico, e que esse conhecimento pode ser (mais ou menos) limitado pelo contexto.

Moçambique - Arte Tupi Pop de Luiz Pagano - Sala de Autoridades da Base Aérea de Brasília 

O Cauim é uma bebida alcoólica obtida pela sacarificação e co-fermentação simultâneas da mandioca, que era e ainda é produzida de forma ritualística por várias culturas indígenas brasileiras. Nesse sentido, seu significado cultural e histórico é de extrema importância, e resgatá-los para o grande público, deve ser feito por meio de uma perfeita abordagem de aculturação,  essencial para sua melhor readequação.

Um aspecto crucial da aculturação é compreender os elementos culturais originais de cada uma das etnias e adaptá-los de forma respeitosa e autêntica. Dentre as mais de 300 etnias presentes em todo o território nacional, é natural que algumas delas optem pela comercialização do Cauim, reconhecendo a possibilidade desta bebida com base na tradicional local, funcionar como forma de difusão étnica, trazendo benefícios significativos para a aldeia ou comunidade . No entanto, é igualmente importante reconhecer que haverá quem considere uma profanidade que a sua bebida ritual ancestral se torne um objeto de consumo para o público em geral. Neste contexto, é fundamental estabelecer o conceito de aldeias/comunidades "optantes" e "não optantes", respeitando a autonomia de cada comunidade em relação ao Projeto Cauim e garantindo a preservação da sacralidade e autenticidade das suas tradições.

Sei que desempenho um papel crucial na introdução do Cauim, meu conhecimento sobre a cultura indígena brasileira e minha experiência trabalhando com produtores franceses de bebidas alcoólicas proporcionam uma base sólida para a adaptação do Cauim ao contexto contemporâneo. Sua visão de resgate cultural e valorização das tradições indígenas é um guia importante para o desenvolvimento e promoção do produto.

Casirirena, barca de fermentação de Caxiri (Cauim) com Tipiti, Tupi antigo Haguino - fermentação 
Luiz Pagano - Tupi Pop

O estudo de referências como a Association for Consumer Research (ACR), com sua pesquisa sobre aculturação de consumo, oferece insights valiosos sobre os fatores ambientais e culturais que influenciam a aculturação dos consumidores. Essa abordagem científica proporciona uma base teórica sólida para entender as barreiras e incentivos que podem influenciar a adoção do Cauim pelo público contemporâneo.

Parte 3.2 – Timing de entrada

Determinar se a introdução de um produto ou serviço está em seu TIMING CORRETO parece ser o maior desafio que o profissional de marketing enfrenta ao introduzir uma inovação.

No caso da Xerox e Apple, podemos dizer que a Xerox estava no timing errado, enquanto a Apple estava no timing correto em relação ao desenvolvimento e comercialização de tecnologias inovadoras.

A Xerox foi pioneira no desenvolvimento de várias tecnologias revolucionárias, como a interface gráfica do usuário e o mouse, que são elementos fundamentais na forma como interagimos com os computadores hoje em dia. No entanto, a Xerox não foi capaz de capitalizar adequadamente essas inovações, perdendo a oportunidade de se tornar líder no mercado de computadores pessoais.

A Xerox não percebeu totalmente o potencial comercial de suas inovações e não conseguiu trazer essas tecnologias para o mercado de forma eficiente. Isso pode ser atribuído a vários fatores, como falta de visão estratégica, cultura corporativa conservadora e ênfase excessiva em seus produtos tradicionais, como copiadoras.

Por outro lado, a Apple, fundada por Steve Jobs, teve uma abordagem diferente. Jobs reconheceu o potencial das tecnologias desenvolvidas pela Xerox e teve a visão de transformá-las em produtos comercialmente viáveis. A Apple lançou o Macintosh, o primeiro computador pessoal com interface gráfica do usuário e mouse, e conseguiu atrair um público amplo.

A Apple conseguiu encontrar o timing correto ao lançar o Macintosh, aproveitando a demanda crescente por computadores pessoais e a necessidade de uma interface mais amigável. Além disso, a estratégia de marketing da Apple, enfatizando a experiência do usuário e a inovação, também contribuiu para o sucesso da empresa.

Portanto, é correto afirmar que a Xerox estava no timing errado, pois não conseguiu capitalizar adequadamente suas inovações, enquanto a Apple estava no timing correto, ao reconhecer o potencial dessas tecnologias e trazê-las para o mercado de forma eficaz. Isso ressalta a importância não apenas de desenvolver inovações, mas também de identificar o momento oportuno para sua comercialização.

Embora a Xerox tenha de fato desenvolvido tecnologias inovadoras, como o mouse e a interface gráfica do usuário (GUI), na década de 1970, existem várias razões pelas quais essas tecnologias não tiveram sucesso comercial imediato e por que a Apple, posteriormente, teve sucesso com produtos semelhantes quase 20 anos depois. Aqui estão alguns fatores-chave:

3.2.1 - Foco no mercado empresarial: A Xerox, na época, era uma empresa focada principalmente no mercado empresarial e de negócios. Suas inovações, como o Xerox Alto, foram projetadas para atender às necessidades de escritórios e laboratórios de pesquisa. A comercialização dessas tecnologias para uso pessoal não era uma prioridade;

Sabẽ M'baraká para polvilhar o sabẽ, o koji, na fase do Sabẽ nonga (colocação dos esporos em Tupi Antigo) que atua como substituto da amilase salivar para decompor o amido em açúcares no processo Japonês/ Pagano - Luiz Pagano Tupi Pop. A Maraca tem importância que vai alem da força rítmica, dentro do pensamento mágico e espiritual ancestral de nossas etnias, tal como o corpo humano é embalado pelo som emitido pelo espírito, que habita nossos interiores, as pedrinhas e sementes colocadas dentro da cabaça, emitem o som da vida.

3.2.2 - Alto custo: Os primeiros computadores pessoais desenvolvidos pela Xerox, como o Xerox Alto, eram caros e fora do alcance financeiro da maioria das pessoas. Isso limitou sua adoção generalizada no mercado consumidor;

3.2.3 - Marketing limitado: A Xerox não conseguiu comercializar efetivamente suas inovações para o público em geral. Sua estratégia de marketing e distribuição foi mais voltada para clientes empresariais, o que contribuiu para a falta de conscientização e interesse do consumidor comum;

3.2.4 - Falta de visão estratégica: A Xerox, apesar de suas inovações tecnológicas, não conseguiu reconhecer plenamente o potencial comercial dessas tecnologias para uso pessoal. Eles não capitalizaram adequadamente suas próprias criações e não investiram em desenvolver produtos direcionados ao mercado de consumo em larga escala;

3.2.5 - Apple e o foco no design e na experiência do usuário: A Apple, por outro lado, quando lançou o Macintosh em 1984, conseguiu combinar as tecnologias desenvolvidas pela Xerox com um design atraente e uma experiência do usuário intuitiva. A empresa teve uma visão estratégica de tornar a tecnologia acessível e fácil de usar para o público em geral. Além disso, a Apple investiu fortemente em marketing e branding, construindo uma imagem forte e atraindo os consumidores.

Esses fatores, combinados com uma série de outras circunstâncias, levaram ao sucesso da Apple no mercado de computadores pessoais e à adoção generalizada de tecnologias como o mouse e a GUI. É importante lembrar que o sucesso no mercado depende de uma combinação complexa de fatores, incluindo não apenas a tecnologia em si, mas também a estratégia de marketing, o preço, o design e a experiência do usuário.

Parte 3.4 – Fatores de Aceitação & Regeição Inesperados

A comparação entre as categorias de bebidas RTD e Energy Drinks revela um contraste interessante em relação ao desempenho no mercado. Enquanto a Sub Zero, apesar das altas expectativas e do respaldo da famosa marca Foster's, enfrentou dificuldades e não obteve sucesso, o Red Bull prosperou mesmo com expectativas iniciais não tão elevadas.

Um dos fatores determinantes para o fracasso da Sub Zero foi o sabor desagradável do produto, que não conquistou a preferência dos consumidores. Por mais que a marca tenha investido em um branding sólido e realizado festas de lançamento impactantes, o sabor enjoativo se tornou um obstáculo significativo para a sua aceitação no mercado.

Com graduação alcoólica de 5.5 ABV, era uma cerveja crystal, sem lúpulo, com extrato de lima-limão ( Citrus/Lime) fabricada pela Australiana Foster’s e representada no Brasil pela Madasa, empresa na qual Luiz Pagano foi gerente do segmento de On Premise, como dito anteriormente, no ano de 1999, nesse mesmo ano a Smirnoff lançava como concorrente a Smirnoff Mule, com vodka, ginger ale com sabor lima/limão, que acabou não chegando fortemente ao Brasil - ambas foram flops...

Além disso, a entrada prematura no mercado das bebidas alcoólicas RTD também desempenhou um papel negativo. O mercado ainda não estava preparado para esse tipo de produto, e foi somente anos depois, com o lançamento bem-sucedido da Smirnoff Ice, que a categoria se popularizou.

Luiz Pagano foi o primeiro gerente On Premise da Red Bull no Brasil, ainda importado pela Madasa, que tambem introduzia o pioneiro RTD Sub Zero, bebida alcoólica de 5,5%ABV , percursora da Smirnoff Ice e de todas as outras bebidas da categoria 'Ice', produzida pela cerveja australiana Foster

Por outro lado, o Red Bull obteve sucesso mesmo com expectativas iniciais modestas. O mercado rapidamente absorveu a categoria de bebidas energéticas, e o produto se destacou pela sua proposta inovadora. A marca identificou uma demanda não atendida pelos consumidores por uma bebida que fornecesse energia e foco, e soube se posicionar como líder nesse segmento. A aceitação do Red Bull superou as expectativas, impulsionada pela sua eficácia e pela habilidade de se conectar com o público-alvo de forma impactante e diferenciada.

Essa comparação entre a Sub Zero e o Red Bull evidencia que, mesmo com altas expectativas e uma marca consolidada, um produto pode falhar no mercado se não atender às preferências dos consumidores, como ocorreu com a Sub Zero devido ao sabor enjoativo. Por outro lado, mesmo com expectativas modestas, um produto inovador e que identifica uma demanda não atendida pode alcançar o sucesso, como demonstrado pelo Red Bull. A compreensão do mercado e das preferências dos consumidores, aliada a uma estratégia de branding e posicionamento eficazes, são cruciais para o êxito de um produto no mercado.

Parte 4 – ‘DOs & DON’Ts’

Promover e popularizar a categoria de bebidas Cauim no Brasil requer uma estratégia abrangente de marketing e conscientização. Aqui estão algumas sugestões para ajudar a impulsionar o sucesso do Cauim:


Parte 4.1 - O que Fazer:

4.1.1 - Educação e divulgação: É fundamental educar o público sobre o Cauim, sua história, seu processo de produção e seus aspectos culturais. Organize eventos, palestras, workshops ou degustações para apresentar o Cauim às pessoas, destacando sua autenticidade e valor cultural;

4.1.2 - Parcerias estratégicas: Busque colaborações com chefs, bares, restaurantes e eventos gastronômicos para promover o Cauim como uma opção de bebida. Crie combinações e harmonizações com pratos típicos brasileiros ou faça parcerias com marcas e influenciadores que possam ajudar a ampliar a visibilidade do Cauim;

4.1.3 - Presença online: Invista em uma presença online forte, criando um site ou plataforma dedicada ao Cauim. Compartilhe conteúdo informativo, receitas, histórias e depoimentos sobre o Cauim. Utilize as redes sociais para engajar o público, compartilhando fotos, vídeos e experiências relacionadas à bebida;

4.1.4 - Festivais e eventos culturais: Participe de festivais e eventos culturais relacionados à gastronomia, cervejas artesanais ou bebidas tradicionais. Essas ocasiões são oportunidades para alcançar um público diversificado e despertar o interesse pelo Cauim;

4.1.5 - Colaboração com produtores locais: Estabeleça parcerias com produtores locais de mandioca e outros ingredientes utilizados na produção do Cauim. Essa colaboração pode fortalecer a cadeia de suprimentos, promover práticas sustentáveis e ressaltar a origem e qualidade dos ingredientes.

4.1.6 - Desenvolvimento de produtos e embalagens atrativas: Crie novas variações ou versões modernas do Cauim para atrair diferentes segmentos de consumidores. Invista em embalagens atraentes e com informações claras sobre o produto, destacando sua autenticidade e conexão com a cultura brasileira.

4.1.7 - Parcerias institucionais e apoio governamental: Busque apoio de instituições culturais, órgãos governamentais e entidades relacionadas ao setor de alimentos e bebidas. O reconhecimento e o apoio dessas instituições podem agregar credibilidade ao Cauim e abrir portas para oportunidades de promoção.

4.1.8 - Campanhas de marketing criativas: Crie campanhas de marketing criativas e impactantes para chamar a atenção do público. Utilize mídias tradicionais e digitais, como anúncios em revistas, rádio, televisão e plataformas online relevantes, para divulgar o Cauim.

4.1.9 - Participação em concursos e premiações: Inscreva o Cauim em concursos e premiações de bebidas ou produtos tradicionais. Essas competições podem fornecer reconhecimento e validação externa, aumentando a visibilidade e a credibilidade do Cauim.

4.1.10 - Identidade de marca forte: Desenvolva uma identidade de marca sólida para o Cauim, com um nome, logotipo e design atraentes e memoráveis.

4.2 – O que não fazer:

No processo de introdução e aculturação do Cauim, é importante evitar certos erros que podem prejudicar sua aceitação e sucesso no mercado. Alguns erros que podem ser antecipados são:

4.2.1 - Subestimar a pesquisa de mercado: É fundamental realizar uma pesquisa abrangente e detalhada sobre o mercado-alvo antes de introduzir o Cauim. Isso inclui compreender as preferências dos consumidores, identificar concorrentes e avaliar a viabilidade do produto. Ignorar essa etapa pode levar a uma falta de compreensão do mercado e resultar em estratégias inadequadas;

4.2.2 - Falta de adaptação cultural: A introdução do Cauim requer sensibilidade cultural e respeito às tradições indígenas. É essencial entender os rituais, símbolos e significados associados à bebida e garantir que sua introdução seja feita de forma autêntica e respeitosa. Não adaptar o produto ou sua comunicação ao contexto cultural pode levar à rejeição ou falta de interesse por parte dos consumidores;

4.2.3 - Considerar a concorrência como concorrência: É saudável para a categoria que existam varias marcas concorrentes, cada qual com sua particularidade e sabor. A introdução de uma nova categoria de bebidas no mercado implica na aceitação e crescimento dessa categoria como um todo, não apenas das marcas individuais e isoladas. 

Um erro comum que ocorre na introdução de bebidas, como ocorreu com algumas marcas de bebdias energéticas no passado, é o comportamento competitivo prematuro das empresas. Durante a fase inicial da ciração de uma nova categoria de bebidas, as marcas devem se unir para promover o crescimento e a aceitação  como um todo, a concorrência entre as marcas deve começar somente quando a categoria estiver madura.  

Para ilustrar essa idéia, podemos imaginar como um consumidor que visita uma casa medieval pela primeira vez e deseja experimentar o hidromel, uma bebida até então é desconhecida para ele. Se essa casa tiver exclusividade com apenas uma marca de hidromel e o cliente não gostar dessa marca em particular, é possível que nunca mais deseje experimentar outra marca de hidromel novamente e acabe optando por outras categorias de bebidas, como cerveja ou whisky. 

No entanto, se essa casa oferecer diferentes marcas de hidromel, mesmo que você não goste das marcas A, B ou C, existe uma grande probabilidade de encontrar uma marca D que lhe agrade. Essa diversidade de marcas dentro da categoria proporciona uma chance maior de sucesso para a categoria como um todo. Portanto, é fundamental que as marcas atuem de forma colaborativa e cooperativa durante a fase de introdução, para garantir o crescimento e a aceitação do mercado;

4.2.4 - Não estabelecer parcerias estratégicas: O sucesso da introdução do Cauim pode ser impulsionado por parcerias estratégicas com influenciadores, empresas locais, organizações culturais ou outros atores relevantes. Não buscar colaborações e parcerias adequadas pode limitar o alcance e a visibilidade do produto;

4.2.5 - Ignorar os canais de distribuição adequados: A escolha dos canais de distribuição adequados é crucial para alcançar o público-alvo e garantir que o Cauim esteja disponível nos locais certos. Ignorar ou não adaptar os canais de distribuição de acordo com as características do mercado pode dificultar o acesso do produto aos consumidores;

4.2.6 - Não investir em marketing e educação do consumidor: O Cauim é uma bebida única e pode ser desconhecida para muitos consumidores. Não investir em estratégias de marketing adequadas, incluindo campanhas de conscientização, educação do consumidor e promoção do produto, pode resultar em baixa demanda e falta de compreensão sobre as características e benefícios do Cauim;

4.2.7 - Não considerar a regulamentação e conformidade: É fundamental compreender as regulamentações e requisitos legais relacionados à introdução de um novo produto no mercado, incluindo questões de rotulagem, registro e segurança alimentar. Não considerar essas questões pode resultar em problemas legais e dificuldades na comercialização do Cauim;

4.2.8 - Evitar esses erros e antecipar os desafios pode contribuir para o sucesso da introdução e aculturação do Cauim, permitindo que ele se torne uma categoria de bebida valorizada e apreciada no mercado brasileiro e mundial.


5 – Conclusão

Em conclusão, este breve manual sobre a introdução e aculturação do Cauim como bebida comercial no Brasil dá os direcionamentos básicos aprendidos nos últimos anos de introdução de várias bebidas alcoólicas no mercado, representa uma contribuição significativa para a história do Brasil. 

Assim como o desenvolvimento do sake no Japão há mais de 2000 anos e a criação da champanhe por Dom Perrignon e Dom Ruinard no século XVIII, a introdução do Cauim tem o potencial de transformar a imagem do Brasil no cenário etílico mundial. 

Essas inovações históricas demonstram como o surgimento de uma nova bebida pode ter um impacto duradouro na cultura, na economia e na imagem de um país. Ao reconhecer a importância do Cauim como uma bebida ancestral e autenticamente brasileira, estamos fortalecendo nossa identidade cultural e ampliando as fronteiras da apreciação e reconhecimento internacional. 

Portanto, este manual se torna um documento de extrema importância histórica, assim como o sake no Japão e a champanhe na região de Champagne, França, alteraram para sempre a forma como o mundo enxerga essas culturas.


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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Monumento às Bandeiras como inspiraçào Tupi Pop de Luiz Pagano

 
Figura n.º1 Paes Leme e n.º14 Antonio Pires, os gênios montados nos cavalos Baloubet (cavalo pardo) e Rouet (Branco), que criam a entrada da bandeira

Quando pequeno, no final dos anos 1960 começo dos anos 70, ia com minha família ao Parque do Ibirapuera, nosso carro circundava a ilha com aquelas 32 figuras entre entre homens mulheres e crianças e mais dois cavalos, de Brecheret, e eu não tirava os olhos.

Nomes de todos no Monumento das Banderias - 1- Paes Leme, 2-Dom Henrique, 3-João Ramalho, 4- Marques de Sade, 5- Anahngera, 6- Lucas Nogueira Garcez, 7-Ricardo Coração dos Outros, 8-Paraguaçu, 9- Apolônia, 10- Caramuru, 11- Policarpo, 12- Gabriel, 13-Tibiriçá, 14- Antonio Pires, 15- Zumbi, 16- Correia, 17- Peró, 18- Bengela, 19- Calava, 20-Tiakau Cauinero, 21-Sumié, 22-Theodoro Baja, 23- Vasco Caído, 24- Borba, 25- Materula Moçambique, 26- Luiz, 27- Monjolo, 28- Aruka Juma, 29- Brecheret, 30- Calava e os cavalos 31- Baloubet (cavalo pardo) e 32- Rouet (Branco)


Devo ter perguntado o nome de cada um deles, não me lembro, mas certamente a dúvida existe até os dias de hoje.

-Quem eram eles?
-O que Faziam??

Figura n.º 25 Materula "Moçambique"

A resposta para essas perguntas, ifelizmente foi para o túmulo, junto com Brecheret (se é que todos eles tinham nomes e atribuições definidas), más com um pouco de imaginação e uma boa olhada no Memorial Descritivo do projeto para o Monumento às Bandeiras publicado no Jornal Correio Paulistano no dia 28 de julho de 1920, podemos recriar suas vidas em detalhes.

Monumento às Bandeiras - No primeiro bloco vem os cavaleiros, no segundo as etnias brasileiras - as estátuas de n.º 4, é Marquês de Sade (parece que está ereto) 

“O grupo monumental que é a coluna dorsal do monumento, foi movido de maneira a sugerir uma ‘entrada’. A grande massa processional, guiada pelos ‘Gênios’ – os Paes Lemes, os Antonio Pires, os Borba Gatos – avança para o sertão desconhecido. Os Guiadores, a cavalo – símbolo da força e do comando -, são seres titânicos, dignas expressões viris dos sertanistas de São Paulo.
Monumento às Bandeiras - Nesta seqüência "o indio que puxa", figura n.º 12 e o Gabriel ( em homenágem a Gabriel o Pensador com a musica Caximbo da Paz) e o n.º 7 é o Ricardo (Ricardo Coraç˜ao dos POutros, amigo de Policarpo que também leva uma onça)

No centro, uma Vitória espalma as asas que cobrem piedosamente os ‘Sacrificados’, isto é, aqueles sertanistas que tombaram nas ciladas da selva. (..) Saindo da terra pisada pelos bandeirantes, serpeiam em grupos laterais as ‘Insidias’. São de um lado, as ‘Insidias da Ilusão’, mulheres enigmáticas e serpentes, belas como tudo que promete a mente, a simbolizar as Esmeraldas de Paes leme, as Minas de Prata de Roberto Dias, o mundo lendário das Amazonas de Orellana. (...) Do outro lado, as ‘Insidias do Sertão’ exprimem as Lesirias e as Febres, as Emboscadas e as Feras, a Fome e a Morte. 

Figuras de n.º 10 Caramuru, 8 Paraguaçu e 9 - Apolônia (filha do casal) e com a caça do Jagauré, o n.º 11 Policarpo, ( em homenágem a Policarpo Quaresma, ele me parece o autentico brasileiro, não dá para se dizer se é indígena, português ou preto - trata-se da mistura de todos nós)

Na parte posterior, a Ânfora que conterá a água do Rio Tietê, sagrado pela gloria das ‘monçoes’. Sugeriu-nos essa idéia a conferencia do Sr. Affonso de Taunay”.


Desses o grande morubixaba do Triangulo Histórico do Inhampuambuçu, Tibiriçá (do Tupi antigo - olhos nas nádegas) que possivelmente tinha olhos pintados nas costas, ou mesmo nas nádegas, pois era conhecido por nunca ser pego de surpresa ou enganado, conduziu a tropa pelos Peabirus de São Paulo de Piratininga.

A figura de numero 13 é o unico que puxa a embarcação - Uma lenda popular diz que o monumento do 'Deixa que eu empurro' ou 'empurra-empurra' nunca sai do lugar posto que as cordas estão frouxas, logo ninguém está fazendo força.

Reparem que neste memorial escrito pelo próprio escultor ele menciona ‘Vitorias Aladas’, e também acho que alguém deveria carregar a ânfora, estas não estão presentes no nosso atual monumento.
As figuras escondidas de numero 29 e 30 ( a de numero 29 é o auto-retrato de Victor Brecheret) a figura n.º 3 é o João Ramalho

Considerada a maior escultura equestre do mundo com seus 50 m de comprimento, 16 m de largura e 10 m de altura, teve seu projeto inicial em 1920, encomendada para a celebração do bicentenário da independência, em 1922.
A grande massa processional , guiada pelos ‘Gênios’ – os Paes Lemes, 
os Antonio Pires, os Borba Gatos – avança para o sertão desconhecido.

O então Presidente do Estado, cargo que equivale hoje ao de governador, manifestou o desejo de realizar um monumento aos bandeirantes. A comissão encarregada de executar o monumento, a ser custeado pela administração pública, foi composta por Monteiro Lobato, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, que escolheram o projeto de Brecheret.

Tal como a NASA é hoje a principal agência para a exploração do cosmos, da Escola de 
Sagres do Infante de Dom Henrique (figura n.º 2) criou e empreendeu as viagens de exploração mundial de 1500

Ainda em julho de 1920, o projeto foi apresentado publicamente na Casa Byington, e agradou muito a Washington Luís.

A colônia portuguesa, nesse meio tempo, queria oferecer um monumento à cidade, também com o tema de bandeirantes, eles apresentaram uma proposta do escultor português Teixeira Lopes.

Menotti Del Picchia detestou a idéia de ter essa obra feita por estrangeiros “...o monumento brasileiro deve ser integralmente brasileiro”, repudiava a idéia de “a alma e a técnica estranhas se fixarem no bronze que imortalizaria as glórias de nossa raça”. Em função do conflito o Presidente do Estado decidiu adiar o projeto e a maquete de Brecheret foi parar na Pinacoteca do Estado.
Maquete original do Monumento às Bandeiras de Brecheret com 37 figuras (1920), inclusive as 'Vitorias aladas' - Muita alteração foi feita até sua inauguração em 1953 com apenas 32 figuras.

A retomada da escultura só ocorreu próximo às comemorações do IV Centenário da Cidade. Primeiramente, Brecheret fez a obra na escala de 1x1 m, aumentando-a depois para o tamanho atual. Foi feita uma primeira escultura em gesso em tamanho natural, a partir da qual todas as figuras foram novamente esculpidas, desta vez em pedra Mauá – as pedras eram trazidas da cidade paulista de mesmo nome – por artesãos denominados “canteiros”, que copiavam fielmente o modelo em gesso feito por Brecheret.

O monumento foi feito em três partes: os batedores a cavalo à frente do grupo, o grupo humano ao centro e a barca ao final.

O projeto inicial teve diversas alterações e em1949, Brecheret resolveu alterar a base do monumento. Em vez de escadarias, optou por uma base mais simples, com as laterais em plano inclinado, quase vertical. Em 1951, a Oficina Incerpi começou a montar os blocos de granito, já esculpidos, no Ibirapuera, como num grande quebra-cabeças, sendo que o efeito final deveria dar a impressão de um único bloco de rocha, como previa Brecheret. O concreto foi usado no enchimento da canoa, para dar mais rigidez ao conjunto.
o ‘Sacrificado’ figura de numero 23,  é o sertanista que tombou nas ciladas da selva.

O único personagem histórico identificado (por ele mesmo) é o próprio Victor Brecheret. A quarta figura à direita do monumento, no bloco imediatamente seguinte ao dos cavaleiros, traz a seguinte inscrição no seu ombro direito: “Auto-retrato do escultor Victor Brecheret 02-10-1937”.

Figura n.º 20 - Tiakau Cauineiro

Previsto para ser inaugurado em 25 de janeiro de 1954, foi entregue um ano antes. Brecheret estava doente e pediu ao governador Lucas Nogueira Garcez, apressasse a entrega para o dia 25 de janeiro de 1953.
Temendo que as outras 7 figuras estivessem escondidas, procuramos muito e só achamos um escondido (Figura n.º 22) rapaz que carrega o desmaiado, que resolvi chmara de Theodoro Braga, em homenagem ao pintor que fez o quadro de anhanguera Figura n.º 5.    

Símbolo da cidade de São Paulo, a obra-prima de Brecheret é praticamente uma síntese de sua trajetória artística. Demorou 33 anos para ser construída e revelou influência de seus estudos anatômicos, que valorizam o corpo humano, no estilo art decó combinado com o luxo do estilo marajoara-indígena.

As “bandeiras”, tiveram grande importância para a colonização do Estado de São Paulo e do interior do Brasil nos séculos XVI, XVII e XVIII.

Cada uma das figuras tem cerca de 5 m de altura e retrata mistura étnica brasileira, com a presença de bandeirantes brancos, índios e negros escravos, e mamelucos.
Se a Figura n.º 13 é o único que puxa, o primeiro, o qual chamei de Tibiriçá, pois foi com ele que a amizade de indigenas e protugueses começou, a Figura n.º  28 é o ultimo índigena, Aruka Juma, o último homem do povo Juma, um povo que sofreu inúmeros massacres ao longo de sua história, é o único que empurra ( uma refêrencia ao empenho deste bravo homem em preservar a última palavra de seu idioma).

Os cavaleiros da escultura estão direcionados para o Pico do Jaraguá, rumo ao interior do Estado dos bandeirantes, sempre à procura de pedras preciosas, mais precisamente esmeraldas. Abaixo deles, na base de pedra da obra há um mapa, em que são mostrados os caminhos dos bandeirantes por todo o Brasil. Ele foi elaborado pelo historiador Afonso d’Escragnolle Taunay (1876-1958), autor de História geral das bandeiras paulistas (1924/50), grandioso levantamento de fatos que auxiliam na compreensão da história do Estado de São Paulo.

Nas laterais do monumento, há inscrições enaltecendo a obra. O poeta, ensaísta e crítico literário Guilherme de Almeida (1890-1969), chamado de “príncipe dos poetas brasileiros”, declarou: “Brandiram achas e empurraram quilhas, vergando a vertical de Tordesilhas”.

Armas antigas semelhantes a um machão (“achas”) é vista na mão de uma das figuras. Empurraram quilhas de embarcações para alcançar pontos cada vez mais longínquos, ultrapassando a barreira imposta pelo Tratado de Tordesilhas firmado entre Portugal e Espanha em 1494, que delimitava a posse das terras na América após a primeira viagem de Colombo.
Aqui vemos as cabeças de Figura n.º 6 Lucas (ache ele parecido com o governador Lucas Nogueira Garcez), uma curiosidade é que foi adicionado concreto para unir as estatuas feitas de pedra 'Maua'

Os bandeirantes, se embrenharam pela mata e chegaram a locais antes não pisados pelo homem branco, fundando cidades e ampliando as fronteiras brasileiras.

Posteriores negociações entre os rei luso D. João III e os monarcas espanhóis Fernando e Isabel deslocaram a linha inicial e asseguraram a expansão do Brasil para alem da demarcação.

A outra inscrição na lateral do monumento (“Glória aos heróis que trocaram o nosso destino na geografia do mundo livre./ Sem eles, o Brasil não seria grande como é”) é do historiador, ensaísta e poeta brasileiro Cassiano Ricardo (1895-1974). Modernista, filiado ao Movimento Verde-Amarelo, que, por volta de 1926, defendia um nacionalismo fechado às influências das vanguardas européias.

A frase exalta o papel dos bandeirantes na história do Estado e demonstra bem o espírito conservador do grupo, que contava com a participação de Menotti del Picchia, Cândido Mota Filho e Plínio Salgado, defendendo um ideário político de extrema direita, dando origem ao Grupo Anta e, posteriormente, no integralismo, vertente do nazifascismo no Brasil.


Cauim Sugestão de Processos de Introdução e Aculturação para uma Bebida Milenar Brasileira

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